domingo, 10 de fevereiro de 2013

36º Domingo Depois de Pentecostes


10 de Fevereiro de 2013 (CC) 28 de Janeiro (CE)
S. Efrém Sírio, mon. e diácono († 373).


MATINAS (III)

Marcos 16:9-20

     9 [Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.    10 Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando;    11 e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram.    12 Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo,    13 os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito.    14 Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido.    15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.    16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.    17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;    18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.    19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.    20 Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.]   


LITURGIA

1 Timóteo 1:15-17

     15 Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal;    16 mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade, a fim de que eu servisse de exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna.    17 Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.   

Mateus 15:21-28

     21 Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom.    22 E eis que uma mulher cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada.    23 Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.    24 Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.    25 Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.    26 Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.    27 Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.    28 Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ç mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.   


COMENTÁRIO DO METROPOLITA CHRISÓSTOMOS






COMEMORAÇÃO DE SÃO ÉFREM, O SÍRIO

São Efrém nasceu por volta do ano de 306 na cidade de Nisibis (atualmente a cidade de Nusaybin, na Turquia próximo à fronteira com a Síria) que tinha se tornado parte do Império romano apenas em 298. Evidências internas da hinódia de Efrém sugerem que seus pais eram parte da crescente comunidade cristã da cidade, embora hagiógrafos posteriores escrevessem que seu seria um sacerdote pagão. Diversas línguas eram faladas em Nisibis no tempo de Efrém, a maior parte delas dialetos do aramaico, sendo que a comunidade cristã utilizava-se de um dialeto siríaco. A cultura local incluía influências pagãs, judaicas e seitas do início do cristianismo.

Tiago (em latim: Jacobus), o primeiro bispo de Nisibis, foi consagrado em 308 e Efrém cresceu sob sua liderança na comunidade. Ele está registrado como um dos signatários do Primeiro Concílio de Niceia em 325. Efrém foi batizado ainda menino e, quase certamente, se tornou "filho da aliança", uma forma não usual do proto-monasticismo siríaco. Tiago indicou Efrém como professor (em siríaco: malp̄ānâ, um título que ainda inspira grande respeito entre os cristãos siríacos). Ele foi ordenado como diácono no seu batismo ou em seguida[4]. Efrém começou a compor seus hinos e escrever os comentários sobre a bíblia como parte de sua função de educador. Em seus hinos, ele às vezes se refere a si mesmo como um "boiadeiro" (‘allānâ), ao seu bispo como o "pastor" (rā‘yâ) e à sua comunidade como "rebanho" (dayrâ). Tradicionalmente, acredita-se que Efrém tenha sido o fundador da Escola de Nisibis, que em séculos posteriores era o centro do conhecimento do Cristianismo oriental.

Em 337 o imperador Constantino, o Grande, que legalizou e promoveu a prática do cristianismo no Império Romano, morreu. Aproveitando a oportunidade, Sapor II iniciou uma série de ataques no norte da Mesopotâmia romana. Nisibis sofreu cercos em 338, 346 e 350. Durante o primeiro deles, Efrém credita ao bispo Tiago a defesa da cidade com suas preces. No terceiro, em 350, Sapor desviou o rio Migdônio para minar as muralhas de Nisibis. Porém, os habitantes rapidamente a consertaram enquanto a cavalaria de elefantes persa atolou no solo úmido. Efrém celebrou o que ele entendeu ser uma salvação milagrosa da cidade num hino que retratou Nisibis como sendo a Arca de Noé, flutuando em segurança durante o dilúvio.

Igreja de São Tiago em Nisibis
Uma ligação física importante para a época de Efrém é o batistério de Nisibis. A inscrição diz que ele foi construído durante o bispo Vologeses em 359. Naquele ano, Sapor atacou novamente. As cidades na vizinhança de Nisibis foram todas destruídas, uma por uma, e seus habitantes ou foram mortos ou foram deportados. Constâncio II estava incapacitado de responder e a campanha de Juliano, o Apóstata terminou com a sua morte no campo de batalha. Seu exército então elegeu Joviano como novo imperador e, para resgatar seu exército, ele foi forçado a entregar Nisibis para os sassânidas, além de ser obrigado a permitir que toda a população cristã fosse expulsa.

Efrém, com outros, primeiro foi até Amida (Diyarbakır), eventualmente se assentando em Edessa (moderna Şanlıurfa) em 363. Efrém, já com quase sessenta anos, se devotou ao ministério em sua nova igreja e parece ter continuado sua obra como professor, talvez na Escola de Edessa. A cidade sempre esteve no coração do mundo siríaco e a estava repleta de filosofias e religiões rivais. Efrém comentou que a os cristãos ortodoxos niceanos eram chamaos simplesmente de 'palutianos' em Edessa, em homenagem à um bispo anterior. Arianos, marcionitas, maniqueístas, bardesanistas e várias seitas gnósticas proclamavam-se como a verdadeira igreja. Nesta confusão, Efrém escreveu um grande número de hinos defendendo a ortodoxia niceana. Um escritor siríaco posterior, Tiago de Serugh, escreveu que Efrém ensaiava seus coros, todos compostos apenas por mulheres, para que cantassem no ritmo das canções siríacas mais populares no fórum de Edessa. Após um período de dez anos morando ali, Efrém sucumbiu à peste enquanto ministrava às suas vítimas.

Mais de quatrocentos hinos compostos por Efrém ainda existem. Dado que muitos devem ter se perdido, não há dúvidas sobre sua produtividade. O historiador da Igreja Sozomeno acredita que Efrém tenha escrito mais de três milhões de linhas. Efrém combina em seus textos três heranças principais: ele se baseia em modelos e métodos do antigo judaísmo rabínico, ele utiliza com habilidade a filosofia e ciência gregas e se delicia na tradição mesopotâmica do simbolismo oculto.

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