18ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

08 de Outubro de 2025 (CC) / 25 de Setembro (CE)

Santa Eufrosina de Alexandria;

Pafnúcio, o Egípcio e 546 Mártires;

Repouso de São Sérgio de Radonej, o Milagroso 

e de seus Discípulos Monges Atanásio e Teodósio; 

Eufrosina de Suzdal;

Traslado das Santas Relíquias de Germano, Arcebispo de Kazan; 

Jejum (Azeite é Permitido)

Tom 8

Eufrosina era filha única de uma família muito rica. Seu pai, Pafnúcio, era um dos homens mais ricos da cidade de Alexandria e, com sua esposa, distinguiam-se por sua fé em Cristo. Aos doze anos Eufrosina ficou órfã de sua mãe, e seu pai passou a se dedicar inteiramente ao cuidado e educação da filha.

Santa Eufrósina nasceu no início do século V na cidade de Alexandria, filha única de pais nobres e ricos. Sua mãe faleceu jovem. A menina foi criada pelo pai, Pafúncio, um cristão profundamente religioso e piedoso. Ele visitava frequentemente o mosteiro, cujo abade servia como seu mentor espiritual.

Quando Eufrosina completou 18 anos, seu pai quis casá-la. Ele foi ao mosteiro ver seu mentor para receber sua bênção para o casamento de sua filha. O abade conversou com a jovem e lhe deu sua bênção, mas Santa Eufrosina ansiava pela vida monástica. Secretamente tonsurada por um monge errante, ela deixou a casa de seu pai e decidiu ingressar em um mosteiro para passar sua vida em solidão e oração. Temendo, no entanto, que seu pai a descobrisse em um mosteiro feminino, ela, chamando-se eunuco Izmaragdos, veio para o mesmo mosteiro que frequentava com seu pai desde a infância. Os monges, não reconhecendo Eufrosina, disfarçada de homem, a aceitaram em seu mosteiro.

Santa Eufrosina passou 38 anos em uma cela solitária, trabalhando, jejuando e rezando, e alcançou um alto nível de perfeição espiritual. Seu pai lamentou a perda de sua amada filha e, a conselho do abade, conversou repetidamente com o monge Izmaragdus, revelando-lhe sua dor e encontrando nele consolo espiritual. Antes de sua morte, Santa Eufrosina revelou seu segredo ao pai enlutado e pediu que ninguém além dele preparasse seu corpo para o sepultamento. Após enterrar sua filha, Pafnúcio distribuiu todos os seus bens aos pobres e ao mosteiro e tornou-se monge. Por dez anos, até sua morte, ele trabalhou na cela de sua filha. 

Tropárion da Venerável Madre Eufrosina, Tom 8: Em ti, ó Mãe, manifestou-se claramente a imagem de Deus, teu Criador. / Pois, aceitando a tua cruz, seguiste a Cristo, / e rezando, aprendeste a desprezar a carne, / pois a transcendeste para cuidar da tua alma imortal. // Por isso, com os anjos, a tua alma se alegra, ó venerável Madre Eufrosina. 

Kondákion, Tom 2: Desejando receber uma vida superior, / tu zelosamente abandonaste o prazer da vida aqui na terra, / e te misturaste com os homens como se fosse um homem, ó mais formosa. // Pois rejeitaste noivado transitório por amor a Cristo, teu Noivo.

Comemoração de São Pafnúcio 

O Santo Mártir Pafnúcio veio do Egito e viveu asceticamente no deserto. Durante a perseguição aos cristãos sob Diocleciano (284-305), o governador Ariano ordenou que São Pafnúcio fosse trazido até ele. O asceta, sem esperar pelos que o buscavam, compareceu perante o próprio governador, confessou sua fé em Cristo e foi entregue à tortura. Os dois soldados que o torturaram, Dionísio e Calímaco, vendo como o poder de Deus preservava o mártir, creram em Cristo Salvador, e por isso foram decapitados. Preso após tortura, São Pafnúcio converteu 40 prisioneiros à fé. Todos foram queimados. Depois de algum tempo, São Pafnúcio foi libertado e calorosamente recebido pelo cristão Nestório. Após instrução espiritual, ele e toda a sua família foram ainda mais fortalecidos na fé, e por isso sofreram o martírio. O santo mártir confirmou muitos outros cristãos em sua confissão de fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, e todos eles sofreram o martírio: alguns foram despedaçados com espadas, outros queimados — 546 no total. O próprio São Pafúncio foi jogado no rio com uma pedra no pescoço, mas milagrosamente nadou até a margem com a pedra. Por fim, o santo mártir foi enviado ao próprio Imperador Diocleciano, que ordenou que fosse crucificado em uma tamareira. 

Comemoração de São Sérgio de Radonej 

São Sérgio (nascido Bartolomeu, 1314-1392), um grande santo russo, era filho de boiardos de Rostov. Desde a infância, ele se esforçou para aprender, mas a alfabetização foi uma luta até que um encontro milagroso com um monge lhe concedeu entendimento. Após a morte de seus pais, São Sérgio retirou-se para a floresta, onde construiu uma cela e uma igreja, fundando um mosteiro. Com o tempo, discípulos se juntaram a ele, e a Lavra da Trindade de São Sérgio tornou-se o centro da vida espiritual na Rússia. São Sérgio era famoso por sua humildade, sabedoria espiritual e milagres, e foi repetidamente homenageado com aparições da Mãe de Deus. Ele é considerado um apoiador espiritual da resistência ao jugo mongol-tártaro; ele abençoou São Dmitry Donskoy para a Batalha de Kulikovo. O santo morreu em 1392 e foi sepultado na Catedral da Trindade; seu relicário é um local de peregrinação para todo o mundo ortodoxo. 

Tropárion de São Sérgio de Radonej, Tom 4: Ó tu que lutaste pelas virtudes, como verdadeiro guerreiro de Cristo Deus, / pelejaste grandemente contra as paixões nesta vida transitória, / tornando-te um modelo para os teus discípulos / nos cânticos, na observância de vigílias e jejuns. / Por isso, o Espírito Santo habitou em ti, por cuja ação foste esplendidamente adornado. / Como tens ousadia diante da Santíssima Trindade, / lembra-te do rebanho que reuniste, ó sábio, / e não te esqueças dele, como prometeste, // visitando os teus filhos, ó Sérgio, nosso venerável pai. 

Kondákion, Tom 8: Ferido pelo amor de Cristo, ó venerável, e seguindo-O com desejo inabalável, / tu desprezaste todo o deleite da carne e brilhaste como o sol sobre tua terra natal; / por isso, Cristo te enriqueceu com o dom dos milagres. / Lembra-te de nós que honramos tua memória radiante, // para que possamos clamar a ti: Alegra-te, ó divinamente sábio Sérgio!

Leituras Bíblicas

Mateus 11:27-30 (Matinas)

Gálatas 5:22-6:2

Lucas 6:17-23

Oração Antes de Ler as Escrituras

Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Efésios 5:25-33

25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29 Pois nunca ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também Cristo à igreja; 30 porque somos membros do seu corpo. 31 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja. 33 Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido.

Lucas 5:33-39

Fragmento 21 - Naquela época, os fariseus disseram a Jesus: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os Teus comem e bebem? E Ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão, mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES

“Trazendo-Se a Si Mesmo, Cristo Nos Trouxe Toda Novidade”

Leiam com maior atenção o Evangelho que os apóstolos nos transmitiram; leiam também atentamente as profecias e encontrarão que toda a atividade, toda a doutrina e toda a paixão de nosso Senhor estavam preditas nelas. E se lhes ocorresse pensar: então, o que de novo nos trouxe o Senhor com a sua vinda?, saibam que, trazendo-se a si mesmo, nos trouxe toda novidade, ele que foi previamente anunciado. E o que se pregava era isto: que a novidade viria para inovar e para vivificar ao homem.

E se a vinda do rei é anunciada antecipadamente pelos servos que ele enviou, é para preparar aos que haveriam de receber ao seu próprio Senhor. Mas, uma vez chegado o rei e seus súditos foram cumulados da alegria previamente anunciada, receberam a liberdade que dele procede e participam de sua visão; agora que escutaram as suas palavras e desfrutam dos seus dons, já nenhuma pessoa sensata se perguntará o que “de novo” o rei tem contribuído sobre os que anunciaram a sua vinda: contribuiu com a sua própria pessoa e tem doado aos homens os bens anunciados com antecipação, bens que os anjos anseiam penetrar.

Ele, com a sua vinda, tem plenificado todas as coisas, e ainda hoje segue plenificando na Igreja até a consumação final, a nova Aliança preanunciada pela lei. Entretanto, como os profetas teriam conseguido predizer a vinda do rei e pré-evangelizar a paz que ele instauraria, e preanunciar tudo o que Cristo fez de palavra e de obra, além de sua paixão, e pregar o Novo Testamento, se tivessem recebido a inspiração profética de outro deus, de um deus que – segundo vós – ignorava ao Pai inenarrável, seu reino e suas disposições, disposições completadas pelo Filho de Deus ao vir a terra nos últimos tempos?

Todos os profetas anunciaram, de fato, coisas semelhantes, mas não se verificaram em nenhum personagem da Antiguidade. Porque caso houvesse se verificado em algum dos antigos, não haveria razão para que os profetas que viveram posteriormente profetizassem que estas coisas haveriam de se cumprir nos últimos tempos. Mas a verdade é que não existe nenhum personagem nem entre os padres, nem entre os profetas, nem entre os antigos reis em quem se tenha realizado uma só destas profecias na sua forma própria e específica. Todos, é verdade, profetizaram os padecimentos de Cristo, mas eles estiveram muito longe de padecer sofrimentos tais como os que foram por eles preditos. E os sinais preditos a propósito da paixão do Senhor não se em nenhum outro. Em resumo: os profetas não se referiam a nenhum outro, senão ao Senhor, em quem convergiram todos os sinais preditos.

Santo Irineu, bispo de Lyon (séc. II)

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