quinta-feira, 25 de agosto de 2016

10ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
25 de Agosto de 2016 (CC) / 12 de Agosto (CE)
Santos Mártires Fócio e Aniceto, († 305).
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Modo 8




Os santos mártires Fócio e Aniceto, seu sobrinho, eram naturais de Nicomédia da Bithynia. Quando Diocleciano (235-284) começou a planejar as perseguições aos cristãos, planejando criar na cidade uma praça de execução para pôr medo aos que se sentissem movidos à fé e, diante do senado, prioferiu insultos contra eles, Aniceto, que estava presente naquele momento, não só não se deixou intimidar como reagiu valorosamente, afirmando-se cristão e, dirigindo-se ao imperador disse: 
«Então pensas que agindo deste modo, pondo-se contra os cristãos e insultando-os com palavras desrespeitosas,  possas ter qualquer êxito? Saiba que os cristãos constituem hoje a porção mais sadia do Império Romano, e é impossível, até mesmo absurdo, que possam crer nos ídolos. Portanto, não importa as medidas que venhas a adotar contra os cristãos, o prejudicado serás tu. Quanto a eles, serão venerados como mártires». 
Diocleciano, furioso com as palavras de Aniceto, ordenou que ele fosse lançado como alimento a um feroz leão. No entanto, diante de Aniceto, o ímpeto selvagem do animal foi abrandado, e nenhum mal lhe causou. Houve depois um forte terremoto e muitas estátuas dos ídolos do templo de Hércules foram jogadas em pedaços ao chão, e muitos pereceram. 
Aniceto foi então preso a uma roda giratória e, por debaixo dela, acenderam fogo. Porém, uma vez mais foi preservado incólume, tendo a roda parado de girar e o fogo se apagado milagrosamente. Em seguida jogaram-no num forno com estanho em ebulição, mas o estanho se esfriou imediatamente e Deus o preservou para a edificação de muitos. 
Fócio então correu a abraçar seu tio. Os idólatras, ao verem o que se passava, amarraram os dois e os levaram à prisão.  Três dias depois, Diocleciano voltou a persuadi-los a prestarem culto aos seus ídolos, prometendo-lhes em troca glória e riquezas. Os santos responderam: 
«Que pereçam tua glória e tuas riquezas!» 
Foram então amarrados pelas pernas à cavalos selvagens e arrastados pela terra. Mais uma vez permaneceram ilesos. Finalmente, Diocleciano ordenou que fossem jogados numa grande fornalha.  E assim, entregaram suas almas a Deus.  Muitos outros cristãos, inspirados e encorajados pela vida dos santos Aniceto e Fócio, e com suas palavras: «somos cristãos!», morreram com esta mesma oração nos lábios. 
Os corpos dos santos Aniceto e Fócio foram preservados incólumes da ação do fogo, até mesmo seus cabelos. Vendo tudo isto, muitos, muitos pagãos abandonaram seus cultos idólatras aderindo à fé em Cristo. Isto se deu no ano 305.



2 Coríntios 1:1-7

1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acáia: 2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, 4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. 5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. 6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; 7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação. 

Mateus 21:43-46

43 Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. 44 E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó. 45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava. 46 E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.


† † †


COMENTÁRIO 


“Ai da Alma Na Qual Não Habita Cristo!”


Assim como Deus em outro tempo, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta de seus inimigos e seus adversários os submeteram, de maneira que já não restaram nela nem festas nem sacrifícios; assim também agora, encolerizado contra a alma que viola os seus mandatos, a entrega em poder dos mesmos inimigos que a seduziram até torná-la feia.

E da mesma forma que uma casa, se não habita nela seu dono, se cobre de trevas, de ignomínia e de afronta, e fica toda cheia de sujeira e imundície; assim também a alma, privada de seu Senhor e da presença alegre de seus anjos, fica repleta das trevas do pecado, da fealdade das paixões e de todo tipo de desonra.

Ai do caminho pelo qual ninguém passa, e no qual não se ouve nenhuma voz humana, porque se torna asilo de animais! Ai da alma pela qual o Senhor não caminha, nem afugenta dela com a sua voz as bestas espirituais da maldade! Ai da casa na qual não habita o seu dono! Ai da terra privada de colono que a cultive! Ai do barco privado de piloto, porque, acometido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não traz em si o verdadeiro piloto, Cristo, porque, colocada em um cruel mar de trevas, sacudida pelas ondas de suas paixões e atacada pelos espíritos malignos como por uma tempestade de inverno, acabará naufragando!

Ai da alma privada do cultivo dedicado de Cristo, que é aquele que lhe faz produzir os bons frutos do Espírito, porque, encontrando-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada e cheia dos maus odores de suas paixões, torna-se hospedagem de todos os vícios!

Assim como o colono, quando se dispõe a cultivar a terra, necessita dos instrumentos e vestes apropriados, assim também Cristo, o rei celestial e verdadeiro agricultor, ao visitar a humanidade desolada pelo pecado, tendo-se revestido de um corpo humano e levando a cruz como instrumento, cultivou a alma abandonada, arrancou dela os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extraiu a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda a erva má; e, tendo-a assim trabalhado incansavelmente com o madeiro da cruz, plantou nela o belíssimo horto do Espírito: horto que produz para Deus, seu Senhor, um fruto agradável e suavíssimo.


São Macário, o Grande (séc. IV)

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