sexta-feira, 12 de setembro de 2025

14ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

 
12 de Setembro de 2025 (CC) / 30 de Agosto (CE)
Ss. Alexandre, João e Paulo, Patriarcas de Constantinopla († 328);
Traslado das Relíquias (1724) do Santo Príncipe, Alexandre Nevsky (1263).
Jejum (Azeite é Permitido)
Tom 4

Os Santos Alexandre, João e Paulo, Patriarcas de Constantinopla, viveram em épocas diferentes, mas todos tiveram que enfrentar as ações de hereges que distorceram os ensinamentos da Igreja. Santo Alexandre (325-340) foi corepiscopo (vigário) do primeiro Patriarca de Constantinopla, São Mitrófano (315-325), e, devido à sua idade avançada, substituiu-o no Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia contra os arianos (325). Antes de sua morte, São Mitrófano legou seu vigário ao trono de Constantinopla. Naquela época, Sua Santidade o Patriarca Alexandre teve que lutar contra os arianos e os pagãos. Certa vez, em uma discussão com um filósofo pagão, o santo lhe disse: "Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, ordeno que se cale!" e o pagão subitamente ficou mudo. Ao dar sinais de reconhecimento de seu erro e de sua convicção na verdade da doutrina cristã, sua fala retornou e ele passou a crer em Cristo, assim como muitos outros filósofos pagãos. A pedido de Santo Alexandre, o herege Ário foi punido. Ele fingiu concordar em entrar em comunhão com os ortodoxos, e o imperador, São Constantino, o Grande, marcou um dia para a aceitação de Ário. Santo Alexandre rezou a noite toda, pedindo ao Senhor que não permitisse que o herege entrasse em comunhão com a Igreja. De manhã, quando Ário caminhava solenemente para a igreja, cercado pelos conselheiros e escudeiros do rei, foi acometido por uma doença na Praça Constantino – sua barriga se abriu e suas entranhas caíram. Sua Santidade o Patriarca Alexandre, após muito trabalho, morreu aos 98 anos, no ano 340. Mais tarde, ele foi mencionado em um discurso laudatório aos habitantes de Constantinopla por São Gregório, o Teólogo (Nazianzo) (comemorado em 25 de janeiro). 
Tropárion dos Santos Alexandre, João e Paulo Novo, Tom 4: Ó Deus de nossos pais, / trata-nos sempre segundo a Tua mansidão. / Não nos prives da Tua misericórdia, / mas, pelas súplicas dos Teus santos, // dirige a nossa vida em paz. 
Kondákion dos Hierarcas, Tom 8: Crucificados pelo amor de Cristo e tendo tomado sobre vós o Seu jugo como um jugo, / vos mostrastes emuladores da Sua vida / e vos tornastes participantes da Sua glória divina, / ó divinamente sábio Alexandre, maravilhoso João e glorioso Paulo. // Por isso, de pé diante do Seu trono, vós fervorosamente suplicais pelas nossas almas. 
São João Jejuador
São João, o Jejuador, Patriarca de Constantinopla, era famoso por sua extrema abstinência e generosidade para com os pobres. Apesar de seu desejo de evitar altos cargos, foi escolhido como patriarca por ordem de Deus. Sua vida foi um modelo de ascetismo: após sua morte, nenhum bem foi encontrado com ele, exceto uma cama de madeira e roupas velhas. Ele faleceu em 595.
 
São João Jejuador (582–595) é especialmente lembrado pela Igreja em 2 de setembro (15 de Setembro no Calendário Civil). Informações sobre ele estão colocadas nesta data. 
São Paulo, o Novo 
São Paulo, cipriota de nascimento, tornou-se Patriarca de Constantinopla (780-784) durante o reinado do imperador iconoclasta Leão IV, o Khazar (775-780), e era um homem virtuoso e piedoso, mas tímido. Vendo o martírio, que os ortodoxos suportaram por ícones sagrados, o santo escondeu sua ortodoxia e se associou aos iconoclastas. Após a morte do imperador Leão, ele quis restaurar a veneração por ícones, mas não conseguiu desde então, já que os iconoclastas ainda eram bastante poderosos. O santo percebeu que não estava em suas mãos guiar o rebanho, então ele deixou o trono patriarcal e foi secretamente para o mosteiro de São Floro, onde tomou o esquema. Ele se arrependeu de seu silêncio e associação com os iconoclastas e falou da necessidade de convocar o Oitavo Concílio Ecumênico para condenar a heresia dos iconoclastas. A seu conselho, foi escolhido para o trono patriarcal São Tarásios (784-806), na época um importante conselheiro imperial. O santo morreu como monge do esquema no ano 804.
 
Tropárion dos Santos Alexandre, João e Paulo Novo, Tom 4: Ó Deus de nossos pais, / trata-nos sempre segundo a Tua mansidão. / Não nos prives da Tua misericórdia, / mas, pelas súplicas dos Teus santos, // dirige a nossa vida em paz. 
Kondákion dos Hierarcas, Tom 8: Crucificados pelo amor de Cristo e tendo tomado sobre vós o Seu jugo como um jugo, / vos mostrastes emuladores da Sua vida / e vos tornastes participantes da Sua glória divina, / ó divinamente sábio Alexandre, maravilhoso João e glorioso Paulo. // Por isso, de pé diante do Seu trono, vós fervorosamente suplicais pelas nossas almas. 
Traslado das Relíquias do Santo e Nobre Príncipe, Alexandre Nevsky. 
O santo nobre príncipe Alexander Nevsky (no esquema monástico Alexei) morreu na viagem de retorno da Horda Dourada, em Gorodtsa no Volga, em 14 de novembro de 1263, e em 23 de novembro (neste dia está localizado o relato sobre ele) em 1263 ele foi sepultado na Igreja Catedral do Mosteiro da Natividade, na cidade de Vladimir (lá está agora um memorial ao santo príncipe; outro memorial foi erguido na cidade de Pereslavl'-Zalessk).
 
A veneração a Santo Alexandre Nevsky teve início já em seu enterro, onde um grande sinal foi dado, pois, o santo moveu suas mãos e as postou no gesto da oração de absolvição. As relíquias do príncipe foram descobertas após uma visão ocorrida imediatamente antes da Batalha de Kulikovo no ano de 1380 e seu corpo estava incorrupto. Ele foi canonizado em 1547 e é comemorado em 23 de novembro, dia do seu sepultamento na Igreja do Mosteiro da Natividade. Por ordem de Pedro, o Grande, as relíquias de Nevski foram transportadas para a Lavra de Alexandre Nevski em São Petersburgo, onde elas permanecem até hoje, e uma segunda festa, em 30 de agosto, foi instituída para comemorar o evento. 
O nome do Defensor das fronteiras russas e Patrono dos Soldados é famoso longe das regiões da Rússia. Os numerosos templos dedicados a Santo Alexandre Nevsky em outros países comprovam seu prestígio. O mais famoso deles é a Catedral Patriarcal em Sofia, na Bulgária, a Catedral em Talinin, capital da Estônia e uma igreja em Tbilisi, capital da Geórgia. 
Tropárion do Santo Alexandre Nevsky, Tom 4: Reconhece teus irmãos, ó fiel Príncipe Alexandre, tu, José russo, que reinas não no Egito, mas no céu; e aceita suas súplicas, aumentando as colheitas do teu povo com a fertilidade da tua terra e protegendo as cidades do teu domínio com as tuas súplicas. E, juntamente com os nossos hierarcas ortodoxos, combate todas as heresias.

Kondákion, Tom 4: Assim como teus parentes Boris e Gleb apareceram a ti, trazendo-te ajuda do céu quando lutaste contra Velgar, o sueco, e seus guerreiros, assim agora, ó abençoado Alexandre, vem em auxílio de teus parentes e luta contra aqueles que fazem guerra contra nós.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Gálatas 2:6-10

Fragmento 201 - Irmãos, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; antes, pelo contrário, quando viram que o Evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (Porque Aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, Esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão; recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.

Marcos 5:22-24,35-6:1

Fragmento 20 - Naquela ocasião, eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-O, prostrou-se aos Seus pés, e rogava-Lhe muito, dizendo: “Minha filha está à morte; rogo-Te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva.” E foi com ele, e seguia-O uma grande multidão, que O apertava. Estando Ele ainda falando, chegaram alguns dos principais da sinagoga, a quem disseram: “A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre?” E Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da sinagoga: “Não temas, crê somente”. E não permitiu que alguém O seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago. E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: “Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme”. E riam-se d’Ele; porém Ele, tendo-os feito sair, tomou Consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: “Talita cumi”; que, traduzido, é: “Menina, a ti te digo, levanta-te”. E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto. E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer. E, partindo dali, chegou à Sua pátria, e os Seus discípulos O seguiam.

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COMENTÁRIO

Mateus, Marcos e Lucas narram os milagres que se sucederam após a expulsão dos demônios na cidade de Gerasa. Eles aconteceram enquanto o Senhor retornava à Cafarnaum, seguido pela multidão. Jesus estava agora diante do poder da doença e da morte. As duas pessoas beneficiadas são mulheres. Uma sofria de uma enfermidade incurável que a arruinava e a afastava do convívio da sociedade, porque sua doença era vista como sinal de impureza e contaminação e, por isso, uma ameaça à integridade. A outra, uma menina, filha única, que não resistiu a uma doença grave.

Ao chegar na cidade uma multidão o esperava, sobretudo os curiosos e cheios de fé. Também estava lá o chefe da Sinagoga, Jairo, que pedia ao Senhor o restabelecimento da saúde de uma filha que estava a ponto de morrer. Jesus chamou Pedro, Tiago e João que o para O acompanhar, a fim de serem testemunhas daquilo que iria se realizar.

No caminho que conduzia à casa de Jairo, Jesus curou uma mulher que sofria durante muitos anos por hemorragia. Sofria física e espiritualmente em consequência do desprezo e preconceito dos outros: ela era vista como impura, amaldiçoada.

Chegando à casa de Jairo, o Senhor percebeu um alvoroço pois já choravam a morte da menina. Ao entrar disse a todos: “Para que este choro? A menina não morreu, mas dorme”. Diz o Evangelista que as pessoas zombavam d'Ele. Não compreendiam que para Deus, a verdadeira morte é o pecado que mata a vida divina na alma. Para quem crê, a morte terrena é como um sono do qual se acorda em Deus.

No Antigo Testamento, a concepção de morte, apresentada sobretudo em Gênesis, Salmos, Sabedoria, Provérbios, é uma concepção israelita: a morte constituía um mero fim. A pessoa humana era vista como um corpo que era animado pela alma que lhe dava vida. Quando uma pessoa morria, a alma que lhe dava vida desaparecia e a pessoa continuava a existir naquele corpo inanimado. Por isso Jesus dizia que o nosso Deus não é um Deus dos mortos, mas sim de vivos (Mt 22,32). A morte ideal, acreditavam os judeus, era aquela que vinha após longa vida, ou seja, obedecendo o ciclo natural das coisas. Quando alguém morria "antes da hora" parecia que se quebrava a normalidade e o falecido e sua família eram vistos como menos abençoados por Deus. É forte também o pensamento de que a morte existia como consequência do pecado dos primeiros pais, sendo preciso passar por ela para chegar até Deus. Quando uma jovem morria, como a filha de Jairo, acrescentava à família uma culpa enorme por consequência de uma grave falta cometida por algum de seus antepassados.

O Senhor disse: “não morreu a menina, apenas dorme”. Estava morta para os homens que não podiam despertá-la. Para Deus, a menina dormia porque a sua alma vivia submetida ao poder divino, e a carne descansava para a ressurreição.

No Novo Testamento, Paulo em suas cartas, afirma que de fato a morte é consequência e castigo do pecado, pois ela veio ao mundo por causa de um só homem que pecou (Rm 5,12). No entanto, continua ele, fomos resgatados da morte por Cristo, uma vez que em Adão todos morremos e fomos trazidos de volta à vida pelo Redentor (1Cor 15,22). Um segundo alicerce sobre o qual está baseado a concepção da morte é constituído pela afirmação de que Jesus superou a morte com sua própria morte. A morte foi o último inimigo que Cristo teve que superar (1Cor 15,25). Cristo despojou a morte de seu poder (2Tm 1,10); destruiu pela morte o dominador da morte, o diabo (Hb 2,14). A lei do Espírito da Vida em Cristo nos libertou da Lei do Pecado e da Morte (Rm 8,2). Cristo morreu e ressuscitou tornando-se Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14,9). Ressuscitado dos mortos, a morte não tem mais domínio sobre Ele.

O cristão experimenta a vitória de Jesus sobre a morte, pelos sacramentos. O cristão é batizado na morte de Jesus, pois somente nestas condições é que pode ressuscitar com Jesus para a nova vida. No sacramento do Batismo ele vive a morte e a ressurreição de Cristo quando submerge três vezes nas águas batismais, renascendo para a vida nova em Cristo, recebendo assim a veste branca. Participar da morte de Cristo significa "tornar-se um só com Ele" (Rm 6,5). A fé em Cristo não priva o homem da morte física, mas lhe dá a certeza de que esta experiência não se resume ao fim, mas ao começo de uma nova vida.

São João Crisóstomo comenta este Evangelho dizendo:

“As ressurreições feitas por Jesus são certamente fatos excepcionais; ocultam, todavia, a realidade maior que se dará no fim dos tempos para todos os homens, como professamos ao rezarmos o Credo: a ressurreição dos corpos. A filha de Jairo tempos depois morreu novamente, mas certamente depois experimentou a Ressurreição verdadeira em Deus”.

Francisco F. Carvajal, «Falar com Deus»
Editora Quadrante. S. Paulo, 1991.

ORAÇÃO

Guarda-me, ó Deus, pois em ti me refugio. Ao Senhor declaro: "Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti". Quanto aos santos que há na terra, eles é que são os notáveis em quem está todo o meu prazer. Grande será o sofrimento dos que correm atrás de outros deuses. Não participarei dos seus sacrifícios de sangue, e os meus lábios nem mencionarão os seus nomes. Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: Tenho uma bela herança! Bendirei o Senhor, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina! Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição. Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.

Salmo 15(16)

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