27 de Setembro de
2012 (CC) / 14 de Setembro (CE)
Exaltação
universal da venerável e vivificante Cruz (jejum).
MATINAS
João 12:28-36
28 Pai, glorifica o teu nome. Veio, então,
do céu esta voz: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei.
29 A multidão, pois, que ali estava, e que a ouvira, dizia ter havido um
trovão; outros diziam: Um anjo lhe falou. 30 Respondeu Jesus: Não
veio esta voz por minha causa, mas por causa de vós. 31 Agora é o
juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. 32 E
eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. 33 Isto
dizia, significando de que modo havia de morrer. 34 Respondeu-lhe
a multidão: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre; e como
dizes tu: Importa que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do
homem? 35 Disse-lhes então Jesus: Ainda por um pouco de tempo a
luz está entre vós. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos
apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. 36
Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz.
Havendo Jesus assim falado, retirou-se e escondeu-se deles.
LITURGIA
1 Coríntios
1:18-24
18 Porque a palavra da cruz é deveras
loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de
Deus. 19 porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e
aniquilarei a sabedoria o entendimento dos entendidos. 20 Onde
está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não
tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? 21 Visto como na
sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a
Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem. 22 Pois,
enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, 23
nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura
para os gregos, 24 mas para os que são chamados, tanto judeus como
gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
João 19:6-11,
13-20, 25-28, 30-35
6 Quando o viram os principais sacerdotes
e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos:
Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. 7
Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve
morrer, porque se fez Filho de Deus. 8 Ora, Pilatos, quando ouviu
esta palavra, mais atemorizado ficou; 9 e entrando outra vez no
pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
10 Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho
autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? 11
Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te
fora dado; por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem.
13 Pilatos, pois, quando ouviu isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no
tribunal, no lugar chamado Pavimento, e em hebraico Gabatá. 14
Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis
o vosso rei. 15 Mas eles clamaram: Tira-o! tira-o! crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? responderam, os principais
sacerdotes: Não temos rei, senão César. 16 Então lho entregou para
ser crucificado. 17 Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a
sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama
Gólgota, 18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada
lado, e Jesus no meio. 19 E Pilatos escreveu também um título, e o
colocou sobre a cruz; e nele estava escrito: JESUS O NAZARENO, O REI DOS
JUDEUS. 20 Muitos dos judeus, pois, leram este título; porque o
lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em
hebraico, latim e grego. 25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus,
sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria
Madalena. 26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o
discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o
discípulo a recebeu em sua casa. 28 Depois, sabendo Jesus que
todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura,
disse: Tenho sede. 30 Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre,
disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não
ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a
Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali.
32 Foram então os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao
outro que com ele fora crucificado; 33 mas vindo a Jesus, e vendo
que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 contudo um
dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
35 E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro;
e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais.
REFLEXÃO
Hoje, nosso
Senhor Jesus Cristo está pregado na Cruz e nós estamos em festa, para que
saibais que a Cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora, a Cruz
designava um castigo; agora tornou-se objeto de honra. Outrora símbolo de
condenação, ei-la hoje princípio de salvação. Porque ela é para nós causa de
bens sem conta: livrou-nos do erro, iluminou-nos as trevas, reconciliou-nos com
Deus; tínhamo-nos tornado, para com Ele, inimigos e estrangeiros longínquos.
Para nós, ela é hoje a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de
mil bens.
Graças a ela,
já não erramos nos desertos, porque conhecemos o caminho verdadeiro. Não
ficamos fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não tememos as armas
inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, já não estamos
na viuvez, pois encontramos o Esposo. Não temos medo do lobo, pois encontramos
o bom pastor. Graças à Cruz, não tememos o usurpador, pois nos sentamos ao lado
do Rei.
Eis porque
estamos em festa ao celebrarmos a memória do Cruz. O próprio São Paulo nos
convida para a festa em honra da Cruz: "Celebremos esta festa", diz
ele, "não com fermento velho, nem com o fermento da malícia e da
perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade" (1 Co 5,8). E ele
explica-nos a razão dizendo: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por
nós". (1 Co 5,7).
S. João Crisóstomo,
Homilia 1 «Sobre a Cruz e
sobre o Ladrão»
«A CRUZ, ÁRVORE DE VIDA»
Como é bela a
imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora
a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, “uma delícia para os olhos e
desejável” (Gn 3, 6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz, não a
cegueira. Leva a entrar no Éden, não a sair dele. Esta árvore, à qual subiu
Cristo, como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo, que tinha o
poder da morte, e libertou o gênero humano da escravidão do tirano. Foi sobre
esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e
no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quer dizer, a nossa
natureza ferida por Satanás.
Depois de
termos sido mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de
termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente
enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade
em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo
Paulo exclamou: “Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”
(Gl 6, 14) … Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na
cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1, 17s) …
É pela cruz
que a morte foi morta e Adão restituído à vida. É pela cruz que todos os
apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos
santificados. É pela cruz que fomos reconduzidos como as ovelhas de Cristo, e
fomos reunidos no redil do alto.
São Teodoro Estudita
(759-826), monge em Constantinopla
Fonte: O Evangelho
Cotidiano
ORAÇÃO
Pelo teu
precioso sangue resgataste-nos da maldição da lei; tendo sido pregado à cruz e
traspassado pela lança, tornaste-te para nós fonte de imortalidade; Ó Salvador
nosso, glória a Ti!
Por causa da
árvore proibida, Adão foi expulso do paraíso, porém, por causa da árvore da
cruz, nele entrou o Ladrão; porque o primeiro, provando do seu fruto, desprezou
o mandamento do Criador e o segundo, partilhando da tua crucifixão, confessou a
tua divindade. Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino!
Do “Ofício da Paixão
(Matinas)”
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