terça-feira, 24 de março de 2020

4ª Terça-feira da Grande Quaresma

24 de Março de 2020 (CC) / 11 de Março (CE)
São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém (†638)
Tom 7

Nascido em Damasco, Sofrônio dedicava-se tão intensamente aos estudos que por pouco não perdeu a visão. Aprofundou-se de tal modo na filosofia grega que recebeu o sobrenome de «o Sofista»  Com seu amigo, o célebre ermitão João Mosco, viajou pela Síria, Ásia Menor e Egito, onde recebeu as vestes monásticas no ano 580. Seu amigos o acompanharam, vivendo em comunidade com ele por vários anos na «Lavra» de São Savas e no monastério de São Teodósio, localizado próximo a Jerusalém. Seu desejo de santidade, mortificação, o levou a visitar os famosos ermitãos do Egito. 
Depois, com seus amigos, foi a Alexandria, onde o Patriarca São João, o Esmoleiro, lhes pediu que ficassem por dois anos em sua diocese para auxiliá-lo na reforma e combate às heresias. Foi lá que João Mosco escreveu sua obra «Prado Espiritual» que a dedicou a São Sofrônio. João faleceu no ano 620, em Roma, para onde havia viajado em peregrinação. Sofrônio retornou à Palestina e foi eleito Patriarca de Jerusalém, por sua sabedoria, piedade e ortodoxia de sua fé. Tomando posse da Sé de Jerusalém, convocou um sínodo dos bispos do Patriarcado para condenar a heresia monotelita e escreveu uma carta sinodal na que expunha e defendia a doutrina ortodoxa. Esta carta foi, posteriormente, ratificada pelo Sexto Concílio Ecumênico, chegando às mãos do Papa Honório e do Patriarca Sérgio de Constantinopla que havia aconselhado ao Papa que escrevesse em termos evasivos acerca da questão das duas vontades de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
Ao que parece, Honório não se pronunciou nunca sobre o problema; seu silêncio deu a impressão de que o Papa estava de acordo com os hereges. Sofrônio, percebendo que o imperador e muitos prelados do Oriente atacavam a verdadeira doutrina, sentiu-se chamado a defendê-la com maior zelo que nunca. Levou consigo Estêvão, bispo de dor, ao Monte Calvário, e lá jurou pela Crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pelas contas que deveria prestar a Deus no Dia do Juízo de «ir à Sé Apostólica, base de toda doutrina revelada, e importunar ao Papa até que se decidisse a examinar e condenar a nova doutrina». Estêvão obedeceu e permaneceu em Roma por dez anos, até que o Papa São Martim I condenou a heresia monotelita no Concílio de Latrão, no ano 649. Logo São Sofrônio teve de enfrentar-se com outras dificuldades. Os sarracenos indiram a Síria e a Palestina; Damasco havia caído em seu poder em 636; e Jerusalém em 638. O santo Patriarca fez o quanto pode para consolar e ajudar sua grei, arriscando para isso sua própria vida. Quando os muçulmanos sitiaram a cidade, São Sofrônio teve de pregar em Jerusalém seu sermão da Natividade já que lhe foi impossível ir a Belém naquelas circunstâncias. O santo fugiu depois da queda da cidade e, segundo parece, morreu pouco tempo depois, provavelmente em Alexandria.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Gênesis 9:8-17

8 E falou Deus, ainda, com Noé e seus filhos que estavam com ele, dizendo-lhes: 9 Eis que estabeleci a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós, 10 e com todas as criaturas que estão convosco, dos pássaros e dos animais, e com todos os animais selvagens da terra que estão convosco, de todos os que saíram da arca. 11 Estabelecerei a minha aliança convosco, e não mais deverá acontecer de toda a carne perecer pelas águas do dilúvio; não haverá mais um dilúvio de águas para destruir toda a terra. 12 E o Senhor Deus disse mais, a Noé: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre mim e toda criatura vivente que está convosco, por gerações perpétuas: 13 Eis que coloco nas nuvens o meu arco, e será ele um sinal da aliança entre mim e a terra. 14 E virá a suceder, quando eu reunir as nuvens sobre a terra, que o meu arco será visto nas nuvens. 15 Lembrar-me-ei, então, do meu pacto, o qual existe entre mim e vós e entre mim e toda a alma vivente em toda a carne; e não haverá mais água para um dilúvio, de modo a exterminar toda a carne. 16 Meu arco estará nas nuvens e eu irei olhá-lo para lembrar-me da aliança eterna entre mim e a terra, entre mim e toda a alma vivente de toda a carne que está sobre a terra. 17 E Deus disse para Noé: Este é o sinal da aliança que tenho feito entre mim e toda a carne que está sobre a terra.

Provérbios 12:8-22


8 A boca de um homem de entendimento é louvada por um outro homem; aquele que é lerdo de coração, no entanto, é tido em escárnio. 9 Melhor é o homem em desonra servindo a si mesmo do que alguém que honra a si mesmo e tem falta de pão. 10 O justo se compadece pela vida de seu gado, mas as entranhas dos ímpios são impiedosas. 11 O que lavra a sua terra fartar-se-á de pão; porém, aqueles que perseguem vaidades são faltos de entendimento. O que se deleita em banquetes de vinho deverá semear desonra em suas próprias fortalezas. 12 Os desejos dos ímpios são maus, mas as raízes dos piedosos estão firmemente estabelecidas. 13 Pelo pecado de seus lábios um pecador cai na armadilha; o justo, todavia, escapa dela. Aquele cujo olhar é suave receberá compaixão; o que contende nas portas, porém, afligirá almas. 14 A alma de um homem será preenchida com o bem dos frutos da sua boca, e a recompensa dos seus lábios lhe será dada. 15 Os caminhos dos tolos são retos aos seus próprios olhos, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos. 16 O idiota declara a sua ira no mesmo instante, todavia, o prudente oculta a própria desgraça. 17 O justo declara a verdade abertamente, mas uma testemunha injusta é enganosa. 18 Alguns há que ferem quando falam, como espadas; contudo, a língua dos sábios traz a cura. 19 Lábios verdadeiros estabelecem o testemunho; a testemunha mentirosa, entretanto, tem uma língua injusta. 20 Há fraude no coração daquele que imagina o mal, mas os que amam a paz se alegrarão. 21 Nenhuma injustiça agradará a um homem justo; os ímpios, por sua vez, serão cheios de males. 22 Os lábios mentirosos são uma abominação ao Senhor; todavia, aquele que lida com fidelidade é aceito por ele.

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HOMILIA

São Nikolai Velimirovich
Sobre A Fraqueza do Homem Diante da Majestade De Deus

"E quando o vi, caí a seus pés como morto" (Apocalipse 1:17).

Foi São João que caiu como morto quando viu o Senhor Jesus em glória. São João - o discípulo amado de Jesus, o evangelista, o casto, aquele que amava o Senhor, o zelote da santidade - não podia nem ficar de pé nem se recompor quando viu seu Mestre em Sua glória celestial e poder! Em vez disso, ele caiu, como se estivesse morto. 

Portanto, como é que os que pecam contra Ele, se levantam contra Ele, ridicularizar Seu Nome, desprezam o Seu amor e sacrifício, zombam de Sua cruz, desprezam os Seus mandamentos, perseguem Sua Igreja, envergonha Seus sacerdotes, e matam Seus fiéis, suportarão a presença do Senhor e os Seus olhos como chama de fogo? O que irá acontecer com eles diante da Face do Senhor, se o próprio São João caiu como morto, quando ele O avistou? 

O que acontecerá com os homens que ensinam os outros a serem corruptos? O que acontecerá com os professores que destruíram a fé nas jovens almas? O que vai acontecer aos céticos que, pela sua dúvida envenenaram as mentes dos homens? O que acontecerá com os ladrões e assaltantes, ao imoral e aos assassinos de crianças? O que acontecerá com os inimigos de Cristo, se o amigo de Jesus cai, como se estivesse morto, ante à Sua indescritível e refulgente (brilhante) glória?

Esta é a glória, poder, autoridade, beleza, senhorio, luz e majestade do Senhor Jesus, ressuscitado e assunto aos céus, que seus companheiros mais próximos, os quais durante três anos na terra contemplaram Seu rosto sem medo, agora caem como se estivessem mortos quando eles veem Seu rosto nos céus após Sua paixão, morte e vitória! 

Ó Senhor Todo-Glorioso e Todo-Poderoso, ilumina-nos e anima-nos com o Teu poder e glória.

A Ti seja a glória e louvor para sempre. Amém!


Fonte: Prólogo de Ohrid

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