domingo, 30 de setembro de 2012

Domingo Depois da Exaltação da Cruz


17º Domingo Depois de Pentecostes
30 de Setembro de 2012 (CC) / 16 de Setembro (CE)
Ss. Sofia e suas três filhas Fé, Esperança e Caridade, mártires († c. 130).


MATINAS (VI)

Lucas 24:36-53

     36 Enquanto ainda falavam nisso, o próprio Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco.    37 Mas eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.    38 Ele, porém, lhes disse: Por que estais perturbados? e por que surgem dúvidas em vossos corações?    39 Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho.    40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.    41 Não acreditando eles ainda por causa da alegria, e estando admirados, perguntou-lhes Jesus: Tendes aqui alguma coisa que comer?    42 Então lhe deram um pedaço de peixe assado,    43 o qual ele tomou e comeu diante deles.    44 Depois lhe disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.    45 Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras;    46 e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos;    47 e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.    48 Vós sois testemunhas destas coisas.    49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.    50 Então os levou fora, até Betânia; e levantando as mãos, os abençoou.    51 E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles; e foi elevado ao céu.    52 E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para Jerusalém;    53 e estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus.   


LITURGIA


Gálatas 2:16-20

     16 sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada.    17 Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De modo nenhum.    18 Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.    19 Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus.    20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.   

Marcos 8:34-9:1

     34 E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.    35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á.    36 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?    37 Ou que diria o homem em troca da sua vida?    38 Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.    1 Disse-lhes mais: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus já chegando com poder.


O Significado Da Cruz De Cristo Em Nossa Vida

Os apóstolos ensinam que todas as bênçãos dessa vida e da vida futura é o resultado direto do sofrimento na cruz do Filho de Deus encarnado. Essas bênçãos não se estendem somente sobre a humanidade, mas também sobre toda a natureza e até mesmo sobre todo o universo e elas serão renovadas no dia da ressurreição geral (cf. Rom 8:18; 2Pdr 3:13).

A bênção mais importante resultante da morte redentora e da ressurreição de Cristo para o ser humano é o dom de uma nova vida em Cristo e a capacidade de viver aperfeiçoando-se espiritualmente, para tornar-se semelhante a Deus. Tudo isso é citado nas Escrituras. As demais bênçãos espirituais acham-se intimamente relacionadas com a possibilidade do homem transformar-se em um novo homem ou em uma nova criação.

Antes da vinda de Cristo, a humanidade era incapaz de levar uma verdadeira vida espiritual, pois ela estava prisioneira de seus desejos carnais, que eram frequentemente desejos pecaminosos. As bênçãos da redenção de Cristo induz ao homem novos pensamentos e nova perspectiva na vida. A redenção de Cristo desmascara o vazio e a vaidade de nossa vida terrena e nos permite perceber o significado de nossa existência, ajudando-nos aproximarmos a cada passo de nossa meta e nos revelando como é alegre e maravilhosa a vida futura. A graça do Espírito Santo ajuda-nos constantemente ao caminho de nosso objetivo final. Ela substitui o sentimento de opressão e amargura que atinge o homem de maneira geral, pela sensação de leveza e de paz interior; ela substitui a sede dos prazeres infames, pela doçura do relacionamento com Deus; ela substitui o amor próprio doentio, pelo desejo nobre de praticar o bem.

Entretanto, qualquer tipo de crescimento e aperfeiçoamento requer também esforço pessoal. Deus nos conduz, ajuda-nos e nos dá todas as ferramentas para o sucesso, porém, constância e luta são ingredientes necessários para se tornar virtuoso. Todas as dificuldades externas ou internas são denominadas pessoalmente de "cruz." Todo cristão é chamado a seguir o Senhor, carregando a cruz de sua vida. Cada cristão tem que levar sua cruz pessoal, se ele quiser participar da vitória contra o mau. A salvação consiste de duas partes: a parte objetiva já concluída por Jesus Cristo na cruz e a parte subjetiva que se baseia no esforço pessoal para se tornar um verdadeiro cristão. O próprio Senhor falou sobre esse segundo aspecto da salvação:

"O que não toma a sua cruz e (não) Me segue, não é digno de Mim" (Mt 10:38).

Não há nada desolador para o cristão levar a sua cruz pessoal. Os apóstolos consolam a si próprios e aos demais, quando falam sobre o sacrifício do cristão, afirmando:

"E, se (somos) filhos, também (somos) herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; mas isto, se sofremos com Ele, para ser com Ele glorificados" (Rom 8:17).

Quanto mais um cristão compartilha dos sofrimentos de Cristo, tanto mais ele compartilhará da Sua glória. Os apóstolos lembrando o infinito amor de Cristo ainda ensinavam:

"Nisto conhecemos o amor de Deus: em ter dado a Sua vida por nós; igualmente nós devemos também dar a vida pelos nossos irmãos" (1João 3:16).

Bispo Alexander (Mileant)


Algumas palavras sobre o sinal da cruz.

Antes de Cristo, a cruz era um instrumento da mais cruel punição e um símbolo de horror. Depois de Seus sofrimentos, ela tornou-se o sinal da vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte, da lembrança do amor infinito de Deus e da fonte de alegria. O Filho de Deus encarnado santificou a cruz com Seu sangue, tornou-a condutora de suas bênçãos e santidade e a transformou em fonte de inspiração dos fiéis. Isso nos convence a experiência milenar da Igreja. Por causa desses bens, o sinal da cruz tornou-se um componente essencial na vida do cristão desde os tempos apostólicos, sendo usado em todos os ofícios religiosos e em orações particulares. Por exemplo, a água é abençoada com o sinal da cruz e torna-se água benta, o pão e o vinho são abençoados com o sinal da cruz durante a liturgia e se transformam no Corpo e Sangue de Cristo. Em resumo, todos os sacramentos adquirem suas forças espirituais através do sinal da cruz e com o poder do sinal da cruz expulsa-se a força do mal. Assim como as moscas não podem suportar a chama, assim os demônios não podem suportar a presença da cruz. O sinal da cruz protege o cristão de acidentes e infortúnios e atrai a ajuda de Deus para si. Esse é o porquê, dos cristãos ortodoxos venerarem tanto a Santa Cruz, de se abençoarem com o sinal da cruz, de usarem a cruz em seu peito e de adornarem seus lares e templos com cruzes.

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