domingo, 2 de abril de 2023

5º Domingo da Grande Quaresma

Domingo de Santa Maria do Egito
02 de Abril de 2023 (CC) / 20 de Março (CE)
Santos Padres martirizados no Mosteiro de São Savas († 796);  
Jejum 
Tom 1



Santa Maria do Egito viveu em meados do V século e começo do VI. A sua juventude não era nada promissora. Ela tinha somente 12 anos, quando saiu de sua casa em Alexandria, e ficando livre do controle dos pais, jovem e inexperiente como era se envolveu com a vida devassa. Não havia ninguém que pudesse detê-la, e tinha muitos sedutores e muitas tentações em volta dela. Assim, Maria passou 17 anos nesta vida que leva à perdição, até que Deus misericordioso providenciou a sua penitência. Aconteceu isto assim: 

Por força das circunstancias, Maria se juntou a um grupo de peregrinos, que estavam se dirigindo para a Terra Santa. Durante a viagem no navio, Maria não parava de seduzir os romeiros e a pecar. Ao chegar a Jerusalém, se juntou a um grupo de pessoas que iam para a igreja de Ressurreição. Todos os homens entravam livremente na igreja, porém Maria foi parada por uma mão invisível e não conseguia entrar de jeito algum. Aí ela compreendeu, que Deus não a deixava entrar num lugar santo por causa da sua devassidão. Maria ficou possuída de um grande temor e de um grande desejo de penitência, e começou a pedir a Deus o perdão dos pecados, prometendo se regenerar. Então percebeu, logo na entrada, o ícone de Nossa Senhora e começou a lhe pedir que intercedesse por ela perante Deus. Logo ela sentiu um grande alívio e entrou livremente na igreja. 

Chorando muito no Santo Sepulcro, saiu da igreja completamente transformada. Maria cumpriu sua promessa de mudar a sua vida. Assim, se retirou de Jerusalém para o deserto do Jordão e lá viveu quase meio século em solidão, rezando e jejuando. Com estes atos de penitencia Maria se livrou completamente de todo desejo pecaminoso e purificou o seu coração para que este se transformasse num templo do Espírito Santo. 

O ancião Zózimo, do mosteiro do Profeta João, o Precursor, por providência de Deus, encontrou a santa Maria no deserto, quando esta já era uma anciã. Ele ficou maravilhado com sua santidade e seu dom de prever as coisas. Uma vez ele viu Maria se erguer acima da terra, levitando, enquanto ela orava, e outra vez a viu atravessar o rio Jordão, andando sobre as águas como uma terra firme. Na despedida do velho Zózimo, Maria lhe pediu que voltasse dentro de um ano, para lhe dar a comunhão. Zózimo voltou para o deserto conforme combinado e lhe deu a Santa Comunhão.
 
Comemoração dos Santos Monges Martirizados do Mosteiro São Savas 
Os monges João, Sérgio, Patrício e outros que foram assassinados no mosteiro de São Sava: Durante o século VIII, os arredores de Jerusalém foram submetidos a frequentes incursões dos sarracenos. O mosteiro de São Chariton foi devastado e caiu em ruínas. Por duas vezes os sarracenos tentaram saquear o mosteiro da Lavra de São Sava, o Santificado; mas, a Divina Providência protegeu o mosteiro. Os monges da Lavra obtiveram êxito em escapar das incursões bárbaras fugindo para Jerusalém, mas, certa feita, decidiram não abandonar o local onde buscaram a salvação por tantos anos.

No final da Grande Quaresma, na semana anterior ao Domingo de Ramos, em 13 de março, os sarracenos invadiram o mosteiro e exigiram que todos os objetos de valor fossem dados a eles. Ao receber a resposta dos monges, que no mosteiro não havia nada além de um escasso suprimento de comida e roupas velhas, os sarracenos começaram a atirar flechas nos habitantes do mosteiro. Treze homens foram mortos e muitos feridos, e as celas do mosteiro foram incendiadas. Os sarracenos pretendiam também incendiar a igreja do mosteiro, mas vendo à distância uma multidão de pessoas, eles confundiram isso com uma força do exército enviada de Jerusalém. Os sarracenos conseguiram fugir, carregando o pouco que conseguiram saquear. Depois que o inimigo fugiu, o Padre Thomas, um médico experiente, começou a ajudar os sobreviventes.

Na grande quinta-feira, 20 de março, os sarracenos, com uma força ainda maior, voltaram a invadir a Lavra e começaram a agredir os monges. Os que ficaram vivos foram levados para a igreja, onde foram torturados para dizerem onde o tesouros estariam escondidos. O mosteiro estava cercado, para que ninguém pudesse se salvar fugindo. Os bárbaros apoderaram-se de São João, um monge ainda jovem que antes cuidara dos moradores das ruas. Eles o espancaram ferozmente, depois cortaram os nervos de suas mãos e pés e arrastaram-no pelos pés sobre pedras, com o lamentável efeito de rasgar a pele das costas do mártir.

O guardião dos vasos da igreja, o monge Sérgio, escondeu os utensílios da igreja e tentou fugir, mas, foi capturado e decapitado. Vários dos monges, no entanto, conseguiram se esconder do lado de fora do mosteiro em uma caverna, mas isso foi visto por uma sentinela em uma colina e ordenaram que todos saíssem. Dentro da caverna, o monge Patrício, num sussurro, disse aos irmãos que se amontoavam com ele: "Não tenham medo, só eu no lugar de vocês emergirei e encontrarei a minha morte; enquanto isso, sentem-se e ore". Os sarracenos questionaram se havia mais alguém na caverna e o monge respondeu que estava sozinho. Eles o levaram para a igreja da Lavra, onde aqueles que ainda viviam aguardavam seu destino. Os sarracenos exigiram deles um resgate de 4.000 peças de ouro e os vasos sagrados. Os monges não foram capazes de dar tal resgate. Em seguida, levaram-nos para a caverna do monge Sava, localizada no recinto do mosteiro, e em frente à entrada da caverna, montaram uma fogueira, sobre a qual empilharam esterco, de modo a sufocar os presos com o fogo e vapores venenosos. Na caverna pereceram dezoito homens, entre os quais os monges João e Patrícios. Os que continuavam vivos os sarracenos continuaram a torturar, mas não conseguindo nada deles, finalmente deixaram o mosteiro.

Mais tarde, na noite de sexta-feira, os monges escondidos nas colinas retornaram à Lavra, eles levaram os corpos dos padres monásticos assassinados para a igreja e em pesar os enterraram lá.
 
Os bárbaros que saquearam o mosteiro foram punidos por Deus, sendo vitimados por uma doença súbita, na qual pereceram todos eles, e seus corpos se tornaram o espólio de feras. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS (1)

João 20:19-31

Então, ao entardecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos a portas trancadas, por medo das autoridades judaicas. Jesus apareceu, pôs-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco!” Enquanto falava aos discípulos, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram muito alegres ao verem o Senhor. E Jesus lhes disse mais uma vez: “A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, Eu também vos envio.” E, tendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos". Contudo, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus apareceu. Os outros discípulos, no entanto, anunciaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas ele respondeu-lhes: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei.” Após oito dias, os discípulos estavam reunidos ali outra vez, e Tomé estava com eles. As portas estavam trancadas; quando Jesus apareceu, pôs-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco!” Então dirigiu-se a Tomé, dizendo: “Coloca o teu dedo aqui; vê as minhas mãos. Estende tua mão e coloca-a no meu lado. Agora não sejas um incrédulo, mas crente.” E Tomé confessou a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!” Ao que Jesus lhe afirmou: “Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creram!” Verdadeiramente Jesus realizou, na presença dos seus discípulos, muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro. Estes, entretanto, foram escritos para que possais acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu Nome.

LITURGIA


Tropárion da Ressurreição
Apesar da pedra do túmulo ter sido selada pelos judeus, / e o Teu puríssimo Corpo guardado pelos soldados, / Tu ressuscitaste ao terceiro dia, ó Salvador nosso, / dando a vida ao mundo. / Por isso, ó Autor da Vida, / os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo: / “Glória à Tua Ressurreição, ó Cristo! / Glória à Tua Realeza! // Glória à Tua Providência, ó Amigo do homem.

Tropárion do Templo Tom 3
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!

Tropárion de Santa Maria do Egito Tom 8
Em ti foi conservada com fidelidade / a imagem de Deus, ó Maria; / pois tomaste a Cruz e seguiste Cristo, / ensinando, com o teu exemplo, / a desprezar o corpo, porque mortal / e a cuidar da alma imortal. / Por isso, ó Santa, tua alma se rejubila com os Anjos.

Kondákion da Ressurreição
Como Deus, Tu ressuscitaste gloriosamente do túmulo, / ressuscitando o mundo Contigo; / a natureza humana Te canta como Deus, / pois a morte foi dissipada. / Adão rejubila, Mestre;/ e Eva, doravante liberta das suas cadeias, proclama na alegria:// Ó Cristo, Tu És Aquele que concede a todos os homens a ressurreição!

Kondákion de São Mateus, Tom 4
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo

Kondákion, Tom 3: Tu, que outrora andavas em todo tipo de fornicação, / hoje és vista como uma noiva de Cristo, por teu arrependimento. / Tu amaste e emulaste a vida dos anjos. / Pela Cruz aniquilaste as hordas dos demônios; / por isso tu és, agora, uma noiva no reino dos céus, // Ó Maria, plena de humildade.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Hino à Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, // tu que defendes sempre àqueles que te veneram.

Prokímenon 

R. Ó, Senhor, quão harmoniosas as Tuas obras!
Feitas, todas, com sabedoria. (Sl. 103:24)
 
V. Bendiz ó minha alma ao Senhor, Senhor meu Deus,
Tu És infinitamente grande! (Sl. 103:1)No 4º Tom

No 4º Tom

Maravilhoso É Deus em Seus santos, o Deus de Israel.

Hebreus 9:11-14

Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta criação), e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)

Cinge a Tua espada, com majestade e esplendor, 
cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça. (Sl. 44:4,5)

Amaste a justiça e detestaste a iniquidade,
Por isso Deus Te ungiu com o óleo da alegria. (Sl. 44:8)

Marcos 10:32-4532

Ora, estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles se maravilhavam e o seguiam atemorizados. De novo tomou consigo os doze e começou a contar-lhes as coisas que lhe haviam de sobrevir, dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios; e hão de escarnecê-lo e cuspir nele, e açoitá-lo, e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá. Nisso aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos. Ele, pois, lhes perguntou: Que quereis que eu vos faça? Responderam-lhe: Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu bebo, e ser batizados no batismo em que eu sou batizado? E lhe responderam: Podemos. Mas Jesus lhes disse: O cálice que eu bebo, haveis de bebê-lo, e no batismo em que eu sou batizado, haveis de ser batizados; mas o sentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles a quem está reservado. E ouvindo isso os dez, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Então Jesus chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os que são reconhecidos como governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e que sobre eles os seus grandes exercem autoridade. Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

Zadostoinik
Toda a criação, a assembleia dos Anjos e a Raça Humana se regozijam em Ti, ó Tu que és cheia de Graça. Ó Templo Sagrado e Paraíso Espiritual, Orgulho das Virgens, em quem o Deus Eterno encarnou e Se tornou criança. Ele fez do teu corpo um trono e o teu ventre mais vasto que o Céu. Toda a criação regozija-se em Ti, ó Tu que és cheia de Graça, glória a Ti

Canto da Comunhão

Louvai ao Senhor nos Céus,
Louvai-O no mais alto dos Céus.

A memória do justo é eterna
E ele não teme más notícias.

Aleluia, Aleluia, Aleluia!

† † † 

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