14ª Sexta-feira Depois de Pentecostes
(jejum).
FESTA DA EXALTAÇÃO UNIVERSAL DA PRECIOSA E
VIVIFICANTE CRUZ
MATINAS
João
12:28-36
28 Pai, glorifica o teu nome. Veio, então, do céu esta voz: Já o tenho
glorificado, e outra vez o glorificarei. 29 A multidão, pois, que
ali estava, e que a ouvira, dizia ter havido um trovão; outros diziam: Um anjo lhe
falou. 30 Respondeu Jesus: Não veio esta voz por minha causa, mas
por causa de vós. 31 Agora é o juízo deste mundo; agora será
expulso o príncipe deste mundo. 32 E eu, quando for levantado da
terra, todos atrairei a mim. 33 Isto dizia, significando de que modo
havia de morrer. 34 Respondeu-lhe a multidão: Nós temos ouvido da
lei que o Cristo permanece para sempre; e como dizes tu: Importa que o Filho do
homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem? 35 Disse-lhes
então Jesus: Ainda por um pouco de tempo a luz está entre vós. Andai enquanto
tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não
sabe para onde vai. 36 Enquanto tendes a luz, crede na luz, para
que vos torneis filhos da luz. Havendo Jesus assim falado, retirou-se e
escondeu-se deles.
LITURGIA
1
Coríntios 1:18-24
18 Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para
nós, que somos salvos, é o poder de Deus. 19 porque está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria o entendimento dos
entendidos. 20 Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o
questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste
mundo? 21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua
sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação
os que crêem. 22 Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos
buscam sabedoria, 23 nós pregamos a Cristo crucificado, que é
escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, 24 mas para os
que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria
de Deus.
João
19:6-11, 13-20, 25-28, 30-35
6 Quando o viram os principais sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo:
Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o;
porque nenhum crime acho nele. 7 Responderam-lhe os judeus: Nós
temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de
Deus. 8 Ora, Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado
ficou; 9 e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus:
Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe, então,
Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho autoridade para te soltar, e
autoridade para te crucificar? 11 Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma
autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por isso aquele que
me entregou a ti, maior pecado tem. 13 Pilatos, pois, quando ouviu
isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado
Pavimento, e em hebraico Gabatá. 14 Ora, era a preparação da
páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei.
15 Mas eles clamaram: Tira-o! tira-o! crucifica-o! Disse-lhes Pilatos:
Hei de crucificar o vosso rei? responderam, os principais sacerdotes: Não temos
rei, senão César. 16 Então lho entregou para ser
crucificado. 17 Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua
própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama
Gólgota, 18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada
lado, e Jesus no meio. 19 E Pilatos escreveu também um título, e o
colocou sobre a cruz; e nele estava escrito: JESUS O NAZARENO, O REI DOS
JUDEUS. 20 Muitos dos judeus, pois, leram este título; porque o
lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em
hebraico, latim e grego. 25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus,
sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria
Madalena. 26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o
discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o
discípulo a recebeu em sua casa. 28 Depois, sabendo Jesus que
todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura,
disse: Tenho sede. 30 Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre,
disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não
ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a
Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali.
32 Foram então os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao
outro que com ele fora crucificado; 33 mas vindo a Jesus, e vendo
que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 contudo um
dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
35 E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro;
e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais.
Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo está pregado na Cruz e nós estamos em festa, para que saibais que a Cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora, a Cruz designava um castigo; agora tornou-se objeto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la hoje princípio de salvação. Porque ela é para nós causa de bens sem conta: livrou-nos do erro, iluminou-nos as trevas, reconciliou-nos com Deus; tínhamo-nos tornado, para com Ele, inimigos e estrangeiros longínquos. Para nós, ela é hoje a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.
Graças a ela, já não erramos nos desertos, porque conhecemos o caminho verdadeiro. Não ficamos fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, já não estamos na viuvez, pois encontramos o Esposo. Não temos medo do lobo, pois encontramos o bom pastor. Graças à Cruz, não tememos o usurpador, pois nos sentamos ao lado do Rei.
Eis porque estamos em festa ao celebrarmos a memória do Cruz. O próprio São Paulo nos convida para a festa em honra da Cruz: "Celebremos esta festa", diz ele, "não com fermento velho, nem com o fermento da malícia e da perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade" (1 Co 5,8). E ele explica-nos a razão dizendo: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós". (1 Co 5,7).
Como é bela a imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, “uma delícia para os olhos e desejável” (Gn 3, 6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz, não a cegueira. Leva a entrar no Éden, não a sair dele. Esta árvore, à qual subiu Cristo, como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo, que tinha o poder da morte, e libertou o gênero humano da escravidão do tirano. Foi sobre esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quer dizer, a nossa natureza ferida por Satanás.
Depois de termos sido mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo Paulo exclamou: “Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6, 14) … Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1, 17s) …
É pela cruz que a morte foi morta e Adão restituído à vida. É pela cruz que todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos santificados. É pela cruz que fomos reconduzidos como as ovelhas de Cristo, e fomos reunidos no redil do alto.
Homilia 1 «Sobre a Cruz e sobre o Ladrão»
Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo está pregado na Cruz e nós estamos em festa, para que saibais que a Cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora, a Cruz designava um castigo; agora tornou-se objeto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la hoje princípio de salvação. Porque ela é para nós causa de bens sem conta: livrou-nos do erro, iluminou-nos as trevas, reconciliou-nos com Deus; tínhamo-nos tornado, para com Ele, inimigos e estrangeiros longínquos. Para nós, ela é hoje a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.
Graças a ela, já não erramos nos desertos, porque conhecemos o caminho verdadeiro. Não ficamos fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, já não estamos na viuvez, pois encontramos o Esposo. Não temos medo do lobo, pois encontramos o bom pastor. Graças à Cruz, não tememos o usurpador, pois nos sentamos ao lado do Rei.
Eis porque estamos em festa ao celebrarmos a memória do Cruz. O próprio São Paulo nos convida para a festa em honra da Cruz: "Celebremos esta festa", diz ele, "não com fermento velho, nem com o fermento da malícia e da perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade" (1 Co 5,8). E ele explica-nos a razão dizendo: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós". (1 Co 5,7).
«A cruz, árvore de vida»
São Teodoro Estudita (759-826), monge em Constantinopla
Como é bela a imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, “uma delícia para os olhos e desejável” (Gn 3, 6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz, não a cegueira. Leva a entrar no Éden, não a sair dele. Esta árvore, à qual subiu Cristo, como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo, que tinha o poder da morte, e libertou o gênero humano da escravidão do tirano. Foi sobre esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quer dizer, a nossa natureza ferida por Satanás.
Depois de termos sido mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo Paulo exclamou: “Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6, 14) … Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1, 17s) …
É pela cruz que a morte foi morta e Adão restituído à vida. É pela cruz que todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos santificados. É pela cruz que fomos reconduzidos como as ovelhas de Cristo, e fomos reunidos no redil do alto.
Fonte:
O Evangelho Cotidiano
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