quinta-feira, 9 de setembro de 2021

12ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

09 de Setembro de 2021 (CC) / 27 de Agosto (CE)
São Pímen (450 dC); São Fanúrio, Mártir
Tom 2



O Monge Pímen, o Grande, nasceu por volta do ano 340 no Egito. Com seus dois irmãos, Anubias e Paisias, ele foi para um dos mosteiros egípcios, e os três aceitaram a tonsura monástica. Os irmãos eram ascetas tão rígidos que, quando sua mãe foi ao mosteiro para ver seus filhos, eles não saíam de suas celas para vê-la. A mãe ficou ali por muito tempo e chorou. Então o Monge Pímen disse-lhe sem abrir a porta da cela: "Se você suportar a separação temporal de nós agora, então na vida futura nos verá, visto que esperamos em Deus, o Amante da Humanidade!" A mãe sentiu-se humilhada e voltou para casa. 
A fama sobre os feitos e virtudes do Monge Pimen espalhou-se por todo o país. Uma vez, o governador do distrito quis vê-lo. O Monge Pimen, evitando a fama, raciocinou assim: "Se dignitários começarem a vir a mim com respeito, então também muitas pessoas começarão a vir a mim e perturbar minha quietude, e eu serei privado da graça da humildade, que tenho encontrado somente com a ajuda de Deus ”. E então ele transmitiu uma recusa ao mensageiro. 
Para muitos dos monges, o Monge Pimen era um guia espiritual e instrutor. E eles escreveram suas respostas para servir à edificação de outros além de si mesmos. Entre tantos outros ensinamentos, o Santo disse: 
“Para um homem é necessário observar três regras básicas: temer a Deus, orar com frequência e fazer o bem às pessoas”. "A maldade, por sua vez, nunca elimina a maldade. Se alguém te faz mal, faça-lhe o bem, e o teu bem vencerá o mal".
Uma vez veio ao santo um monge de longe, para obter sua orientação. Ele começou a falar sobre assuntos sublimes e difíceis de entender. O santo se afastou dele e ficou em silêncio. Para o monge perplexo, eles explicaram que o santo não gostava de falar sobre assuntos elevados. Então o monge começou a perguntar-lhe sobre a luta contra as paixões da alma. O santo voltou-se para ele com uma face alegre: "Aqui agora tu falaste bem, e eu devo responder", - e por um longo tempo deu instruções sobre como se deve lutar contra as paixões e vencê-las.
O Monge Pímen morreu aos 110 anos, por volta do ano 450. Logo após sua morte, foi reconhecido como um santo agradável a Deus e recebeu o título de "o Grande" - como um sinal de sua grande humildade, modéstia, retidão e renúncia de si mesmo no serviço a Deus. 
Comemoração de São Fanúrio.
A biografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que reinado, ou sob que Imperador ele testemunhou sua fé, entregando-se ao martírio. Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento: 
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas. Assim, quando aconteceu a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas ruínas desta igreja, esquecida até então, foram encontrados muitos ícones de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto, entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio. 
As Doze Representações da Imagem   
Logo que foi descoberta aquela igreja, um muito respeitado bispo da região chamado Nilo, homem fervoroso na fé e de vida muita santa, foi até o local e, com facilidade, leu as inscrições sobre aquele ícone: «São Fanúrio». Esta imagem estava rodeada por doze outras pequenas imagens que revelavam diferentes circunstâncias da vida do santo. No centro, estava Fanúrio ainda jovem, vestido com uniforme militar. Em sua mão esquerda tinha uma cruz e na direita uma vela acesa. As doze pequenas imagens em torno da imagem principal do santo mostravam as seguintes situações de sua vida, destacando as torturas e suplícios sofridos por causa de sua fé em Cristo e seu martírio final:  
A primeira mostrava o santo diante de um juiz que o interrogava. Fanúrio é mostrado entre os guardas, em pé diante do juiz, e parece fazer sua apologia com coragem, defendendo sua fé cristã.  
A segunda representa o santo entre os soldados que o conduzem para as torturas, sendo atingido com pedras na boca e cabeça. 
A terceira mostra o santo já caído por terra e os soldados que o golpeiam com pedaços de pau.  
Na quarta cena, uma tortura ainda mais terrível: o santo se encontra desnudo na cela do cárcere enquanto seus torturadores rasgam seu corpo com instrumentos de ferro. Pela postura, São Fanúrio parece suportar com serenidade este terrível tormento. Tem suas mãos cruzadas, o olhar dirigido ao céu e, com semblante de devoção, parece rezar ao Senhor no qual depositou suas esperanças.  
A quinta imagem o mostra sozinho, trancado na cela e rezando com devoção a Deus, suplicando força para suportar as torturas a que logo seria submetido pelos brutais e impiedosos carrascos.  
Na sexta representação aparece novamente diante do tirano fazendo corajosamente sua apologia e, apesar das novas ameaças de torturas ainda piores, ele se recusa a negar a sua fé em Cristo. 
Na sétima imagem ele aparece novamente na prisão em outra cela fechada e seus torturadores queimam seu corpo com tochas acesas. 
A oitava imagem mostra o santo sofrendo uma tortura ainda mais terrível. Os carrascos, duros de coração, impiedosos e enfurecidos por sua persistente negação a oferecer culto aos seus ídolos, o colocam numa prensa e trituram seus ossos enquanto ele, tranquilo diante deste terrível tormento, sofre todas as dores com paciência e coragem, e seu lindo rosto mostra que foi derramado sobre ele uma alegria divina, porque o Senhor o fez digno de ser um dos seletos testemunhos da fé cristã.  
Na figura nona ele aparece jogado numa grande fossa entre animais selvagens para que o devorem enquanto, acima, seus carrascos o espreitam. Os animais, porém, não lhe fazem nenhum mal, ao contrário, com aspecto de mansidão o rodeiam enquanto o santo, com as mãos cruzadas sobre o peito, reza agradecido a Deus por ter livrado de mais este tormento.  
A décima imagem mostra um novo, mas não menos terrível, tormento. O santo está posto no chão com uma pesada laje de mármore posta sobre seu peito que lhe fratura o tórax impedindo a respiração.  
A figura décima – primeira mostra o santo diante dos ídolos dos infiéis. Segura nas mãos brasas acesas e está sendo vigiado por seus carrascos armados. No ar, acima do altar dos ídolos, sobrevoa um demônio com aspecto de dragão alado, que parece chorar e flagelar-se pelos exorcismos do santo.  
Finalmente, a décima segunda e última imagem mostra São Fanúrio em pé, dentro de um grande forno sobre troncos em chamas e, enquanto as chamas e a fumaça o envolvem, ora serenamente com as mãos elevadas para o céu, dirigindo ao Senhor os seus últimos pensamentos neste seu martírio final.
Um Milagre do Ícone Do Santo  
Observando as doze cenas tão descritivas da vida de São Fanúrio neste ícone, o piedoso bispo Nilo compreendeu imediatamente que São Fanúrio tinha sido um dos mártires mais importantes da fé cristã. Logo enviou pessoas de sua confiança ao Governador do lugar para pedir-lhe que cedesse aquele lugar para que aquela igreja pudesse ser reconstruída. Mas ele se recusou a conceder esse favor. Sem perder tempo, o piedoso bispo foi pessoalmente à capital e lá conseguiu a autorização. Voltou logo a Rodes e reconstruiu a igreja de São Fanúrio, fora da muralha da cidade, no mesmo local onde havia sido feita a descoberta. Esta nova igreja, que ainda existe atualmente, tornou-se um lugar de muitos milagres e uma multidão acorria de toda a parte para adorar a Deus e honrar a memória de São Fanúrio.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 2:14-3:3

14 Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu conhecimento; 15 porque para Deus somos um aroma de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. 16 Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte; mas para outros cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo? 17 Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos. 1 Começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou, porventura, necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de vós? 2 Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, 3 sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração.

2 Coríntios 7:1-10

1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus. 2 Recebei-nos em vossos corações; a ninguém fizemos injustiça, a ninguém corrompemos, a ninguém exploramos. 3 Não o digo para vos condenar, pois já tenho declarado que estais em nossos corações para juntos morrermos e juntos vivermos. 4 Grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio a respeito de vós; estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações. 5 Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. 6 Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito; 7 e não somente com a sua vinda, mas também pela consolação com que foi consolado a vosso respeito, enquanto nos referia as vossas saudações, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, de modo que ainda mais me regozijei. 8 Porquanto, ainda que vos contristei com a minha carta, não me arrependo; embora antes me tivesse arrependido (pois vejo que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo), 9 agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque o fostes para o arrependimento; pois segundo Deus fostes contristados, para que por nós não sofrêsseis dano em coisa alguma. 10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, a qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte.

Marcos 1:29-35

29 Em seguida, saiu da sinagoga e foi a casa de Simão e André com Tiago e João.    30 A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram a respeito dela. 31 Então Jesus, chegando-se e tomando-a pela mão, a levantou; e a febre a deixou, e ela os servia. 32 Sendo já tarde, tendo-se posto o sol, traziam-lhe todos os enfermos, e os endemoninhados; 33 e toda a cidade estava reunida à porta; 34 e ele curou muitos doentes atacados de diversas moléstias, e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam. 35 De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava.

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REFLEXÃO

Eis aí o nosso Servidor, o Soberano que deixa o seu trono e palácio para nos servir, cuidando dos nossos corpos - quer após um dia exaustivo, no avançado da hora e apesar do seu cansaço físico - quer na madrugada, velando por nossas almas em oração ao Pai. Se assim o faz o Soberano, o que dizer de nós, seus súditos? Seguindo os passos do nosso Senhor, o Apóstolo Paulo em poucas palavras descreve a realidade do nosso serviço: “combate por fora e temores por dentro”. Por esta razão um Cristão Ortodoxo se apresenta para a Divina Liturgia trazendo uma vela acesa na mão para oferta-la a Deus: a chama aponta para a Luz que nos ilumina, e a cera que se consome, o sacrifício dos nossos corpos para que a chama da nossa fé ilumine o ambiente que nos envolve.

Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

 2 Tem piedade de mim, ó Deus, tem piedade de mim, pois em ti minha alma se refugia! Abrigo-me à sombra de tuas asas, até que passe a calamidade. 3 Clamo a Deus, o Altíssimo, ao Deus que fará tudo por mim. 4 Do céu, ele me envie a salvação, confundindo os que me perseguem! 8 Meu coração está disposto, ó Deus, meu coração está disposto a cantar e salmodiar. 9 Desperta, minha alma! Harpa e cítara, despertai, pois quero despertar a aurora! 10 Vou exaltar-te, Senhor, entre os povos, celebrar-te entre as nações, 11, pois teu amor se eleva como os céus e tua fidelidade como as nuvens. 12 Ó Deus, eleva-te sobre os céus e sobre toda a terra, com tua glória!
Salmo 56(57): 2-12

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