05 de Setembro de 2017 (CC) / 23 de Agosto (CE)
Hieromártir Irineu, bispo de Lyon (†202 ?)
S. Mártir Lupus (†306), servo de S. Demetrius de Tessalônica;
S. Kallinikos, Patriarca de Constantinopla (693-705)
S. Mártir Lupus (†306), servo de S. Demetrius de Tessalônica;
S. Kallinikos, Patriarca de Constantinopla (693-705)
Modo 4
Seu guia nas verdades da fé cristã fora São Policarpo de Esmirna (23 de fevereiro), que era um discípulo do apóstolo João, o Teólogo. São Policarpo batizou o jovem Irineu, e mais tarde ao ordená-lo presbítero o enviou para uma cidade na Gália, chamada Lugdunum (nos dias atuais Lyon, na França), onde serviu sob o bispo Pothinus.
Uma missão fora logo confiada a Santo Irineu: entregar uma carta dos confessores de Lugdunum ao santo bispo Eleutério de Roma (177-190). Porém, enquanto Irineu estava ausente, todos os que eram conhecidos como cristãos foram lançados na prisão. Após a morte por martírio do bispo Pothinus, Santo Irineu foi escolhido um ano mais tarde (em 178), como bispo de Lugdunum. Por esta época, São Gregório de Tours (17 de Novembro), escreveu a respeito de Irineu:
«Por sua pregação, Lugdunum se transformou numa cidade totalmente cristã!»
Quando a perseguição contra os cristãos se acalmou, o santo expôs os ensinamentos ortodoxos da fé em uma de suas obras fundamentais, sob o título «Detecção e Refutação da Pretensa, Porém, Falsa Gnose», também conhecida como «Contra as Heresias (Adversus Haereses)», uma obra escrita em cinco livros combatendo os ensinamentos do gnosticismo, o qual negava a impossibilidade de Deus se fazer carne e uma série de outras doutrinas errôneas a respeito da Divindade e de Sua revelação. Em «Contra as Heresias”» Santo Irineu combate o gnosticismo, mas também todas as outras heresias de sua época. Assim, esta obra é importante não só do lado teológico, mas ainda do lado histórico, pois documentou e nos apresentou um quadro vivo das batalhas e lutas de então. O texto original grego de «Contra as Heresias”» foi perdido, mas as traduções latina, armênia e siríaca foram preservadas.
Em seu combate ao gnosticismo, Santo Irineu mostrava que a Encarnação do Verbo era a base do processo da theósis (no qual Deus possibilita ao homem participar de Sua Natureza Divina). Magistralmente afirmava Santo Irineu que “Deus Se fez carne para que o homem se tornasse deus (João 10:34; 17:19-21; 2 Ped. 1:3,4). É também Santo Irineu o primeiro a identificar Maria como a «Segunda Eva», a Mãe da verdadeira raça humana, ou seja aquela que gerou o «Segundo Adão», possibilitando assim, aos filhos do Primeiro Adão, o acesso à Árvore da Vida que fora plantada por Deus no seu ventre materno. É também, Santo Irineu, um dos primeiros escritores cristãos a lançar mão da doutrina da Sucessão Apostólica como base de autoridade do ensino da verdadeira Fé.
Santo Irineu também exerceu uma influência benéfica em uma disputa sobre a celebração da Páscoa. Na Igreja da Ásia Menor, havia uma velha tradição de celebrar a Santa Páscoa no décimo quarto dia do mês de Nisan, independentemente de qual dia da semana ele se desse. O bispo de Roma Victor (190-202) queria impor à força uma uniformidade na data da celebração, e suas duras exigências fomentou uma cisma. Em nome dos cristãos da Gália, Santo Irineu escreveu ao bispo Victor e outros, instando-os a fazer as pazes.
Após este incidente, Santo Irineu se perde de vista, e nem sabemos o ano exato de sua morte. São Gregório de Tours, em sua Historia Francorum, sugere que Santo Irineu foi decapitado pela espada por sua confissão de fé no ano 202, durante o reinado de Severo.
O Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo, São Policarpo de Esmirna e Santo Irineu de Lyon são três elos de uma cadeia contínua da graça da Sucessão Apostólica, que remonta ao Pastor Original, nosso Senhor Jesus Cristo.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Coríntios 12:20-13:2
Porque receio que, quando chegar, não vos ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereríeis; que de alguma maneira haja pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos; Que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e chore por muitos daqueles que dantes pecaram, e não se arrependeram da imundícia, e fornicação, e desonestidade que cometeram. É esta a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra. Já anteriormente o disse, e segunda vez o digo como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o escrevo aos que antes pecaram e a todos os mais, que, se outra vez for, não lhes perdoarei...
Marcos 4:24-34
E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis. Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa. E dizia: A que assemelhare-mos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos.
Marcos 4:24-34
E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis. Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa. E dizia: A que assemelhare-mos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos.
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COMENTÁRIO
«Pelas coisas que vemos na terra podemos perceber e compreender as que existem no céu»
O Apóstolo Paulo nos ensina a compreender as coisas invisíveis de Deus através das visíveis, e a contemplar, sobre a base da razão e da semelhança, as coisas que não se veem, partindo das que se percebem. Com isso Paulo nos demonstra que este mundo visível nos instrui sobre o invisível, e que esta situação terrenal contém certas reproduções das realidades celestes, de modo que a partir das coisas de baixo podemos subir às do alto, e pelas que vemos na terra podemos perceber e compreender as que existem no céu.
A semelhança destas realidades celestes, para que se pudessem perceber e deduzir mais facilmente as diferenças, o Criador conferiu a forma às criaturas terrenais. E, como fez ao homem a sua imagem e semelhança, possivelmente também criou as demais criaturas à imagem de certas realidades celestes por razão de semelhança.
E possivelmente também cada uma das realidades terrenas tem imagem e semelhança nas celestes, a tal ponto que o próprio grão de mostarda, que é «a menor de todas as sementes», tem sua parcela de imagem e semelhança nos céus; e o fato de que tenha um desenvolvimento natural tão complexo que, mesmo sendo a menor entre as sementes, se torna o maior dos arbustos, tanto que as aves do céu podem vir e habitar em seus ramos, faz com que tenha semelhança, não só de qualquer realidade celeste, mas do próprio Reino dos Céus. Por isso é possível que também as outras sementes que existem na terra tenham nos céus alguma semelhança e razão. E se isto têm as sementes, também o terão as plantas; e se as plantas, também e sem dúvida os animais: alados, répteis ou quadrúpedes.
Mas ainda pode-se entender outra coisa: como o grão de mostarda não oferece apenas uma semelhança, ou seja, a do Reino dos Céus e morada dos pássaros em seus ramos, mas tem também outra semelhança, a saber: é imagem da perfeição da fé, tanto que, se alguém tem fé assim como um grão de mostarda, pode dizer ao monte que se translade, e ele se transladará, da mesma forma é possível que também as demais coisas terrenas sejam portadoras de imagem e semelhança das realidades celestes, não mais sob um só aspecto, mas em vários.
E como, por exemplo, no grão de mostarda são muitas as propriedades que representam imagens das realidades celestes, e a última de todas é o uso que dele fazem os homens no serviço do corpo, assim também nos outros: sementes, plantas, raízes de ervas, e inclusive animais, podemos entender que certamente prestam aos homens um uso e um serviço corporal, mas que ainda têm formas e imagens de realidades incorpóreas com as quais a alma pode aprender e instruir-se para contemplar também as realidades invisíveis e celestes.
Orígenes (séc. III)
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