quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

27ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

 
23 de Dezembro de 2021 (CC) 10 de Dezembro (CE)
Santos Mártires Mena, Hermógenes e Eugrafos de Alexandria († c. 313)
Jejum da Natividade (Azeite é permitido)
Tom 1



São Mena era natural de Atenas, de uma família idólatra. Sua esmerada formação lhe fez perceber que cultuar muitos deuses era um erro. Nem na filosofia pode encontrar algo que lhe satisfizesse, iniciando-se então nos estudos dos livros cristãos. Começou com o Evangelho onde encontrou luz e verdade para seu espírito. Tomou então a decisão de batizar-se cristão. Mais tarde o rei Maximino (311-313), sem saber que era cristão, o nomeou governador de Alexandria. 
Ao ter início as perseguições aos cristãos na cidade, por ordem do  rei,  São Mena não só se negou a executar tais ordens, como dedicou-se a organizar a Igreja. O rei Maximino enviou então a Atenas Hermógenes para que o substituísse na sua função. O novo governador observava ao pé da letra as ordens do rei, capturando assim  São Mena que foi submetido a cruéis torturas, o que lhe resultou em graves ferimentos. Ferido, foi levado para a prisão e deixado lá para que morresse. 
Passado algum tempo, o novo governador quis saber se Mena teria morrido. Ficou surpreso quando soube que, ao contrário, encontrava-se vivo e as suas feridas já haviam sido todas curadas. O governador, perguntando a Mena como aquilo era possível, teve dele a seguinte resposta: 
«Quando me encontrava ferido e jogado ao chão, comecei a rezar, pois como diz o salmista: ‘ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam’» (Sl 22:4). 
Esta resposta foi tão iluminadora para Hermógenes que se converteu também ao cristianismo. Quando o rei Maximino soube do que havia acontecido, ordenou que decapitassem a ambos. E, assim que estes mártires entregaram suas almas ao Criador.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempree pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Timóteo 6:17-21

Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos. Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis. Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna. Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém.

Lucas 21:28-33

Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.

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REFLEXÃO


Epístola de Mathetes a Diogneto

A Epístola de Mathetes a Diogneto é provavelmente o exemplo mais antigo de apologética cristã, textos defendendo o Cristianismo de seus acusadores. O autor e o destinatário, gregos, não são conhecidos, mas a linguagem e outras evidências textuais colocam a obra no final do século II d.C. Alguns assumem uma data ainda mais antiga e contam a epístola entre os Padres Apostólicos. No entanto, o Autor na epístola faz menção a certo "Diognetus" que fora um tutor do Imperador Romano Marco Aurélio, que o admirava por não ser supersticioso e pelos sólidos conselhos educacionais (Meditações 1.6). Mas, existem eruditos que preferem entender que o destinatário seja o 'excelentíssimo Diognetus', Cláudio Diogenes, que era procurador de Alexandria na virada do século II para o III d.C1.

Porque não foi uma invenção terrena, como disse o apóstolo, o que lhes fora confiado, nem se preocupam de preservar em detalhes nenhum sistema passageiro, nem lhes foi confiado a dispensação de mistérios humanos, mas verdadeiramente o Criador Todo-Poderoso do universo. O Deus invisível fez descer dos céus e fixou a sua Verdade e seu Verbo Santo e incompreensível entre os homens, e o santo ensinamento que ultrapassa a imaginação dos homens e a fixou firmemente em seus corações. Não como alguém poderia pensar, enviando um servo, ou anjo, governante, ou algum dos que presidem as coisas terrenas, ou um encarregado das dispensações do céu, mas ao próprio Artífice e Criador do universo, por Quem Ele fez os céus, e por Quem Ele conteve o mar dentro de seus limites, e do qual todos os elementos guardam fielmente os seus mistérios.

Também o sol observa o curso estabelecido, e a lua obedece quando a manda iluminar à noite, a quem as estrelas acompanham o percurso que a lua faz, e pelo qual todas as coisas foram ordenadas, estabelecidas, e submetidas: os céus e o que lá existe, a terra e as coisas que nela existem, o mar e o que ele contém, o fogo, o ar, o abismo, e os seres das alturas, das profundezas, e os do espaço intermediário. Deus enviou tudo isto para eles

Será que enviou tudo isso para demonstrar seu poder, para inspirar temor ou terror? De forma alguma. Mas em mansidão e humildade é que foi enviado (o Verbo). Como um rei envia seu filho que também é rei. Ele o enviou como enviando a Deus. O enviou como um homem entre os homens, enviou-lhe como Salvador, usando a persuasão, e não a força, porque a violência não é atributo de Deus. Enviou como quem convida, e não como quem persegue. Enviou como quem ama, e não para nos julgar. Ele o enviará no dia do juízo, mas, então, quem suportará a Sua Presença?...

Assim, tendo preparado tudo em Si mesmo juntamente com Seu Filho, até pouco tempo permitiu que nos deixássemos levar a nosso capricho por nossos impulsos desordenados, arrastados pelos prazeres e concupiscências. Não é que tivesse qualquer complacência em nossos pecados, mas usava de paciência conosco. Nem que aprovava aquele tempo de iniquidade, mas estava preparando o atual tempo de justiça, para que, estando convictos por nossas próprias obras de que éramos indignos da vida, agora fôssemos feitos dignos dela pela bondade de Deus; e tendo ficado claro que nós por nós mesmos não podíamos entrar no Reino de Deus, agora nos seja concedido a capacidade de entrar pelo poder do próprio Deus... Ele mesmo entregou Seu Próprio Filho como resgate por nós, o Santo pelo transgressor, o Inocente pelo mau, o Justo pelos injustos, o Incorruptível pelo corruptível, o Imortal pelo mortal.

Portanto, que outra coisa poderia cobrir nossos pecados, além de Sua justiça? Em quem poderíamos nós, maus e ímpios, ser justificados, a não ser somente no Filho de Deus? Ó doce intercâmbio! Ó obra insondável! Ó benefícios inesperados! A iniquidade de muitos ficou sepultada em um só Justo, e a justiça de um bastou para justificar a muitos injustos.

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