20 de Fevereiro de 2019 (CC) - 07 de Fevereiro (CE)
São Partênio Bispo de Lampsaco; Venerável Lucas de Stryon († 953);
1003 Mártires de Nicomedia.; Aule, Eremita. Teopemptos e seus companheiros Mártires; George, o Novo Mártir de Creta; Ricardo, Rei de Wessex.
Modo 5
São Partênio, filho de um bom homem chamado Cristódulo, era originário de Melitópolis. Pouco conhecedor das letras humanas, era, em compensação, versadíssimo nas Escrituras Santas. Condoído com a sorte dos pobres, ainda jovem se fez pescador. Toda a tarde, religiosamente, era visto pela cidade a vender o produto do trabalho diário, cujo apurado, totalmente, distribuía à pobreza.
Deus principiou a operar milagres por intermédio daquela santa alma, quando Partênio completou dezoito anos. Livrando do espírito impuro muitos possuídos pelo demônio, Partênio foi chamado pelo bispo de Melitópolis e feito sacerdote. Ordenado padre, ficou encarregado de visitar as ovelhas do rebanho do bom bispo. Foi numa dessas visitas que, encontrando-se com um cão raivoso, o matou tão somente, fazendo o sinal da cruz, diante do animal que lhe saltava ao pescoço, selvagemente. O bispo de Cízica, Áscolo, fê-lo bispo de Lâmpsaco, lugar em que a população era quase totalmente pagã. Pelas orações e instruções, principalmente pelos milagres ali operados, o santo converteu a cidade inteira.
Um dia, determinando usar uma grande pedra que pertencera a um dos templos dos idólatras de Lâmpsaco, ordenou a transportassem para a igreja que fervorosamente levantava na cidade. Entre os homens que se incumbiram da remoção da enorme peça estava um operário chamado Eutiquiano. Esse Eutiquiano, posta a pedra no carro, foi, em dado momento, escorregando, por-se debaixo das rodas. Amassado, morreu na hora. Quando Partênio soube do sucedido, ficou emocionadíssimo, e, atribuindo-o a uma investida do demônio, correu ao local do acidente, encontrando o homem morto. Ajoelhando-se-lhe ao lado, ergeu os olhos para o céu e dirigiu, a chorar, uma fervente prece ao Senhor. Terminada a oração, Eutiquiano voltou à vida. Sentado, olhava para um e para outro, sem saber o que lhe havia sucedido.
Conta-se também de São Partênio que, em Hecléia, metrópole da Trácia, ao visitar o bispo Hipatiano, encontrou-o gravemente doente. No mesmo instante, por revelação divina, descobriu a causa do mal do prelado: a avareza.
«Tua doença, disse a Hipatiano, não te vem do corpo, mas da alma».
«Da alma»? Pergunta o prelado debilmente. «Mas, como»?
«Sim», confirmou Partênio. «É a avareza que te corrói, pouco a pouco. E, se quiseres recuperar a saúde toda ela, restituiu a Deus todos os bens dos pobres, que conservas».
O bispo, chamado o ecônomo, deu-lhe ordens para distribuir à pobreza tudo o que ferrenhamente guardava.
«Não, tornou o Santo. Tu mesmo é que deverás fazê-lo».
«Mas», tornou o doente prelado, sinto-me sem forças. «Como deixarei este leito, tão fraco estou»?
«Não te sentirás fraco amanhã», sentenciou São Partênio, convictamente. «Manda que, amanhã de manhã, toda a pobreza se reúna na igreja de Santa Glicéria e vai cumprir o dever».
Hipatiano, no dia seguinte, fez-se transportar para a igreja. E, à medida que se livrava dos bens que conservava, ia recuperando, milagrosamente, as forças que o haviam abandonado. Três dias depois, estava toda a saúde de outrora. Quando São Partênio morreu, aquele bispo, em companhia doutros prelados, prestou-lhes os últimos deveres.
Comemoração de São Lucas
São Lucas nasceu no verão do ano 896. Seus pais, Estevão e Efrosina, eram naturais de Egina, mudando-se logo depois para Foquita, na Tessália. Lucas era o terceiro de sete irmãos. Foi um menino piedoso e obediente e, desde muito cedo, recebeu o encargo de cuidar das ovelhas e cultivar o campo. Ainda criança, deixava de comer para alimentar os famintos e, algumas vezes, chegou a tirar suas próprias roupas para vestir os mendigos. Em época de semear os campos, espalhava boa parte das sementes nas terras dos pobres. Era notório que Deus abençoava a colheita de seu pai com a abundância.
Depois da morte de Estevão, seu pai, Lucas deixou seu trabalho nos campos e, por algum tempo, dedicou-se à contemplação. Sentia-se chamado à vida religiosa e, numa certa ocasião, partiu de Tessália em busca de um monastério onde pudesse viver. No entanto, foi capturado por soldados que o confundiram com um escravo fugitivo. Tendo sido interrogado, disse que era um servo de Cristo e que havia empreendido aquela viagem por devoção. Mas os soldados não deram crédito às suas palavras e o levaram para a prisão, tratando-o com muita crueldade.
Passado algum tempo, descobriram sua verdadeira identidade e o puseram em liberdade. Ao retornar para a sua casa, porém, foi recebido com escárnios e chacotas por sua fracassada fuga. Mesmo que conservasse sua decisão de consagrar-se a Deus, seus parentes não queriam deixá-lo ir. Uns monges que estavam à caminho da Terra Santa, vindos de Roma, tendo recebido hospitalidade de Eufrosina, conseguiram convencê-la a deixar seu filho acompanhá-los até Atenas. Lucas entrou então para um monastério, mas não permitiram que permanecesse muito tempo. Certo dia, o superior lhe chamou, dando-lhe a entender que sua mãe lhe havia aparecido numa visão e que precisava muito dele, recomendando-lhe então que fosse ao seu encontro. Assim, pois, Lucas voltou para casa e foi recebido com surpresa e alegria.
Passados 4 meses, Eufrosina se convenceu de que seu filho era verdadeiramente vocacionado à vida religiosa, e já não se opôs a que seguisse seu caminho. Lucas então construiu uma eremitério perto de Corinto onde passou a viver. Tinha apenas 18 anos de idade, e já levava uma vida de incrível austeridade; passava noites inteiras em oração privando-se quase por completo do sono. Mesmo assim, mostrava-se alegre e caridoso, ainda que, frequentemente, precisasse enfrentar com muita força as tentações. Foi abundantemente agraciado por Deus, e por suas orações de intercessão operavam-se verdadeiros milagres, tanto antes como depois de sua morte. Foi um dos primeiros santos de quem se conta que foi visto se elevando do chão enquanto orava. A cela de São Lucas foi transformada num oratório depois de sua morte, e a chamaram “Soteno o Sterion" (lugar de curas).
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Pedro 3:1-18
1 Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero; 2 para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, dado mediante os vossos apóstolos; 3 sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, 4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. 5 Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; 6 pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; 7 mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios. 8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. 9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se. 10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas. 11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, 12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? 13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça. 14 Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e irrepreensível em paz; 15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; 16 como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição. 17 Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; 18 antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade.
Marcos 13:24-31
24 Mas naqueles dias, depois daquela tribulação, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; 25 as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus, serão abalados. 26 Então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória. 27 E logo enviará os seus anjos, e ajuntará os seus eleitos, desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu. 28 Da figueira, pois, aprendei a parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão. 29 Assim também vós, quando virdes sucederem essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas. 30 Em verdade vos digo que não passará esta geração, até que todas essas coisas aconteçam. 31 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.2)
† † †
MEDITAÇÃO
Santo Efrém, o Sírio (séc. IV)
“És, Senhor, a esperança de todos e a vida dos que morrem”
Lutador valente! O dia do juízo será o fim dos teus trabalhos; entraste no combate e saíste vitorioso, consumaste a carreira e guardaste firme a fé; o Filho de Deus recompensará os teus esforços: aquele dia será para ti dia de prêmio. Quando elevar-se o Oriente desde o alto do céu para redimir-nos das trevas do sepulcro, pede-lhe que as orações lhe sejam holocaustos e oblações gratíssimas; confia que ao vir o Senhor também ouvirás sua voz e ressuscitarás.
Filhos, recebei a doutrina de vosso pai, o testamento de sua herança: ambas procedem do Senhor e permanecerão para sempre. Com exceção de sua doutrina, tudo passa, tudo é efêmero: o mundo passa, passam as ilusões e os sofrimentos; somente perdura a vida naqueles que viveram bem e a assumiram como tempo de ganhar méritos. Esses, ao final dos séculos, buscarão o Rei, que virá majestoso. As coisas boas que nos ensinaram, estas não passam; dai-me, caríssimos, este consolo de que todos, todos, caminheis na verdade e na sã doutrina, pois assim, quando o esposo se tornar visível, eu também me alegrarei da felicidade de meus filhos.
Ai! Vejo-me obrigado a deixar todos os bens que juntei, até a veste, e nu e pobre partir deste mundo. Todas as riquezas em que abundava e a própria vida me abandonam: as honras, os tesouros ficam na padieira de meu mausoléu; não podem passar adiante, aonde colocam o seu dono. Meus parentes também partirão, me desprezarão. Somente o olhar-me lhes ofenderá; e minha mulher e meus filhos, ao ver-me despojado de minha primeira honra, no mesmo instante sairão, aterrados pelo vazio da noite que rodeará meu cadáver.
Ricos e poderosos, venham aqui e considerai qual é a transformação que se opera em tudo que é nosso, e qual seu paradeiro final... És, Senhor, a esperança de todos e a vida dos que morrem, ainda que para ti não estejam perdidos os que morrem, mas adormecidos... Pois, segundo isto, meu Deus, que me purifiques com a tua graça das máculas com que me sujou minha depravada natureza, não vão fechar-me a entrada de glória prometida à virtude.
O nascimento de nosso Rei invicto comoveu o orbe inteiro, e, admirado, correu atrás dele. Ressuscitou aos mortos, deu vista aos cegos, limpou os leprosos, venceu a morte e o demônio e assegurou a liberdade de nossa estirpe. Ele mesmo, morto e sepultado, saiu do sepulcro cheio de glória e claridade para voltar ao céu, à destra de seu Pai. Quando chegue a hora, descerá segunda vez ao mundo com grande majestade, rodeado das hostes dos espíritos celestiais. Então cumprirá a promessa feita no Evangelho e realizará a sua ascensão triunfante aos céus e dará para sempre a herança íntegra da bem-aventurança eterna.)
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