sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

24ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

 
Pós-festa da Entrada da Santíssima Theotókos no Templo
06 de Dezembro de 2024 (CC) / 23 de Novembro (CE)
Santos Anfilóquio, bispo de Icônio e Gregório Akragantinos († 395)
Santo Grande Príncipe de Novgorod, Alexander Nevsky (1263)
Jejum da Natividade (Azeite é permitido)
Tom 6

 

Anfilóquio foi amigo íntimo de São Gregório de Nazianzeno, seu primo, e de São Basílio, ainda que fosse mais jovem que ambos. As cartas que estes dois santos enviaram a Anfilóquio constituem a principal fonte de informação. 
Anfilóquio nasceu na Capadócia. Em sua juventude, foi retórico em Constantinopla onde, ao que parece, passou por dificuldades econômicas. Sendo ainda jovem, retirou-se para um lugar solitário nas proximidades de Nazianzo, juntamente com seu pai que já contava idade bastante avançada. São Gregório dava ao seu amigo um pouco de grãos em troca de alguns legumes que Anfilóquio e seu pai colhiam em sua horta. Numa de suas cartas, queixa-se de sempre sair perdendo no negócio. 
No ano 374, quando estava com 35 anos de idade, Anfilóquio foi eleito bispo de Icônio, aceitando este cargo muito a contragosto.  O pai de Anfilóquio queixou-se a Gregório de que, assim, haviam lhe privado da companhia de seu filho. Em sua resposta, São Gregório afirmou que não havia participado desta nomeação e que ele também sofria, vendo-se privado da companhia do amigo. São Basílio, que muito provavelmente tenha sido o principal responsável por esta eleição, escreveu a Anfilóquio uma carta de felicitações. Nela, exorta ao amigo a nunca se deixar seduzir pelo mal, ainda que lhe pareça estar na moda ou que existam outros precedentes, já que foi chamado a guiar seu rebanho, e não a deixar-se guiar por ele. Imediatamente após sua consagração, Santo Anfilóquio foi visitar São Basílio em Cesaréia. Lá pregou ao povo, e suas homilias foram apreciados, ainda mais que de todos os estrangeiros que haviam pregado naquela cidade. 
Santo Anfilóquio consultava com freqüência a São Basílio acerca de diversos aspectos da doutrina e disciplina, e graças ao pedido de São Basílio, escreveu o Tratado sobre o Espírito Santo. Foi ainda Santo Anfilóquio quem pregou o panegírico de São Basílio em seus funerais. Mais tarde, reuniu em Icônio um concílio contra os hereges macedonianos que negavam a divindade do Espírito Santo. No ano 381, participou do Concílio Ecumênico de Constantinopla contra os mesmos hereges. Nesta ocasião conheceu São Jerônimo a quem leu seu próprio Tratado sobre o Espírito Santo. Anfilóquio pediu ao imperador Teodósio I que proibisse as reuniões de arianos, mas o Imperador se negou por julgar demasiado rigorosa esta medida. Mais tarde o santo se dirigiu ao palácio, quando Arcádio, seu filho, já havia sido proclamado imperador e o encontrou junto ao seu pai. Santo Anfilóquio saudou Teodósio, ignorando a presença de seu filho Arcádio. Quando Teodósio o fez notar, Anfilóquio acariciou as bochechas de Arcádio deixando Teodósio furioso com esse seu gesto. Então, Anfilóquio lhe disse: 
“Vejo como não suportas que teu filho seja tratado com leviandade. Como podes, pois, permitir que desonrem ao Filho de Deus?” Impressionado com essas palavras, o Imperador proibiu logo depois aos arianos de realizarem suas reuniões, pública ou privadamente. 
Santo Anfilóquio também combateu zelosamente a heresia nascente dos messalianos, maniqueus e “iluminados” que punham a essência da religião exclusivamente na oração. Em Sida da Panfilia, Santo Anfilóquio presidiu um sínodo contra estes tais hereges. São Gregório Nazianzeno chamava Santo Anfilóquio de “bispo irrepreensível”, anjo e arauto da verdade. O pai de nosso santo afirmava que ele curava os enfermos através de suas orações.a e fazendo dele um companheiro de trabalho na obra de evangelização. 
Comemoração do Santo Príncipe Alexander Nevsky

Alexander Yaroslavich (Александр Ярославич), o quarto filho do Grão-Príncipe Yaroslav II Vsevolodovich, Príncipe de Vladimir, nasceu em Pereslavl-Zalessky em 30 de maio de 1219. Ele era neto de Vsevolod III (Grande Ninho, para sua numerosa família). Sendo o quarto na linha de sucessão, ele foi considerado sem chance de suceder seu pai ao trono de Vladimir. Em 1239, e casou com Alexandra, filha do Príncipe de Polotsk. Depois que seu pai foi envenenado durante uma visita a Uzhedei, o Grão-Cã Mongol/Tártaro em 1246, Alexander é feito Grão-Príncipe de Vladimir.

Em 1236, ele foi chamado pelos líderes de Novgorod (formalmente, Lord Novgorod, o Grande ) como seu líder militar na defesa contra invasores suecos e alemães. Ele foi nomeado Príncipe de Novgorod. Na época, Novgorod era um grande centro comercial e estava associado à Liga Hanseática. Em 15 de julho de 1240, Alexandre e seu exército surpreenderam o exército sueco em uma batalha na confluência do rio Izhora com o Neva. Com a sua vitória sobre os suecos, Alexandre pôs fim a uma nova invasão do norte e aumentou a sua influência política na Rússia. No entanto, a vitória não ajudou as suas relações com os boiardos e ele logo teve que deixar Novgorod. Em reconhecimento à sua vitória, Alexandre recebeu o nome de “Nevsky” (do Neva).

Na primavera de 1241, os líderes de Novgorod novamente convocaram Alexandre para os defender da invasão dos Teutônicos Cavaleiros Cruzados. Novamente ele e seu exército pararam a invasão, desta vez na famosa batalha no gelo, conhecida como "Batalha do Lago Peipus", perto de Pskovem, 15 de abril de 1242. Ao derrotar, primeiro, os suecos e depois os Cavaleiros Teutônicos alemães, Alexandre parou sua expansão para o leste por vários séculos. No entanto, ele travou muito mais batalhas contra os suecos, incluindo uma derrota em 1256 quando eles tentaram bloquear o acesso de Novgorod ao Mar Báltico. Com a derrota dos Cavaleiros Teutônicos, Alexandre se pôs a fortalecer as defesas das terras russas no noroeste ao concluir um tratado de paz com a Noruega em 1251.

Enquanto isso, as forças mongóis/tártaras invadiram as terras russas, varrendo as regiões norte e sul, destruindo as principais cidades como Yaroslavl, Vladimir, Chernigov, Pereaslavl e originou Kiev, uma pequena vila. Alexandre escolheu assumir uma política de submissão e cooperação com os tártaros, pois na época, a resistência seria inútil. Quando em 1247, os tártaros vieram pegar o tributo, Alexandre usou a confiança que tinham nele como um herói de Novgorod, para convencer os cidadãos de Novgorod de que a submissão era melhor sob tais condições desesperadoras. Quando em 1263 algumas cidades se recusaram a pagar tributo aos cobradores de impostos tártaros, Alexandre fez sua quarta viagem ao quartel-general tártaro para implorar ao cã que parasse o exército tártaro que estava no caminho de Novgorod. Embora tenha conseguido, este foi o seu último e mais difícil serviço para o seu povo. Durante sua jornada para casa, ele adoeceu e terminou sua vida fazendo a tonsura em Gorodetz, recebendo o nome de Alexis no esquema monástico. Ele faleceu no mosteiro em 14 de novembro de 1263. Ao receber a notícia de sua morte, o Metropolita Cirilo de Vladimir anunciou na catedral: 
"Meus queridos filhos, saibam que o sol da Rússia se pôs".

Alexandre foi reconhecido como santo pelo Santo Sínodo Russo, em 1547.  
Tropárion, Tom 4: Ó bendito Alexandre / Tu piedoso rebento crescendo de uma raiz abençoada, / Cristo te revelou como um tesouro divino da Terra Russa, / Um novo trabalhador de maravilhas, glorioso e agradável a Deus / Hoje nos reunimos para celebrar tua memória com fé e amor; / Regozijando-nos com salmos e hinos, glorificamos a Cristo que te deu a graça da cura. / Suplique a Ele para fortalecer teus filhos sofredores, / Para que eles sejam agradáveis ​​a Deus // E que todos os Cristãos Ortodoxos sejam salvos. 
Kondákion, Tom 8: Nós verdadeiramente te honramos como uma estrela brilhante / Nascendo doLeste e iluminando as terras do Oeste, /Iluminando todas as terras com tuas boas obras e milagres, / Banhando em luz os fiéis que honram tua memória. / Portanto, nós, sendo teu povo, celebramos teu repouso neste dia. / Reze para salvar sua terra natal e nosso país de todo perigo e calamidade / E todos aqueles que se apressam para o santuário de suas relíquias e fielmente te clamam: // Alegra-te, ó bendito Alexandre, nossa força e confirmação. 
Leituras Comemorativas
Mateus 11:27-30 (Matinas)
Gálatas 5:22-6:2
Mateus 11:27-30

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
1 Tessalonicenses 5:9-13, 24-28

Fragmento 272 - Irmãos, Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele. Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como na verdade o estais fazendo. Ora, nós vos rogamos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da obra que realizam. Tende paz entre vós. Fiel é O que vos chama, e Ele também o fará. Irmãos, orai por nós. Saudai a todos os irmãos com ósculo santo. Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os irmãos. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco.

Lucas 19:12-28

Fragmento 95 - O Senhor contou esta parábola: “Certo homem de família nobre foi a um país distante para receber um reino para si e voltar. Chamando dez de seus servos, deu-lhes dez dinheiros e disse-lhes: “Negociai até que eu volte’. Mas seus concidadãos o odiavam e enviaram embaixadores atrás dele para dizer: ‘Não queremos que este reine sobre nós’. E aconteceu que quando ele voltou, tendo recebido o reino, mandou chamar os servos a quem ele tinha dado dinheiro, a fim de saber quem havia adquirido o quê. E o primeiro apareceu e disse: ‘Senhor, o teu capital rendeu dez vezes mais’. E ele lhe disse: ‘Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, governarás sobre dez cidades’. E o segundo veio e disse: ‘O teu capital, senhor, rendeu cinco vezes mais’. Ele disse a este também: ‘Tu governarás sobre cinco cidades’. E outro veio e disse: ‘Senhor, aqui está o teu dinheiro, que guardei em um lenço; porque eu tinha medo de ti; pois, tu és um homem inflexível: Tu tomas o que não puseste e colhes o que não semeaste’. Então, ele lhe diz: ‘Com os teus lábios te julgarei, servo mau! Tu sabias que eu era um homem inflexível, que pego o que não coloquei e colho o que não semeei. Por que tu não negociaste meu dinheiro? E, chegando eu, os teria recebido com rendimento’. E disse aos que estavam com ele: ‘Tomai dele o capital que lhe dei e o entreguem ao que tem dez’. E eles lhe disseram: ‘Senhor, ele já tem dez vezes mais’. ‘Pois, eu vos digo que a todo aquele que tiver será dado, mas daquele que não tem, até o que tem também lhe será tirado. E quanto a estes meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, traga-os aqui e matai-os na minha frente’.” E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


Mas deve-se saber que não existe nenhum ocioso que esteja seguro de não ter recebido algum talento, porque não existe ninguém que diga com verdade: “Eu não recebi nenhum talento, portanto não estou obrigado a prestar contas”; pois com o nome de talento se deve entender aquilo que qualquer pobre recebeu, por menor que isso seja.

Um, pois, recebeu o entendimento da pregação, e este deve o ministério como talento; outro recebeu bens terrenos e deve distribuir ou administrar o talento destas coisas; outro ainda não recebeu a compreensão das coisas interiores nem abundância de bens, mas aprendeu uma arte, com a qual se sustenta, e essa arte se considera como o talento que recebeu; o seguinte não alcançou nada destas coisas, mas talvez mereceu a amizade íntima com algum rico: recebeu, portanto, o talento da amizade. Portanto, se não fala ao rico em favor dos miseráveis, é condenado por retenção do talento.

Então, quem tem entendimento, esforce-se para não estar sempre calado; quem tiver bens abundantes, vigie para não se descuidar de exercitar a misericórdia; quem possui uma arte pela qual se sustenta, procure com grande diligência que o próximo participe de seu uso e utilidade; quem tem oportunidade de falar ao rico, tema ser castigado por retenção do talento, se, podendo, não intercede junto dele em favor dos pobres, porque o Juiz que virá exige de cada um de nós o talento, ou seja, aquilo que nos concedeu.

Consequentemente, para que, quando volte o Senhor, alguém se encontre seguro da conta de seu talento, pense cada dia com temor no que recebeu. Cuidem que já está próximo o retorno daquele que foi para longe; porque, mesmo que pareça ter-se distanciado aquele que foi para longe desta terra em que nasceu, porém volta em breve para pedir prestação de contas dos talentos; e se formos preguiçosos, nos julgará com mais rigor sobre os dons concedidos.

Consideremos, pois, o que é que temos recebido, e estejamos atentos para empregá-lo bem. Que não exista algum cuidado terreno que nos impeça a vida espiritual, para que não venha a acontecer que, escondendo o talento na terra, provoque-se a ira do Senhor do talento.

O servo preguiçoso, quando o juiz já pede contas das culpas, desenterra o talento; existe, portanto, muitos que se afastam dos desejos e obras terrenas, por aviso do juiz, quando já são entregues ao suplício eterno. Vigiemos, portanto, antes que nos seja solicitada a conta de nosso talento, para que, quando o juiz já estiver ameaçando com o castigo, sejamos libertos dele pelo lucro que tivermos alcançado.

São Gregório, o Grande, Patriarca de Roma (Séc. VI)

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