segunda-feira, 30 de março de 2020

5ª Segunda-feira da Grande Quaresma

30 de Março de 2020 (CC) / 17 de Março (CE)
Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)
Tom 8


No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.  
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais. 
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja. 
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia,  a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.  
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.  
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos. 
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.  
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!» 
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma. 
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA

Isaías 37:33-38:6

33 Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará nesta cidade. Não levantará uma arma contra ela, não irá trazer contra ela um escudo, nem fará uma tranqueira ao seu redor. 34 Entretanto, da maneira pela qual ele veio da mesma maneira deverá retornar; e não entrará nesta cidade. Assim diz o Senhor. 35 Eu protegerei esta cidade a fim de salvá-la, para o meu próprio bem e por amor do meu servo Davi.. 36 Então, o anjo do Senhor saiu e matou, do arraial dos assírios, a cento e oitenta e cinco mil. Eles se levantaram pela manhã e encontraram todos esses corpos mortos. 37 E Senaqueribe, rei da Assíria, voltou-se e partiu, habitando em Nínive. 38 Todavia, quando ele estava adorando Nisroque, deus do seu país, na sua casa, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, feriram-no com espadas, fugindo para a Armênia. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. 1 E sucedeu, naquele tempo, que Ezequias esteve doente para morrer. E o profeta Isaías, filho de Amoz, veio a ele, dizendo-lhe: Assim diz o Senhor: Dá ordens relativas a tua casa, porquanto morrerás, e não viverás. 2 Então, Ezequias virou o seu rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo: 3 Lembra-te, Senhor, de como tenho andado diante de ti em verdade, com um coração fiel, e de que tenho feito o que é do teu agrado. E Ezequias chorou amargamente.

VÉSPERAS

Gênesis 13:12-18

12 Abrão habitou na terra de Canaã, e Ló habitou em uma cidade das redondezas, armando a sua tenda em Sodoma. 13 Os homens de Sodoma, entretanto, eram maus e excessivamente pecaminosos diante de Deus. 14 E Deus disse a Abrão, depois que Ló partiu, separando-se dele: Olha para cima, com os teus olhos; do lugar onde estás agora olha para o norte e para o sul, para o oriente e para o mar. 15 Porque toda a terra que vês eu irei dá-la a ti e à tua descendência, para sempre. 16 E farei a tua descendência como o pó da terra. Se alguém for capaz de contar o pó da terra, então será a tua descendência também contada. 17 Levanta-te a percorrer a terra, tanto no seu comprimento como na sua largura, pois hei de concedê-la a ti e à tua descendência, para sempre. 18 Então, Abrão, desmanchando a sua tenda, foi-se e habitou junto ao carvalho de Manre, que estava em Hebrom. E, lá, ele construiu um altar ao Senhor.

Provérbios 14:27-15:4

27 O mandamento do Senhor é uma fonte de vida, e faz com que os homens se desviam do laço da morte. 28 Em uma nação populosa repousa a glória do rei, mas na falta de pessoas está a ruína do príncipe. 29 O homem lento para a ira é rico em sabedoria; o homem de espírito impaciente, contudo, é um grande tolo. 30 O homem humilde de espírito traz cura ao coração; porém, o coração sensível demais é uma corrupção dos ossos. 31 Aquele que oprime os necessitados provoca o seu Criador, mas o que o honra tem piedade dos pobres. 32 O ímpio será derrubado pela sua malícia, contudo aquele que está firme em sua própria santidade é justo. 33 No bom coração de um homem há sabedoria; no coração dos tolos, entretanto, ela não é encontrada. 34 A justiça exalta as nações, mas os pecados fazem diminuir os povos. 35 Um servo entendido é aceitável para o rei, e por seu bom comportamento ele remove a desgraça. 1 Até mesmo aos sábios a raiva aniquila. Uma resposta submissa desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. 2 A língua dos sábios conhece o que é bom; a boca dos tolos, porém, diz coisas más. 3 Os olhos do Senhor veem tanto o bem como o mal, em todos os lugares. 4 A língua saudável é árvore de vida, e aquele que a guarda será galardoado com o entendimento.

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