domingo, 22 de janeiro de 2023

Domingo Depois da Teofania

 
PÓS-FESTA DA TEOFANIA
22 de Janeiro de 2023 (CC) 09 de Janeiro (CE)
São Polieutkos (259); São Pedro, Bispo de Sebaste (395)
Tom 7



São Polieuktos foi o primeiro mártir na cidade armênia de Melitene. Ele era um soldado sob o Imperador Decius (249-251), e mais tarde padeceu por Cristo sob o Imperador Valeriano (253-259). O santo era também amigo de Nearchos, um companheiro de farda e cristão firme, mas, Polyeutos, conquanto levasse uma vida virtuosa, permanecia um pagão.

Quando a perseguição contra os cristãos começou, Nearchos disse a Polyeuktos: 
"Amigo, logo estaremos separados de ti, porque eles me levarão a torturar, e tu terás que renunciar à amizade comigo". 
Polieuktos respondeu-lhe que, num sonho, tinha visto a Cristo, que lhe tirou o manto e o vestiu de outro traje brilhante. "A partir daquele momento", disse ele, "estou preparado para servir ao Senhor Jesus Cristo".

Tomado de um ardente zelo em seu espírito, Santo Polyeuktos saiu para a praça da cidade, rasgou o edito imperial pendurado sobre o dever de adorar ídolos, e tomou os ídolos das mãos dos sacerdotes pagãos e os destroçou, impedindo a procissão idólatra.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS (10)

João 21:1-14

Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.

Tropárion da Ressurreição
Pela Cruz venceste a morte / e abriste o Paraíso ao ladrão arrependido. / Converteste em alegria a lamentação das mirróforas / e ordenaste a Teus Apóstolos que anunciassem a Tua Ressurreição, ó Cristo nosso Deus, // Tu Que concedes ao mundo a Tua infinita misericórdia.

Tropárion da Festa, Tom 1
Em Teu batismo no Jordão, ó Senhor, / manifestou-se a adoração da Trindade; / pois a voz do Pai deu testemunho, / chamando-Te Filho bem-amado; / e o Espírito, sob forma de pomba, / confirmou a verdade desta palavra. / Ó Cristo Deus que Te manifestaste e iluminaste o mundo, // Ó, Senhor, glória a Ti!

Tropárion de São Mateus, no 3º Tom (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!

Tropárion do Santo Hierarca Filipe, Tom 8
Ó sucessor dos primazes da Rússia, pilar da Ortodoxia, campeão da Verdade; /  tu deste a tua vida pelo teu rebanho, ó novo confessor e Santo hierarca Filipe. / E por tua ousadia diante de Cristo, roga por esta cidade // bem como pelas pessoas que devidamente honram tua sagrada memória.

Kondákion da Ressurreição
O poder da morte não é mais suficientemente forte para manter presos os homens mortais. / Pois Cristo desceu, fazendo em pedaços e destruindo esse poder. / O inferno agora está atado, / e os Profetas, em uma só voz, rejubilam grandemente, / dizendo: “O Salvador veio, // ide todos, vós Fiéis, para Sua Ressurreição”.

Kondákion da Festa, Tom 4
Tu apareceste hoje no Universo, Senhor, / e a Tua Luz mostrou-se a nós, / que, reconhecidos, Te cantarmos: / Tu vieste e Te manifestaste, // ó Luz Inacessível!

Kondákion de São Mateus, Tom 4
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo

Tom 3: Louvemos o todo-sábio Filipe, / o instrutor da Ortodoxia, o proclamador da Verdade, o luminar da Rússia, / que noeticamente alimenta seus filhos com o alimento de suas palavras; / pois com a língua cantava louvores, / e com os lábios entoava hinos, // como iniciado nos mistérios da graça de Deus.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Kondákion Tom 4: Tu apareceste hoje no Universo, Senhor, / e a Tua Luz mostrou-se a nós, / que, reconhecidos, Te cantarmos: / Tu vieste e Te manifestaste, // ó Luz Inacessível!

Prokímenon, no 1º Tom

R. Seja a Tua misericórdia, Senhor, sobre nós,
como em Ti esperamos. (Sl.32:22)

V. Regozijai-vos no Senhor, vós, justos,
pois aos retos convém o louvor. (Sl. 32:1)

No mesmo tom:

R. Minha boca falará sabedoria
e a meditação de meu coração será de entendimento. (Sl. 48:3)

Aleluia no 5º Tom

Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)

As Tuas misericórdias, Ó Senhor, cantarei para sempre.
De  geração em geração a minha boca declarará a tua verdade. (Sl 88:1,2)

Pois Tu disseste: A misericórdia será edificada eternamente.
Nos céus será estabelecida a Tua verdade. (Sl 88:3,4)

No 2º tom

A boca do justo meditará a sabedoria,
E a sua língua falará do juízo. (Sl. 36:30)

Efésios 4:7-13

Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso diz Deus: "Subindo ao alto, ele levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens"ª. Ora, isto —ele subiu— que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...

Hebreus 13:17-21

Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente. E rogo-vos com instância que assim o façais, para que eu mais depressa vos seja restituído. Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.

Mateus 4:12-17

Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia; E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galileia das nações; O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou. Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

João 10:9-16

Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.

Zadostoinik

Refrão: Glorifica ó minha alma aquela que é mais gloriosa que os exércitos celestes. 

Irmos: Toda língua sente-se sem recursos, / não sabendo como te louvar dignamente, / e toda inteligência, mesmo a angélica, perturba-se, / ao cantar-te hinos, ó Mãe de Deus. / Mas, como és bondosa, recebe a nossa fé, / pois sabes do nosso amor inspirado por Deus, / tu, o socorro dos cristãos, nós te glorificamos.

Canto da Comunhão

Louvado seja o Senhor nos céus, 
louvado Seja nas alturas!

A memória dos justos será eterna; 
eles não temem as más notícias.

Aleluia, Aleluia, Aleluia!

† † †

Homilia


São Máximo de Turim (420 a.C.?)

«Ele batizar-vos-á no Espírito Santo» Hoje, o Senhor Jesus veio receber o batismo. Ele quis lavar o seu corpo na água do Jordão. Poder-se-á dizer:

«Porque é que ele, que era o Santo, quis ser batizado?»

Então ouçam. O Cristo é batizado não para ser santificado pelas águas, mas para santificar ele próprio as águas e purificar pelo seu ato pessoal as ondas que ele toca. Trata-se, pois, muito mais da consagração das águas, do que da de Cristo. Porque, desde que o Salvador é lavado, todas as águas se tornam puras em vista ao nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça seja proporcionada aos povos que virão no futuro. O Cristo avança pois como o primeiro no batismo para que os povos cristãos o sigam sem hesitar.

E aqui eu entrevejo um mistério:

Não tomou assim a dianteira a coluna de fogo através do Mar Vermelho para encorajar os filhos de Israel a continuar a caminhar? Ela atravessou as águas em primeiro lugar para abrir caminho aos que se seguiam. Este acontecimento foi, no testemunho do apóstolo Paulo, um símbolo do batismo (1Co 10,1s). Era sem dúvida uma espécie de batismo onde os homens estavam cobertos pela nuvem e conduzidos pelas águas. E tudo isto foi concluído pelo mesmo Cristo nosso Senhor que agora precede no batismo todos os povos cristãos na coluna do seu corpo, como precedeu através do mar os filhos de Israel na coluna de fogo. A mesma coluna que, outrora, iluminou os olhos dos caminhantes, dá agora a luz ao coração dos crentes. Então ela traçou nas ondas uma estrada sólida, agora ela fortalece neste banho os passos da fé.

† † †

«Sermão Para a Festa da Teofania»

Santo Hipólito de Roma (235 dC),

Eis que o Senhor vem receber o batismo; e chega miserável, nu, sem companhia, revestido da nossa humanidade, ocultando a sua grandeza divina para frustrar a astúcia da serpente. Dizer que Ele vem ao encontro de João qual Senhor que dispensou a sua guarda pessoal é dizer pouco; na verdade, Jesus aborda-o como um simples homem, submetido ao pecado, inclinando a fronte para ser batizado pela mão de João. Impressionado com esta humildade, este tenta recusar dizendo: «Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti. E Tu vens a mim?» (Mt 3,14). […]

Vede, bem–amados meus, quão numerosos e importantes bens teríamos perdido se o Senhor tivesse cedido ao convite de João e não tivesse recebido o baptismo. Anteriormente, os céus estavam fechados e a nossa pátria do alto era inacessível; depois de termos descido até ao fundo, já não podíamos voltar às alturas. Mas o Senhor não Se limitou a receber o baptismo: renovou o homem velho (cf Rm 6,6) e confiou-lhe de novo o ceptro da adopção divina; pois de imediato «os céus abriram-se», as realidades visíveis reconciliaram-se com as invisíveis, as hierarquias celestes encheram-se de alegria, os doentes da Terra ficaram curados, e o que estava oculto revelou-se. […] Era preciso abrir a Cristo, o Esposo, as portas da câmara nupcial. Enquanto o Espírito descia sob a forma de uma pomba e a voz do Pai ressoava em toda a parte, era necessário que «se levantassem as portas do céu» (cf Sl 23,7). […]

Peço-vos que me escuteis atentamente […]: vinde, todas as tribos das nações, ao banho da imortalidade! Através desta mensagem de alegria, anuncio-vos a vida, a vós que permaneceis ainda na noite da ignorância. Vinde da servidão para a liberdade, da tirania para a realeza, do que é perecível para o que é imperecível. Quereis saber como chegar? Pela água e pelo Espírito Santo (Jo 3,5). Esta água, que participa no Espírito, rega o paraíso, deleita a terra, fecunda o mundo […], engendra o homem para a vida, fazendo-o renascer; foi nesta água que Cristo foi batizado e foi sobre ela que desceu o Espírito.

† † †

Nenhum comentário:

Postar um comentário