segunda-feira, 22 de novembro de 2021

23ª Segunda-feira Depois de Pentecostes


22 de Novembro de 2021 (CC) / 09 de Novembro (CE)
Santos Mártires Onesíferos e Porfirios; Monja Matrona, Monja Teoktista de Lesbos, Nectarios de Egina. Onesífero de Pechersk. SIMD "Pronta-Ouvidora"
Tom 5



O divino Nectário de Éguina é um do mais conhecidos Santos Ortodoxos Gregos. Ele nasceu em primeiro de Outubro de 1846 em Silyvria, na Ásia Menor (agora ocupada pela Turquia). No Santo Batismo deram-lhe o nome de Anastácio. Os seus pais eram simples Cristãos piedosos. Eles criaram-no em uma maneira que agrada a Deus e fizeram com meios muito limitados para continuar sua educação formal. Tendo concluído escola elementar na sua cidade natal, ele partiu para a grande cidade de Constantinopla com 14 anos de idade. Lá, ele encontrou o emprego como um ajudante de loja e foi capaz de viver uma vida parca. Ele ia regularmente assistir à Divina Liturgia, e lia as Sagradas Escrituras e os Escritos dos Anciãos da Igreja diariamente. Em 1866, com 20 anos de idade, Anastásio foi à ilha de Chios, onde tornara-se um professor. Depois de 7 anos, ele estabeleceu o mosteiro local, aos cuidados do venerável Pacômio. Depois de 3 anos como noviço, Atanásio foi tonsurado Monge recebendo o nome Lázaro.

Um ano depois, ele foi ordenado Diácono e recebeu o nome Nectário. O Ancião Pacômio, e um rico benfeitor local convenceram o jovem monge a concluir os seus estudos superiores em Atenas. Daí o Diácono Nectários foi à Alexandria, onde conquistou a simpatia do Patriarca da Alexandria, Sofrônio. O Patriarca insistiu que Nectário concluísse seus estudos Teológicos, e então em 1885 ele licenciou-se na Escola de Teologia de Atenas. O Patriarca da Alexandria ordenou o Diácono Nectário ao Sacerdócio em 1886. O seu grande serviço à Igreja, escritos e ensinos prolíficas e, energia e zelo levaram o franco Nectário a ser ordenado como Metropolita de Pentápolis no Egito.

Como Metropolita ele foi muito admirado e amado pelo seu rebanho por causa da sua virtude e pureza de vida. Mas esta grande admiração pela gente levantou a inveja de certos altos funcionários, que conspiraram e tiveram sucesso em ter o Abençoado Metropolita retirado do seu ofício em 1890 - sem uma prova ou qualquer explicação. Ele voltou à Grécia para se tornar monge e Pregador, aperfeiçoando a moral do povo. Lá o Abençoado Metropolita continuou a escrever os seus agora famosos livros.

Em 1904, o nosso Santo fundou um mosteiro de mulheres em Éguina, o Convento da Santíssima Trindade. Sob sua orientação o Convento floresceu. Em 1908, Abençoado Nectário, com 62 anos de idade, saindo da Escola Eclesiástica Rizarios e retirou-se no Convento em Éguina. Lá, viveu o resto da sua vida como um verdadeiro monge e asceta. Serviu como confessor e guia espiritual às freiras e até sacerdotes da longe Atenas e Pirineus. A sua santa e piedosa vida seguiu adiante com uma direção iluminadora a todos perto dele. Muitos lhe buscariam atrás de curas. São Nectário foi um grande andarilho durante a vida.

No dia 20 de Setembro de 1920 uma das freiras levou-o ao hospital local, apesar do seu protesto. Ele convulsionava na dor de uma doença existente há muito tempo. Foi admitido, e colocado em uma ala reservada para pobres e renegados. Lá ele ficou durante dois meses entre a vida e a morte. Às 10:30 da manhã do dia 8 de Novembro, embora no meio de dores terríveis, na paz e na oração ele abandonou o seu espírito para Deus com 74 anos de idade.

Logo após seu repouso, uma enfermeira veio prepará-lo para a transferência para o enterro em Éguina. Esta retirou o suéter do Santo, inadvertidamente colocou-o na cama ao lado, na qual um paralítico estava. E Oh! Grande maravilha, o paralítico imediatamente começou a recuperar a sua força e saiu curado de sua cama, glorificando a Deus.

Algum tempo depois do seu repouso, estranhamente uma bela fragrância foi emitida pelo seu corpo Sagrado, enchendo a sala. Muitos vieram para venerar as suas santas relíquias antes do seu enterro. Com estupefação, os fiéis observaram um fluído fragrante que ensopara o seu cabelo e barba. Mesmo depois de 5 meses, quando as freiras do convento abriram a sepultura do Santo para construir um túmulo de mármore, eles encontraram o corpo intacto em todos os aspectos e emitindo um maravilhosa e celeste aroma. De mesmo modo três anos depois, as Relíquias Sagradas estavam ainda inteiras e exalando o mesmo abençoado cheiro.

A Igreja Ortodoxa o proclamou Santo no dia 20 de Abril de 1961. A sua Abençoada Memória é celebrada pela Igreja no dia 9 de Novembro.

Hino «Agni Parthene (Virgem Pura)» 
O hino Agni Parthene foi composto por São Nectários de Éguina, bispo ortodoxo, e se conta que, após sua morte, ninguém sabia mais a melodia. Então, anjos teriam descido do céu cantando o "Agni Parthene". 


 
Oração Antes de Ler as Escrituras  
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Tessalonicenses 1:1-5

1 Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. 2 Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4 Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5 Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós.

Lucas 12:13-15, 22-31

E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós? E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


«O Desprendimento das Riquezas»

Disse-lhe alguém da multidão: Mestre, diz ao meu irmão que reparta comigo a herança. E ele respondeu: Mas homem, quem me constituiu juiz ou repartidor entre vós? Toda esta passagem está ordenada a como aceitar a dor para confessar ao Senhor, seja por desprezo da morte, pela esperança do prêmio ou pela ameaça de um castigo eterno que jamais deixará de ser tal. E visto que, frequentemente, acontece que a avareza é causa de tentação para a virtude, acrescenta-se também o mandamento de suprimi-la e como se deverá fazê-lo, quando diz o Senhor: Quem me constituiu juiz ou repartidor entre vós?

Aquele que havia descido por razões divinas, com toda a justiça rejeita as terrenas, e não se digna fazer-se juiz de pleitos nem repartidor de heranças terrenas, visto que ele tinha que julgar e decidir sobre os méritos dos vivos e mortos. Deves, portanto, observar não o que pedes, mas a quem pedes, e não acredites que um espírito dedicado a coisas maiores pode ser importunado por insignificâncias.

Por isso, não é sem razão que é rejeitado esse irmão que pretendia que o Dispensador dos bens celestiais se ocupasse em coisas materiais, quando precisamente não deve ser um juiz o mediador no pleito da repartição de um patrimônio, mas o amor fraterno; ainda que, na realidade, o que um homem deve buscar não é o patrimônio de dinheiro, mas o da imortalidade. Porque de forma vã reúne riquezas aquele que não sabe se poderá desfrutar delas, como aquele que, pensando em derrubar os granjeiros repletos para recolher as novas messes, preparava outros maiores para as abundantes colheitas, sem saber para quem as reunia.

Já que todas as coisas que são do mundo permanecem nele, e nos abandona tudo aquilo que entesouramos para os nossos herdeiros; e, na realidade, deixam de ser nossas todas essas coisas que não podemos levar conosco. Somente a virtude acompanha aos falecidos, somente a misericórdia nos serve de companheira, essa misericórdia que atua em nossa vida como norte e guia até as mansões celestiais, e busca conseguir para os falecidos, em troca do desprezível dinheiro, os tabernáculos eternos.

Assim o testemunham os preceitos do Senhor, quando diz: Fazei-vos amigos das riquezas injustas, para que, quando estas faltem, vos recebam nos eternos tabernáculos. Este é um preceito inteligente, cheio de sabedoria e apto para animar também aos avaros a que optem por trocar as coisas corruptíveis pelas eternas, as terrenas pelas divinas. Porém, visto que muitas vezes a entrega se entorpece pela debilidade da fé e, quando se vai repartir a herança, vem à mente a preocupação de tudo o que é necessário para a vida, o Senhor acrescenta: Não vos preocupeis de vossa vida pelo que comereis nem de vosso corpo pelo que vestireis; porque, em verdade, a alma é mais importante que o alimento e o corpo mais que as vestes.

Porque aos que creem em Deus não há melhor meio para dar-lhes confiança como esse sopro vital que é o espírito, o qual faz durar a união completa da alma e do corpo, unidade que, por outro lado, não exige nenhum trabalho nosso e que perdura, sem que falte o alimento apropriado, até chegar o dia da morte. E se a alma está vestida da roupagem do corpo e este recebe vida em virtude da energia da alma, torna-se absurdo crer que nos faltará o alimento suficiente precisamente quando recebemos o mais, que é a realidade permanente da vida.

Santo Ambrósio, bispo de Milão (séc. IV)
Tratado ao Evangelho de São Lucas in loc.

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«Vamos de Uma Vez em Busca do Verbo, Busquemos Aquele Descanso»

Não se glorie o sábio de seu saber, não se glorie o rico em sua riqueza, não se glorie o soldado de seu valor, ainda que tivessem escalado o cume do saber, da riqueza ou do valor. Vou acrescentar à lista novos paralelismos: Nem se glorie o famoso e célebre em sua glória; nem o que está são, de sua saúde; nem o elegante, de sua formosa presença; nem o jovem, de sua juventude; em uma palavra: que nenhum soberbo ou vaidoso se glorie em nenhuma daquelas coisas que celebram os mortais. Em todo caso, aquele que se glorie que se glorie somente nisto: em conhecer e buscar a Deus, em compadecer-se da sorte dos miseráveis e em fazer reservas de bem para a vida futura.

Todo o resto são coisas inconsistentes e frágeis e, como no jogo do xadrez, passam de uns aos outros, mudando de campo; e nada é tão próprio daquele que o possui que não acabe se esvaindo com o passar do tempo ou há de transmitir-se com dor aos herdeiros. Aquelas, porém, são realidades seguras e estáveis, que nunca nos deixam nem se dissipam, nem ficam frustradas as esperanças daqueles que depositaram nelas sua confiança.

A meu parecer, esta é, também, a causa de que os homens não tenham nesta vida nenhum bem estável e duradouro. E isto – como tudo o demais – assim o dispôs sabiamente a Palavra Criadora e aquela Sabedoria que supera todo entendimento, para que nos sintamos defraudados pelas coisas que estão debaixo de nossa observação, ao ver que estão sempre mudando em um ou outro sentido, ora estão em alta ora em baixa, padecendo contínuos reveses e, já antes de tê-las na mão, te escorregam e te escapam.

Comprovando, portanto, sua instabilidade e variabilidade, esforcemo-nos por atracar ao porto da vida futura. O que não faríamos nós de ser constante nossa prosperidade se, inconsistente e frágil como é, até tal ponto nos encontramos como subjugados por sutis cadeias e reduzidos a esta servidão por seus prazeres enganosos, que nos encontramos incapacitados para pensar que possa haver algo melhor e mais excelente das † † †
 presentes, e isso apesar de escutar e estar firmemente persuadidos de que fomos criados à imagem de Deus, imagem que está acima e nos atrai para si?

Aquele que seja sábio, que recolha estes fatos. Quem deixará passar as coisas transitórias? Quem prestará atenção às coisas estáveis? Quem considerará como efêmeras as coisas presentes? Feliz o homem que, dividindo e demarcando estas coisas com a espada da Palavra que separa o melhor do pior, prepara as elevações de seu coração, como em certo lugar afirma o Profeta Davi, e, fugindo com todas as suas energias deste vale de lágrimas, busca os bens do alto, e, crucificado ao mundo juntamente com Cristo, com Cristo ressuscita, juntamente com Cristo ascende, herdeiro de uma vida que já não é nem decrépita nem falaz: onde já não existe serpente que morde junto ao caminho nem que espreita o calcanhar, como pode se comprovar observando sua cabeça.

Considerando tudo isso, também o bem-aventurado Miqueias diz atacando aos que se arrastam por terra e têm do bem somente o ideal: Aproximai-vos dos montes eternos: pois, adiante, marchai-vos!, que não é lugar de repouso. São mais ou menos as mesmas palavras, com as quais nos anima nosso Senhor e Salvador, dizendo: Levantai-vos, vamos daqui. Jesus disse isso não somente aos que naquela ocasião tinha como discípulos, os convidando a sair unicamente daquele lugar – como talvez alguém possa pensar – mas, tratando de afastar sempre e a todos os seus discípulos da terra e das realidades terrenas, para elevá-los ao céu e às realidades celestiais.

Vamos, portanto, de uma vez em busca do Verbo, busquemos aquele descanso, rejeitemos a riqueza e abundância desta vida. Aproveitemo-nos unicamente daquilo que de bom há nelas, a saber: redimamos nossas almas à base de esmolas, demos aos pobres nossos bens, para enriquecer-nos com aqueles do céu.

São Gregório Nazianzeno, o Teólogo (séc. IV)

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