domingo, 25 de outubro de 2015

21º Domingo Depois de Pentecostes

25 de Outubro de 2015 (CC) / 12 de Outubro (CE)
3º DOMINGO DE SÃO LUCAS
Ss. Probo, Táracos e Andrônico, mártires († 304)
Traslado das Santas Relíquias da Santa Cruz 
e da mão direita de S. João batista, de Malta para Gatinha
Modo 4






Os Santos Mártires Probo, Táracos e Andrônico foram martirizados por Cristo no ano 304, na cidade de Tarso da Silícia. 
Diante da proposta dos pagãos para que oferecessem sacrifícios aos ídolos, Táracos, o mais velho dos três, que era militar, respondeu que ele só ofereceria sacrifício ao Único e Verdadeiro Deus. Vendo a firmeza dos santos em confessar a verdadeira fé, o procônsul os entregou para serem torturados. 
«Enquanto o meu corpo padece», – disse São Probo aos idólatras torturadores, «a minha alma é curada e revigorada». Os algozes então passaram a sofisticar ainda mais as suas formas de tortura, tanto quanto o ódio podia fazê-lo, e depois que os santos entregaram suas almas a Deus, os seus corpos foram jogados num lugar distante. Os cristãos recolheram secretamente os restos mortais dos santos dando a eles uma sepultura digna.



Tropário da Ressurreição
As santas mulheres discípulas do Senhor,/ recebendo do Anjo a boa-nova da Ressurreição/ correram orgulhosas/ dizer aos Apóstolos:/ “a morte está vencida,/ pois Cristo nosso Deus ressuscitou,// concedendo ao mundo a Sua infinita misericórdia”.

Kondákion da Ressurreição
Meu Salvador e Libertador,/ como Deus Tu libertaste de suas amarras aqueles nascido na terra,/ e partiste em pedaços os portões do Inferno,/ e ressuscitaste ao terceiro dia// como Mestre.

Tropárion dos Santos Mártires Probus, Táracos e Andrônico Modo V -
As hostes do céu ficaram estarrecidas/ com as punições dos santos mártires. / Porém, em seus corpos mortais, / eles invisivelmente venceram o inimigo incorpóreo, / pelejando com o poder da Cruz. / Agora estão suplicando a Cristo, // que nossas almas encontrem misericórdia.

Kontakion dos Mártires, Modo II
Os valentes guerreiros e mártires de Cristo, / Táraco, Probus e Andrônico, / nos revelaram a glória da Santíssima Trindade; / denunciaram toda a impiedade dos tiranos, // lutando com coragem 

Prokímenon

Ó, Senhor, quão harmoniosas são as Tuas obras!
Feitas, todas, com sabedoria. (Sl. 103:24)

Bendiz ó minha alma ao Senhor, 
Senhor meu Deus, Tu És infinitamente grande! (Sl. 103:1)

Gálatas 2:16-20

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Cinge a Tua espada, com majestade e esplendor,
cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça. 

Aleluia, aleluia, aleluia!
Amaste a justiça e detestaste a iniquidade,
por isso Deus Te ungiu com o óleo da alegria.

Aleluia, aleluia, aleluia!

Lucas 7:11-16

E aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão; e, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.



COMENTÁRIOS

Ao ver a viúva, o Senhor Jesus... disse-lhe: Não chores. Cristo, esperança de todos os crentes, chama aos que deixam este mundo não de “mortos”, mas de “adormecidos” ao dizer: Lázaro, meu amigo dorme; o Apóstolo Paulo, por seu lado, não quer que estejamos tristes por causa dos que adormeceram. Por isso, se a nossa fé afirma que todos os que creem em Cristo, conforme a palavra do Evangelho, não morrerão jamais, nós sabemos que eles não estão mortos e que nós mesmos não morremos.

É porque, quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os que morreram em Cristo, ressurgirão primeiro. Por conseguinte, que a esperança da ressurreição nos dê coragem, pois voltaremos a ver aqueles que tínhamos perdido. Importa que acreditemos firmemente nele, quer dizer, que obedeçamos aos seus mandamentos, porque com o seu poder supremo ele acorda os mortos mais facilmente do que nós acordamos os que estão dormindo.

Eis o que nós dizemos e, entretanto, não sei por que motivo refugiamo-nos nas lágrimas, e o sentimento do pranto perturba a nossa fé. Ai de nós! A condição do homem é lamentável, e como é vã a nossa vida sem Cristo! Mas tu, ó morte, que tens a crueldade de romper a união dos esposos e de separar os que estão vinculados pela amizade, a tua força está desde já esmagada. Doravante, o teu jugo impiedoso é esmagado por aquele que te ameaçava mediante as palavras do Profeta Oseias: Ó morte, eu serei a tua morte. É por isso que, com o Apóstolo Paulo, lançamos esta provocação: Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Aquele que te venceu resgatou-nos, entregou a sua querida alma nas mãos dos ímpios, para fazer deles os seus queridos.

Seria muito longo relembrar tudo o que nas santas Escrituras nos deveria consolar a todos. Que nos baste acreditar na ressurreição e erguer os nossos olhos para a glória do nosso Redentor, porque é nele que nós já somos ressuscitados, como a nossa fé nos faz pensar, conforme a palavra do Apóstolo Paulo: Se morremos por ele, com ele também reviveremos.

São Bráulio de Saragoça (séc. VII)
   




O Verbo de Deus, Criador de todas as coisas, que ao princípio plasmou ao ser humano, encontrou a sua criatura caída pelo pecado; mas de tal maneira o curou em cada um de seus membros para torná-lo tal como ele o tinha plasmado, e reintegrou completamente ao homem o seu estado original, que o deixou completamente preparado para ressuscitar.

E que outro motivo teria ao curar os membros da carne e restituir-lhes seu estado original, a não ser salvar aqueles mesmos membros que tinha curado? Pois se a utilidade que traziam fosse apenas temporal, nada de extraordinário teria concedido para aqueles que ele tinha curado. Ou como podem afirmar que não é digna da vida que dele procede, sendo a mesma carne que dele recebeu a cura? Porque a vida se restitui pela cura, e a incorrupção pela vida. E é o mesmo quem dá a cura e a vida; e o mesmo que dá a vida reveste de incorrupção a sua criatura.

Portanto, que nos digam aqueles que nos contradizem, ou melhor dito, que contradizem sua própria salvação, com que corpo ressuscitaram a filha do sumo sacerdote, e o filho da viúva ao qual carregavam morto junto à porta da cidade, e Lázaro, que já estava quatro dias no sepulcro?

Sem dúvida, com os mesmos (membros) com os quais tinham falecido; pois se não fossem os mesmos corpos, tampouco seriam as mesmas pessoas falecidas aquelas que ressuscitaram. Mas o Evangelho diz que o Senhor tomou a mão do morto e lhe disse: Jovem, te digo, levanta-te. E o morto se sentou, e ele ordenou que se lhe dessem de comer, e o entregou a sua mãe. E chamou a Lázaro com uma forte voz, dizendo: Lázaro, sai para fora! E o morto saiu, atado das mãos e dos pés. Este é um símbolo do homem ligado pelo pecado. Por isso, o Senhor lhe diz: Desatai-o e deixai-o andar.

Assim, aqueles enfermos foram curados nos mesmos membros doentes e os mortos ressuscitados com os seus mesmos corpos, recebendo do Senhor a vida e a cura em seus próprios corpos e membros, o qual é um sinal temporal que preludia o eterno e mostra que é o mesmo aquele que dá a cura a sua criatura e que pode dar novamente a vida.

Deste modo se pode crer sua doutrina acerca da ressurreição, pois de forma semelhante no final dos tempos, quando ressoe a trombeta, os mortos ressuscitarão à voz do Senhor, como ele mesmo disse: Chegará a hora na qual todos os mortos que estão nos sepulcros escutarão a voz do Filho do homem, e sairão os que obraram o bem para a ressurreição da vida, e os que obraram o mal para a ressurreição do juízo.

Santo Irineu de Lyon (séc. VII)


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