Jejum (Peixe é permitido)
Tom 4
A importância da festa de São Pedro e São Paulo no ciclo litúrgico bizantino é indicada pelo fato de uma quaresma especial - chamada de “quaresma dos apóstolos” - prepara os fiéis para esta solenidade. Este período de jejum começa na 2ª feira que se segue ao 1º domingo após o Pentecostes e termina no dia 28 de junho/11 de julho.“Exaltemos Pedro e Paulo, estes dois luzeiros da Igreja pois eles brilham no firmamento da fé...”
Assim cantamos nas vésperas da festa, na noite de 28 de junho. Nas matinas como nas vésperas os hinos parecem partilhar igualmente o louvor entre os dois apóstolos, a quem nos dirigimos um a cada vez. Entretanto o evangelho lido nas matinas trata especialmente sobre o apóstolo Pedro. Aí ouvimos nosso Senhor (Jo. 21,14-25) perguntar três vezes a Pedro: “Tu me amas?”. Na primeira vez Jesus diz: “Tu me amas mais do que estes?” Três vezes Pedro responde com uma humildade às vezes triste e às vezes chorosa:“Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”. E três vezes Jesus lhe diz para apascentar o rebanho do Bom Pastor: “Apascenta os meus cordeiros... apascenta as minhas ovelhas...” Depois Jesus prediz a Pedro de maneira velada “o gênero de morte pelo qual Pedro devia glorificar a Deus”.
Este evangelho tem duas coisas para nos dizer. Primeiro, coloca claramente a pergunta única, pergunta que temos e que teremos que responder: “Tu me amas?” Tudo, na vida cristã, se reduz a esta pergunta. Podemos nós responder como Pedro: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo?” Não seriam nossas ações um lamentável desmentido desta afirmação? Entretanto responder simplesmente que não amamos o Senhor seria desconhecer e sufocar as aspirações - por mais fracas que sejam - que o Espírito Santo põe em nossos corações e dirige para Cristo. Digamos, então, a Jesus: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo. Não espero nada de mim; espero tudo da Graça”.
O segundo ensinamento dado por este evangelho concerne a natureza da autoridade na Igreja. O Senhor confere aqui a Pedro uma autoridade especial. Percebemos primeiro que esta autoridade está fundamentada sobre uma primazia do amor - “tu me amas mais do estes?” - e em seguida que ela consiste em um serviço humilde e desinteressado -“apascenta minhas ovelhas...”. Entre cristãos toda preeminência que não for uma preeminência de amor e de serviço não corresponde às intenções de nosso Senhor. Toda autoridade que, na Igreja, se expressasse em termos de prestígio ou de posse material ou de domínio tornar-se-ia estranha e hostil à solicitude verdadeiramente pastoral à qual Jesus chama Pedro para participar. Sobre estas palavras do Senhor a Pedro serão julgados todos aqueles que reivindicam uma autoridade no seio da comunidade dos fiéis.
A liturgia de 29 de junho/ 12 de julho manifesta, pelos textos que nos faz ouvir, o quanto o ministério de Pedro e o de Paulo são todos dois necessários e complementares. O evangelho (Mt.16,13-19) contém a confissão de Pedro em Cesaréia de Filipos: “Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo...” e a resposta de Jesus: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei minha Igreja, e as Portas do Inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. Este texto levantou muitas controvérsias. Mas permanece certo que Jesus quis reconhecer e sancionar pela concessão de um poder espiritual eminente, o ato de Fé que Pedro acabava de formular.
A epístola (2Co.11,21-12;9) enumera os títulos de Paulo, chamado diretamente ao apostolado por Cristo, foi considerado como igual ou mesmo superior em autoridade aos ministros do Evangelho já regularmente instituídos e reconhecidos: “Eles são ministros de Cristo?...Eu, mais do que eles...” Paulo fundamenta esta afirmação de um lado pelos sofrimentos que enfrentou, de outro pelas graças e revelações que lhe foram concedidas. Um estudo atento das relações dele com os Onze pode ensinar-nos muito sobre a questão da autoridade na Igreja. Paulo nunca levantou-se contra o elemento institucional representado pelo apostolado “histórico” dos Onze. Ele recebeu a imposição de mãos daqueles que já eram reconhecidos como possuindo o Espírito Santo. Ele submeteu à aprovação da Igreja reunida em Jerusalém seus próprios métodos de apostolado. Mas jamais admitiu nem que sua vocação extraordinária fosse inferior à vocação normal dos outros apóstolos, nem que seu conhecimento de Cristo, todo espiritual e recebido pela graça, fosse menor que o conhecimento que tinham de Jesus os seus primeiros discípulos; nem que ele devesse sacrificar suas próprias convicções face ao mais autorizado dos apóstolos: “quando Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe em face, porque ele estava errado”. Quanto mais a Igreja for dominada pelo Espírito Santo, mais ela ultrapassará toda tensão entre autoridade regularmente adquirida e a liberdade espiritual. Uma síntese deve estabelecer-se entre a tradição e a inspiração. Pedro e Paulo não podem ser separados; e é por isso que a Igreja os comemora no mesmo dia. Digamos com ela:“Rejubila, ó Apóstolo Pedro, tu, o grande amigo do Mestre, Cristo nosso Deus. Rejubila bem amado Paulo, pregador da fé e doutor do universo. Por isso, intercedei junto a Cristo nosso Deus pela salvação de nossas almas”.A Igreja quer associar todos os outros apóstolos à homenagem que ela presta a Pedro e Paulo. Assim, no dia 30 de junho, ela dedica à comemoração coletiva dos Doze. Como diz o Kondakion do dia: “... comemorando hoje a sua memória, nós glorificamos Aquele que os glorificou”.
Tropário Dos Apóstolos Tom 4Príncipes dos divinos Apóstolos e doutores do Universo,intercedeis junto do Mestre Universalpara que ao mundo Ele dê a Paze que conceda às nossas almas a graça da salvação.
Kondákion Dos Apóstolos Tom 2
Os infalíveis pregadores da palavra de Deus,
os Corifeus dos teus Apóstolos, Senhor,
encontraram junto de ti o lugar do seu repouso,
no usufruto dos Teus bens,
pois Tu acolheste os seus sofrimentos e suas mortes
melhor que outra oferenda das primícias da terra,
Tu, O único que pode ler o coração dos homens.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Leituras Comemorativas de São Pedro e São Paulo
MATINAS
João 21:15-25
Fragmento 67 - Naqueles dias, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, tu Me amas mais do que estes? Disse-Lhe Pedro: Senhor, Tu sabes que eu Te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os Meus cordeiros. Ainda lhe disse outra vez: Simão, filho de Jonas, tu Me amas? Disse-Lhe Pedro: Senhor, Tu sabes que eu Te amo. Disse-lhe Jesus: apascenta as Minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, tu Me amas? Pedro entristeceu-se porque foi perguntado pela terceira vez: “Tu Me amas?” E disse-Lhe: Senhor, Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu Te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as Minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras jovem, te vestias a ti mesmo, e andavas aonde querias; mas, quando envelheceres, estenderás as tuas mãos, e outro te vestirá, e te levará para aonde não queres. E disse isto, significando de que morte Pedro iria glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-Me. E Pedro, voltando-se, vê andando atrás d’Ele o discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia, se recostara ao peito de Jesus, e que dissera: “Senhor, Senhor, quem há de Te trair?” Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, Senhor, e o que será deste? Disse-lhe Jesus: Se Eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isto? Segue-Me tu. E fez-se ouvir essa palavra entre os irmãos de que aquele discípulo não havia de morrer. Mas Jesus não lhe disse que ele não morreria, mas: “Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te importa isto?” Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, muito mais coisas que Jesus fez; mas, e se cada uma delas fossem narradas detalhadamente, então, acho que o próprio mundo não acomodaria todos os livros escritos. Amém.
LITURGIA
2 Coríntios 11:21-12:9
Fragmento 193 - Irmãos, envergonhado o digo, como se nós fôssemos fracos, mas no que qualquer tem ousadia (com insensatez falo) também eu tenho ousadia. São hebreus? também eu. São israelitas? Também eu. São descendência de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo? Eu ainda mais (falo como fora de mim): Em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre os da minha nação, em perigos entre os gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que É eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob o Rei Aretas, pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem. E fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos. Em verdade não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. De alguém assim me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isto, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me:
“A minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Mateus 16:13-19
Fragmento 67A - Naquela ocasião, chegando Jesus aos limites de Cesária de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos Profetas. Disse-lhes Ele: E vós, quem dizeis que Eu Sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que te revelaram isto, mas Meu Pai, que está nos céus. Pois também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
† † †
COMENTÁRIO
6:18 (Pedro / Pedra) é um trocadilho com a palavra "pedra", em aramaico e grego (Petros / petra).
Esta rocha não se refere a Pedro "per si", mas "à fé de sua confissão" (São João Crisóstomo).
A verdadeira Rocha é o próprio Cristo (1 Coríntios 10: 4), e a Igreja é construída sobre a confissão fiel de Cristo.
Portões do Hades: Poderes da morte. No VT, portões sugerem uma cidade fortificada (Gn 22:17; 24:60; Is 14.31). Ao romper suas portas, Cristo abre a fortaleza de morte para libertar as almas dos justos. Assim também, a Igreja não será vencida por obstáculo algum em seu anúncio da salvação.
O termo "igreja" é mencionado apenas duas vezes em todos os evangelhos: aqui e em 18:17. Esta Igreja é o verdadeiro Israel e o Corpo de Cristo; sua cidadania é celestial.
16:19 As chaves do reino refere-se a uma autoridade especial que será dada a Pedro e aos outros apóstolos depois da ressurreição (ver 18:18; Jo 20:23). Pedro não era um líder sobre os outros, mas entre eles. Esta verdade foi confirmada no Concílio de Jerusalém (Atos 15), onde os apóstolos e os presbíteros se reuniram como iguais, e onde Pedro aconselhou, mas, foi Tiago (o irmão do Senhor) quem presidiu. As reivindicações papais em séculos posteriores não devem ser confundidas com o testemunho NT sobre Pedro, nem deve o papel de Pedro ser diminuído em oposição a estas reivindicações. (Clique aqui para ler maior comentário desta questão)
Ligar e desligar é uma referência principalmente à autoridade "para absolver pecados" (João Crisóstomo; cf. Jo 20:23), mas também inclui todo o ensino, sacramental e autoridade administrativa dos apóstolos. Esta autoridade por sua vez foi transmitida aos bispos da Igreja e continua em vigor até hoje.
Fonte: Ortodoxo Study Bible
† † †
LEITURAS DE HOJE
1 Coríntios 2:9-3:8
Mateus 13:31-36
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado. Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo. Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
1 Coríntios 2:9-3:8
Mateus 13:31-36
† † †
ENSINO DOS SANTOS PADRES
“Assim como o fermento faz fermentar toda a massa,
assim vós convertereis o mundo inteiro”
O Reino dos Céus é como o fermento; uma mulher o amassa com três medidas de farinha e basta para que tudo fique fermentado. Assim como o fermento faz fermentar toda a massa, assim vós convertereis o mundo inteiro. E não me digas: O que podemos fazer doze homens perdidos entre uma grande multidão? Porque precisamente o simples fato de que não recusais misturar-vos com as multidões torna imensamente mais admirável vossa eficácia. E assim como o fermento faz fermentar a massa quando a aproximamos da farinha – e não somente quando a aproximamos, mas quando a aproximamos tanto que se mistura com ela, pois não disse simplesmente “pôs”, mas “amassou” –, assim também vós, consolidados e unidos com vossos opositores, acabareis por superá-los.
E assim como o fermento fica envolto na massa, mas não perdido nela, mas vai gradualmente penetrando sua virtualidade a toda a massa, exatamente assim acontecerá na pregação. Assim, não tendes por que temer se vos predisse muitas tribulações: desta forma ressaltará mais a vossa índole e acabareis superando a tudo.
Porque é Cristo aquele que dá ao fermento essa virtude. Por isso aos que criam nele os misturou com a multidão, para que comuniquemos aos demais a nossa compreensão. Que ninguém se queixe, pois, de sua pequenez, pois o dinamismo da pregação é gigantesco, e aquele que uma vez fermentou, converte-se em fermento para os demais.
E da mesma forma como uma faísca que cai sobre a lenha se prende a ela e a converte em chamas, que por sua vez “coloca fogo aos outros troncos, ocorre exatamente assim com a pregação. Contudo, Jesus não falou de fogo, mas de fermento. Por quê? Justamente porque no primeiro caso nem tudo procede do fogo, mas também da lenha que queima; porém, no segundo exemplo o fermento tudo o faz por sua própria virtualidade.
Entretanto, se doze homens fizeram fermentar toda a terra, pensa quão grande não será a nossa maldade, pois, sendo tão numerosos, não conseguimos converter aos que ainda restam, de tal forma que deveríamos estar em condição de fazer fermentar a mil mundos. Porém, eles – me dirás – eram apóstolos. E o que isso significa? Será que eles não participavam de tua mesma condição? Não viviam nas cidades? Será que eles desfrutaram das mesmas coisas que você? Não exerceram seus ofícios? Eram por acaso anjos? Acaso baixaram do céu? Porém me replicarás: eles fizeram milagres. Até quando utilizaremos o pretexto dos milagres para encobrir a nossa indiferença? Que milagres fez João que teve a tantas cidades dependentes de si? Nenhum, como testemunha o evangelista: João não fez nenhum milagre.
E o próprio Cristo, o que é que dizia ao dar normas aos seus discípulos? Realizai milagres para que os homens os vejam? Em absoluto. Então, o que é que lhes dizia? Brilhe assim vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e deem glória ao vosso Pai que está no céu. Vês como é necessário em todas as partes que a vida seja boa e esteja cheia de boas obras? Pois por seus frutos – ele diz – os conhecereis.
São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla
† † †
Nenhum comentário:
Postar um comentário