21 de Dezembro de 2024 (CC) 08 de Dezembro (CE)
Ss. Patápio de Tebas, o Justo Ermitão (séc. VII);Apóstolos dos 70 Sóstenes, Sofrônio, Apolo, Cefas,
Tíquico, Epafrondites, Cesário e Onesíforo.
Jejum da Natividade (Peixe é permitido)
Tom 8
São Patápio era natural do Egito. Desde a sua infância já manifestava um «espírito de amor e temperança» ( IITm 1,7) que foi se evidenciando na medida em que crescia. Depois de compartilhar toda a sua herança com os pobres, retirou-se para o deserto despreendendo-se de todas as coisas. Lá ocupava todo o seu tempo orando e estudando. A cada peregrino que cansado da viagem, passava por por sua casa, oferecia-lhe hospedagem e descanso para que, recuperando suas forças, pudesse prosseguir seu caminho. Nestas ocasiões aproveitava para aconselhar espiritualmente as almas em vista da salvação.
Assim, a fama de São Patápio se espalhou rapidamente por muito longe, e muitos iam a sua procura para ouvir de sua boca os ensinamentos do Evangelho. Pouco tempo depois, São Patápio, querendo passar despercebido, mudou-se para Constantinopla. Encontrou em Blajernes um lugar muito tranquilo onde se estabeleceu. Mas não tardou muito, e sua fama de santidade e humildade fêz com que se tornasse conhecido também naquela região. Este grande monge ermitão entregou sua alma a Deus rezando a curando os doentes.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempree pelos séculos dos séculos. Amém!
Gálatas 3:8-12
Fragmento 205 - Irmãos, as Escrituras, prevendo que Deus justificaria os gentios pela fé, anunciou previamente o Evangelho a Abraão, dizendo:
“Em ti serão benditas todas as nações”.
Assim, então, os que creem é são os abençoados com o fiel Abraão. Porque todos os que praticam as obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito:
“Maldito todo aquele que não continuar em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei para as praticar”.
Mas é evidente que nenhum homem é justificado pela Lei aos olhos de Deu, pois:
“O justo viverá pela Fé”.
E a Lei não é da Fé, mas:
“O homem que as pratica, por elas viverá”.
Lucas 13:18-29
Fragmento 72 - O Senhor falou esta parábola: “A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu”. E disse outra vez: “A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou”. E percorria as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém. E disse-Lhe um: “Senhor, são poucos os que se salvam?” E Ele lhe respondeu: “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos’; e, respondendo Ele, vos disser: ‘Não sei de onde vós sois’; então começareis a dizer: ‘Temos comido e bebido na Tua presença, e Tu tens ensinado nas nossas ruas’. E Ele vos responderá: ‘Digo-vos que não vos conheço nem sei de onde vós sois; apartai-vos de Mim, vós todos os que praticais a iniquidade’. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus, e vós lançados fora. E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus”.
Fragmento 72 - O Senhor falou esta parábola: “A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu”. E disse outra vez: “A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou”. E percorria as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém. E disse-Lhe um: “Senhor, são poucos os que se salvam?” E Ele lhe respondeu: “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos’; e, respondendo Ele, vos disser: ‘Não sei de onde vós sois’; então começareis a dizer: ‘Temos comido e bebido na Tua presença, e Tu tens ensinado nas nossas ruas’. E Ele vos responderá: ‘Digo-vos que não vos conheço nem sei de onde vós sois; apartai-vos de Mim, vós todos os que praticais a iniquidade’. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus, e vós lançados fora. E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus”.
COMENTÁRIO
Os Santos Padres interpretam estas passagens dentro de um contexto relativo à salvação e à Igreja).
As Parábolas do Grão de Mostarda e do Fermento ilustram o crescimento e a expansão do Reino de Deus, que começa pequeno, mas se torna grande e abrangente. A semente de mostarda, embora minúscula, cresce e se torna uma árvore que abriga os pássaros (símbolo dos povos). O fermento, mesmo em pequena quantidade, transforma toda a massa. O Reino de Deus não é apenas um reino futuro, mas já está presente no mundo, atuando de forma invisível, mas poderosa. A Igreja, como corpo de Cristo, é o instrumento visível deste Reino na Terra.
Santo Irineu de Lyon diz: "O Senhor ensinou a doutrina dos doze Apóstolos às nações, e assim o fermento do Evangelho levedou toda a massa." (Contra as Heresias, IV, 33, 7). Esta citação ilustra como a pregação apostólica, iniciada por um pequeno grupo, espalhou o Evangelho pelo mundo.
São Cirilo de Alexandria afirma que o grão de mostarda também representa a fé no coração humano: "Mesmo pequena no início, quando cultivada, cresce e dá frutos em abundância, tornando-se uma fortaleza para as virtudes."
A metáfora da porta estreita enfatiza a necessidade de esforço, ascese e luta espiritual para alcançar a salvação. A porta estreita não significa um caminho inacessível, mas um caminho que exige renúncia ao pecado, humildade e perseverança. A salvação não é automática, mas exige a cooperação do homem com a graça de Deus. É preciso lutar contra as paixões, seguir os mandamentos e buscar a santidade. A imagem de muitos tentando entrar e não conseguindo adverte contra a falsa segurança e a negligência espiritual. O choro e o ranger de dentes representam o sofrimento daqueles que, por sua própria culpa, se afastaram de Deus.
São João Crisóstomo, nos ensina, dizendo: "Não pensemos que é suficiente apenas sermos chamados cristãos, pois não serão salvos todos os que dizem 'Senhor, Senhor', mas aqueles que praticam as obras. Pois a porta é estreita e o caminho apertado que conduz à vida." (Homilias sobre Mateus, Homilia 25, 2).
A segunda parte do trecho (v. 25-30) apresenta um contraste entre aqueles que presumem estar seguros no Reino de Deus, mas são excluídos, e aqueles vindos "do Oriente e do Ocidente" que participam do banquete. Isso reflete a universalidade do Reino de Deus, incluindo gentios e marginalizados, enquanto aqueles que confiam apenas em privilégios externos (como a descendência de Abraão) correm o risco de serem rejeitados.
São Gregório Magno alerta que "ouvir os ensinamentos de Cristo sem viver conforme eles é o mesmo que permanecer fora da porta fechada, clamando por misericórdia tarde demais." O convite ao banquete requer não apenas ouvir, mas também praticar os mandamentos de Deus.
As parábolas do grão de mostarda e do fermento mostram a natureza do Reino de Deus em seu crescimento e poder transformador. O ensinamento sobre a porta estreita revela o caminho para entrar neste Reino: um caminho de esforço, renúncia e busca pela santidade. As duas partes se complementam: o Reino cresce e se expande, mas a entrada nele exige uma postura ativa e diligente por parte do homem.
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