Santos
Mártires Adriano e Natália
e
seus 23 companheiros de martírio em Nicomédia († Séc. IV);
Comemoração
do Encontro do ícone Milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Vladimir,
nas
cercanias de Moscou ante a invasão de Tarmelane, o Líder Tártaro, em 1395 dC.
Modo
4
Os Santos Adriano e Natália viviam na cidade de Nicomédia, região de Vifania, na Ásia Menor. Adriano era pagão e dignitário do imperador Maximiliano Galério (305–311), perseguidor dos cristãos. Natalia era cristã, porém em segredo.
Durante a perseguição, escondiam-se numa caverna próxima à Nicomédia, 23 cristãos. Tendo sido encontrados, foram levados à prisão e julgados, buscando persuadi-los a que oferecessem sacrifícios aos ídolos. Depois, foram conduzidos ao juizado para que tivessem seus nomes registrados. Ali se encontrava Adriano, que era o diretor da sala do juizado. Adriano perguntou aos cristãos que prêmio esperavam receber de seu Deus por haver suportado todas aquelas torturas. E, como resposta, ouviu:
«As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam» (1 Cor 2:9).
Ao escutar isto, disse Adriano ao escrivão:
«Tome nota de meu nome junto aos deles, porque também sou um cristão!»
Tendo dito isto, Adriano foi encarcerado. O Imperador o aconselhou a apagar seu nome da lista dos cristãos e desculpar-se pelo que fez, mas Adriano respondeu que não havia perdido a razão e assim agia por sua livre vontade. Contava, neste tempo, com 28 anos de idade. Natália, sua esposa, ao saber do que havia se passado, apressou-se a ir à prisão para levar alento ao esposo Adriano e encorajá-lo. Depois de comunicarem aos prisioneiros cristãos que eles haviam sido sentenciados à morte, deixaram que Adriano saísse da prisão e fosse à sua casa rapidamente para que informasse sua esposa de sua condenação. Ao vê-lo, temendo que Adriano tivesse negado a sua fé em Cristo, Natália não permitiu que entrasse em sua casa.
Ao retornar à prisão, Adriano, juntamente com os outros cristãos, foram submetidos às mais cruéis torturas: os carrascos, usando pesadas marretas, quebraram-lhes braços e pernas, causando-lhes grandes sofrimentos antes que morressem. Quando chegou a vez de Adriano, o que mais temia sua esposa é que lhe faltasse coragem e que pudesse renegar a Cristo. Por isso mesmo o acompanhava fortalecendo e sustentando seus braços e pernas quebradas pelos carrascos. Adriano morreu junto com os demais mártires cristãos no ano 304. Quando tentavam queimar seus corpos, uma grande tormenta se formou apagando o fogo e, atingidos por um raio, vários carrascos foram mortos.
O comandante do exército queria casar-se com Natália que ainda era jovem e rica. Ela, porém, antes da morte de Adriano tinha pedido ao seu esposo que rogasse a Deus para que não a obrigassem a casar-se. Logo, Adriano lhe apareceu em sonho e lhe disse que em pouco tempo ela estaria com ele. E assim foi: Natália morreu sobre o sepulcro de seu marido Adriano que estava situado próximo da cidade de Bizâncio para onde os cristãos haviam levado o corpo de Adriano.
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Gálatas 2:6-10
E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham
sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses,
digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; antes, pelo
contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado,
como a Pedro o da circuncisão (Porque aquele que operou eficazmente em Pedro
para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para
com os gentios), e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como
as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão
comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei
fazer com diligência.
Marcos 5:22-24,35-6:1
E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo,
e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha
está à morte; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva.
E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava... Estando ele
ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua
filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? E Jesus, tendo ouvido estas
palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente. E não
permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago.
E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que
choravam muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e
chorais? A menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele; porém ele,
tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele
estavam, e entrou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina,
disse-lhe: Talita cumi; que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te. E
logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se
com grande espanto. E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse
que lhe dessem de comer. E, partindo dali, chegou à sua pátria, e os seus
discípulos o seguiram.
† † †
COMENTÁRIO
Mateus, Marcos e Lucas narram os milagres que se sucederam após
a expulsão dos demônios na cidade de Gerasa. Eles aconteceram enquanto o Senhor
retornava à Cafarnaum, seguido pela multidão. Jesus estava agora diante do
poder da doença e da morte. As duas pessoas beneficiadas são mulheres. Uma
sofria de uma enfermidade incurável que a arruinava e a afastava do convívio da
sociedade, porque sua doença era vista como sinal de impureza e contaminação e,
por isso, uma ameaça à integridade. A outra, uma menina, filha única, que não
resistiu a uma doença grave.
Ao chegar na cidade uma multidão o esperava, sobretudo os
curiosos e cheios de fé. Também estava lá o chefe da Sinagoga, Jairo, que pedia
ao Senhor o restabelecimento da saúde de uma filha que estava a ponto de
morrer. Jesus chamou Pedro, Tiago e João que o para O acompanhar, a fim de
serem testemunhas daquilo que iria se realizar.
No caminho que conduzia à casa de Jairo, Jesus curou uma mulher
que sofria durante muitos anos por hemorragia. Sofria física e espiritualmente
em consequência do desprezo e preconceito dos outros: ela era vista como
impura, amaldiçoada.
Chegando à casa de Jairo, o Senhor percebeu um alvoroço pois já
choravam a morte da menina. Ao entrar disse a todos: “Para que este choro? A
menina não morreu, mas dorme”. Diz o Evangelista que as pessoas zombavam d'Ele.
Não compreendiam que para Deus, a verdadeira morte é o pecado que mata a vida
divina na alma. Para quem crê, a morte terrena é como um sono do qual se acorda
em Deus.
No Antigo Testamento, a concepção de morte, apresentada
sobretudo em Gênesis, Salmos, Sabedoria, Provérbios, é uma concepção israelita:
a morte constituía um mero fim. A pessoa humana era vista como um corpo que era
animado pela alma que lhe dava vida. Quando uma pessoa morria, a alma que lhe
dava vida desaparecia e a pessoa continuava a existir naquele corpo inanimado.
Por isso Jesus dizia que o nosso Deus não é um Deus dos mortos, mas sim de
vivos (Mt 22,32). A morte ideal, acreditavam os judeus, era aquela que vinha
após longa vida, ou seja, obedecendo o ciclo natural das coisas. Quando alguém
morria "antes da hora" parecia que se quebrava a normalidade e o
falecido e sua família eram vistos como menos abençoados por Deus. É forte
também o pensamento de que a morte existia como consequência do pecado dos
primeiros pais, sendo preciso passar por ela para chegar até Deus. Quando uma
jovem morria, como a filha de Jairo, acrescentava à família uma culpa enorme
por consequência de uma grave falta cometida por algum de seus antepassados.
O Senhor disse: “não morreu a menina, apenas dorme”. Estava
morta para os homens que não podiam despertá-la. Para Deus, a menina dormia porque
a sua alma vivia submetida ao poder divino, e a carne descansava para a
ressurreição.
No Novo Testamento, Paulo em suas cartas, afirma que de fato a
morte é consequência e castigo do pecado, pois ela veio ao mundo por causa de
um só homem que pecou (Rm 5,12). No entanto, continua ele, fomos resgatados da
morte por Cristo, uma vez que em Adão todos morremos e fomos trazidos de volta
à vida pelo Redentor (1Cor 15,22). Um segundo alicerce sobre o qual está
baseado a concepção da morte é constituído pela afirmação de que Jesus superou
a morte com sua própria morte. A morte foi o último inimigo que Cristo teve que
superar (1Cor 15,25). Cristo despojou a morte de seu poder (2Tm 1,10); destruiu
pela morte o dominador da morte, o diabo (Hb 2,14). A lei do Espírito da Vida
em Cristo nos libertou da Lei do Pecado e da Morte (Rm 8,2). Cristo morreu e
ressuscitou tornando-se Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14,9). Ressuscitado
dos mortos, a morte não tem mais domínio sobre Ele.
O cristão experimenta a vitória de Jesus sobre a morte, pelos
sacramentos. O cristão é batizado na morte de Jesus, pois somente nestas
condições é que pode ressuscitar com Jesus para a nova vida. No sacramento do
Batismo ele vive a morte e a ressurreição de Cristo quando submerge três vezes nas
águas batismais, renascendo para a vida nova em Cristo, recebendo assim a veste
branca. Participar da morte de Cristo significa "tornar-se um só com
Ele" (Rm 6,5). A fé em Cristo não priva o homem da morte física, mas lhe
dá a certeza de que esta experiência não se resume ao fim, mas ao começo de uma
nova vida.
São João Crisóstomo comenta este Evangelho dizendo:
“As ressurreições feitas por Jesus são certamente fatos
excepcionais; ocultam, todavia, a realidade maior que se dará no fim dos tempos
para todos os homens, como professamos ao rezarmos o Credo: a ressurreição dos
corpos. A filha de Jairo tempos depois morreu novamente, mas certamente depois
experimentou a Ressurreição verdadeira em Deus”.
Francisco F. Carvajal, «Falar com
Deus»
Editora Quadrante. S. Paulo, 1991.
ORAÇÃO
Guarda-me, ó Deus, pois em ti me refugio. Ao Senhor declaro:
"Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti". Quanto aos
santos que há na terra, eles é que são os notáveis em quem está todo o meu
prazer. Grande será o sofrimento dos que correm atrás de outros deuses. Não
participarei dos seus sacrifícios de sangue, e os meus lábios nem mencionarão
os seus nomes. Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes
o meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: Tenho uma bela
herança! Bendirei o Senhor, que me aconselha; na escura noite o meu coração me
ensina! Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei
abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo
repousará tranquilo, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás
que o teu santo sofra decomposição. Tu me farás conhecer a vereda da vida, a
alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.
Salmo 15(16)
† † †
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