segunda-feira, 24 de novembro de 2014

25ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

23 de Novembro de 2014 (CC) / 10 de Novembro (CE)
 Santos Menas, Victor, Vicente, Stefania e Teodoro, mártires (séc. I-II)



Durante o reinado do imperador Marco Aurélio (anos 161-180) na cidade de Damasco, na Síria, um cristão de nome Victor, nascido na itália,  desempenhava o ofício de guerreiro. Quando o imperador ordenou a perseguição aos cristão, o chefe do exército, Sebastião, exigiu de Victor que abjurasse sua fé em Cristo e oferecesse sacrifício aos ídolos locais. «És um guerreiro imperial e, como tal, é teu dever cumprir suas ordens», disse Sebastião. «Não», respondeu Victor. «Agora sou guerreiro do Rei Celestial e somente a Ele devo obediência, e desprezo aos repugnantes ídolos». Sebastião, ouvindo isto, deu ordens para que Victor fosse submetido a torturas. Os carrascos quebraram tão os dedos das mãos e pés de Victor. Durante as torturas que sofria São Vitor rezava a Deus e, corajosamente, suportava todos os sofrimentos que lhe impunham as torturas. Posteriormente, os carrascos obrigaram Victor a comer uma carne envenenada por um bruxo. Depois de rezar e abençoar aquela carne, o mártir Victor a comeu sem que nenhum mal lhe causasse. 
Todos ficaram impressionados com o milagre. Cumpriu-se, portanto, o que o Senhor havia prometido aos seus discípulos: «E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão». O feiticeiro, vendo que o veneno que havia introduzido no alimento nenhum mal causara a Victor, abandonou suas crenças abraçando a fé cristã. Ele, melhor que ninguém, compreendia que nenhuma força terrena poderia neutralizar seu mortal veneno. Victor, então, foi submetido a torturas ainda mais cruéis. Stefania, esposa de um dos guerreiros que torturavam Victor não suportou mais olhar os sofrimentos que aquele mártir de Cristo suportava e começou a interceder por ele. Os carrascos, enlouquecidos pelo sangue,  em vez de parar se enfureceram ainda mais com a intervenção de Stefania, vendo nela a sua nova vítima. Amarraram-na a duas palmeiras inclinadas e a fizeram em pedaços. Assim morreu Stefania, na flor de sua juventude, quando contava apenas 15 anos de idade. Depois, os torturadores seguiram torturando Victor até, finalmente, ser decapitado. Os santos mártires Victor e Stefania foram martirizados por amor a Cristo no ano 175. Antes de sua morte, Victor predisse aos torturadores que morreriam em 12 dias, e ao chefe do exército imperial, que o fariam prisioneiro em 24 horas. E assim se deu.


LITURGIA

1 Tessalonicenses 1:1-10

Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

Lucas 14:12-15

E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos. E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.



REFLEXÃO



Sê Benigno Com os Irmãos Desfavorecidos

Nunca faltam hóspedes e exilados; por todas as partes podem ver-se mãos estendidas implorando uma esmola. A estes, o ar livre sob um céu estrelado lhes serve de teto; os pórticos, as encruzilhadas dos caminhos e os rincões mais afastados das praças lhes oferecem abrigo. À imitação das corujas e bufos, ocultam-se nas cavernas. Cobrem-se com vestes esfarrapadas, desgastadas e maltrapilhas. Os produtos dos campos são para eles a bondade daqueles que se compadecem de sua miséria; seu alimento é o que conseguirem recolher das pessoas de quem se aproximam; sua bebida é a mesma dos seres irracionais, ou seja, as fontes; seu copo são as conchas das mãos; seu alforje é o próprio estômago, enquanto não esteja totalmente indisposto, incapaz de cobiçar as coisas que nele se lançam. Sua mesa são os joelhos juntos; seu leito, o chão; seu banho, o que Deus proporcionou a todos, construído sem intervenção do engenho humano: o rio ou o lago. Levam uma vida errante e campesina, e não porque inicialmente optaram por este estilo de vida, mas porque as calamidades e a necessidade lhes obrigaram a isso.

Tu que jejuas, proporciona a eles o necessário para o sustento. Sê benigno com os irmãos miseráveis. Aquilo que tu subtrais ao estômago, dai ao que tem fome. Que o justo temor de Deus gere igualdade. Mediante uma modesta temperança, combina e modera duas tendências contrárias entre si: tua saciedade e a fome do irmão. Que a razão abra aos pobres as portas dos ricos. Que a prudência deixe ao necessitado rápido acesso ao abastado. Que não seja o cálculo humano o que abasteça aos indigentes, mas sim a palavra eterna de Deus a que lhes proporcione casa, leito e mesa. Com palavras transbordantes de carinho e humanismo, forneça de teus bens o necessário para a vida. Que a multidão de pobres e de enfermos encontrem em ti um refúgio seguro. Que cada um se cuide com toda dedicação de seus vizinhos. Não consintas que ninguém se antecipe a ti na solicitude, digna de recompensa para com os próximos. Cuide para que não arranquem de ti o tesouro que te está reservado.

Abraça, como ao ouro, o homem flagelado pela calamidade. Cuida de tal forma da precária saúde do pobre, como se dela dependesse o teu bem-estar, a saúde de tua mulher, a de teus filhos, a de teus servos, em uma palavra: a saúde de toda a tua família. Pois se é verdade que todos os pobres hão de ser atendidos e auxiliados, temos de cercar com uma especialíssima atenção aos enfermos. Pois aquele que é ao mesmo tempo indigente e enfermo, está atribulado por uma dupla pobreza. De fato, os pobres que possuem um corpo vigoroso, indo de porta em porta, finalmente acabarão encontrando quem lhes dê alguma coisa. Ademais, colocam-se nos locais concorridos, dirigindo-se a todos os transeuntes implorando ajuda. Já os pobres que não desfrutam de boa saúde se encontram reclusos em uma mísera choupana, ou até mesmo em um apertado canto da choupana, como Daniel na cova dos leões, e te esperam, qual outro Habacuc, a ti cheio de bondade, de preocupação e de amor para com os pobres.

Portanto, mediante a esmola, amigo do profeta; socorre o indigente prontamente e sem nenhum tipo de preguiça. Não temas, não sofrerás diminuição em teus interesses. Porque da esmola se deriva um variado e substancioso proveito. Semeia o benefício, para que possas colher o fruto e encher a tua casa de bons feixes.


São Gregório de Nissa (séc. IV)






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