quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

27ª Terça-feira Depois de Pentecostes

01 de Dezembro de 2015 (CC) / 18 de Novembro (CE)
S. Platão, mártir († 305)
Jejum da Natividade


Platão era natural de Ankara e viveu em finais do século II. Homem de alma virtuosa, realizou uma grande e importante obra no campo da evangelização, propagando e ensinando o conteúdo da fé cristã. De posição econômica privilegiada, socorria aos pobres, enfermos e necessitados em geral com importantes doações em dinheiro. Denunciado, foi levado à presença do governador Agripino, assumindo diante dele sua fé em Cristo, acrescentando ainda que trabalhava e vivia pela graça de Cristo. Agripino, percebendo tratar-se de um homem de posses, através de vários e diferentes subterfúgios buscou persuadí-lo a renegar sua fé. Depois, tentou atraí-lo apresentando-lhe sua linda e jovem sobrinha, oferecendo-a em casamento à Platão em troca de que este abandonasse sua fé. O santo, porém, reagiu prontamente à proposta do governador, repetindo as palavras do Evangelho: «E vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.» (Jd 1,20-21). Agripino ordenou então que Platão fosse açoitado, e após ser submetido a várias formas de torturas, fo decapitado no ano 306, entregando assim a sua alma a Deus.

1 Timóteo 5:11-21

Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé. E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém. Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; porque já algumas se desviaram, indo após Satanás. Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas. Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas. Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.

Lucas 14:25-35

Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.




REFLEXÃO





Sobre as Três Renúncias


Cabe-nos agora falar das renúncias. Tanto a tradição dos padres como a autoridade das Sagradas Escrituras demonstram que são três renúncias que cada um de nós há de trabalhar com afinco para colocá-las em prática.

Mediante a primeira desprezamos todas as riquezas e bens materiais do mundo; mediante a segunda desprezamos os costumes, vícios e paixões da vida passada, tanto da alma como da carne; mediante a terceira afastamos o pensamento de todos os bens presentes e visíveis, para centrar-nos exclusivamente na contemplação das realidades futuras e no anelo do invisível. Que estas três renúncias devem ser praticadas lemos que o Senhor já ordenara a Abraão, quando disse: Sai da tua terra, de tua pátria e da casa de teu pai.

Primeiro ele disse: Sai de tua terra, isto é, dos bens deste mundo e das riquezas terrenas; em segundo lugar: sai da tua pátria, isto é, do modo de viver, dos costumes e vícios do passado, todas elas coisas tão estritamente vinculadas a nós desde o nosso nascimento, que se converteram em nossos parentes baseado em uma espécie de afinidade e consanguinidade; em terceiro lugar: sai da casa de teu pai, ou seja, de toda memória deste mundo e que se encontra debaixo do campo de observação de nossos olhos. E saindo com o coração desta casa temporal e visível, dirigimos os nossos olhos e nosso contemplar para aquela casa na qual habitaremos para sempre. O que cumpriremos quando, sendo homens e procedendo como tais, começarmos a militar nas fileiras do Senhor guiados não por objetivos humanos, confirmando com as obras e a virtude aquela sentença do bem-aventurado apóstolo: Nós, pelo contrário, somos cidadãos do céu.

Por este motivo, de nada nos adiantaria ter empreendido com toda a devoção de nossa fé a primeira renúncia, se não colocássemos em obra a segunda com o mesmo empenho e idêntico ardor. E assim, uma vez alcançada esta, poderemos chegar também àquela terceira renúncia, mediante a qual, saindo da casa de nosso primeiro pai, centramos toda a atenção de nossa alma nos bens celestiais.

Assim, mereceremos alcançar a verdadeira perfeição da terceira renúncia quando nosso espírito, não debilitado por contágio algum de estupidez carnal, mas purificado de todo afeto e apego terreno mediante um notável trabalho de acabamento, através da incessante meditação das divinas Escrituras e o exercício da contemplação, se houvesse transladado de tal modo ao mundo do invisível que, atento somente às realidades soberanas e incorpóreas, não perceba que está ainda envolto na fragilidade da carne e circunscrito a um determinado lugar.


São João Cassiano (séc. V)


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