PRÉ-FESTA DA TEOFANIA
16 de Janeiro de 2025 (CC) 03 de Janeiro (CE)
Ss. Profeta Malaquias e Górdios de Cesárea na Capadócia, Mártir
Santa Genoveva de Paris (502)
Encontro das santas relíquias de São Efraim, Neo Makri
Tom 4
O Santo Profeta Malaquias viveu 400 anos antes do nascimento de Cristo, na época da volta dos judeus do cativeiro babilônico. Malaquias foi o último dos profetas do Antigo Testamento, por isso, os Santos Padres o chamam de "o selo dos profetas".
Manifestando-se com uma imagem de bondade espiritual e piedade, ele surpreendeu a nação e foi chamado Malaquias, ou seja, um anjo.
Seu livro profético está incluído no Cânone do Antigo Testamento. Nele, ele repreende os judeus, predizendo a vinda de Jesus Cristo e de seu precursor João Batista, e também o Juízo Final (Malaquias 3: 1-5; 4: 1-6).Santo Mártir Górdios
Górdios nasceu em Cesárea da Capadócia. Entrou para o serviço militar do Império Romano e chegou ao grau de centurião. Estava em sua vila natal quando o perverso Diocleciano voltou a ascender o fogo da perseguição aos cristãos. Indignado, ao ver os cruéis tratamentos infligidos aos cristãos, abandonou voluntariamente o serviço militar, retirando-se ao deserto. Iniciou-se nos divinos mistérios do cristianismo sob a influência da graça e o exercício da contemplação, compreendendo a inutilidade dos bens da vida presente, entregando-se à prática do jejum e da oração. Numa certa ocasião, em que os pagãos haviam organizado jogos para honrar o deus pagão Marte, Górdios apresentou-se novamente na cidade e, mostrando-se entre os espectadores proclamou em voz alta as palavras do profeta:
"Fui achado pelos que não me buscavam, fui manifestado aos que por mim não perguntavam" (Is 65,2 e Rm 10,20). Quis fazer compreender a todos, com estas palavras que, por si mesmo, declarava-se cristão. Então, tomaram-no e levaram-no diante do governador.
Górdios deu a conhecer seu nome, seu país, sua categoria de centurião, o motivo de seu afastamento e de seu retorno à cidade. «Não me preocupo com vossos editos, pois creio em Jesus Cristo, minha esperança e meu apoio; sei que superais em crueldade aos demais representantes imperiais, mas achei por bem aproveitar esta ocasião para obter o que é objeto de meus desejos». O governador o fez compreender que estava assim se expondo aos mais horríveis tormentos, se insistisse nessa atitude. Górdios, porém, elevando seus olhos aos céus, cantou os versículos do salmo: «O Senhor é meu apoio e não temo o que os homens possam me fazer; Senhor, nenhum mal temerei, porque Tu estás comigo!» (Sl 117 e 22). E repetia estas expressões de confiança muito a propósito para fortalecer sua alma. Então, abateram-se sobre ele os tormentos. Seus parentes e amigos se aproximaram dele, compadecidos por sua sorte. «Guardai vossas lágrimas e vossos lamentos para os inimigos do verdadeiro Deus» – lhes disse – «pois que estou preparado para dar mil vezes a minha vida, se isso fosse possível, para glorificar o nome do Senhor. Tenho presente em minha memória o primeiro centurião que assistiu, sobre o calvário, a morte de meu Salvador, e que proclamou a sua divindade na presença dos judeus, cuja cólera ainda não se havia abrandado». Essas foram suas últimas palavras. Protegido com o sinal da cruz marchou intrepidamente para o martírio, tendo sido decapitado.
Santa Genoveva de Paris (502)Ela nasceu perto de Paris em uma família de ricos proprietários de terras. Quando ela tinha cerca de dez anos, São Germano de Auxerre (31 de julho), passando pela região a caminho da Grã-Bretanha, percebeu um propósito divino especial para ela e disse aos pais que ela havia sido escolhida para a salvação de muitos. "Ele perguntou a ela naquele dia, e no início do dia seguinte, se ela se consagraria à santa virgindade por Cristo e, em ambas as ocasiões, ela respondeu que era seu desejo mais querido. Então ele a abençoou e deu a ela uma moeda de cobre com a inscrição da Cruz para usar em volta do pescoço, dizendo a ela para nunca usar ouro, prata ou pérolas, mas para elevar sua mente acima das pequenas belezas deste mundo para herdar adornos eternos e celestiais." (Synaxarion)
Os mosteiros eram desconhecidos naquela época na Gália, então Genevieve vivia solitária, em uma cela em sua própria casa, primeiro com seus pais e depois, após a morte deles, com sua madrinha em Paris. Ela se dedicou aos pobres, doando tudo o que chegava às suas mãos, exceto a pequena quantia de que precisava para se alimentar de pão e feijão. (Quando ela passou dos cinquenta anos, os bispos ordenaram que ela adicionasse um pouco de peixe e leite à sua dieta). Ela manteve a Quaresma da Teofania à Páscoa, durante a qual ela nunca saiu de casa. Ela nunca teve medo de repreender os poderosos por sua opressão aos fracos e pobres, e assim ganhou muitos inimigos poderosos; mas o amor do povo por ela e o apoio da Igreja a mantiveram longe da perseguição.
Tornou-se seu costume ir à igreja aos domingos em procissão com sua família e muitos leigos piedosos. Uma vez, a vela carregada na frente da procissão (ainda estava escuro) apagou-se em uma tempestade. A Santa pediu a vela e, quando a pegou na mão, ela reacendeu e permaneceu acesa até chegarem à igreja. Em várias outras ocasiões, velas acenderam espontaneamente em sua mão; por esse motivo, seu ícone a mostra segurando uma vela.
Ela viajou por toda a Gália (atual França) a negócios da igreja, sendo recebida com todas as honras geralmente concedidas a um bispo. Várias vezes ela salvou a cidade de Paris dos ataques de tribos bárbaras por meio de suas orações, implorando a chefes bárbaros e uma vez organizando um comboio para levar grãos à cidade sitiada.
Santa Genoveva repousou em paz aos oitenta anos. Ao longo dos séculos desde então, ela demonstrou sua santa proteção à cidade de Paris inúmeras vezes, e suas relíquias na Igreja de Santa Genoveva realizaram inúmeras curas. Suas relíquias foram muitas vezes carregadas em grandes procissões em tempos de guerra, pestilência ou outra provação nacional. Essas relíquias foram em sua maioria queimadas e jogadas no Rio Sena pelos revolucionários ímpios em 1793, mas, como conclui o Sinaxário, "aqueles que continuam a invocar Santa Genoveva com fé, descobrem que ela está bem e verdadeiramente viva".
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Hebreus 10:35-11:7
Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
Marcos 12:38-44
Fragmento 57 - O Senhor disse aos Seus discípulos: “Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças, e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias; que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação”. E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos depositavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam um kodrates. E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: “Em verdade vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos os que depositaram na arca do tesouro; porque todos ali depositaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento”.
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O ENSINO DOS SANTOS PADRES
Amadíssimos, que ninguém se vanglorie dos pequenos méritos de uma vida boa se lhe faltarem as obras de caridade; nem se refugie na falsa segurança de sua pureza corporal, quem não busca a sua purificação na esmola.
A esmola apaga o pecado, mata a morte e extingue a pena do fogo eterno. Mas quem estiver desprovido do fruto da esmola, também não poderá receber a indulgência do remunerador, pois diz Salomão: Quem fecha os ouvidos ao clamor do necessitado, não será escutado quando grite. Por isso Tobias dizia ao seu filho, incutindo-lhe os preceitos da piedade: Dá esmola dos teus bens e não sejas mesquinho. Se vês um pobre, não desvies o teu rosto, e Deus não afastará sua face de ti.
Esta virtude torna úteis todas as outras virtudes: sua união vivifica a própria fé, da qual o justo vive, e que, se não tem obras, é considerada morta: mas se é verdade que a fé é a razão de ser das obras, não é menos que as obras são a força da fé. Por isso, como diz o apóstolo, enquanto temos oportunidade, trabalhemos pelo bem de todos, especialmente pelo bem da família da fé. Não nos cansemos de fazer o bem, que, se não esmorecermos, no tempo certo colheremos.
A vida presente é tempo de semeadura, e o dia da retribuição é tempo de colheita, quando cada um recolherá uma colheita proporcionada à quantidade da semeadura. Ninguém ficará defraudado do rendimento desta messe, pois ali se atenderá tanto o volume das contribuições como a qualidade das intenções; de maneira que se equipararão os pequenos donativos procedentes de escassos rendimentos e os suntuosos de fortunas imensas.
Em consequência, amadíssimos, acatemos o que foi estabelecido pelos apóstolos. E como no próximo domingo terá “lugar a coleta, disponham-vos para a voluntária devoção, para que cada um coopere, segundo as suas possibilidades, para a sacratíssima oblação. Vossas próprias esmolas serão uma oração em vosso favor, assim como para aqueles a quem ajudareis com vossa generosidade. Assim estareis disponíveis para toda boa iniciativa, em Cristo Jesus, nosso Senhor, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
São Gregório, o Grande, Patriarca de Roma, Séc. VII
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