segunda-feira, 4 de julho de 2022

4ª Segunda-feira Depois de Pentecostes


04 de Julho de 2022 (CC) / 21 de Junho (CE)
São Juliano, Mártir de Tarso, († 305 d.C)
Jejum dos Apóstolos
Tom 2

  
O pai de Juliano, idólatra, ocupava uma alta posição no Senado e sua mãe era cristã. Juliano amou tanto a cruz de Cristo que, aos 18 anos, diante do Pro cônsul Marciano, confessou corajosamente a sua fé em Cristo, sabendo que, por causa disso, poderia ser torturado. 
E assim foi,Tão logo São Juliano acabou de falar, o Pro cônsul, ordenou que ele fosse espancado e atirado numa cela. Depois disso, Marciano mandou que a mãe do santo fosse chamada e trazida para que visse o seu filho espancado e ferido e tentasse convencê-lo a abandonar a sua fé cristã. Pois, foi exatamente o contrário o que aconteceu: a mãe pediu-lhe para que se mantivesse firme em sua fé e, incentivando a que tudo suportasse por amor a Cristo, e se foi. 
Após alguns dias, Marciano novamente mandou que o santo fosse trazido à sua presença para verificar se havia mudado de opinião. Tendo recebido resposta negativa, ordenou imediatamente que Juliano fosse colocado dentro de um saco, com areia e serpentes venenosas, e jogado ao mar. E foi assim que São Juliano entregou a sua alma a Deus. 
"Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam". [Tg 1,12]

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 9:18-33

18 Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. 19 Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? 20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso? 22 E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; 23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25 Como diz ele também em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada. 26 E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Também Isaías exclama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor executará a sua palavra sobre a terra, consumando-a e abreviando-a. 29 E como antes dissera Isaías: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhantes a Gomorra. 30 Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que vem da fé. 31 Mas Israel, buscando a lei da justiça, não atingiu esta lei. 32 Por que? Porque não a buscavam pela fé, mas como que pelas obras; e tropeçaram na pedra de tropeço; 33 como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço; e uma rocha de escândalo; e quem nela crer não será confundido.

Mateus 11:2-15

2 Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe:    3 És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? 4 Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes: 5 os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. 6 E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim. 7 Ao partirem eles, começou Jesus a dizer às multidões a respeito de João: que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento? 8 Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nas casas dos reis. 9 Mas por que saístes? para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. 10 Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho. 11 Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. 12 E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. 13 Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. 14 E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça.


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COMENTÁRIOS


“És Tu O Que Virá ou Devemos Esperar a Outro?”

João enviou dois dos seus discípulos para perguntar a Jesus: És tu aquele que virá ou devemos esperar a outro? Não é fácil a compreensão destas palavras simples, ou, do contrário, este texto estaria em desacordo com o que foi dito anteriormente. Na realidade, como João pôde afirmar aqui que desconhece a quem anteriormente havia reconhecido por revelação de Deus Pai? Como é que naquela ocasião conheceu o que previamente desconhecia, enquanto que agora parece desconhecer ao que já conhecia antes? Eu – disse ele – não o conhecia, porém aquele que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires baixar o Espírito Santo... E João acreditou no oráculo, reconheceu aquele que foi revelado, adorou o que foi batizado e profetizou sobre o enviado dizendo: E eu o vi e dou testemunho de que este é o escolhido de Deus. Portanto, como aceitar sequer a possibilidade de que tão grande profeta tenha se equivocado, até o ponto de não considerar como Filho de Deus àquele de quem tinha afirmado: Este é o que tira o pecado do mundo?

Por conseguinte, já que a interpretação literal é contraditória, busquemos o seu sentido espiritual. João, como já afirmamos, era tipo da lei precursora de Cristo. E é correto afirmar que a lei – acorrentada materialmente como estava nos corações dos que não têm fé, como em cárceres privados da luz eterna, e constrangida por entranhas fecundas em sofrimentos e insensatez –, era incapaz de levar a pleno cumprimento o testemunho da divina economia sem a garantia do Evangelho. Por isso João envia a Cristo dois de seus discípulos, para conseguir um complemento de sabedoria, visto que Cristo é a plenitude da lei.

Além do mais, sabendo o Senhor que ninguém consegue ter uma fé plena sem o Evangelho – sendo que a fé começa no Antigo Testamento, mas não se consuma senão no Novo –, da pergunta sobre sua própria identidade, responde não com palavras, mas com fatos: Ide, disse ele, anunciar a João o que estais vendo e ouvindo: os cegos veem e os paralíticos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres lhes é anunciado a boa notícia. Contudo, estes exemplos mencionados pelo Senhor ainda não são os definitivos: A plenificação da fé é a cruz do Senhor, sua morte e sua sepultura. Por isso, completa suas afirmações anteriores dizendo: E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!

É verdade que a cruz se apresenta como motivo de escândalo inclusive para os escolhidos, porém, também é verdade que não existe maior testemunho de uma pessoa divina, nada há mais sublime que a total oblação de um só pela salvação do mundo. Só este fato o corrobora plenamente como Senhor. Dizendo de outra forma, é assim que João o designa: Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Na verdade, esta resposta não está dirigida apenas para aqueles homens, discípulos de João: vai dirigida a todos nós, para que creiamos no Cristo baseados nos fatos.

Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e alguém que é mais do que profeta. Porém, como é que queriam ver a João no deserto, se estava preso na cadeia? O Senhor nos propõe como modelo aquele que lhe havia preparado o caminho, não só precedendo-o por seu nascimento segundo a carne e anunciando-o com a fé, mas também lhe antecipando com sua gloriosa paixão. Sim, mais que um profeta, já que é ele quem encerra a sucessão dos profetas; mais do que um profeta, já que muitos desejaram ver a quem ele profetizou, a quem ele contemplou, a quem ele batizou.

Santo Ambrósio, bispo de Milão (séc. IV)

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