segunda-feira, 15 de novembro de 2021

22ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

15 de Novembro de 2021 (CC) / 02 de Novembro (CE)
Ss. Mártires Aquidinos, Pegásius, Elpidóforus, Anempodiste e Afthonius 
e mais 700 persas, Companheiros de Martírio († c. 350)
Tom 4

  

Os santos Aquidinos, Pegásius, Elpidóforus, Anempodiste e Afthonius eram dignitários da corte do Imperador Persa Sapor II (310-381). Tendo aderido clandestinamente à fé cristã, foram denunciados pelos invejosos pagãos ao Imperador quando este empreendeu uma onda de perseguição contra os cristãos. Intimados a comparecerem diante do Imperador para julgamento, confessaram pública e destemidamente sua fé na Santíssima Trindade. O Imperador ordenou, portanto, que fossem cruelmente chicoteados, esperando que assim, renegassem sua fé. Por duas vezes os executores ficaram esgotados e tiveram de ser substituídos, enquanto que, da boca dos santos mártires não se ouvia sequer um gemido. O Imperador, impressionado com o que via, numa queda de pressão perdeu a consciência. Os que estavam presentes julgaram que tivesse morrido, mas os santos recorreram a Deus e o Imperador voltou a si. Recuperado, o Imperador Sapor acusou os santos de feitiçaria, dando ordem para que fossem conduzidos amarrados ao longo de uma fogueira, de modo que fossem sufocados pela fumaça. Os santos voltaram-se para Deus em orações, e o fogo foi milagrosamente extinto e as cordas que os amarrava foram soltas. 
Impressionado, o Imperador perguntou-lhes com aquilo fora possível, e os santos mártires lhes contaram sobre como Cristo operava milagres. Cego de ódio, o Imperador passou a blasfemar o Nome do Senhor. Os santos exclamaram, então: 
«Que a tua boca se cale»; ao que o Imperador ficou sem voz. Enlouquecido de raiva, tentou ainda, através de gestos, dar ordem para que os santos mártires fossem jogados na prisão, mas os que o cercavam não compreendiam o que lhes queria dizer. 
A raiva do Imperador tornava-se ainda maior até que, loucamente, arrancou e rasgou seu próprio manto, puxava seus próprios cabelos e espancava seu próprio rosto. Até que Aquidinos, compadecido, em nome de Cristo o livrou da mudez. Mais uma vez, porém, o Imperador atribuiu tudo o que acontecia ao poder da feitiçaria, ordenando que os santos continuassem a ser torturados. 
Foram então postos sobre um grelha de ferro, acendendo por debaixo o fogo. Os santos começaram juntos a orar e, de repente, começou a cair uma chuva que apagou o fogo. Diante de mais este milagre realizado por meio das orações dos santos mártires, muitos dos que presenciavam creram em Cristo e confessaram sua fé. Os santos glorificavam a Deus e convidavam a que cressem que Deus enviou a água da chuva que caía sobre eles para que fossem batizados. Um dos carrascos, de nome Afthonius, pediu publicamente perdão aos santos mártires por lhes ter causado tanto sofrimento, e saiu corajosamente confessando sua fé em Cristo. Elpidoforus, um alto dignitário imperial e até mesmo a mãe do Imperador confessaram a fé no Único Deus verdadeiro. O Imperador percebeu que aumentava ainda mais o número dos que se convertiam à fé cristã com a tortura dos santos. Declarou então ao povo que as cabeças de Aquindinos, Pegásio, Elpidoforo, Anempodiste seriam cortadas, e que seus corpos não poderiam ser tomados pelos cristãos para sepultamento. 
Quando levaram os santos mártires para fora dos muros da cidade para a execução, uma grande multidão acompanhou, glorificando a Cristo. Por ordem do Imperador, os soldados executaram todos os cristãos (cerca de 7 mil) que acompanhavam o cortejo. Juntamente com os outros, também Elpidoforo foi morto. Aquidinos, Pegásius e Anempodiste, mãe do Imperador, foram queimados no dia seguinte. Os cristãos foram secretamente durante a noite ao local da execução e encontraram os corpos dos santos mártires ilesos da ação do fogo, e com reverência os sepultaram.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Colossenses 2:13-20

E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como...

Lucas 11:29-33

E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas; porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração. A rainha do sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas. E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz.

† † †

ENSINO DOS SANTOS PADRES


“A Luz Que Ilumina A Todo Homem”

A lâmpada colocada sobre o candeeiro, da qual fala a Escritura, é Nosso Senhor Jesus Cristo, luz verdadeira do Pai, que vindo a este mundo ilumina a todo homem. Ao assumir a nossa carne o Senhor se transformou em lâmpada, e por isto é chamado “luz”, ou seja, Sabedoria e Palavra do Pai e de sua mesma natureza. Como tal é proclamado na Igreja pela fé e pela piedade dos fiéis.

Glorificado e manifestado diante das nações por sua vida santa e pela observância dos mandamentos, ilumina a todos os que estão na casa – ou seja, neste mundo –, assim como o afirma em certo lugar esta mesma Palavra de Deus: Não se acende uma lâmpada para colocar debaixo de uma vasilha, mas para colocá-la no candeeiro, para que ilumine a todos da casa. Claramente denomina-se a si mesmo “lâmpada”, porém, sendo Deus por natureza, quis tornar-se homem por uma condescendência de seu amor.

Segundo meu parecer, também o grande Davi se refere a isto quando, falando do Senhor, diz: A tua palavra é lâmpada para os meus passos e luz em meu caminho. Com razão, portanto, a Escritura chama “lâmpada” ao nosso Deus e Salvador, visto que ele nos liberta das trevas da ignorância e do mal.

Na realidade, ele, assim como uma lâmpada ao dissipar a obscuridade de nossa ignorância e as trevas de nosso pecado, veio a ser como um caminho de salvação para todos os homens: com a força que comunica e com o conhecimento que concede, o Senhor conduz para o Pai aqueles que com ele querem avançar pelo caminho da justiça e seguir a senda dos preceitos divinos. E quanto ao candeeiro, deve-se dizer que significa a santa Igreja, a qual, com a sua pregação, faz que a palavra luminosa de Deus brilhe e ilumine aos homens do mundo inteiro, como se fossem os moradores da casa, e sejam levados deste modo ao conhecimento de Deus com o esplendor da verdade.

A Palavra de Deus não pode, de modo algum, ficar oculta debaixo de uma vasilha; ao contrário, deve ser colocada no mais alto da Igreja, como o melhor dos seus ornamentos. Se a palavra ficasse dissimulada sob a letra da lei, como debaixo de uma vasilha, deixaria de iluminar aos homens com a sua luz eterna. Escondida sob a vasilha, a palavra já não seria fonte de contemplação espiritual para aqueles que desejam livrar-se da sedução dos sentidos, que, com o seu engano, nos inclinam para captar somente as coisas efêmeras e materiais; posta, porém, sobre o candeeiro da Igreja, ou seja, interpretada pelo culto em espírito e verdade, a Palavra de Deus ilumina a todos os homens.

Na verdade a letra, se não se interpreta segundo seu sentido espiritual, não tem mais valor que o sensível e está limitada ao que significam materialmente as suas palavras, sem que a alma chegue a compreender o sentido do que está escrito.

Não coloquemos, portanto, sob a vasilha, com nossos pensamentos racionais, a lâmpada acesa – a saber, a palavra que ilumina a inteligência –, para que não possam culpar-nos de ter colocado sob a materialidade da letra a força incompreensível da sabedoria; a coloquemos, antes, sobre o candeeiro – ou seja, sobre a interpretação que lhe dá a Igreja –, no mais elevado da genuína contemplação; assim iluminará a todos os homens com os fulgores da revelação divina.”

São Máximo Confessor (séc. VII)

† † †

Nenhum comentário:

Postar um comentário