quinta-feira, 30 de março de 2017

5ª Quinta-feira da Grande Quaresma

30 de Março de 2017 (CC) / 17 de Março (CE)
Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)
Modo 7



No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.  
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais. 
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja. 
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia,  a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.  
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.  
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos. 
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.  
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!» 
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma. 
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 41:4-14

4 Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o Senhor, que sou o primeiro, e que com os últimos sou o mesmo. 5 As ilhas o viram, e temeram; os confins da terra tremeram; aproximaram-se, e vieram. 6 um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te. 7 Assim o artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a segurou, para que não viesse a mover-se. 8 Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, 9 tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei; 10 não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. 11 Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão. 12 Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão. 13 Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei. 14 Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.  


VÉSPERAS 


Genesis 17:1-9

1 Abrão tinha noventa e nove anos. E o Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: "Eu sou o teu Deus. Sê agradável diante de mim, e sê perfeito, 2 e eu estabelecerei a minha aliança entre mim e ti, e multiplicar-te-ei."  3 Então caiu Abrão sobre o seu rosto; e Deus lhe falou, dizendo:  4 "Quanto a Mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de uma multidão de nações.  5 O teu nome não será mais chamado Abrão, porém teu nome será Abraão; porque Eu te fiz pai de muitas nações.  6 Eu irei aumentar-te extraordinariamente; Farei de ti nações, e reis sairão de ti.  7 E Eu estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência depois de ti nas suas gerações por aliança perpétua, para ser o teu Deus e o Deus de tua descendência depois de ti.  8 Eu darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra onde és peregrino, até mesmo toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e Eu serei o seu Deus." 9 E disse Deus a Abraão: "Também tu deverás, plenamente, manter a minha aliança, tu e a tua descendência depois de ti nas suas gerações. 

Provérbios 15:20-16:9

20 O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua mãe. 21 A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de entendimento anda retamente. 22 Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem. 23 O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa é! 24 Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do Sheol que é em baixo. 25 O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da viúva. 26 Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe são aprazíveis. 27 O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá. 28 O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más. 29 Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos. 30 A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos. 31 O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre os sábios. 32 Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento. 33 O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a humildade. 1 Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. 2 Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. 3 Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. 4 O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal. 5 Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. 6 Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniquidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal. 7 Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele. 8 Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça. 9 O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.

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