quinta-feira, 25 de março de 2021

2ª Quinta-Feira da Grande Quaresma

25 de Março de 2021 (CC) / 12 de Março (CE)
São Teófanes, o Confessor de Sigriana, monge († 817); 
São Gregório “Dialogador” , Papa de Roma (604 dC); 
Venerável Simeão, o Novo Teólogo (1022 dC)
Tom 8



São Teófanes cresceu na corte do imperador Constantino V. Seu pai morreu quando ele ainda era muito jovem deixando-lhe por herança uma grande propriedade e à nomeação do imperador como seu tutor. Mais tarde, foi obrigado a se casar, mas por consentimento mútuo, o casal manteve a castidade, separando-se e retirando-se para a solidão. 
Consta que Teófanes tenha construído dois monastérios, um em Monte Sigriana, próximo de Cyzicus, e outro na Ilha de Kalonymos, que era parte de sua herança. Lá estabeleceu a sua residência, permanecendo por seis anos. Mais tarde,  retornou para o Monte Sigriana, onde exerceu o ofício de abade. No ano 787, Teófanes participou no Concílio de Nicéia que sancionou o restabelecimento do uso e  da veneração das imagens sagradas. Mais tarde, em 814, Leão, o armênio, tentou anular a decisão de seus predecessores e pediu para suprimir novamente o culto às imagens. Reconhecendo, no entanto, a reputação e  autoridade de São Teófanes, tentou conquistá-lo mediante cordiais e astutas cartas, mas o santo estava bem armado contra todas as artimanhas que pudessem ser utilizadas para ludibriá-lo. Aos 50 anos, começou a sofrer de graves  doenças, mas quando o imperador o chamou para Constantinopla, mesmo estando muito enfermo, obedeceu. Às ameaçadoras mensagens de Leão, o armênio, o santo respondeu desta maneira: 
«A minha avançada idade, a debilitação de minha saúde e a fraqueza de meu corpo já não me deixam inclinar-me para estas coisas que eu desprezei, pela graça de Deus, na minha juventude. Se pensas assustar-me ou seduzir-me para conseguir minha complacência, como acontece com uma criança a quem é mostrado o relho, perdes teu tempo». 
O imperador enviou ao seu encontro  vários emissários para tentar persuadi-lo, mas ele se  manteve inflexível. Foi condenado a receber 300 chicotadas e enviado depois, por dois anos, para um calabouço fedorento e solitário, onde recebia apenas o necessário para manter-se vivo. Sua doença se agravou e, quando ele finalmente foi libertado e deportado para a ilha de Samotrácia, morreu em 12 de março de 817, dezessete dias após sua chegada. Deixou uma Cronografia, ou seja, uma breve história do mundo até o ano 813, a partir de 284 dC, data em que terminava uma história escrita por seu amigo George Syncellus, auxiliar do Patriarca São Xarasius. 
São Gregório “Dialogador”, Papa de Roma 
São Gregório foi papa entre 3 de setembro de 590 e sua morte, em 12 de março de 604. Ele é conhecido principalmente por suas obras, mais numerosas que as de seus predecessores. Gregório é também conhecido  na Ortodoxia como Gregório, o Dialogador, por causa de seus "Diálogos" e é por isso que seu nome aparece em algumas obras listado como "Gregório Diálogo". 

Foi o primeiro papa a ter sido monge antes do pontificado. Gregório é reconhecido como um Doutor da Igreja e um dos Padres latinos. Foi canonizado assim que morreu por aclamação popular, como era o costume. Credita-se a Gregório a compilação da Divina Liturgia dos Dons Pré-santificados.
São Simeão, o Novo Teólogo

O Monge Simeão, o Novo Teólogo, nasceu no ano 946 na cidade de Galata (Paphlagonia), e recebeu a educação secular básica em Constantinopla. Seu pai o preparou para uma carreira na corte e, durante certo tempo, o jovem ocupou uma posição elevada na corte imperial. Mas aos 25 anos sentiu atraído pela vida monástica, e, então, fugiu de sua casa e retirou-se para o mosteiro Studita, onde se submeteu à orientação do conhecido Simeão, o Reverente. A ação ascética básica do monge foi a incessante Oração de Jesus em sua forma curta: "Senhor, tem piedade!" Para uma maior concentração da oração, ele constantemente buscava a solidão, e mesmo na liturgia, ficava separado dos irmãos, e geralmente permanecia sozinho à noite na igreja. A fim de se acostumar a atenção sobre a morte, passava noites no cemitério. O fruto de seu fervor era uma condição especial de êxtase: nesses momentos, o Espírito Santo, sob a forma de uma nuvem luminosa, descia sobre ele e o tornava inconsciente de sua visão ao redor. Com o tempo, ele alcançou uma constante consciência espiritual elevada, o que ficou especialmente evidente quando celebrava a Liturgia. Por volta do ano de 980, o Monge Simeão foi constituído higúmeno do mosteiro de São Mamant e nesta dignidade permaneceu por 25 anos. Ele corrigiu a gestão negligente que havia no mosteiro e restaurou a ordem na igreja.

O Monge Simeão combinava a bondade com o rigor e a firme observância das exigências do Evangelho.

Assim, por exemplo, quando seu discípulo favorito Arsênio matou corvos que estavam picando pão úmido, o Igumeno o fez amarrar os pássaros mortos a uma corda e usá-la como "colar" no pescoço. Também, um dia, ele foi procurado por certo bispo de Roma, que estava perturbado por não conseguir se arrepender de ter assassinado seu jovem sobrinho, e o Monge Simeão, paciente e exitosamente o ajudou.

A rigorosa disciplina monástica praticada por Simeão, provocou uma forte insatisfação entre os seus irmãos monges. Uma vez após a liturgia, alguns deles estavam tão irritados, que se precipitaram sobre ele e quase o mataram. Quando o Patriarca de Constantinopla os expulsou do mosteiro e quis entregá-los às autoridades da cidade, Simeão conseguiu que eles fossem perdoados e os ajudou a encontrarem trabalho na vida secular.

Cerca do ano 1005, o Monge Simeão entregou seu cargo de higumeno a Arsenios, e foi morar próximo ao mosteiro. Lá compôs suas obras teológicas, cujos fragmentos constam no 5º volume da "Filokalia" ("Dobrotoliubie"). O principal tema de suas obras é a atividade oculta de um aperfeiçoamento espiritual na luta contra as paixões e os pensamentos pecaminosos.

Ele também deixou alguns tratados direcionados aos monges: "Capítulos Teológicos Práticos", "Um Trato Sobre Três Formas de Orações" e "Um trato na fé". Além disso, o Monge Simeão era um excelente poeta da Igreja. A ele pertencem os "Hinos do Amor Divino”, no qual constam cerca de 70 poemas, cheios de profundas reflexões sobre a oração.

Os ensinamentos do Monge Simeão sobre o novo homem e sobre a "divinização da carne", com os quais ele queria substituir os ensinamentos sobre a "mortificação da carne" (pelo que também o chamaram de "Novo Teólogo"), eram de difícil assimilação para os seus contemporâneos. Muitos de seus ensinamentos pareciam inaceitáveis ​​e estranhos. Isso levou a conflitos com as autoridades da igreja de Constantinopla, e o Monge Simeão foi submetido ao exílio. Ele se retirou para as costas do Bósforo e fundou lá o mosteiro de Santa Marina.

O santo repousou pacificamente em Deus no ano 1021. Ainda em vida, ele foi agraciado com o dom de operar prodígios. Numerosos milagres ocorreram também após a sua morte. Um deles foi a descoberta milagrosa desceu ícone. Sua Vida foi escrita por seu secretário e discípulo, o Monge Nikita Stethatos.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA
(Meio-dia 12h)

Isaías 6:1-12

1 E sucedeu, no ano em que o rei Uzias morreu, que eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a casa estava cheia da sua glória.
2 Serafins o rodeavam. Cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o seu rosto, com duas os seus pés e com duas voavam.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos! Toda a terra está cheia da sua glória!
4 Balançou o lintel à voz que proferiram, e a casa se encheu de fumaça.
5 Então, eu disse: Ai de mim, porquanto senti-me ferido; pois sendo apenas um homem, e tendo lábios impuros, também habito no meio de um povo de impuros lábios; e vi, com os meus próprios olhos, o Rei, o Senhor dos Exércitos!
6 E foi enviado para mim um dos serafins, o qual tinha na sua mão uma brasa que ele havia tirado do altar com uma tenaz.
7 Ele tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios, e irá remover as tuas iniquidades, e limpar os teus pecados.
8 Então, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir a este povo? E eu disse: Eis-me aqui, envia-me. E disse ele: Vai, e dize a este povo:
9 Ouvireis, veradeiramente, contudo não entendereis; e vereis, de fato, porém não percebereis.
10 Porque o coração deste povo tornou-se endurecido. Os seus ouvidos estão surdos para ouvir e os seus olhos se fecharam, para que não vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
11 Então, eu disse: Até quando, ó Senhor? E ele respondeu: Enquanto as cidades ficarem abandonadas, por motivo de não serem habitadas, e as casas, por não haverem nelas homens. E a terra ficará desolada.
12 Depois disto, Deus irá remover os homens para longe, e os que forem deixados sobre a terra serão multiplicados.

VÉSPERAS

Gênesis 5:1-24

1 Esta é a genealogia dos homens, no dia em que Deus fez Adão. À imagem de Deus o fez;
2 macho e fêmea ele os fez, e os abençoou, chamando o seu nome Adão, no dia em que os fez.
3 Adão viveu duzentos e trinta anos e gerou um filho de acordo com a sua própria forma e com a sua própria imagem, chamando o seu nome Sete.
4 Os dias de Adão, os quais ele viveu depois que gerou a Sete, foram setecentos anos; e gerou filhos e filhas.
5 Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos. E morreu.
6 Sete viveu duzentos e cinco anos e gerou a Enos.
7 Viveu Sete, depois que gerou a Enos, setecentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.
8 Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos. E morreu.
9 Enos viveu cento e noventa anos e gerou a Cainã.
10 Viveu Enos, depois que gerou a Cainã, setecentos e quinze anos; e gerou filhos e filhas.
11 Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos. E morreu.
12 Cainã viveu cento e setenta anos e gerou a Maalaleel.
13 Viveu Cainã, depois que gerou a Maalaleel, setecentos e quarenta anos; e gerou filhos e filhas.
14 Todos os dias de Cainã foram novecentos e dez anos. E morreu.
15 Maalaleel viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Jerede.
16 Viveu Maalaleel, depois que gerou a Jerede, setecentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.
17 Todos os dias de Maalaleel foram oitocentos e noventa e cinco anos. E morreu.
18 Jerede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque.
19 Viveu Jerede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.
20 Todos os dias de Jerede foram novecentos e sessenta e dois anos. E morreu.
21 Enoque viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém.
22 Enoque foi agradável a Deus, depois que gerou a Metusalém, por duzentos anos; e gerou filhos e filhas.
23 Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos.
24 Enoque foi muito agradável a Deus, e não foi mais encontrado, porquanto Deus o trasladara.

Provérbios 6:3-20

3 Meu filho, faze o que te ordeno, e livra-te; pois, em favor de teu amigo caíste no poder dos maus; não desanimes, mas anima também ao teu amigo por quem te fizestes fiador.
4 Não dês sono aos teus olhos nem adormecimento às tuas pálpebras,
5 a fim de que possas livrar-te, assim como a corça livra-se dos seus trabalhos, e como um pássaro livra-se do laço.
6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; observa e imita os seus caminhos, tornando-te mais sábio do que ela.
7 Pois ainda que não tem lavoura nem alguém para obrigá-la, não tendo qualquer mestre,
8 ela prepara o alimento para si mesma no verão, ajuntando abundante provisão na colheita.
8a Ou vai ter com a abelha, a fim de ver quão diligente ela é, e como está envolvida em seu trabalho.
8b Sua produção reis e todos os homens utilizam para terem saúde, sendo ela desejada e respeitada por todos.
8c Embora fraca em seu corpo, é distinguida por honrar a sabedoria.
9 Até quando ficarás deitado, ó preguiçoso? quando irás despertar do teu sono?
10 Pois dormes um pouco, e repousas mais um pouco, e adormeces profundamente por um certo tempo, e encruzas teus braços sobre o peito por mais um pouco de tempo.
11 Deste modo, a pobreza virá sobre ti como um viajante maligno, e a tua necessidade como um mensageiro veloz.
11a Todavia, se fores diligente a tua colheita chegará como uma fonte, e a pobreza fugirá de ti como um mau mensageiro.
12 Um homem tolo e transgressor anda em caminhos que não são bons;
13 dá ele piscadelas com os olhos, faz sinal com o seu pé e convida com os movimentos de seus dedos.
14 Seu coração perverso inventa males; em todos os tempos um tal homem causa problemas para a cidade.
15 Por este motivo, a sua destruição virá repentinamente, quebranto e ruína irrecuperável;
16 pois ele se alegra em todas as coisas que Deus odeia, e é arruinado por causa da impureza da sua alma.
17 Os olhos do altivo, a língua injusta, as mãos que derramam o sangue dos justos,
18 um coração concebedor de maus pensamentos e os pés apressados para fazer o mal são odiosos para Deus.
19 Uma testemunha injusta acende falsidades e provoca brigas entre irmãos.
20 Filho meu, guarda as leis de teu pai e não rejeites as ordenanças de tua mãe,




Nenhum comentário:

Postar um comentário