segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

33ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

15 de Janeiro de 2018 (CC) 02 de Janeiro (CE)
São Silvestre Papa de Roma; São Serafim de Sarov; Santa Juliana de Lazarevo
Modo 7



Silvestre nasceu em Roma, e desde sua juventude teve instrução secular e na fé de Cristo. Ele sempre conduziu sua vida de acordo com os mandamentos do Evangelho. Beneficiou-se muito da instrução de Timóteo, o Sacerdote, cuja morte por causa da Fé fora testemunhada pelo próprio Silvestre. Observando o exemplo do sacrifício heroico de seu professor, foi imbuído com tal espírito durante toda a sua vida. Tornando-se bispo de Roma aos trinta anos, Silvestre reformou certos costumes cristãos. Por exemplo: Ele dispensou o jejum aos sábados, praticado por muitos cristãos até então, e ordenou que o jejum fosse observado somente no Sábado Santo e Grande, assim como nos sábados que caíam nas temporadas de jejum. Por suas orações e milagres, Silvestre ajudou a trazer o Imperador Constantino e sua mãe Helena à verdadeira Fé e ao batismo. Com a imperatriz Helena participou na busca da Honorável Cruz. Ele governou a Igreja de Deus por vinte anos. Sua vida terrena terminou honradamente e entrou no Reino Celestial.

São Serafim de Sarov 
Nasceu em 1759 em Kursk, na Rússia como Prokhor Moshnin. Filho de um construtor, tendo uma educação de classe média. Embora estudioso em sua juventude (o que lhe garantia um futuro brilhante), foi capaz de se candidatar a monge, em Sarov, com o nome de Serafim, e passava os dias a estudar as Escrituras e outros escritos antigos da Igreja. Ficou muito doente e acamado de 1780 a 1783, mas continuou seus estudos mesmo na cama e recebeu várias aparições da Virgem Maria em 1793. Serafim celebrava a Liturgia diariamente, o que era não comum no seu tempo. Em 1794 se tornou um eremita na floresta perto do monastério de Sarov, onde passou 16 anos. 
Em 1804 apanhou muito, com o seu machado, de ladrões que o deixaram para morrer. Serafim se arrastou por horas até o mosteiro; ficou 5 meses se recuperando e passou o resto de sua vida se apoiando em uma bengala para caminhar. Ele viveu no topo de uma pedra, e mais tarde numa cela por ele construída com paredes sem janelas. Convidado para ser o Abade da Abadia de Sarov, em 1807, não aceitou e passou 3 anos sem falar uma palavra como auto penitencia. 
Em 1810 sua saúde se deteriorou a ponto de não conseguir viver na floresta, e  teve de retornar para a Abadia de Sarov, e lá viveu como ermita em sua cela. 
Em 1832 teve uma visão da Vigem Maria na qual lhe dizia para retornar ao  mundo e oferecer aos outros o benefício de sua sabedoria. São Serafim atraiu seguidores e discípulos, e passou a ser chamado de “Starets”, que em russo significa "mestre (pai) espiritual". Ensinou monges e monjas. Vários dos seus ensinamentos foram publicados no Ocidente e no Mosteiro de Diveyev,  onde  teve uma visão que foi presenciada pelas monjas do Mosteiro. 
Entre um sem número de curas que efetuava apenas com sua benção, ele curou Nicholau Motovilov. Esta cura foi notável porque fez com que o beneficiário escrevesse as conversas que ele teve com São Serafim, uma delas na presença do Divino Espírito Santo. Este trabalho foi publicado em inglês em varias edições.  Em uma de suas narrativas, Motovilov fala de como São Serafim, pela graça do Espírito Santo, fora transfigurado em sua presença, onde seu o corpo do santo se transformara em pura luz Divina - um fenômeno presenciado em homens e mulheres santas, tanto no Ocidente como no Oriente: 
«Uma radiação espiritual que se manifestava como uma luz cegante, o rodeava», escreveu Motovilov. 
Em seus ensinamentos, Serafim enfatizava ser o Espírito Santo a Fonte de luz que transfigurava a alma dos místicos. Ele também ensinava a importância do servir e da pobreza. Em janeiro de 1833, foi encontrado morto no chão de sua cela com suas roupas queimadas por uma vela que havia caído de suas mãos e com a face voltada para o ícone da Virgem na parede de sua cela. Foi canonizado em 1903 pela Igreja Ortodoxa Russa.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Pedro 2:21-3:9

21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. 22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano; 23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; 24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 25 Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas. 1 Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres, 2 considerando a vossa vida casta, em temor. 3 O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de joias de ouro, ou o luxo dos vestidos, 4 mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é de grande estima diante de Deus. 5 Porque assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam submissas a seus maridos; 6 como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto. 7 Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações. 8 Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes, 9 não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção.

Marcos 1:1-8

1 Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus; 2 Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3 Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. 4 Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. 5 E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6 E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. 7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. 8 Eu, em verdade, tenho-vos batizado com o Espírito Santo.



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REFLEXÃO

“O Que Deus Te Pede? Sua Imagem”

Buscas a imagem de Deus? Você a tem em si mesmo; o artífice não pode fazer a imagem de Deus, mas Deus pode fazer uma imagem de si mesmo. Não fez outro distinto de ti mesmo, mas que te fez a ti a sua imagem. Adorando, pois, a imagem de homem que o artífice fez, profana a imagem de Deus, que Deus imprimiu em ti mesmo. Portanto, quando te chama para que voltes, quer devolver-te aquela imagem que tu, esfregando-a em certo modo com a ambição terrena, perdeste e obscureceste.

Daqui procede, irmãos, que Deus busque a sua imagem em nós. Isto foi o que recordou àqueles judeus que lhe apresentaram uma moeda. Quando lhe disseram: Senhor, é lícito pagar tributo a César?, sua primeira intenção era lhe tentar; se dizia “é lícito”, seria acusado de querer que Israel vivesse sob maldição, ao querer que estivesse submetido a tributo, que estivesse sob o jugo de outro rei e pagasse impostos; se, porém, dizia “não é lícito pagar tributo”, lhe acusariam de ordenar algo contra o César e de ser o causante de que não pagassem os impostos devidos enquanto povo submetido.

Conheceu que lhe tentavam; conheceu, por assim dizer, a verdade para a falsidade e com poucas palavras deixou exposta a mentira procedente da boca dos mentirosos. Não emitiu a sentença contra eles por sua boca, mas deixou que eles mesmos a emitissem contra si, segundo o que está escrito: Por tuas palavras serás declarado justo e por elas declarado inocente. Por que me tentais, hipócritas? Ele lhes disse.

Mostrai-me a moeda. Mostraram-na para ele. De quem, disse, é a imagem e a inscrição? Responderam: De César. E ele: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Como César busca a sua imagem em sua moeda, assim Deus busca a sua em tua alma. Dai a César, disse, o que é de César. O que César te pede? Sua imagem. O que Deus te pede? Sua imagem. Porém, a do César está na moeda, a de Deus está em ti. Se alguma vez perdes uma moeda, choras porque perdeste a imagem do César; e não choras quando adoras um ídolo sabendo que fazes uma injúria à imagem de Deus que reside em ti?


Agostinho, bispo de Hypona (séc. V)

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“Entregar a Deus a sua imagem intacta em nós”

Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. O pintor desta imagem é o Filho de Deus. E por tratar-se de pintor tão grandioso e perito, sua imagem pode se tornar feia pela negligência, mas não apagada pela malícia. Pois a imagem de Deus permanece sempre em ti, mesmo quando tu mesmo sobreponhas à imagem do homem terreno. Esta imagem do homem terreno, que Deus não esboçou em ti, tu mesmo te vais pintando através das variadas escalas de tipos de malícia, como uma combinação de diversas cores.

Por isso temos de suplicar àquele que diz pela boca do profeta: Dissipei tuas rebeliões como névoa; os teus pecados como nuvem. E quando tiver apagado em ti todas estas cores procedentes das fraudes da malícia, então resplandecerá em ti a imagem criada por Deus. Já percebes como as Sagradas Escrituras comparam formas e figuras mediante as quais a alma aprenda a conhecer-se e a purificar-se a si mesma.

Queres contemplar ainda esta imagem a partir de outra perspectiva? Existem cartas que Deus escreve e cartas que nós escrevemos. As cartas do pecado nós as escrevemos. Escuta como se expressa o apóstolo: Cancelou – disse – o documento que nos condenava com suas cláusulas e era contra nós; aboliu-o definitivamente, cravando-o na cruz. Isto que o apóstolo chama documento, foi a caução de nossos pecados. Porque cada um de nós é devedor daquilo em que delinque e escreve a carta de seus pecados. Pois, no juízo de Deus – cuja abertura descreve Daniel –, diz que os livros se abriram: sem dúvida aqueles livros que contêm os pecados dos homens.

Estes livros nós os escrevemos com as culpas que cometemos. Disto concluímos que as nossas cartas são escritas pelo pecado; as de Deus pela justiça. Assim, de fato, o afirma o apóstolo: Vós sois uma carta, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações. Tens, pois, a carta de Deus em ti, e a carta do Espírito Santo. Mas se pecas, tu mesmo assinas o documento do pecado.

Porém, observa como ao aproximar-te somente uma vez da cruz de Cristo e da graça do batismo, teu documento foi cravado na cruz e apagado na fonte batismal. Não voltes a escrever novamente o que foi apagado, nem restaures o que foi abolido; conserva em ti unicamente a carta de Deus; que permaneça em ti a Escritura do Espírito Santo.


Orígenes (séc. III)

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