sábado, 6 de novembro de 2021

20º Sábado Depois de Pentecoste

06 de Novembro de 2021 (CC) / 24 de Outubro (CE)
S. Megalomártir Aretas e seus 4299 companheiros de martírio († Séc. VI); 
S. Sebastiana; S. Mártir Sinclética e suas 2 Filhas. 
Santo Ícone da Mãe de Deus Júbilo dos Abatidos.
Tom 3



O milagroso Ícone da Mãe de Deus «Júbilo dos Abatidos» foi glorificado no ano de 1688. 
Euphymia, irmã do Patriarca Joaquim (1674-1690), viveu em Moscou e sofria de uma doença incurável por um longo tempo. Certa manhã, durante um tempo de oração, ouviu uma voz dizer:
 
«Euphymia! Vá para o Templo da Transfiguração de Meu Filho; lá você vai encontrar um ícone chamado 'Júbilo dos Abatidos'. Peça ao Padre para celebrar uma Molieben* com a bênção da água, e você vai receber a cura da doença».
 
Euphymia fez o que lhe foi dirigido pela Santíssima Mãe de Deus, e ficou curada. Isso ocorreu em 24 de outubro de 1688.
 
Outro milagre ocorreu na aldeia de Klochka, perto de São Petersburgo, não muito longe de uma fábrica de vidro, em 1888. Uma imagem da «Júbilo dos Abatidos» estava pendurada na capela da aldeia. O edifício foi atingido por um raio, quebrando a caixa de ofertas e carbonizando as paredes da capela. O ícone «Júbilo dos Abatidos» foi encontrado deitado de bruços no chão. Quando foi achada, a imagem estava fresca e clara, e as moedas da caixa de ofertas foram aderindo à sua superfície (veja este ícone com as moedas). Anteriormente, o ícone, que inicialmente tinha sido encontrado lavado em terra no Rio Neva, estava escuro e obscuro. Sua «Renovação» foi vista como um sinal do céu, e sua fama se espalhou. Este ícone é comemorado em 23 de julho. 
Molieben (também chamado de Moleben), é um serviço de intercessão ou de súplica, realizado em honra ao nosso Senhor ou Jesus Cristo, a Mãe de Deus, ou a um determinado santo ou mártir.

Comemoração do Ícone «Mãe de Deus Júbilo dos Abatidos»  
 
Troparion do Ícone, Tom 4
Apressemo-nos, ó pecadores indignos,
E corramos para suplicar fervorosamente à Mãe de Deus.
Prostemo-nos clamando com arrependimento das profundezas de nossas almas:
Ajude-nos, ó Senhora que tens tido piedade de nós.
Apressa-te, pois estamos perecendo por causa de uma multidão de pecados.
Não despeça os teus servos com mãos vazias, 
pois temos em ti a nossa única esperança.  
 
Kontakion do Ícone, Tom 6
Nós não temos nenhum outro tipo de ajuda, não temos outra esperança,
Além de ti, ó senhora soberana.
Venha para a nossa ajuda. Esperamos em ti
E em ti nos gloriamos.
Não seremos confundidos,
Porque nós somos teus servos.
 
Lucas 1:39-49, 56 Matinas
Filipenses 2:5-11 Epístola
Lucas 10:38-42; 11:27-28 Evangelho
 
Leitura do Ícone  
 
O projeto deste ícone retrata a Theotókos como a mais bela flor do céu, em pé entre as flores do paraíso. Seu Filho é visível acima dela nas nuvens, o Rei do céu e da terra. Ao longo de ambos os lados do ícone, emoldurando a Mãe de Deus, estão os suplicantes, pedindo sua intercessão. Ela está com os braços abertos e com a cabeça em postura de escuta. A ternura e a bondade de uma mãe amorosa são evidentes em seu rosto. Ela está no paraíso e ainda entre nós.
 
A teologia neste ícone retrata a Theotókos como sendo também a nossa mãe, que sente a nossa dor. É crença de todos os Cristãos Ortodoxos, que ela intercede por nós, trazendo a nossa dor na Presença do seu Filho. Ela está orando nossas orações com amor, trazendo nossas necessidades em relação única que parte de uma mãe com seus filhos.
 
Ela é o nosso júbilo, porque nos ouve com amor. Sua intercessão incessante e seu amor ilimitado ajudam a curar nossas dores. 
 
O Megalomártir Aretas 
 
Aretas nasceu no século VI, de família nobre, na Etiópia. Quando se converteu ao Cristianismo, foi distinguido por sua dedicação e seus trabalho em favor dos pobres. A ele juntaram-se homens e mulheres, formando um grupo que ensinava a Palavra de Deus. Este grande trabalho que realizavam na Igreja de Etiópia incomodou os fanáticos e idólatras que logo reagiram prendendo Aretas e seus colaboradores. Aretas, com idade já avançada, foi pressionado de todas as formas para que abjurasse sua fé em Cristo, e o santo contestou, dizendo:
 
«Ao longo de toda a minha vida eu cometi muitos pecados. Jesus Cristo, porém, com o seu sacrifício, me purificou e me libertou de todos ele, transformando-me, de homem perdido, num herdeiro da luz e da vida eterna. Agora, mesmo eu já estando velho, ele oferece-me ainda outra oportunidade: a de provar a minha fé, a força e o poder do Espírito Santo».
 
Esta resposta enfureceu ainda mais seus acusadores que, então, executaram Aretas e seus companheiros por decapitação. 
 
 
Oração Antes de Ler as Escrituras
 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

2 Coríntios 1:8-11

8 Irmãos, não desejamos que desconheçais as tribulações que atravessamos na província da Ásia, as quais foram muito acima da nossa capacidade de suportar, de tal maneira que chegamos a perder a esperança da própria vida. 9 De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas somente em Deus, que ressuscita os mortos. 10 Ele nos livrou e seguirá nos livrando de tão horrível perigo de morte. É nele que depositamos toda a nossa fé que continuará nos livrando, 11 contando também com a ajuda das vossas orações por nós, para que, pelo favor que nos foi concedido pela intercessão de muitos; da mesma forma, por muitos, sejam oferecidas ações de graças a nosso respeito. Mudanças por amor à igreja

Lucas 7:2-10

E o servo de um certo centurião, a quem muito estimava, estava doente, e moribundo. E, quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse curar o seu servo. E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: É digno de que lhe concedas isto, Porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. E foi Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado. E por isso nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. E, ouvindo isto Jesus, maravilhou-se dele, e voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. E, voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


Portanto, o que diz o centurião? Senhor, eu não sou digno de que entres em minha morada. O escutemos, todos nós que queremos receber a Cristo, porque agora também é possível recebê-lo. O escutemos e o imitemos, e recebamos a Cristo com o mesmo fervor. Diz uma só palavra e o meu servo será curado. Observa como o centurião, assim como o leproso, tem uma opinião verdadeira a respeito de Cristo. Pois este também não diz: “roga”, nem “suplica”, mas somente ordena. E em seguida, temeroso por modéstia de que Cristo se negasse, acrescentou: Porque eu também sou um subordinado; mas tenho soldados sob meu comando e digo a este: “Vai”, e ele vai; e a outro: “vem”, e ele vem; e a meu servo: “faz isto”, e ele faz.

Perguntarás: Mas o que se conclui disto? Se é que o centurião apenas suspeitava do poder de Cristo! Porque o que se quer saber é se Cristo o proclamou e confirmou. Bela e prudentemente o perguntas! Então, o investiguemos. Logo percebemos que aqui aconteceu o mesmo que no caso do leproso. Neste, disse o leproso: Se queres. E se confirma o poder de Cristo não apenas pelo que diz o leproso, mas também pelas palavras de Cristo; visto que não só não refutou a opinião do leproso, mas também a confirmou, acrescentando algo que parecia supérfluo, quando disse: Quero, sê limpo, para dar apoio aquela opinião. No caso do centurião é igualmente necessário examinar se acaso Cristo também o confirma em sua opinião: concluiremos que aconteceu o mesmo.

Porque o centurião apenas terminou de falar e já deu testemunho do grande poder de Cristo; este não só não o repreendeu, mas ainda o aprovou e fez algo a mais. Pois o evangelista não só diz que Cristo louvou suas palavras, mas também que, dando a entender o grau elevado de seu louvor, diz que Cristo se admirou; e que estando presente todo o povo, o apresentou como exemplo para que o imitassem. Observas como todos os que testemunham o poder de Cristo o faziam com admiração?

E as multidões se espantavam de sua doutrina, porque Cristo lhes ensinava como quem tem autoridade. E ele não apenas não os repreende, mas desce com eles do monte, e com a cura do leproso confirma-os em sua opinião (a respeito dele). O leproso dizia: Se queres, podes limpar-me. E Cristo não só não o corrigiu, mas ainda procedeu como o leproso dizia, e assim o curou. Aqui também o centurião dizia: Diz uma só palavra e meu servo será curado. E Cristo com admiração lhe disse: Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.

Podes conhecer a mesma coisa em um exemplo ao contrário. Marta não disse nada semelhante a isso, mas tudo ao inverso: Eu sei que o que pedires a Deus, Deus te concederá. Mas Cristo não a louvou, apesar de ser sua conhecida e que lhe amava muito e era uma das que com empenho lhe serviam. Pelo contrário, a corrigiu, porque não se expressava corretamente. E lhe disse assim: Não te disse que se creres verás a glória de Deus? Com isto a corrigia por ainda não ter crido. E como ela dizia: “Eu sei que o que pedires a Deus, Deus te concede”, a afasta de semelhante opinião, e lhe ensina que ele não suplica a outro, mas que ele é a fonte de todo bem. E lhe diz: Eu sou a ressurreição e a vida.

Como se dissesse: “Eu não tenho que esperar de outro a força para agir, mas tudo o faço por minha virtude própria”. Este é, pois, o motivo do centurião admirar-se; e desta forma o exalta sobre tudo o povo e lhe dá a honra do reino e estimula os outros a imitá-lo. E para que vejas que Cristo disse isto para ensinar aos outros a mesma fé, observa o empenho do evangelista e como o deixa entender quando diz: Virando-se Jesus, disse aos que o seguiam: Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. De maneira que pensar maravilhosamente de Cristo é o que há de mais próprio da fé, e é o que nos traz o Reino dos Céus e todos os outros bens.

São João Crisóstomo,
Patriarca de Constantinopla

Fonte: Lecionário Patrístico

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