O Santo Hieromártir Eleutério
De uma boa árvore vem bons frutos. Este maravilhoso santo tinha pais nobres e muito eminentes. Eleutério nasceu em Roma, onde seu pai era um procônsul imperial. Sua mãe, Anthia, ouvira o Evangelho do grande Apóstolo Paulo e por ele fora batizada.
Tendo se tornado viúva ainda muito cedo, Anthia confiou os estudos do seu único filho aos cuidados de Anicetus, Bispo de Roma. Vendo como Eleutério fora presenteado por Deus e iluminado pela Sua graça, o bispo o ordenou diácono com a idade de quinze anos, e sacerdote com a idade de dezoito anos, e bispo na idade de vinte. A sabedoria que Deus conferira a Eleutério compensava o que lhe faltava em anos, e este escolhido de Deus foi nomeado Bispo de Ilíria com seu assento em Valona (Avlona), Albânia. O bom pastor guardava o bem seu rebanho e o aumentava dia a dia.
O Imperador Adriano, um perseguidor dos cristãos, enviou o comandante Felix com soldados para aproveitar Eleutério e trazê-lo para Roma. Quando em fúria Felix chegou em Valona e entrou na igreja, ele viu e ouviu o Santo Hierarca de Deus; de repente, seu coração mudou, e ele se tornou um cristão. Eleutério batizou Felix e com o tal partiu para Roma, voltando com alegria, como se estivesse indo para uma festa e não para a provação e tortura. O Imperador submeteu o nobre Eleutério à tortura severa: flagelação, assar em uma cama de ferro, fustigado com dardos inflamados, e a ser queimado em uma fornalha ardente. Mas Eleutério foi protegido pelo poder de Deus de todas essas torturas mortais. Vendo tudo isso, Caribus, Eparca Romano, declarou que também era um cristão. Caribus foi torturado e depois decapitado, e assim também ocorreu com o bendito Felix. Finalmente, os carrascos imperiais cortaram a cabeça honrosa de Santo Eleutério. Quando sua mãe, Santa Anthia, chegando, se deteve sobre o cadáver de seu filho, ela também foi decapitada. Seus corpos foram traduzidos para Valona, onde ainda hoje Santo. Eleutério glorifica o Nome de Cristo por seus muitos milagres. Eleutério padeceu durante o reinado de Adriano no ano 120 dC.
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Santo Estêvão, o Confessor de Surozh
Estêvão nasceu na Capadócia e foi educado em Constantinopla sob o Patriarca São Germano. Ele retirou-se para a solidão e viveu escondido do mundo. Um anjo apareceu a São Germano e ordenou-lhe nomear Estêvão bispo da cidade de Sourozh (agora Sudak na Crimeia), e o Patriarca assim o fez.
O zeloso Estêvão converteu muitos ao Cristianismo. Sofreu amargamente sob o imperador Leo Isauriano , por causa da defesa que o Santo fazia da veneração dos santos ícones. Estêvão profetizou ao imperador sua morte iminente. Após a morte deste perverso imperador, Estêvão foi devolvido à sua diocese, onde alimentou seu rebanho de forma aprazível a Deus e morreu pacificamente no final do século oitavo.
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O Santo Ermitão Paulo de Leiteria
Paulo nasceu em Pérgamo. Ele viveu uma vida de ascetismo numa montanha chamada Latros, situada na Ásia Menor. Glorificado por causa de seu ascetismo e muitos milagres, morreu em idade avançada e achou sua habitação com o Senhor, no ano 950 dC
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Procura vir ter comigo depressa, porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém. Saúda a Prisca e a Áqüila, e à casa de Onesíforo. Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto. Procura vir antes do inverno. Ežubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam. O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém.
E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele. E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria. E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo. Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens. E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
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REFLEXÃO
Teodoreto de Ciro (séc. V)
Jesus chega espontaneamente à paixão que dele estava escrita e que mais de uma vez havia anunciado aos seus discípulos, censurando a Pedro em certa ocasião por ter aceito de má vontade este anúncio da paixão, e demonstrando finalmente que através dela seria salvo o mundo. Por isso, ele mesmo apresentou-se aos que vinham prender-lhe, dizendo: Eu sou a quem buscais. E quando o acusavam não respondeu, e, tendo a oportunidade de esconder-se, não o quis fazer; por mais que em várias outras ocasiões em que o buscavam para prendê-lo, desapareceu.
Ademais, chorou sobre Jerusalém, que com sua incredulidade preparava sua própria calamidade e predisse sua ruína definitiva e a destruição do templo. Também sofreu com paciência que alguns homens duplamente desprezíveis lhe batessem na cabeça. Foi esbofeteado, cuspido, injuriado, atormentado, flagelado e, finalmente, levado para a crucifixão, deixando que o crucificassem entre dois ladrões, sendo desta forma contado entre os homicidas e malfeitores, degustando também o vinagre e o fel da vinha perversa, coroado de espinhos em vez de palmas e ramos, vestido de púrpura por deboche e golpeado com uma vara, atravessado por uma lança no lado e, finalmente, sepultado.
Com todos estes sofrimentos buscava a nossa salvação. Porque todos aqueles que se fizeram escravos do pecado deviam sofrer o castigo de suas obras; porém ele, isento de todo pecado, ele, que caminhou até o fim pelo caminho da justiça perfeita, sofreu o suplício dos pecadores, apagando na cruz o decreto da antiga maldição. Cristo – diz São Paulo – nos resgatou da maldição da lei, tornando-se um maldito por nós, porque diz a Escritura: Maldito todo aquele que pende de uma árvore. E com a coroa de espinhos pôs fim ao castigo de Adão, ao qual foi dito após o pecado: Maldito o solo por tua culpa: brotarão para ti abrolhos e espinhos.
Com o fel, carregou sobre si a amargura e os desgostos desta vida mortal e passível; com o vinagre, assumiu a natureza deteriorada do homem e a reintegrou ao seu estado primitivo. A púrpura foi sinal de sua realeza; a vara, indício da debilidade e fragilidade do poder do diabo; as bofetadas que recebeu anunciavam nossa liberdade, ao tolerar as injúrias, os castigos e golpes que nós tínhamos merecido.
Seu lado foi aberto, como o de Adão, porém não saiu dele uma mulher que com seu erro gerou a morte, mas uma fonte de vida que vivifica ao mundo com uma dupla torrente: um deles nos renova no batistério e nos veste a túnica da imortalidade; o outro alimenta na sagrada mesa aos que nasceram de novo pelo batismo, como o leite amamenta aos recém-nascidos.
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