domingo, 3 de fevereiro de 2013

35º Domingo Depois de Pentecostes



02 de Fevereiro de 2013 (CC) 20 de Janeiro (CE)
S. Máximo, o Confessor († 662).


Colossenses 3:12-16

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

Lucas 8:35-43

E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.


COMENTÁRIO DO METROPOLITA CHRYSÓSTOMOS






Festa do Santo Ícone da Mãe de Deus de Todas as Bênçãos

O Santo Ícone da Mãe de Deus de Todas as Bênçãos é o ícone acolhido por nossa Igreja na esperança de que Ela, nossa Senhora, se apiede de nós e nos conceda seu favor e amor de Mãe Celeste, uma vez que ela ora incessantemente por nós pecadores, suplicando ardorosamente ante seu Santíssimo Filho que nos conceda Sua grande misericórdia e a salvação de nossa raça.

Acerca dela e por sua própria boca, o Espírito Santo declara que todas as gerações a chamariam de Bem Aventurada. De fato, ela é verdadeiramente mais venerável que os Querubins e mais gloriosa que os Serafins, tal como cantamos a cada Divina Liturgia, pois, com sua santa beleza e virtude, as quais excedem todo entendimento humano, é por vontade Divina fonte de todas as bênçãos para todos lhe invocam como filhos.

O que podem fazer os filhos de Mãe tão excelente, senão festeja-la dignamente, e, assim, alegrarem-se e pelas bênçãos recebidas do seu Filho e Senhor nosso?

Certamente que nenhuma comemoração é capaz de suficientemente honrar e venerar a Santa Mãe de Deus por sua humildade, obediência à vontade Divina, amor por toda a humanidade e pelos dons e favores que por sua ternura nos são outorgados.

Todavia, ainda que seja certo que nada pode esgotar sua exaltação, contudo nos pede como Mãe, que ofereçamos bens preciosos e sacrifícios espirituais semelhantemente ao seu Filho, do Qual ela mesma fora imitadora. Pede-nos viver em constante arrependimento dos pecados, solicitando com insistência que abandonemos os prazeres deste mundo que tanto ofendem o Divino Amor do seu Filho amado; desejando que como filhos dóceis, aprendamos d’Ele a obedecer à Santa Vontade de Deus Pai e a dedicar nossa vida ao serviço da santa doutrina de seu Filho e seu Deus.

Assim, ela requer que nos esforcemos em agradá-Lo, que amemos a Deus e a seus mandamentos sobre todas as coisas, honrando, até nos menores gestos da nossa vida cotidiana, a jesus Cristo.

Que Mãe tão boa temos no Céu! A ela recorramos com alegria e humildade para suplicar as graças e as misericórdias do seu Filho.

Metropolita Chrysóstomos




Comemoração de São Máximo, o Confessor

Segundo a tradução francesa da Philokalia a vida de São Máximo (580-662) se aparenta de certo modo muito semelhante à do Apóstolo Paulo. O que Paulo foi entre os apóstolos, Máximo foi entre os monges.

São Máximo poderia ter sido o oposto a um monge: nascido em uma família nobre de Constantinopla, e muito instruído, foi inicialmente um dos mais altos funcionários do Império Bizantino e sem dúvida o secretário do imperador Heraclius. Mas, passados trinta anos, em 614, entrou em um mosteiro, inicialmente em Chrysopolis, do outro lado do Bósforo, depois em Cyzique.

Desde 626, a invasão persa e a conquista árabe fizeram dele um errante. Passou grande parte de sua vida esclarecida na África. Tendo estudado muito os Padres e a Escritura, cultivou profundas amizades ortodoxas, em particular com São Sofrônio, o Patriarca de Jerusalém, e assim guardou de sua vivência com o poder um sentido agudo de sua responsabilidade de homem engajado na história. Acabou por se opor radicalmente ao compromisso doutrinal buscado pelo poder em Constantinopla para impedir as comunidades do Oriente, seguidoras do monofisismo, de se bandearem para o Islã.

Defensor do dogma de Calcedônia (duas naturezas, logo também duas energias e duas vontades do Cristo, em uma única pessoa plenamente divina e plenamente humana), São Máximo confirmava - em nome de Cristo - o direito do homem à liberdade de Deus. Mas, como o Cristo e como Paulo, deixou-se enredar em um processo político. Levado à força para Constantinopla em 653, foi várias vezes condenado, diversas vezes exilado. Intratável, morreu em seu último exílio, no Cáucaso, aos 82 anos de idade, com a língua e uma mão decepadas.

As quatro centúrias sobre a caridade são sem dúvida uma das primeiras obras de Máximo, composta na calma do mosteiro de Cyzique, antes de 626. Máximo condensou aí sete séculos de vida cristã atestando a preeminência absoluta do amor. As sete centúrias sobre a teologia são elas mesmas a reunião de duas obras diferentes: uma (duas primeiras centúrias) foi escrita provavelmente no início do exílio na África, entre 630-634; a outra (capítulos diversos da terceira à sétima centúria) é uma compilação que data provavelmente do século XI, onde se sucedem excertos de obras de São Máximo (Cartas, Questões a Thalassius, Ambigua), comentários do compilador e algumas passagens dos escritos de Dionísio, o Areopagita. Nestes últimos escritos percebe-se claramente uma posição fundamental de Máximo: "Só conhecer o Verbo na carne, para progredir para a glória".

A energia divina que criou o mundo está em operação e se realiza em nós no sexto dia porque lhe foi dado passar do sexto ao sétimo, da criação à hesychia, e do sétimo ao oitavo, da hesychia à deificação. Assim tudo é dado, mas tudo deve ser recebido, assumido, realizado. Assim, São Máximo o afirma: "Cada um é o intendente de sua própria graça".

A interpretação do "Pai Nosso" foi sem dúvida escrita por volta de 630. É uma obra forte e densa — ao mesmo tempo meditação e exortação — que faz passar e brilhar através das palavras da oração dominical o alento da vida e da luz do conhecimento (gnosis): uma lição de teologia humilde e magistral.


Fonte: Adaptação do texto de Sophia Perennis


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