sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

1ª Sexta-feira do Triodion

Quinta-feira do Publicano e do Fariseu
26 de Fevereiro de 2016 (CC) - 13 de Fevereiro (CE)
São Martiniano de Cesaréia, monge; 
Santas Zoê e Fotini († fim do séc. IV)
Modo 5  



Ainda muito jovem, São Martiniano estabeleceu-se no deserto, próximo a Cesaréia, na Palestina. Seu jovem corpo era atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as tentações diabólicas que eram vencidas através dos freqüentes jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos. Graças a sua continência, uma prostituta chamada Zoê, que veio especialmente para tentá-lo, se converteu à santidade. 
Certa vez ele pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Martiniano orientou então que ela fosse ao Monastério de Santa Paula, em Belém. Lá, Zoê viveu durante 12 anos até seu falecimento, esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o último dia de sua vida, Zoê não bebia vinho e se alimentava de pão e água, dormindo no chão. 
São Martiniano passou durante muitos anos em uma ilha desabitada; não tinha sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual confeccionava cestos. Nesta mesma ilha onde São Martiniano vivia, uma jovem, de nome Fotini, havia se refugiado após o naufrágio de seu barco, levada pelas ondas. Após recebê-la na ilha e evitar as tentações, São Martiniano foi para o mar e, por graça de Deus, alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante dois meses até chegar a Atenas onde faleceu em paz no ano 122. Santa Fotini ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento.



1 João 2:7-17

7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. 8 Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz. 9 Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. 10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço. 11 Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome. 13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. 14 Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno. 15 Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. 17 Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.

Marcos 14:3-9

3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo. 4 Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício do bálsamo?  5 Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela. 6 Jesus, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo. 7 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes. 8 ela fez o que pode; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. 9 Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.


COMENTÁRIO

São Tãeófano, o Recluso
O mundo passa, e a sua luxúria (I João 2:17). Quem não vê isto? Tudo em torno de nós passa: coisas, pessoas, eventos; e nós mesmos estamos passando. A concupiscência mundana também passa. Muito mal desfrutamos o prazer de satisfazer nossos desejos, e ambos passam: o prazer e o desejo. Aí nós buscamos outra coisa, e dá no mesmo; então perseguimos uma terceira coisa, e de novo o mesmo. Nada fica parado; tudo vem e vai. O que? Existe realmente algo constante constante ?! 

Há, diz o Apóstolo: aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (I João 2:17). Como o mundo, que é tão transitório, permanece? Porque Deus assim deseja que o mundo permaneça. A vontade de Deus é o fundamento inabalável e indestrutível do mundo. E o mesmo se dá entre as todas as pessoas que mantém-se firmes na vontade de Deus: permanece firme e forte ao mesmo tempo. Os pensamentos ficam inquietos quando estão perseguindo algo transitório. Mas assim que retomam à sua sobriedade e voltam para o caminho da vontade de Deus, os pensamentos e as intenções começam a se acalmar. Quando finalmente se consegue adquirir tal hábito e modo de vida, tudo o que tem, tanto dentro como fora, entra em calma harmonia e serena ordem. Tendo começado aqui, essa paz profunda e serenidade imperturbável vão se estender para a outra vida também, e lá permanecerão pela eternidade. 

Em meio à transitoriedade geral das coisas ao nosso redor, eis o que não é transitório e o que é constante dentro de nós: caminhar na vontade de Deus.

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