sexta-feira, 17 de agosto de 2018

12ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

17 de Agosto 2018 (CC) / 04 de Agosto (CE)
Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso, 
Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dionísio, Constantino e Antonino († 250).
jejum da Dormição
Modo 2



São Maximiliano era o filho do administrador da cidade Éfeso, e os outros seis jovens eram filhos de outros ilustres cidadãos de Éfeso.

Os jovens eram amigos desde a infância, e todos estavam cumprindo juntos o serviço militar.

Quando o imperador Décio (249-251) chegou a Éfeso, ordenou que todos os cidadãos fossem ofertar sacrifícios aos deuses pagãos, e que não o fizesse, sofreria com a tortura e a morte por execução.

Através de uma denúncia os sete jovens de Éfeso foram convocados para responder às acusações.

Em pé perante o imperador, os sete jovens confessaram a sua fé em Cristo.

Imediatamente as divisas militares dos jovens foram tomadas deles. Décio considerou que os expulsando do exército os faria abandonar a fé pelo desejo de voltarem as campanhas militares.

No entanto, os jovens fugiram da cidade e se esconderam em uma caverna no Monte Okhlonos, onde passaram seu tempo em oração, preparando-se para o martírio.

O mais novo deles, São Jâmblico, se vestiu com roupas de mendigo, entrou na cidade para comprar pão.

Em uma dessas viagens para a cidade, ouviu que o imperador estava os procurando para os levar a julgamento.

São Maximiliano exortou seus companheiros a sairem da caverna e bravamente aparecer no julgamento.

Contudo, ao descobrir o esconderijo dos rapazes, o imperador deu ordens para vedar a entrada da caverna com pedras, para que os rapazes morressem de fome e de sede.

Pela obra de dois cristãos desconhecidos (muitos viviam a ocultar a sua fé, para escapar do martírio), no desejo de preservar a memória dos santos, instalou entre as pedras um recipiente lacrado, no qual foram localizados dois feixes de estanho. Nelas estavam inscritos os nomes dos sete jovens e os detalhes do seu sofrimento e morte.

Mas o Senhor submeteu os jovens a uma especie de adormecimento milagroso, que os fez dormir por quase dois séculos.

Após esse tempo as perseguições contra os cristãos tinham cessado.

No entanto, durante o reinado do Santo imperador Teodósio, o Jovem (408-450) tenham surgido hereges que rejeitavam a crença na ressurreição dos mortos e na Segunda Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Alguns deles disseram: "Como pode haver uma ressurreição dos mortos, quando não haveria nem alma, nem o corpo, uma vez que foram desintegrados?"

Outros afirmavam: "Somente as almas poderiam ser restauradas, uma vez que é impossível para corpos ressurgir e viver depois de mil anos, quando até mesmo a poeira deles não existe mais".

O Senhor, portanto, revelou o mistério da Ressurreição dos Mortos e da vida futura através de seus sete jovens de Éfeso.

Um mestre de obras que trabalhava nas proximidades do monte Okhlonos descobriu a construção de pedra, e os seus trabalhadores abriram as passagens para a caverna.

O Senhor havia mantido vivo os jovens, e eles como que se despertassem de seu sono habitual, sem suspeitar que haviam adormecido por quase 200 anos!

Seus corpos e roupas estavam intactos, sem qualquer sinal da passagem do tempo!

Preparando-se para aceitar a tortura, os jovens confiaram a São Jâmblico a ida novamente a cidade para comprar pão para que eles pudessem se apresentar para o martírio com boa disposição física.

No caminho para a cidade, o jovem foi surpreendido ao ver o Santa Cruz gravada nos portões das casas.

E ouviu o nome de Jesus ser pronunciado livremente pelas pessoas nas ruas, e nisso começou a duvidar de que ele estava se aproximando de sua própria cidade.

Ao comprar o pão, o jovem deu uma moeda ao padeiro com a imagem do imperador Décio gravada nela.

Naquele tempo havia uma horda de criminosos, usando dinheiro velho para enganar comerciantes. E nisso São Jâmblico foi detido como suspeito de fazer parte do grupo de falsários, e foi levado ao administrador da cidade, que naquele momento era o Bispo de Éfeso.

Ao ouvir as respostas desconcertantes do jovem (contando que era um habitante da Efeso dos tempos do imperador Décio), o Bispo percebeu que Deus estava revelando por meio daquele jovem algum tipo de mistério, e nisso partiu, junto com uma comitiva, para a tal caverna, na qual estariam os outros 6 jovens.

Na entrada da caverna, o bispo encontrou o recipiente fechado e o abriu. Ele então leu o que estava gravado nos feixes de estanho: os nomes dos sete jovens e os detalhes da vedação da caverna sob as ordens do imperador Décio.

Ao adentrar na caverna e ver os jovens vivos, todos da comitiva se alegraram e perceberam que o Senhor, através do despertar dos jovens, após um longo sono, estava revelando à Igreja o mistério da Ressurreição dos Mortos.

Posteriormente, o próprio imperador chegou a Éfeso e conversou com os jovens.

Contudo, após algum tempo da revelação, os jovens santos, diante de todos, deitaram no chão e voltaram a adormecer, desta vez até a Ressurreição de todos, no Dia do Juízo.

O imperador desejava colocar cada um dos jovens em um caixão coberto de jóias, mas os santos apareceram ao imperador em um sonho, pedindo que seus corpos fossem deixados na caverna.

No século XII o peregrino russo Higumeno Daniel visitou a caverna na qual permaneciam adormecidos os sete jovens santos.

Além do dia 04 de Agosto, os Sete Santos Jovens adormecidos de Éfeso são comemorados no dia 22 de Outubro. A data de Agosto se refere ao dia nos quais eles adormeceram, e Outubro se refere ao despertar dos Santos.

Os jovens santos são mencionados também no serviço do Ano Novo Litúrgico, no dia 14 de Setembro.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 7:10-16

10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte. 11 Pois vêde quanto cuidado não produziu em vós isto mesmo, o serdes contristados segundo Deus! sim, que defesa própria, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo provastes estar inocentes nesse negócio. 12 Portanto, ainda que vos escrevi, não foi por causa do que fez o mal, nem por causa do que o sofreu, mas para que fosse manifesto, diante de Deus, o vosso grande cuidado por nós. 13 Por isso temos sido consolados. E em nossa consolação nos alegramos ainda muito mais pela alegria de Tito, porque o seu espírito tem sido recreado por vós todos. 14 Porque, se em alguma coisa me gloriei de vós para com ele, não fiquei envergonhado; mas como vos dissemos tudo com verdade, assim também o louvor que de vós fizemos a Tito se achou verdadeiro. 15 E o seu entranhável afeto para convosco é mais abundante, lembrando-se da obediência de vós todos, e de como o recebestes com temor e tremor. 16 Regozijo-me porque em tudo tenho confiança em vós.

Marcos 2:18-22

18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando; e foram perguntar-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados às núpcias, enquanto está com eles o noivo? Enquanto têm consigo o noivo não podem jejuar; 20 dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo; nesses dias, sim hão de jejuar. 21 Ninguém cose remendo de pano novo em vestido velho; do contrário o remendo novo tira parte do velho, e torna-se maior a rotura. 22 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo romperá os odres, e perder-se-á o vinho e também os odres; mas deita-se vinho novo em odres novos.
† † †

REFLEXÃO

«ENTÃO JEJUARÃO»

«Dias virão em que o Esposo lhes será retirado; então jejuarão.» Pois que o Esposo nos foi retirado, é, para nós, tempo de tristeza e de lágrimas. Este Esposo «é mais belo que todos os filhos dos homens; a graça escorre nos seus lábios» (Sl 44,3) e, contudo na mão dos seus carrascos, perdeu todo o brilho, toda a beleza, e foi arrancado à terra dos vivos (Is 53, 2-8). Ora o nosso luto é justo se ardemos de desejo de O ver. Felizes dos que, antes da Sua Paixão, puderam gozar da Sua presença, interrogá-Lo como queriam e escutá-lo como se devia... Quanto a nós, assistimos agora ao cumprimento daquilo que Ele disse: «dias virão em que desejareis apenas ver um dos dias do Filho do homem, mas não o vereis» (Luc 17,22)...

«As minhas lágrimas tornaram-se o meu alimento, dia e noite, enquanto me diziam sem cessar: “onde está o teu Deus?"» (Sl 41,4).

Quem não diria com o rei profeta: Cremos n' Ele, sem dúvida, sentado já à direita do Pai, mas enquanto estivermos neste corpo, estamos longe d' Ele (2 Cor 5,6), e não podemos mostrá-Lo àqueles que duvidam da sua existência e, mesmo quem a nega dizendo: «Onde está o teu Deus?»...

«Um pouco mais de tempo ainda, dizia o Senhor aos Seus discípulos, e não me vereis mais» (João 16,19). Agora é a hora acerca da qual Ele disse: «Vós estareis na tristeza, mas o mundo estará na alegria»... Mas, acrescenta ele, «voltarei a ver-vos e o vosso coração alegrar-se-á, e ninguém vos retirará a vossa alegria» (v. 20). A esperança que nos dá assim, Aquele que É fiel nas suas promessas não nos deixa, desde agora, sem nenhuma alegria – até que venha a alegria sobreabundaste do dia em que nos tornaremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como é (1Jo 3,2)... «Uma mulher que vai dar à luz (diz Nosso Senhor), sofre, porque chegou a sua hora, mas quando o filho nasce, experimenta uma grande alegria, porque um ser humano veio ao mundo» (João 16,21). É esta alegria que ninguém poderá tirar-nos, e da qual estaremos cheios, logo que passemos da concepção presente da fé à luz eterna. Jejuemos, pois, agora, e rezemos, porque estamos ainda no dia do parto.
Agostinho, Bispo de Hipona.

† † †

QUANDO E COMO JEJUAR

Quando é que os discípulos de Cristo devem jejuar? Quando o Noivo estiver ausente. Embora realmente presente em Espírito entre nós, já por dois mil anos ausente fisicamente. O Noivo nos foi retirado, embora não nos tenha deixado órfãos.

O jejum, conforme ensina a Santa Tradição, além de simbolizar o luto ou arrependimento pelos pecados cometidos, também é um exercício de privação do apetite, dos desejos por saciedade e do prazer oral. Esta privação não é um exercício “de dor pela dor”, mas um treinamento de fortalecimento da nossa capacidade de resistir aos apelos do corpo, fortalecendo a nossa vontade em agradar a Deus, que se acha enfraquecida pelo pecado, o qual se apodera de nós por meio dos apelos da carne, ou seja, é um combate aos obstáculos que se interpõem em nossa jornada para Deus. Não é meritório, e sim, terapêutico; não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta em que nos torna aptos para sermos moldados pelo Espírito na imagem (semelhança), do Senhor (2 Cor. 3: 17-18).

Como deve ser praticado o jejum? Primeiramente, como nos ensina o Senhor Jesus Cristo, de forma oculta, usando toda discrição possível para que as pessoas não percebam que estamos jejuando.

Em segundo lugar praticando-o, conforme as nossas forças e de acordo com as circunstâncias. Existem três tipos de jejuns: o rigoroso, o estrito e o moderado. O jejum rigoroso diz respeito a uma total abstinência de comida e bebida, inclusive água. O jejum estrito corresponde à abstinência total de comidas e bebidas, podendo, no entanto, beber água.  E, por fim, o jejum moderado, que consiste numa abstinência de ingestão de produtos animais (carnes, lacticínios e derivados) como também de bebida forte.

Os dois primeiros tipos de jejuns são altamente impróprios para as pessoas desacostumadas a esta pratica, principalmente àquelas que habitam os grandes centros urbanos e necessitam empreender trabalhos diários, vivendo sob forte e constante tensão. Estes dois tipos de jejuns são próprios aos monges e monjas. O terceiro tipo de jejum - quando tiver de ser realizado por um longo período (tal como os períodos Quaresmais), deve ser feito sob a orientação de alguém já experiente. As pessoas com problemas de saúde ou sob tratamento médico devem se abster de jejuar, pois afinal de contas, não é a comida e nem a bebida que nos recomenda perante Deus (1 Cor. 8:8; Col. 2:16).

A Santa Tradição prescreve a todos os Cristãos Ortodoxos um jejum moderado (salvo em ocasiões especiais e próprias) duas vezes por semana (às quartas-feiras e às sextas-feiras); além de um jejum parcial a partir da meia noite do sábado até o final da Divina Liturgia (a qual é celebrada aos domingos pela manhã), a fim de que os preciosos Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam as primícias de nossa alimentação.
Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

Como a corça suspira pelas correntes de água, assim minha alma suspira por ti, meu Deus. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei para ver a face de Deus? As lágrimas são meu pão, dia e noite, enquanto me repetem, todo o dia: “Onde está o teu Deus?” De dia o Senhor use de misericórdia! De noite cantarei uma prece a Deus, que é minha vida. Por que estás abatida, ó minha alma, e gemes dentro de mim? Espera em Deus! Ainda o aclamarei: “Salvação da minha face e meu Deus!”.
Salmo 41(42): 2-4,9,12

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