01 de Janeiro de 2019 (CC) 19 de Dezembro de 2017 (CE)
Ss. Bonifácio, Mártir e Aglaya (séc. IV); Milagroso Elias de Murom de Pechersk.
Jejum da Natividade
Modo 6
Ss. Bonifácio, Mártir, e Aglaya
Bonifácio era servo de Aglaya, uma mulher rica e imoral que vivia em Roma, e que com esta, apesar de escravo, mantinha relações sexuais impuras e ilícitas. Ambos eram pagãos. Aglaya confiava a Bonifácio a administração de sua fortuna, pois este, apesar de inclinado à embriaguez, também era um homem generoso e hospitaleiro, pronto para ajudar os que viviam infortúnios.
Aglaya apreciava ouvir as histórias dos Mártires, e cria de todo o seu coração no poder de suas intercessões para a obtenção da misericórdia de Deus. Assim,desejando obter as relíquias de um mártir em sua casa, enviou seu servo e amante para a Ásia para encontrar e comprar o que ela desejara. Bonifácio levou consigo vários escravos e uma grande quantidade de dinheiro. Antes de partir, Bonifácio, porém disse-lhe, em tom de brincadeira:
"Se eu não puder encontrar um mártir, mas ao invés disso lhe trouxer de volta o meu próprio corpo martirizado por Cristo, você vai recebê-lo com honra, minha senhora?"
Aglaya riu e o chamou de bêbado e pecador, então se despediram.
Chegando à cidade de Tarso, Bonifácio viu muitos cristãos torturados: alguns com as pernas cortadas, outros com as mãos decepadas, outros com os olhos arrancados, outros ainda na forca, e assim por diante. O coração de Bonifácio foi mudado, e ele se arrependeu de sua vida pecaminosa e chorou.
Bonifácio passou a estar entre os cristãos, visitando os presos, incentivando-os e fortalecendo-os a suportar a dor por amor a Cristo. Sendo descoberto e preso pelo governador, após também padecer terríveis torturas, foi martirizado no ano de 290, confessando sua fé em Cristo. E o que, em tom de brincadeira, havia dito a sua amante, se cumpriu: seu corpo fora tomado como relíquias sagradas por seus servos e companheiros e trazido de volta para Roma. Um anjo de Deus apareceu a Aglaya e disse:
"Recebei àquele que já foi teu escravo, mas agora é nosso irmão, servo e companheiro; ele é o guardião de tua alma e o protetor de tua vida."
Aglaya recebeu o corpo de Bonifácio, construiu uma igreja, e nela colocou as relíquias do mártir. Arrependida dos seus pecados, distribuiu seus bens entre os pobres, retirou-se do mundo para se dedicar à oração e ao alívio do sofrimento dos pobres.
São Bonifácio é conhecido, sobretudo, por interceder a Deus para a libertação do alcoolismo.
Venerável Elías de Murom
Os três dedos da mão direita permanecem colocados juntos em oração, mostrando que ele morreu em oração, fazendo o sinal da cruz.
Isto é uma vergonha para aqueles que não fazem o sinal da cruz com três dedos.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Tiago 3:1-10
1 Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo. 2 Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo. 3 Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, então conseguimos dirigir todo o seu corpo. 4 Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro. 5 Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. 6 A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniquidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. 7 Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano; 8 mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal. 9 Com ela bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 Da mesma boca procede bênção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim.
Marcos 10:2-12
2 Então se aproximaram dele alguns fariseus e, para o experimentarem, lhe perguntaram: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 Ele, porém, respondeu-lhes: Que vos ordenou Moisés? 4 Replicaram eles: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiar a mulher. 5 Disse-lhes Jesus: Pela dureza dos vossos corações ele vos deixou escrito esse mandamento. 6 Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [e unir-se-á à sua mulher,] 8 e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne. 9 Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem. 10 Em casa os discípulos interrogaram-no de novo sobre isso. 11 Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela; 12 e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.
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ENSINO DOS SANTOS PADRES DA IGREJA
Este é E Um Grande Mistério
E ele, respondendo-lhes, lhes disse: Não lestes que o Criador no princípio os criou homem e mulher? Entendo que este problema que me tendes proposto – disse – diz respeito à estima e à honra da castidade, e requer uma resposta humana e justa. Pois observo que sobre esta questão existem muitos malpredispostos e que lisonjeiam ideias injustas e incoerentes.
Por que, que razão existe para usar de coação contra a mulher, enquanto que se é indulgente com o marido ao qual se deixa em liberdade? Realmente, se uma mulher houvesse consentido em desonrar o tálamo nupcial, ficaria obrigada a expiar seu adultério, penalizando-a legalmente com duríssimas sanções; por que, pois, o marido que tivesse violado com o adultério a fidelidade prometida a sua mulher, fica absolvido de toda condenação? Eu não posso de jeito nenhum dar a minha aprovação a esta lei; estou em completa discordância com esta tradição.
Aqueles que sancionaram esta lei eram homens, e por isso foi promulgada contra a mulher; e como colocaram aos filhos sob o pátrio poder, deixaram ao sexo frágil na ignorância e no abandono. Onde está, portanto, a equidade da lei? Um é o Criador do varão e da mulher, ambos foram formados do mesmo barro, uma mesma é a imagem, única a lei, única a morte, a mesma ressurreição. Todos fomos procriados a partir de um varão e de uma mulher: um e idêntico é o dever que têm os filhos para com os seus progenitores.
Com que cara exiges, pois, uma honestidade com a qual tu não correspondes? Como pedes o que não dás? Como podes estabelecer uma lei desigual para um corpo dotado de igual honra? Se te fixas na culpabilidade, pecou a mulher, mas também Adão pecou: a serpente enganou a ambos, induzindo-os ao pecado. Não pode dizer-se que um era mais fraco e o outro mais forte. Preferes insistir na bondade? Cristo salvou a ambos com sua paixão. Ou será que se encarnou somente para o homem? Não, também pela mulher. Padeceu a morte somente pelo homem? Também para a mulher proporcionou a salvação mediante a sua morte.
Porém, me dirás que Cristo é proclamado descendente da estirpe de Davi e talvez concluirás disto que aos homens lhes corresponde o primado de honra. Eu sei, porém não é menos certo que nasceu da Virgem, o que é válido igualmente para as mulheres. Serão, portanto – diz –, os dois uma só carne: Por isso, a carne, que é uma só, tenha igual valor.
Contudo, São Paulo – inclusive com o seu exemplo – concede à castidade caráter de lei. E o que é que diz e em que se fundamenta? Este é um grande mistério: refiro-me a Cristo e à Igreja. É bonito para uma mulher reverenciar a Cristo em seu marido; é igualmente bonito para o marido não menosprezar a Igreja em sua mulher. Que a mulher – diz – respeite ao marido, como a Cristo. Por seu lado, que o marido dê a sua esposa alimento e calor, como Cristo faz com a Igreja.”
São Gregório Nazianzeno, (Séc. IV)
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