domingo, 14 de março de 2021

Domingo do Perdão

DOMINGO DA ABSTINÊNCIA DE QUEIJO
14 de Março de 2021 (CC) / 01 de Março (CE)
Santa Eudoxia, mártir († início do séc. II)
Tom 7



Santa Eudoxia era natural de Samaria e viveu em Heliópolis, Fenícia ( ao norte das montanhas do Líbano na Palestina) na época do imperador romano Trajano (89-117). Em sua juventude, era muito bonita e  elegante e levava uma vida pecaminosa de prostituição. Ricos pretendentes e admiradores vinham de diferentes países para ver Eudoxia. Com o passar dos anos ficou muito rica e era respeitada pelo poder local. O Senhor, querendo salvar a sua alma da perdição eterna, fez com que um velho monge, chamado Germano, visitasse o lugar em que vivia Eudoxia. Germano tinha o costume de ler em voz alta as Sagradas Escrituras. Aconteceu que Eudoxia ouviu a passagem da segunda vinda de Cristo e sobre o Juízo Final, ficando muito impressionada e ao mesmo tempo incomodada porque  entendia que aquelas palavras lhe tocavam e esperava dela  a penitência. 
Eudoxia conheceu Germano e  através dele conheceu a fé cristã e as promessas de vida eterna. As palavras  do monge caíram em terra fértil.  Eudoxia, aos poucos, começou a crer com todo seu coração em Cristo e  se batizou. Doou todas as riquezas aos pobres e se fez monja de um monastério próximo. Durante muitos anos viveu nesse monastério dedicando-se a uma vida de jejum, orações e penitências. Com o passar dos anos alcançou maturidade espiritual e foi eleita superiora do monastério. Ao assumir o cargo de superiora, dedicava-se a realizar boas obras, alimentava e vestia aos peregrinos que visitavam o monastério e, com suas orações, curava os doentes; assim viveu durante 56 anos. No ano 152, no governo do imperador Antonino, terminou sua vida como mártir. Por divulgar a fé cristã foi caluniada de bruxarias e superstições. Sem ser julgada, foi decapitada. Santa Eudoxia, por viver praticando boas obras e as regras monásticas e por  se tornar mártir por causa de sua fé, mereceu a tríplice coroa no Reino dos Céus.

 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS (VII)

João 20:1-10

1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro.  2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. 10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição
Pela Cruz venceste a morte / e abriste o Paraíso ao ladrão arrependido. / Converteste em alegria a lamentação das mirróforas / e ordenaste aos Teus Apóstolos anunciar / a Tua Ressurreição, ó Cristo Nosso Deus // Tu que concedes ao mundo a Tua infinita misericórdia. 

Kondákion da Ressurreição
O poder da morte não é mais suficientemente forte / para manter presos os homens mortais. / Pois Cristo desceu, despedaçando e destruindo esse poder. / O inferno agora esta atado e os profetas rejubilam dizendo: / “O Salvador veio para aqueles em fé // ide todos vós fiéis para Sua Ressurreição.”

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo

Kondákion do Domingo do Queijo Tom 6
Ó Senhor, que És o guia para a sabedoria, o Doador da prudência, o instrutor do insensato e o protetor dos pobres: fortalece e ilumina meu coração. Dá-me o dom de saber me expressar, ó Tu que És a Palavra do Pai; porque eis que não impedirás os meus lábios de clamar a Ti, ó Misericordioso Senhor: tem piedade de mim que tenho caído.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Hino à Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos...


Prokímenon 

O Senhor dará forças ao Seu Povo,
O Senhor abençoará o Seu Povo com paz.

Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos,
Tributai ao Senhor glória e força.

Romanos 13:11-14:4 

11 E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando nos tornamos crentes. 12 A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. 13 Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja. 14 Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. 1 Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. 2 Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes. 3 Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. 4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)

Quem habita ao abrigo do Altíssimo 
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)   

Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção, 
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)

Mateus 6:14-21

14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas. 16 Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 17 Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, 18 para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 

 † † †

ENSINO DOS SANTOS PADRES 



“Jejuamos por nossos pecados, pois vamos aproximar-nos dos sagrados mistérios”

Por que jejuamos durante estes quarenta dias? No passado, muitos se aproximavam dos sagrados mistérios temerariamente e sem nenhuma preparação, especialmente nestes dias em que Cristo entregou-se a si próprio. Por esse motivo, os Padres, conscientes do prejuízo que podia se derivar dessa aproximação irresponsável aos mistérios, julgaram oportuno prescrever quarenta dias de jejum, de orações, de escuta da Palavra de Deus e de assembleias, para que todos, diligentemente purificados pela oração, a esmola, o jejum, as vigílias, as lágrimas, a confissão e demais obras, possamos aproximar-nos dos sagrados mistérios com a consciência limpa, conforme nossa capacidade receptiva. A experiência nos diz que, com esta decisão unânime, asseguraram, inclusive para os tempos vindouros, algo grandioso e maravilhoso, conseguindo fazer-nos chegar à habitual observância do jejum.

De fato, ainda que durante o ano todo nós não nos cansamos de pregar e proclamar o jejum, ninguém presta atenção às nossas palavras. Por outro lado, apenas anunciando a Quaresma, ainda que ninguém incentive, ainda que ninguém exorte, até o mais negligente se reanima e acolhe as exortações e os estímulos que nos faz este mesmo tempo quaresmal.

Portanto, se alguém te pergunta por que jejuas, não digas que é pela Páscoa, nem sequer que é pela cruz. De fato, não jejuamos nem pela Páscoa nem pela cruz, mas por causa de nossos pecados, pois vamos aproximar-nos dos sagrados mistérios. Ademais, a Páscoa não é motivo de jejum ou de luto, mas de alegria e de júbilo.

Finalmente, a cruz tomou sobre si o pecado, foi expiação pelo mundo inteiro e reconciliação de um ódio entranhado, abriu às portas do céu, devolveu a amizade aos que antes eram inimigos, nos fez subir ao céu, colocou a nossa natureza à direita do trono, e nos concedeu outros bens inumeráveis. Por isso não devemos chorar e afligir-nos por todas estas coisas, mas sim rejubilar-nos e alegrar-nos. O próprio São Paulo disse: Deus me livre de gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. E novamente: A prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores.


Neste mesmo sentido se expressa claramente São João: Deus tanto amou o mundo. Como o amou? Recusando-se perder todas as outras coisas, ergueu uma cruz. Depois de ter dito: Deus tanto amou o mundo, acrescentou: que entregou a seu Filho único para que o crucificassem, para que não pereça nenhum dos que creem nele, mas tenham a vida eterna. Portanto, se a cruz é motivo de amor e de glorificação, não digamos que nos afligimos por ela. Nunca, jamais choremos pela cruz, mas por nossos pecados. Por isso é que jejuamos.

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (Séc. V) 

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