quarta-feira, 17 de agosto de 2016

9ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

17 de Agosto de 2016 (CC) / 04 de Agosto (CE)
Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso, 
Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dionísio, Constantino e Antonino (c. 250).
Jejum da Dormição
Modo 7





São Maximiliano era o filho do administrador da cidade Éfeso, e os outros seis jovens eram filhos de outros ilustres cidadãos de Éfeso.

Os jovens eram amigos desde a infância, e todos estavam cumprindo juntos o serviço militar.

Quando o imperador Décio (249-251) chegou a Éfeso, ordenou que todos os cidadãos fossem ofertar sacrifícios aos deuses pagãos, e que não o fizesse, sofreria com a tortura e a morte por execução.

Através de uma denúncia os sete jovens de Éfeso foram convocados para responder às acusações.

Em pé perante o imperador, os sete jovens confessaram a sua fé em Cristo.

Imediatamente as divisas militares dos jovens foram tomadas deles. Décio considerou que os expulsando do exército os faria abandonar a fé pelo desejo de voltarem as campanhas militares.

No entanto, os jovens fugiram da cidade e se esconderam em uma caverna no Monte Okhlonos, onde passaram seu tempo em oração, preparando-se para o martírio.

O mais novo deles, São Jâmblico, se vestiu com roupas de mendigo, entrou na cidade para comprar pão.

Em uma dessas viagens para a cidade, ouviu que o imperador estava os procurando para os levar a julgamento.

São Maximiliano exortou seus companheiros a sairem da caverna e bravamente aparecer no julgamento.

Contudo, ao descobrir o esconderijo dos rapazes, o imperador deu ordens para vedar a entrada da caverna com pedras, para que os rapazes morressem de fome e de sede.

Pela obra de dois cristãos desconhecidos (muitos viviam a ocultar a sua fé, para escapar do martírio), no desejo de preservar a memória dos santos, instalou entre as pedras um recipiente lacrado, no qual foram localizados dois feixes de estanho. Nelas estavam inscritos os nomes dos sete jovens e os detalhes do seu sofrimento e morte.

Mas o Senhor submeteu os jovens a uma especie de adormecimento milagroso, que os fez dormir por quase dois séculos.

Após esse tempo as perseguições contra os cristãos tinham cessado.

No entanto, durante o reinado do Santo imperador Teodósio , o Jovem (408-450) tenham surgido hereges que rejeitavam a crença na ressurreição dos mortos e na Segunda Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Alguns deles disseram: "Como pode haver uma ressurreição dos mortos, quando não haveria nem alma, nem o corpo, uma vez que foram desintegrados?"

Outros afirmavam: "Somente as almas poderiam ser restauradas, uma vez que é impossível para corpos ressurgir e viver depois de mil anos, quando até mesmo a poeira deles não existe mais".

O Senhor, portanto, revelou o mistério da Ressurreição dos Mortos e da vida futura através de seus sete jovens de Éfeso.

Um mestre de obras que trabalhava nas proximidades do monte Okhlonos descobriu a construção de pedra, e os seus trabalhadores abriram as passagens para a caverna.

O Senhor havia mantido vivo os jovens, e eles como que se despertassem de seu sono habitual, sem suspeitar que haviam adormecido por quase 200 anos !

Seus corpos e roupas estavam intactos, sem qualquer sinal da passagem do tempo !

Preparando-se para aceitar a tortura, os jovens confiaram a São Jâmblico a ida novamente a cidade para comprar pão para que eles pudessem se apresentar para o martírio com boa disposição física.

No caminho para a cidade, o jovem foi surpreendido ao ver o Santa Cruz gravada nos portões das casas.

E ouviu o nome de Jesus ser pronunciado livremente pelas pessoas nas ruas, e nisso começou a duvidar de que ele estava se aproximando de sua própria cidade.

Ao comprar o pão, o jovem deu uma moeda ao padeiro com a imagem do imperador Décio gravada nela.

Naquele tempo havia uma horda de criminosos, usando dinheiro velho para enganar comerciantes. E nisso São Jâmblico foi detido como suspeito de fazer parte do grupo de falsários, e foi levado ao administrador da cidade, que naquele momento era o Bispo de Éfeso.

Ao ouvir as respostas desconcertantes do jovem (contando que era um habitante da Efeso dos tempos do imperador Décio), o Bispo percebeu que Deus estava revelando por meio daquele jovem algum tipo de mistério, e nisso partiu, junto com uma comitiva , para a tal caverna, na qual estariam os outros 6 jovens.

Na entrada da caverna, o bispo encontrou o recipiente fechado e o abriu. Ele então leu o que estava gravado nos feixes de estanho : os nomes dos sete jovens e os detalhes da vedação da caverna sob as ordens do imperador Décio.

Ao adentrar na caverna e ver os jovens vivos, todos da comitiva se alegraram e perceberam que o Senhor, através do despertar dos jovens, após um longo sono, estava revelando à Igreja o mistério da Ressurreição dos Mortos.

Posteriormente, o próprio imperador chegou a Éfeso e conversou com os jovens.

Contudo, após algum tempo da revelação, os jovens santos , diante de todos, deitaram no chão e voltaram a adormecer, desta vez até a Ressurreição de todos, no Dia do Juízo.

O imperador desejava colocar cada um dos jovens em um caixão coberto de jóias, mas os santos apareceram ao imperador em um sonho, pedindo que seus corpos fossem deixados na caverna.

No século XII o peregrino russo Higumeno Daniel visitou a caverna na qual permaneciam adormecidos os sete jovens santos.

Além do dia 04 de Agosto, os Sete Santos Jovens adormecidos de Éfeso são comemorados no dia 22 de Outubro. A data de Agosto se refere ao dia nos quais eles adormeceram, e Outubro se refere ao despertar dos Santos.

Os jovens santos são mencionados também no serviço do Ano Novo Litúrgico, no dia 14 de Setembro.



1 Coríntios 13:4-14:5

4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. 1 Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. 3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 4 O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 5 Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que também intercede para que a igreja receba edificação.   

Mateus 20:1-16

1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha. 3 Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, 4 e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. 5 Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. 6 Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? 7 Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós para a vinha. 8 Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros. 9 Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um. 10 Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um. 11 E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: 12 Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor. 13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. 15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16 Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.   

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COMENTÁRIOS


Estes homens queriam trabalhar, porém ninguém os contratou; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram  o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência, e lhes pagou tanto como aos demais.  
Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido... Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde, e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é à hora undécima que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.  
Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno dele, e o que ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da mesma forma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do Rei. Tudo isto significa o Pãoda vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem. 
No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade, mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?  
Santo Efrém, (séc. IV) Diatessaron 15,15-17 
 

O Denário é a Vida Eterna  
Acabais de escutar a parábola evangélica dos trabalhadores da vinha, que encaixa perfeitamente com a presente estação. Pois agora nos encontramos na época da vindima material. E digo “material”, porque existe uma vindima “espiritual”, na qual Deus se alegra com os frutos de sua vinha. O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu para contratar trabalhadores para a sua vinha. 
o que significa esse gesto de pagar a diária começando pelos últimos? Não lemos em outra passagem do Evangelho que todos receberão simultaneamente a recompensa? De fato, lemos em outro texto do Evangelho que o rei dirá àqueles que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de meu Pai; herdai o reino que está preparado para vós desde a criação do mundo. Portanto, se todos receberão o denário ao mesmo tempo, como entender o que aqui se diz sobre que primeiro receberão a diária os contratados ao entardecer, e, por último, os do amanhecer? Se consigo explicar-me de modo que consigais entendê-lo, louvado seja Deus. Pois a ele deveis agradecer pelo que vos concede pela minha mão: porque o que vos dou não o dou de minha colheita.  
Se perguntas, por exemplo, quem dos dois trabalhadores recebeu o pagamento primeiro: o que o recebeu depois de uma hora de trabalho ou aquele que o recebeu depois de uma jornada laboral de doze horas, todos responderão que quem o recebeu ao final de somente uma hora, o recebeu antes daquele que o recebeu depois de doze horas. Assim, ainda que todos cobrassem ao mesmo tempo, contudo, como alguns receberam a diária ao final de uma hora e os outros depois de doze horas, diz-se que aqueles a receberam primeiro, posto que a receberam em breve espaço de tempo.  
Os primeiros justos como Abel, Noé, que são os chamados na primeira hora, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Posteriormente, outros justos depois deles, tais como Abraão, Isaac, Jacó e seus contemporâneos, chamados ao meio da manhã, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Outros justos: Moisés, Aarão e aqueles que com eles foram chamados ao meio-dia, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Depois deles, os santos profetas, chamados como ao cair da tarde, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Ao final do mundo, todos os cristãos, como os chamados à hora undécima, receberão juntamente com eles a felicidade da ressurreição. Todos a receberão ao mesmo tempo, porém observai após quanto tempo os primeiros a receberão. Portanto, se os primeiros chamados recebem a felicidade depois de tanto tempo, ao passo que nós a recebemos depois de um breve intervalo, mesmo que todos a recebamos simultaneamente, parece como se nós a recebêssemos primeiro, porque nossa recompensa não se fará esperar.  
No que se refere à retribuição, todos seremos iguais: os últimos como os primeiros, e os primeiros como os últimos, pois aquele denário é a vida eterna, e na vida eterna todos serão iguais. E apesar de que, conforme a diversidade de méritos, brilharão de forma diversa, no que se refere à vida eterna, ela será igual para todos. Não será mais longo para um e mais curto para outro o que em ambos os casos será sempiterno: o que não tem fim, não terá nem para ti nem para mim. Ali brilharão de forma diferente a castidade conjugal e a integridade virginal; um será o fruto das boas obras e a outra a coroa do martírio; porém, no que se refere a viver eternamente, nem este viverá mais que aquele, nem aquele mais do que este. Todos viverão uma vida sem fim, embora cada um com seu brilho e auréola peculiar. E aquele denário é a vida eterna.
Santo Agostinho (Séc. IV)


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