domingo, 4 de novembro de 2012

5º Domingo de São Lucas


22º Domingo Depois de Pentecostes
04 de Novembro de 2012 (CC) 22 de Outubro (CE)
S. Abércio, bispo de Hierápolis († c. 170); Ícone da Mãe de Deus de Kazan




MATINAS (XI)

João 21:15-25

     15 Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu- lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos.    16 Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas.    17 Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas- me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.    18 Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queres.    19 Ora, isto ele disse, significando com que morte havia Pedro de glorificar a Deus. E, havendo dito isto, ordenou-lhe: Segue-me.    20 E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai?    21 Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será?    22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu.    23 Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?    24 Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.    25 E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.   


LITURGIA

Gálatas 6:11-18

     11 Vede com que grandes letras vos escrevo com minha própria mão.    12 Todos os que querem ostentar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.    13 Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.    14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.    15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura.    16 E a todos quantos andarem conforme esta norma, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.    17 Daqui em diante ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus.    18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém.   

Lucas 16:19-31

     19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente.    20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras;    21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras.    22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.    23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.    24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.    25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado.    26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.    27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,    28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento.    29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.    30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.    31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.


Homilia de Sua Eminência Metropolita Chrysóstomos
(Em língua espanhola)





O MILAGROSO ÍCONE DA VIRGEM DE KAZAN 

O Ícone de Nossa Senhora de Kazan, em estilo grego-bizantino, teria sido pintado, segundo os especialistas, em Constantinopla, no século XIII. A obra apresenta a imagem de meio corpo da Virgem carregando o Menino Jesus, que se encontra quase de pé numa atitude de benção para com sua mãe, para quem ele ergue sua mão direita.

O ícone encontra-se recoberto com uma lâmina de prata que cobre a figura e as vestimentas, deixando visíveis apenas os rostos da Mãe e do Filho. Sob a cobertura está o desenho e as cores se conservam perfeitamente, o que se leva a considerá-lo não apenas como uma peça de altíssimo valor religioso, mas também uma verdadeira obra de arte.
A lâmina que recobre a imagem data do século XVII e contém incrustações de diamantes, esmeraldas, rubis, safiras e pérolas, a maior parte dos quais foram acumuladas por diversos doadores que deste modo quiseram expressar sua devoção à Sagrada Imagem.
No dia 1 de outubro de 1552, festa da «Proteção da Virgem» o exército do Czar Ivan, o Terrível, assaltou as muralhas da cidade de Kazan, até então capital do Reino Tártaro. O Czar, em ação de graças pela vitória obtida, ordena a construção de uma grande basílica em honra da Mãe de Deus, dedicando-a ao mistério da Anunciação.
No ano de 1579 Kazan foi assolada por um violento incêndio que destruiu a metade da cidade. Enquanto a população se recuperava da tragédia, a Virgem aparece a uma menina de nove anos. Manda-lhe escavar as ruínas porque ali encontraria o Sagrado Ícone.
No dia 8 de julho de 1579, é encontrada entre as cinzas a imagem de Nossa Senhora de Kazan. Trasladada até a Catedral da Anunciação de Kazan, começa a ser objeto de grande devoção religiosa, sendo-lhe atribuídos inúmeros milagres. Ali permaneceu até por volta do ano de 1612 quando é transportada para a cidade de Moscou.
Em 1790 o Czar Pedro, o Grande, a invoca como «Protetora e Estandarte» na batalha de Poltava, contra Carlos XII da Suécia. Após a vitória russa o ícone é entronizado na Catedral de Moscou, sendo em seguida transferida para São Petersburgo e colocada num santuário a ela especialmente dedicado.
Na noite de 29 de junho de 1904, durante uma revolta popular, desaparece junto a outros tesouros do Santuário. Em 1970, cerca de sessenta anos depois, reaparece numa exposição de arte nos Estados Unidos. Neste contexto, foi comprado pelo «Centro Russo Católico de Nossa Senhora de Fátima» organização católica de devoção à Virgem de Fátima. Prosseguindo sua caminhada foi entronizado na Capela Bizantina, em Fátima, Portugal e, em 1993, foi entregue ao papa por esta organização.
O bispo de Roma conservou o ícone na capela de seu apartamento, esperando a oportunidade de encontrar-se com o patriarca Alexis II para devolvê-lo, pois este, enquanto chefe atual da Igreja ortodoxa russa, era considerado seu legítimo proprietário.
Em 28 de agosto de 2004, o Papa João Paulo II, manifestando o desejo de promover as relações fraternas com a Igreja Ortodoxa Russa, devolveu ao Patriarcado de Moscou este que é um dos ícones mais venerados pelos ortodoxos através da história.



COMEMORAÇÃO DOS SETE JOVENS DORMENTES DE ÉFESO(Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dionísio, Constantino e Antonino)


São Maximiliano era o filho do administrador da cidade Éfeso, e os outros seis jovens eram filhos de outros ilustres cidadãos de Éfeso.
Os jovens eram amigos desde a infância, e todos estavam cumprindo juntos o serviço militar.
Quando o imperador Décio (249-251) chegou a Éfeso, ordenou que todos os cidadãos fossem ofertar sacrifícios aos deuses pagãos, e que não o fizesse, sofreria com a tortura e a morte por execução.
Através de uma denúncia os sete jovens de Éfeso foram convocados para responder às acusações.
Em pé perante o imperador, os sete jovens confessaram a sua fé em Cristo.
Imediatamente as divisas militares dos jovens foram tomadas deles. Décio considerou que os expulsando do exército os faria abandonar a fé pelo desejo de voltarem as campanhas militares.



No entanto, os jovens fugiram da cidade e se esconderam em uma caverna no Monte Okhlonos, onde passaram seu tempo em oração, preparando-se para o martírio.
O mais novo deles, São Jâmblico, se vestiu com roupas de mendigo, entrou na cidade para comprar pão.
Em uma dessas viagens para a cidade, ouviu que o imperador estava os procurando para os levar a julgamento.
São Maximiliano exortou seus companheiros a sairem da caverna e bravamente aparecer no julgamento.
Contudo, ao descobrir o esconderijo dos rapazes, o imperador deu ordens para vedar a entrada da caverna com pedras, para que os rapazes morressem de fome e de sede.
Pela obra de dois cristãos desconhecidos (muitos viviam a ocultar a sua fé, para escapar do martírio), no desejo de preservar a memória dos santos, instalou entre as pedras um recipiente lacrado, no qual foram localizados dois feixes de estanho. Nelas estavam inscritos os nomes dos sete jovens e os detalhes do seu sofrimento e morte.
Mas o Senhor submeteu os jovens a uma especie de adormecimento milagroso, que os fez dormir por quase dois séculos.
Após esse tempo as perseguições contra os cristãos tinham cessado.
No entanto, durante o reinado do Santo imperador Teodósio , o Jovem (408-450) tenham surgido hereges que rejeitavam a crença na ressurreição dos mortos e na Segunda Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Alguns deles disseram: "Como pode haver uma ressurreição dos mortos, quando não haveria nem alma, nem o corpo, uma vez que foram desintegrados?"
Outros afirmavam: "Somente as almas poderiam ser restauradas, uma vez que é impossível para corpos ressurgir e viver depois de mil anos, quando até mesmo a poeira deles não existe mais".
O Senhor, portanto, revelou o mistério da Ressurreição dos Mortos e da vida futura através de seus sete jovens de Éfeso.
Um mestre de obras que trabalhava nas proximidades do monte Okhlonos descobriu a construção de pedra, e os seus trabalhadores abriram as passagens para a caverna.
O Senhor havia mantido vivo os jovens, e eles como que se despertassem de seu sono habitual, sem suspeitar que haviam adormecido por quase 200 anos !
Seus corpos e roupas estavam intactos, sem qualquer sinal da passagem do tempo !
Preparando-se para aceitar a tortura, os jovens confiaram a São Jâmblico a ida novamente a cidade para comprar pão para que eles pudessem se apresentar para o martírio com boa disposição física.
No caminho para a cidade, o jovem foi surpreendido ao ver o Santa Cruz gravada nos portões das casas.
E ouviu o nome de Jesus ser pronunciado livremente pelas pessoas nas ruas, e nisso começou a duvidar de que ele estava se aproximando de sua própria cidade.
Ao comprar o pão, o jovem deu uma moeda ao padeiro com a imagem do imperador Décio gravada nela.
Naquele tempo havia uma horda de criminosos, usando dinheiro velho para enganar comerciantes. E nisso São Jâmblico foi detido como suspeito de fazer parte do grupo de falsários, e foi levado ao administrador da cidade, que naquele momento era o Bispo de Éfeso.
Ao ouvir as respostas desconcertantes do jovem (contando que era um habitante da Efeso dos tempos do imperador Décio), o Bispo percebeu que Deus estava revelando por meio daquele jovem algum tipo de mistério, e nisso partiu, junto com uma comitiva , para a tal caverna, na qual estariam os outros 6 jovens.
Na entrada da caverna, o bispo encontrou o recipiente fechado e o abriu. Ele então leu o que estava gravado nos feixes de estanho : os nomes dos sete jovens e os detalhes da vedação da caverna sob as ordens do imperador Décio.
Ao adentrar na caverna e ver os jovens vivos, todos da comitiva se alegraram e perceberam que o Senhor, através do despertar dos jovens, após um longo sono, estava revelando à Igreja o mistério da Ressurreição dos Mortos.
Posteriormente, o próprio imperador chegou a Éfeso e conversou com os jovens.
Contudo, após algum tempo da revelação, os jovens santos , diante de todos, deitaram no chão e voltaram a adormecer, desta vez até a Ressurreição de todos, no Dia do Juízo.
O imperador desejava colocar cada um dos jovens em um caixão coberto de jóias, mas os santos apareceram ao imperador em um sonho, pedindo que seus corpos fossem deixados na caverna.
No século XII o peregrino russo Higumeno Daniel visitou a caverna na qual permaneciam adormecidos os sete jovens santos.
Além do dia 04 de Agosto, os Sete Santos Jovens adormecidos de Éfeso são comemorados no dia 22 de Outubro. A data de Agosto se refere ao dia nos quais eles adormeceram, e Outubro se refere ao despertar dos Santos.
Os jovens santos são mencionados também no serviço do Ano Novo Litúrgico, no dia 14 de Setembro.

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