terça-feira, 13 de outubro de 2015

20ª Terça-feira Depois de Pentecostes

13 de Outubro de 2015 (CC) / 30 de Setembro (CE)
São Gregório, o Iluminador, mártir, bispo da Grande Armênia († 330)
Modo 2





Apóstolo armênio de origem nobre nascido, em Valarxabad, originalmente um monge cipriota, juntou-se a comunidade do Monte Sinai e fez freqüentes viagens pela Palestina, passando  a ser chamado de «o Iluminador», por ter levado o povo armênio ao cristianismo. Tornado escravo durante a invasão persa e comprado por um cristão de Capadócia, ao retornar à Armênia, de colaborador e conselheiro do rei, tornou-se prisioneiro de Tirídates III, seu primo e rei da Armênia. Ao ser descoberto como cristão foi condenado a 14 anos de prisão. Porém conseguiu converter o próprio rei ao cristianismo (301), após curá-lo milagrosamente de uma doença contagiosa. O rei mandou que batizasse toda a sua corte, passando a adotar o cristianismo como religião oficial do Estado e Gregório tornou-se Patriarca da Armênia.  Através da sua pregação uma nova luz raiou na longa história do povo armênio, e a fé uniu-se de maneira inseparável à identidade nacional. A fé cristã radicou-se de modo permanente nesta terra, situada à volta do monte Ararat, e a palavra do Evangelho influenciou profundamente a língua, a vida familiar, a cultura e a arte do povo armênio. Tornou-se bispo metropolitano da Capadócia (302) e líder da jovem Igreja armênia, tendo sido sucedido por seu filho Aristaques como chefe supremo dos cristãos, retirando-se à vida solitária e, desse modo, preparando-se para a morte. É venerado no dia 30 de setembro como o Apóstolo, padroeiro da Armênia, e evangelizador das Igrejas da Síria e Ortodoxa Grega.




Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte,
esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade.
E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra,
todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo:
“Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!” 

Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó Poderosíssimo Salvador,
e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo,
e os mortos ressuscitaram.
A criação também rejubila em Ti
e Adão fica inexcedivelmente alegre
e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.

Prokímenon

O Senhor, É a minha força e o meu cântico,
porque ele me salvou. (Sl. 117:14)

O Senhor, castigou-me muito, 
mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)

Filipenses 2:16-23

16Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão. 17Contudo, ainda que a minha vida esteja sendo derramada como oferta juntamente com o sacrifício e o serviço provenientes da vossa fé, alegro-me e me congratulo com todos vós. 18E, pelo mesmo motivo, alegrai-vos e acompanhai-me neste júbilo! 19Tenho esperança no Senhor Jesus de que, em breve, vos poderei enviar Timóteo, para que eu também me anime, recebendo notícias vossas. 20Pois não tenho ninguém que tenha esse mesmo sentimento, que sinceramente zele por vosso bem-estar. 21Porquanto, todos procuram cuidar apenas de seus próprios interesses, e não se dedicam ao que é de Cristo Jesus. 22Entretanto, sabeis vós que Timóteo foi aprovado porque serviu comigo na ministração do Evangelho, como um filho cooperando com seu pai. 23Portanto, é ele quem espero vos enviar, tão logo tenha certeza sobre minha situação...

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!
O Senhor te ouça no dia da tribulação; 
Te proteja o Nome do Deus de Jacó!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva, Senhor, pois ao Rei clamamos! 
Que Ele nos escute!

Aleluia, aleluia, aleluia!

LUCAS 5:12-16

E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação, o que Moisés determinou para que lhes sirva de testemunho. A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava.



COMENTÁRIO



“Grande É A Prudência E A Fé Daquele Que Se Aproxima”

Aproximou-se um leproso, dizendo: Senhor, se queres, podes purificar-me. Grande é a prudência e a fé daquele que se aproxima. Porque não interrompe o discurso nem irrompe no meio dos ouvintes, mas espera o momento oportuno; aproxima-se quando Cristo desceu o monte. E lhe roga, não superficialmente, mas com grande fervor, prostrando-se aos seus pés, com verdadeira fé e com uma opinião correta sobre ele.

Porque não disse: “Se o pedes a Deus”, nem: “se oras”, mas: Se queres, podes purificar-me. Tampouco disse: “Senhor, purifica-me”; mas deixa tudo em suas mãos, lhe faz Senhor de sua cura e lhe reconhece a plenitude de poder. Mas o Senhor, que muitas vezes falou humildemente de si e abaixo do que a sua glória merece, o que disse aqui para confirmar a opinião daqueles que contemplavam admirados sua autoridade? Eu quero: fica limpo. Mesmo que o Senhor já tivesse realizado tantos e tão estupendos milagres, em nenhuma parte encontramos expressão semelhante.

Aqui, porém, para confirmar a opinião que de sua autoridade tinha tanto o povo em sua totalidade como o leproso, antepôs este: quero. E não é que o dissesse e não o fizesse prontamente, mas que a obra seguiu-se imediatamente à palavra. E não se limitou a dizer: eu quero: fica limpo, mas acrescenta: estendeu a mão e o tocou. O que é digno de ulterior consideração. Realmente, porque se realiza a cura com a vontade e a palavra, acrescenta o contato da mão? Penso que o faz unicamente para indicar que ele não estava submetido à lei, mas acima da lei, e que doravante tudo é limpo para os limpos.

Na verdade, o Senhor não veio para curar somente os corpos, mas também para conduzir a alma à filosofia. E assim como em outra passagem afirma que doravante não está mais proibido comer sem lavar-se as mãos – assentando aquela admirável lei relativa à indiferença dos alimentos –, da mesma forma nesta passagem estabelece que o importante é cuidar da alma e, sem dar atenção às purificações externas, manter a alma bem limpa, não temendo outra lepra que a lepra da alma, ou seja, o pecado. Jesus é o primeiro que toca a um leproso e ninguém o reprova.

É que aquele tribunal não estava corrompido nem os espectadores estavam exercitados pela inveja. Por isso, não somente não o caluniaram, mas, maravilhados frente à semelhante milagre, retiraram-se adorando seu poder invencível, manifestado em suas palavras e em suas obras.

Tendo-lhe, pois, curado o corpo, o Senhor ordenou ao leproso que não dissesse a ninguém, mas que se apresentasse ao sacerdote e oferecesse o prescrito na lei. E não é que o curasse de modo que pudesse subsistir alguma dúvida sobre sua cura total: mas o encarregou severamente de não dizê-lo a ninguém, para ensinar-nos a não buscar a ostentação e a vanglória. Certamente ele sabia que o leproso não se calaria e que espalharia a notícia de seu benfeitor; contudo, fez o que estava ao seu alcance.

Em outra ocasião, Jesus ordenou que não exaltassem sua pessoa, mas que dessem glória a Deus; na pessoa deste leproso queremos exaltar ao Senhor a que sejamos humildes e que fujamos da vanglória; na pessoa daquele outro leproso, pelo contrário, nos exorta a ser agradecidos e não esquecer os benefícios recebidos. E em qualquer caso nos ensina a canalizar para Deus todo louvor.


São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (Séc. V)




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