Ss. Mártires Terêncio, sua esposa Neolina e seus filhos;
Estêvão, o poeta do Mosteiro de São Saba; Arsênio, Arcebispo da Sérvia;
Jó, Higúmeno de Pochaev,
Os mártires Terêncio e Neonila e seus filhos: Sarbélio, Fócio,Teódulo, Hieráx, Nita, Vele e Eunice sofreram martírio durante a perseguição do cristianismo sob o imperador Décio (249-250), Eles zelosamente confessaram Cristo e denunciaram a idolatria, Por isso os pagãos submeteram toda a família a terríveis torturas e tormentos, mas não conseguiram levá-los a renunciar a verdadeira fé, Assim, os santos mártires foram decapitados, e receberam as coroas de martírio.
1 Tessalonicenses 3:9-13
Porque, que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, 10 olhando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto, e supramos o que falta à vossa fé? Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhem a nossa viagem para vós. E o Senhor vos aumente, e faça crescer em amor uns para com os outros, e para com todos, como também o fazemos para convosco; para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos.
Lucas 11:1-10
E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu. O pão nosso suprassubstancial, dá-nos hoje*; e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal. Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.
COMENTÁRIOS
Sobre a Oração
Seria digno de observar se no Antigo Testamento se encontra uma oração na qual alguém invoca a Deus como Pai, porque nós, até o presente, não a temos encontrado, apesar de tê-la buscado com interesse. E não dizemos que Deus não foi chamado com o título de Pai, ou que aqueles que nele têm crido não foram chamados filhos de Deus; mas que em nenhuma parte encontramos em uma oração essa confiança proclamada pelo Salvador de invocar a Deus como Pai.
Além disso, que Deus é chamado Pai e, de filhos, os que se ativeram à palavra divina, pode-se constatar em muitas passagens veterotestamentárias. Assim:
"Deixaste ao Deus que te gerou, e deste ouvido ao Deus que te alimentou?"
E ainda na mesma passagem:
"São filhos sem fidelidade alguma".
E em Isaías:
"Eu criei filhos e os tenho enaltecido, porém eles me têm desprezado";
e em Malaquias:
"O filho honrará ao seu pai e o servo ao seu Senhor. Porque se eu sou pai, onde está a minha honra?"
"Deixaste ao Deus que te gerou, e deste ouvido ao Deus que te alimentou?"
E ainda na mesma passagem:
"São filhos sem fidelidade alguma".
E em Isaías:
"Eu criei filhos e os tenho enaltecido, porém eles me têm desprezado";
e em Malaquias:
"O filho honrará ao seu pai e o servo ao seu Senhor. Porque se eu sou pai, onde está a minha honra?"
Ainda que em todos estes textos Deus seja chamado de Pai, e filhos aqueles que foram gerados pela palavra da fé nEle, não se encontra, contudo, na Antiguidade uma afirmação clara e infalível desta filiação. Desta forma os mesmos lugares citados mostram que eram realmente súditos aqueles que se chamavam filhos. Já que, segundo o apóstolo, enquanto o herdeiro é menor, sendo o Senhor de tudo, não difere do servo; mas está sob tutores e encarregados até a data assinalada pelo pai.
Mas a plenitude dos tempos chegou com a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, quando pode se receber livremente a adoção, como ensina São Paulo, afirmando que "tendes recebido o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Abbá, Pai!"
E no Evangelho de São João lemos:
"Mas a todos os que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; aos que creem em seu nome."
E por este espírito de adoção de filhos sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, porque a semente de Deus está nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus.
E no Evangelho de São João lemos:
"Mas a todos os que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; aos que creem em seu nome."
E por este espírito de adoção de filhos sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, porque a semente de Deus está nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus.
Por tudo isto, se entendêssemos o que escreve São Lucas ao dizer: "Quando orardes, dizei: Pai", nos envergonharíamos de invocá-lo sob esse título se não somos filhos legítimos. Porque seria triste que, junto aos nossos outros pecados, acrescentássemos o crime de impiedade.
Orígenes, Presbítero de Alexandria (séc. III)
“Estes São os Bens que Principalmente Devemos Pedir”
Desejando nosso Senhor e Salvador que cheguemos às alegrias do reino celestial, ensinou-nos a pedir-lhe estas mesmas alegrias e prometeu de concedê-las a nós se o pedimos: Pedi – diz ele – e recebereis, procurai e encontrareis, batei e vos será aberto. Devemos refletir seriamente e com a máxima atenção, caríssimos irmãos, sobre a mensagem de que são portadoras estas palavras do Senhor, visto que nos asseguram que o Reino dos Céus não é patrimônio de ociosos e desocupados, mas que se dará, será encontrado e se abrirá para aqueles que o peçam, o procurem e chamem às suas portas.
Desta forma, a entrada no reino temos de pedi-la orando, temos de procurá-la vivendo honradamente e temos de chamar às suas portas perseverando. Porque não é suficiente limitar-se a pedi-lo de palavra, mas devemos indagar diligentemente qual há de ser a nossa conduta para merecer alcançar o que pedimos, segundo a afirmação daquele que afirma: Nem todo o que me diz Senhor entrará no Reino dos Céus, mas aquele que cumpra a vontade de meu Pai que está no céu: esse entrará no Reino dos Céus.
Portanto, é necessário, meus irmãos, que peçamos assiduamente, que oremos constantemente, que nos prostremos por terra, bendizendo ao Senhor, nosso Criador. E para que mereçamos ser escutados, consideremos solicitamente como ele quer que vivamos, que é cumprir o que nosso Criador nos ordenou. Recorramos ao Senhor e ao seu poder, busquemos continuamente a sua face. E para que mereçamos achá-lo e contemplá-lo, limpemo-nos de toda sujidade de corpo ou de espírito, pois no dia da ressurreição somente subirão ao céu aqueles que tenham conservado a castidade do corpo, unicamente os puros de coração poderão contemplar a glória da divina Majestade.
E se desejamos saber o que ele quer que peçamos, escutemos aquilo do Evangelho: Buscai o Reino de Deus e sua justiça, e as outras coisas vos serão dadas por acréscimo. Buscar o Reino de Deus e sua justiça significa desejar os dons da pátria celestial, significa indagar incessantemente qual é o comportamento adequado para alcançá-los, não ocorra que cheguemos a nos desviar do caminho que a isso nos conduz, nos vejamos impossibilitados de alcançar a meta à qual nos tínhamos proposto. Estes são, caríssimos irmãos, os bens que principalmente temos de pedir a Deus, esta é a justiça do reino que preferencialmente temos de buscar, ou seja, a fé, a esperança e a caridade, porque está escrito: O justo viverá por sua fé; o que confia no Senhor, a misericórdia o cerca; e amar é cumprir a lei inteira; porque toda a lei se concentra nesta frase: amarás ao próximo como a ti mesmo.
Por isso o Senhor amavelmente nos promete que o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que o peçam. Com o qual quer decisivamente indicar-nos que aqueles que são maus por natureza podem tornar-se bons mediante a aceitação da graça do Espírito.
Promete que o Pai dará o Espírito Santo àqueles que o pedem, porque a própria fé, a esperança e a caridade, como quaisquer outros bens celestiais que desejamos alcançar, nos são concedidos unicamente pelo dom do Espírito Santo.
Seguindo suas pegadas, na medida do possível, peçamos, amadíssimos irmãos, a Deus Pai que, pela graça de seu Espírito, nos guie pelo reto caminho da fé, uma fé ativa na prática do amor. E para que mereçamos alcançar os bens desejados, procuremos viver de tal maneira que não sejamos indignos de tão grande Pai; pelo contrário, esforcemo-nos por conservar, com corpo sempre íntegro e alma pura, o ministério do segundo nascimento, mediante o qual e no batismo nos convertemos em filhos de Deus. Porque é seguro que, se observamos os mandamentos do Pai eterno, nos remunerará com a herança de uma bênção eterna, preparada para nós desde o princípio por Jesus Cristo nosso Senhor, que vive e reina com Deus Pai, na unidade do Espírito Santo, é Deus por todos os séculos dos séculos. Amém.
São Beda o Venerável, monge (séc. VIII)
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