domingo, 9 de setembro de 2018

15º Domingo Depois de Pentecostes

15º DOMINGO DE SÃO MATEUS

09 de Setembro de 2018 (CC) / 27 de Agosto (CE)

São Fanúrio, Mártir
Modo 6



A biografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que reinado, ou sob que Imperador ele testemunhou sua fé, entregando-se ao martírio. Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento: 
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas. Assim, quando aconteceu a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas ruínas desta igreja esquecida até então, foram encontrados muitos ícones (imagens) de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto, entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio. 
As Doze Representações da Imagem   
Logo que foi descoberta aquela igreja, um muito respeitado bispo da região chamado Nilo, homem fervoroso na fé e de vida muita santa, foi até o local e, com facilidade, leu as inscrições sobre aquele ícone: «São Fanúrio». Esta imagem estava rodeada por doze outras pequenas imagens que revelavam diferentes circunstâncias da vida do santo. No centro, estava Fanúrio ainda jovem, vestido com uniforme militar. Em sua mão esquerda tinha uma cruz e na direita uma vela acesa. As doze pequenas imagens em torno da imagem principal do santo mostravam as seguintes situações de sua vida, destacando as torturas e suplícios sofridos por causa de sua fé em Cristo e seu martírio final:  
  • A primeira mostrava o santo diante de um juiz que o interrogava. Fanúrio é mostrado entre os guardas, em pé diante do juiz, e parece fazer sua apologia com coragem, defendendo sua fé cristã.   
  • A segunda representa o santo entre os soldados que o conduzem para as torturas, sendo atingido com pedras na boca e cabeça.   
  • A terceira mostra o santo já caído por terra e os soldados que o golpeiam com pedaços de pau.  
  • Na quarta cena, uma tortura ainda mais terrível: o santo se encontra desnudo na cela do cárcere enquanto seus torturadores rasgam seu corpo com instrumentos de ferro. Pela postura, São Fanúrio parece suportar com serenidade este terrível tormento. Tem suas mãos cruzadas, o olhar dirigido ao céu e, com semblante de devoção parece rezar ao Senhor no qual depositou suas esperanças.  
  • A quinta imagem o mostra sozinho, trancado na cela e rezando com devoção a Deus, suplicando força para suportar as torturas a que logo seria submetido pelos brutais e impiedosos carrascos.  
  • Na sexta representação aparece novamente diante do tirano fazendo corajosamente sua apologia e, apesar das novas ameaças de torturas ainda piores, ele se recusa a negar a sua fé em Cristo.   
  • Na sétima imagem ele aparece novamente na prisão em outra cela fechada e seus torturadores queimam seu corpo com tochas acesas.  
  • A oitava imagem mostra o santo sofrendo uma tortura ainda mais terrível. Os carrascos, duros de coração, impiedosos e enfurecidos por sua persistente negação a oferecer culto aos seus ídolos, o colocam numa prensa e trituram seus ossos enquanto ele, tranquilo diante deste terrível tormento, sofre todas as dores com paciência e coragem, e seu lindo rosto mostra que foi derramado sobre ele uma alegria divina, porque o Senhor o fez digno de ser um dos seletos testemunhos da fé cristã.   
  • Na figura nona ele aparece jogado numa grande fossa entre animais selvagens para que o devorem enquanto, acima, seus carrascos o espreitam. Os animais, porém, não lhe fazem nenhum mal, ao contrário, com aspecto de mansidão o rodeiam enquanto o santo, com as mãos cruzadas sobre o peito, reza agradecido a Deus por ter livrado de mais este tormento.  
  • A décima imagem mostra um novo, mas não menos terrível, tormento. O santo está posto no chão com uma pesada laje de mármore posta sobre seu peito que lhe fratura o tórax impedindo a respiração.  
  • A figura décima – primeira mostra o santo diante dos ídolos dos infiéis. Segura nas mãos brasas acesas e está sendo vigiado por seus carrascos armados. No ar, acima do altar dos ídolos, sobrevoa um demônio com aspecto de dragão alado, que parece chorar e flagelar-se pelos exorcismos do santo.  
  • Finalmente, a décima segunda e última imagem mostra São Fanúrio em pé, dentro de um grande forno sobre troncos em chamas e, enquanto as chamas e a fumaça o envolvem, ora serenamente com as mãos elevadas para o céu, dirigindo ao Senhor os  seus últimos pensamentos neste seu martírio final. 
Um Milagre do Ícone Do Santo  
Observando as doze cenas tão descritivas da vida de São Fanúrio neste ícone, o piedoso bispo Nilo compreendeu imediatamente que São Fanúrio tinha sido um dos mártires mais importantes da fé cristã. Logo enviou pessoas de sua confiança ao Governador do lugar para pedir-lhe que cedesse aquele lugar para que aquela igreja pudesse ser reconstruída. Mas ele se recusou a conceder esse favor. Sem perder tempo, o piedoso bispo foi pessoalmente à capital e lá conseguiu a autorização. Voltou logo a Rodes e reconstruiu a igreja de São Fanúrio, fora da muralha da cidade, no local mesmo onde havia sido feita a descoberta. Esta nova igreja, que ainda existe atualmente, tornou-se um lugar de muitos milagres e uma multidão acorria de toda a parte para adorar a Deus e honrar a memória de São Fanúrio.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (IV)

Lucas 24:1-12

1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro. 3 Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; 5 e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? 6 Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galileia. 7 dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja. 8 Lembraram-se, então, das suas palavras; 9 e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. 10 E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos. 11 E pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes deram crédito. 12 Mas Pedro, levantando-se, correu ao sepulcro; e, abaixando-se, viu somente os panos de linho; e retirou-se, admirando consigo o que havia acontecido.

LITURGIA

Tropário da Ressurreição
Vendo os poderes angélicos diante do Teu venerável túmulo,
Os guardas ficaram como mortos
E Maria, de pé, junto do sepulcro,
Pediu o Teu puríssimo Corpo.
Despojaste o Inferno, sem ser por ele atingido,
E foste ao encontro da Virgem, dando-lhe a vida.
Ó Senhor, ressuscitado dentre os mortos,
Glória a Ti!

Kondákion da Ressurreição
Ressuscitando todos os mortos do vale de trevas
Lá embaixo com uma mão sustentadora de vida,
Cristo nosso Deus, o Doador de vida
Decidiu conceder a Ressurreição a essa nossa massa mortal.
Pois Ele é o Salvador de todos,
A Ressurreição, a vida e o Deus do mundo todo.

Kontakion Modo 4
Hoje teu rebanho comemora a consagração de tua preciosa faixa,
E sinceramente a ti clama:
«Rejubila-te, ó Virgem, orgulho de todos os cristãos!»

Glória ao Pai  e ao Filho e ao Espírito Santo...

Theotókion
Clamando com a Tua bendita Mãe,
Voluntariamente, vieste padecer, irradiando na cruz,
Desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos:
Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, 
Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém

Prokimenon 

Salva, Senhor, o Teu povo 
E abençoa a Tua herança. (Sl 27:9)

Clamo a Ti, Senhor, meu Rochedo
Presta ouvido aos meus rogos. (Sl 27:1)


2 Coríntios 4:6-15

6 Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; 9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10 trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos; 11 pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. 12 De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13 Ora, temos o mesmo espírito de fé, conforme está escrito: Cri, por isso falei; também nós cremos, por isso também falamos, 14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos apresentará convosco. 15 Pois tudo é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus.
  
Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)

Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: Tu És meu refúgio e proteção,
Tu És o meu Deus no Qual confio inteiramente. (Sl 90:2)

Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 22:35-46

35 e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo: 36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei? 37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. 38 Este é o grande e primeiro mandamento. 39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. 41 Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, interrogou-os Jesus, dizendo: 42 Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi. 43 Replicou-lhes ele: Como é então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo: 44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés? 45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho? 46 E ninguém podia responder-lhe palavra; nem desde aquele dia jamais ousou alguém interrogá-lo.


COMENTÁRIO

Quando perguntaram ao Mestre qual era o maior dos mandamentos, Ele respondeu:«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com todas as tuas forças. Não há maior mandamento». E eu acredito nisso, porque diz respeito ao Ser essencial e primeiro, Deus nosso Pai, por Quem tudo foi feito, tudo permanece, e a Quem voltarão todos os que forem salvos. Foi Ele Quem nos amou primeiro, Quem nos fez nascer; seria sacrilégio pensar que exista um ser mais antigo e mais sábio. O nosso reconhecimento é ínfimo, comparado com as imensas graças que nos concedeu, mas não podemos oferecer-Lhe outro testemunho, a Ele que é perfeito e de nada necessita. Amemos o nosso Pai com todas as nossas forças e todo o nosso fervor e receberemos a imortalidade. Quanto mais se ama a Deus, mais a nossa natureza se mistura e se confunde com a Sua.

O segundo mandamento, diz Jesus, em nada fica atrás do primeiro: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo.» [...] Quando o doutor da Lei pergunta a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29), Ele não lhe responde com a definição judaica de próximo – o parente, o concidadão, o prosélito, o homem que vive sob a mesma lei; mas conta a história de um viajante que descia de Jerusalém para Jericó. Ferido pelos ladrões [...], esse homem foi tratado por um Samaritano, que «se mostrou seu próximo» (v. 36).

E quem é meu próximo mais do que o Salvador? Quem teve mais piedade de nós quando os poderes das trevas nos abandonaram e golpearam? [...] Só Jesus soube curar as nossas chagas e extirpar os males enraizados nos nossos corações. [...] É por isso que devemos amá-Lo tanto quanto a Deus. E amar a Cristo Jesus é cumprir a Sua vontade e guardar os Seus mandamentos.

São Clemente de Alexandria (150 – c. 215)


ORAÇÃO

Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração. E não praticam iniquidade, mas andam nos seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos. Quem dera que os meus caminhos fossem dirigidos a observar os teus mandamentos. Então não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente... Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Bendito és tu, ó SENHOR; ensina-me os teus estatutos... Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.

Salmo 118(119): 1-8, 12,12, 17,18

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