quarta-feira, 10 de setembro de 2025

14ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

10 de Setembro de 2025 (CC) / 28 de Agosto (CE)
S. Moisés Etíope, anacoreta (séc. IV); Sábas de Pskov; 
Encontro das Santas Relíquias de Jó de Pochaev; Diomedes e Laurêncio; 
Jejum (Azeite é Permitido)
Tom 4


O Monge Moisés Murin, o Negro, viveu durante o século IV no Egito. Ele era etíope e tinha pele negra e, portanto, era chamado de "Murin" (que significa "como um etíope"). Em sua juventude Moisés foi escravo de um homem importante, mas depois de cometer um assassinato, seu mestre o baniu e ele se juntou a um bando de ladrões. Por causa de sua veia mesquinha e grande força física, eles o escolheram como líder. Moisés, juntamente com seu bando, cometeu muitas ações malignas – tanto assassinatos quanto roubos, a tal ponto que as pessoas ficavam tomadas de medo até mesmo com a simples menção de seu nome. 
Moisés, o bandido, passou vários anos levando uma vida muito pecaminosa, mas pela grande misericórdia de Deus ele se arrependeu, deixou o seu bando e foi para um dos mosteiros do deserto. Ele passou muito tempo, suplicando em lágrimas, que o admitissem entre o número dos irmãos. Os monges não estavam convencidos da sinceridade do seu arrependimento; mas o ex-ladrão não poderia ser expulso e nem ignorado, em seu fervoroso pedido por aceitação. No mosteiro, o Monge Moisés foi completamente obediente ao abade e aos irmãos, e derramou muitas lágrimas, lamentando sua vida pecaminosa. 
Depois de um certo tempo, o Monge Moisés retirou-se para uma cela solitária, onde passava o tempo em oração e no mais estrito jejum em um estilo de vida muito austero. Certa vez, 4 dos ladrões de seu antigo bando desceram sobre a cela do Monge Moisés e ele, não tendo perdido sua grande força física, amarrou todos e, pondo-os ao ombro, levou-os ao mosteiro, onde perguntou aos mais velhos o que fazer com eles. Os mais velhos ordenaram que fossem libertados. Os ladrões, ao saberem que tinham encontrado o seu antigo líder, e que ele os tratara gentilmente, - eles próprios seguiram o seu exemplo: arrependeram-se e tornaram-se monges. E mais tarde, quando o resto do bando de ladrões ouviu falar do arrependimento do Monge Moisés, eles também desistiram do banditismo e se tornaram monges fervorosos. 
O Monge Moisés não se libertou rapidamente das paixões. Ele ia frequentemente ao abade do mosteiro, Abba Isidor, em busca de conselhos sobre como se livrar das paixões da libertinagem. Tendo experiência na luta espiritual, o ancião ensinou-o a nunca comer demais, a ter fome parcial e ao mesmo tempo observar a mais estrita moderação. Mas as paixões não cessariam para o Monge Moisés em seus sonhos. Então Abba Isidor lhe ensinou a vigília noturna. O monge ficou a noite toda em oração, sem ficar de joelhos para não cair no sono. Após suas prolongadas lutas, o Monge Moisés caiu em desânimo, e quando surgiram pensamentos sobre deixar sua cela solitária, Abba Isidor, em vez disso, fortaleceu a determinação de seu aluno. Numa visão ele lhe mostrou muitos demônios no Ocidente, preparados para a batalha, e no Oriente uma quantidade ainda maior de anjos santos, igualmente preparados para a luta. Abba Isidor explicou ao Monge Moisés que o poder dos Anjos prevaleceria sobre o poder dos demônios, e na longa luta contra as paixões era necessário que ele ficasse completamente purificado de seus pecados anteriores. 
O Monge Moisés empreendeu um novo esforço. Percorrendo à noite as celas do deserto, levava água do poço para cada irmão. Ele fazia isso especialmente pelos mais velhos, que viviam longe do poço e que não tinham facilidade para carregar a própria água. Certa vez, ajoelhado sobre o poço, o Monge Moisés sentiu um forte golpe nas costas e caiu no poço como um morto, ficando ali naquela posição até o amanhecer. Assim os demônios se vingaram do monge por sua vitória sobre eles. De manhã, os irmãos o levaram para sua cela, e ele ficou lá um ano inteiro, aleijado. Depois de se recuperar, o monge confessou com firmeza ao abade que continuaria a luta ascética. Mas o próprio Senhor colocou limites a esta luta de muitos anos: Abba Isidor abençoou seu aluno e disse-lhe que as paixões devassas já haviam desaparecido dele. O mais velho ordenou-lhe que comungasse os Santos Mistérios e que fosse em paz para sua própria cela. E desde então o Monge Moisés recebeu do Senhor o poder sobre os demônios. 
Relatos sobre suas façanhas se espalharam entre os monges e até mesmo além dos limites do deserto. O Governador da região queria ver o santo. Ao saber disso, o Monge Moisés decidiu se esconder de qualquer visitante e saiu de sua cela. Ao longo do caminho ele encontrou servos do Governador, que lhe perguntaram como chegar à cela do morador do deserto Moisés. O monge respondeu-lhes: “Não procurem este monge falso e indigno”. Os servos voltaram ao mosteiro, onde o Governador o esperava, e transmitiram-lhe as palavras do ancião que encontraram. Os irmãos, ouvindo uma descrição da aparência do ancião, reconheceram que haviam encontrado o próprio Monge Moisés. 
Após muitos anos em façanhas monásticas, o Monge Moisés foi ordenado diácono. No entanto, em sua humildade, o santo considerou-se indigno de aceitar a dignidade de diácono. Certa vez, o bispo decidiu testá-lo e pediu aos clérigos que o expulsasse do altar, ao mesmo tempo que o insultavam por ser um negro etíope indigno. Com total humildade o monge aceitou o abuso. Depois de colocá-lo à prova, o bispo ordenou então o monge presbítero. E nesta dignidade o Monge Moisés trabalhou durante 15 anos e reuniu ao seu redor 75 discípulos. 
Quando o monge atingiu a idade de 75 anos, ele avisou aos seus monges de que logo bandidos atacariam o mosteiro e assassinariam todos os que estivessem lá. O santo abençoou seus monges para que partissem a tempo, para evitar a morte violenta. Seus discípulos começaram a suplicar ao monge que partisse junto com eles, mas ele respondeu: 
"Há muitos anos já espero o tempo, quando sobre mim deveriam ser cumpridas as palavras que meu Mestre, o Senhor Jesus Cristo, disse: Todos os que empunharem a espada, à espada perecerão" (Mt 26: 52). 
Depois disso sete dos irmãos permaneceram com o monge, e um deles se escondeu não muito longe durante a chegada dos ladrões, Os ladrões mataram o Monge Moisés e os seis monges que permaneceram com ele. Sua morte ocorreu por volta do ano 400. 
Comemoração de São Jó de Pochaev 
O Monge Jó de Pochaev morreu em 28 de outubro de 1651.
 
Em 28 de agosto de 1833, as relíquias do Monge Job foram solenemente abertas para veneração geral. 
No ano de 1902, o Santo Sínodo decretou neste dia que as relíquias sagradas do Monge Jó deveriam ser transportadas após a Divina Liturgia, para a Catedral da Dormição que fica na Lavra do Mosteiro de Pochaev.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
2 Coríntios 13:3-13

Fragmento 197 - Irmãos, visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim, o qual não é fraco para convosco, antes é poderoso entre vós. Porque, ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo, pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos n’Ele, mas viveremos com Ele pelo poder de Deus em vós. Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero que entendereis que nós não somos reprovados. Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum, não para que sejamos achados aprovados, mas para que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados. Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição. Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição. Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam.

Marcos 4:35-41
Fragmento 18 - O Senhor disse aos Seus discípulos: “Passemos para o outro lado”. E eles, deixando a multidão, O levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com Ele também outros barcos. E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia. Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada; e despertaram-No, e Lhe perguntaram: “Mestre, não Se Te dá que pereçamos?” E Ele, levantando-Se, repreendeu o vento, e disse ao mar: “Cala-te, aquieta-te”. E cessou o vento, e fez-se grande bonança. Então lhes perguntou: “Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?” Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: “Quem, porventura, É Este, que até o vento e o mar Lhe obedecem?”
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COMENTÁRIO

«Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice. Vós, que temeis o Senhor, esperai em sua misericórdia, não vos afasteis dele, para que não caiais; vós, que temeis o Senhor, tende confiança nele, a fim de que não se desvaneça vossa recompensa. Vós, que temeis o Senhor, esperai nele; sua misericórdia vos será fonte de alegria. Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão de luz. Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum daqueles que confiavam no Senhor foi confundido. Pois quem foi abandonado após ter perseverado em seus mandamentos? Quem é aquele cuja oração foi desprezada? Pois Deus é cheio de bondade e de misericórdia, ele perdoa os pecados no dia da aflição. Ele é o protetor de todos os que verdadeiramente o procuram.»
Jesus, Filho de Sirac, 
Livro da Sabedoria de Jesus, Ben Sirac 
(Eclesiástico) 2:1-13

ORAÇÃO

Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR. Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira. Muitas são, SENHOR meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar. Não retires de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade. Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração. Digna-te, SENHOR, livrar-me: SENHOR, apressa-te em meu auxílio. Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal. Desolados sejam em pago da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah! Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o SENHOR. Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.
Salmo 39(40): 1-5,11-17

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