O Encontro do Ícone da Santíssima Theotókos de Vladimir,
em memória do Livramento de Moscou da Invasão de Khan Achmed.
Sinaxe de Todos os Santos de Vladimir,
Mártir Agripina de Roma († 253-260).
Jejum dos Apóstolos (Peixe é permitido)Tom 3
A Festa da Mãe de Deus em honra de seu Santo Ícone de Vladimir é celebrada em ação de graças pela libertação de Moscou de uma invasão do khan Akhmat. Em 1480, durante o tempo do Grande Príncipe Ivan III Vasilevich (1462-1505), o Khan Akhmat da Horda de Ouro, aproximou-se com uma vasta tropa até o Rio Ugra, que aqueles que guardavam o domínio de Moscou chamavam de "Cinturão" (Poyas) da Mãe de Deus". Durante um dia inteiro, o exército do cã e o do príncipe de Moscou estiveram frente a frente, cada um em uma das margens do Ugra, no entanto não se atacaram. Toda Moscou rezava à sua Patrona, a Santíssima Mãe de Deus, pela segurança da capital Ortodoxa.
O Metropolita Gerontii (1473-1489) e o Padre-Confessor do Príncipe, o Arcebispo Vassion de Rostov, orando, fortaleceram o exército russo com bênçãos e conselhos. O Metropolita escreveu ao Príncipe uma missiva da catedral, na qual ele pedia que ele resistisse bravamente contra o inimigo, confiando na ajuda da Mãe de Deus.
A Santíssima Mãe de Deus intercedeu pela terra russa. O Príncipe ordenou a seu exército que recuasse do Ugra, para aguardar a passagem dos tártaros. O inimigo decidiu, no entanto, que os russos estavam atraindo-os para uma armadilha, e assim começaram a recuar, a princípio devagar, mas à noite eles fugiram, movidos pelo medo. Em ação de graças pela libertação da Rússia dos tártaros, esta festa foi estabelecida em honra da Mãe de Deus. (A Antologia sobre o ícone de Vladimir é narrada em sua Festa em 26 de agosto).
Comemoração de Santa Agripina
A Santa Mártir Agripina, era romana de nascimento. Ela não queria se casar e dedicou sua vida totalmente a Deus. Durante o período de perseguição aos cristãos sob o imperador Valeriano (253-259), a santa compareceu ao tribunal e corajosamente confessou sua fé em Cristo, pelo que foi entregue à tortura. Eles bateram tanto na santa virgem com paus, que seus ossos quebraram. Depois colocaram Santa Agripina acorrentada, mas um anjo a libertou de suas amarras. A Santa Confessora morreu pelas torturas que suportou.
As cristãs Vassa, Paula e Agathonica levaram secretamente o corpo da santa mártir e o transportaram para a Cilícia, onde em seu túmulo foram operados muitos milagres. Por volta do século XI, as relíquias da santa mártir Agripina foram transferidas para Constantinopla.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Romanos 15:17-29
Fragmento 118 - Irmãos, posso me orgulhar em Jesus Cristo no que se refere a Deus, porque não ousarei dizer coisa alguma que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o Evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por anunciar o Evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; antes, como está escrito:
“Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, e os que não ouviram o entenderão”.
Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco. Mas agora, que não tenho mais demora nestes lugares, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha. E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do Evangelho de Cristo.
Mateus 12:46-13-3
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COMENTÁRIOS
Suplico-vos que presteis atenção àquilo que afirma Cristo Senhor, apontando para os discípulos:
“Eis aqui a minha mãe e os meus irmãos”.
E prossegue:
“Aquele que faz a vontade de meu Pai, que me enviou, esse é meu irmão, minha irmã̃ e minha mãe”.
Quer dizer que a Virgem Maria não fez a vontade do Pai, ela que acreditou pela fé́, que concebeu pela fé́, que foi escolhida para que dela nascesse a salvação em nosso favor, que foi criada em Cristo antes de Cristo ser criado nela?
Sim, Santa Maria fez a vontade do Pai e, consequentemente, é mais importante ter sido discípula de Cristo do que ter sido Mãe de Cristo; foi mais vantajoso para ela ter sido discípula de Cristo do que ter sido sua Mãe. Maria era, pois, bem-aventurada porque, mesmo antes de dar à luz o Mestre, trouxe-O no seu seio. [...] Santa Maria, bem-aventurada Maria! E, no entanto, a Igreja vale mais do que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é uma parte da Igreja, um membro eminente da Igreja, é certo, um membro superior aos outros, mas apesar de tudo um membro de todo o corpo. [...]
Portanto, caríssimos, vede que sois membros de Cristo, e sois corpo de Cristo (1Co 12, 27). Como? Prestai atenção ao que Ele diz:
“Eis aqui a minha mãe e os meus irmãos”.
E como sereis Mãe de Cristo?
“Aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã̃ e minha mãe”.
Agostinho, bispo de Hipona (354-430)
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“Quem é Minha Mãe? E Quem São Meus Irmãos?”
Aqui já́ se faz necessário um ouvido acurado para entender as palavras de Cristo, a fim de que uma má compreensão delas não gere em nós uma fala tola - como fazem alguns - que delas se utilizam para reforçar sua crença de que Cristo reduz Sua Mãe a um lugar comum, e, para alguns, chegando mesmo às raias do desprezo.
Jesus não está desqualificando sua família e muito menos a Sua Mãe. Ele tira proveito da oportunidade para revelar Sua identidade mais profunda, ou seja, que Ele é o Primogênito de uma grande família (Rm 8:29; Ef. 2:18,19; 4:13; Hb 2:11) caracterizada, não por laços sanguíneos, mas pela obediência a Deus; obediência esta, aliás, da qual sua Mãe é modelo e progenitora (Ap. 12:13), sendo louvada por anjos e homens (Lc 1:28, 41-45).
O mistério de Cristo ainda era ininteligível, mesmo para os Seus familiares segundo a carne (Lc 2:48-51; Rm 16:25,26; Col. 1:26).
Padre Mateus (Antonio Eça)
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