Santos Mártires Proclus e Hilário; Verônica, da Santa Face;
Santo Ícone da Mãe de Deus de Três Mãos
Santo Ícone da Mãe de Deus de Três Mãos
Modo 7
Os santos mártires Proclus e Hilário nasceram em Kallippi na Ásia, e Proclus era o tio de Hilário. Eles foram martirizados durante o reinado de Trajano.
"Qual é a sua linhagem?" o juiz perguntou a Proclus. Proclus respondeu:
"Minha linhagem é Cristo e minha esperança é meu Deus."
Quando o juiz o ameaçou com torturas, Proclus disse:
"Se tu tens medo de transgredir as ordens do imperador para não cair em sofrimentos temporais, quanto mais nós, que somos cristãos, temeremos transgredir o mandamento de Deus para que não padeçamos sofrimentos eternos! "
Enquanto Proclus era torturado, Hilário veio perante o juiz e disse:
"Eu também sou um cristão"
Depois de padecerem muitos sofrimentos, esses dois santos foram condenados à morte: Proclus foi crucificado e Hilário decapitado. Ambos entraram no gozo do seu Senhor.
O Santo Ícone da Mãe de Deus Chamado de "Virgem de Três Mãos".
“Eu não venero a matéria, mas o criador da matéria, que se fez matéria por mim e se dignou habitar na matéria e realizar minha salvação através da matéria”. (São João Damasceno)
A bela cidade de Damasco (Síria) pelo ano de 675 tornou-se o berço natalício de um de seus mais ilustres filhos, o qual levaria o seu nome a todos os continentes: João Damasceno (de Damasco).
Seu nome de batismo era João Mansur. Seus pais eram árabes-cristãos, e gozavam de muito prestigio na cidade, alem de uma confortável situação financeira. O pai de João era muito estimado entre os Sarracenos, que naquela época eram senhores do país, e tal estima se estendia também ao filho.
Por muito tempo pai e filho serviram como ecônomos do califa de Damasco e por ocuparem cargos tão importantes desfrutavam de inúmeros privilégios. Nessa época Damasco já estava dominada pelos árabes-mulçumanos, e que acabavam de conquistar também a Palestina. Nessa época, o convívio entre as duas religiões era pacifico.
João Mansur, jovem e brilhante, com sua inteligência e lealdade tornou-se o conselheiro e amigo do califa. Com o passar do tempo o coração de João Mansur inquietou-se e o nosso jovem trocou o alto posto em Damasco pela vida monástica da comunidade religiosa de São Sabas, na Palestina. Foi ordenado sacerdote e desde então se dedicou a penitência e aos estudos das sagradas escrituras, no recolhimento e no silêncio. As únicas vezes que saia do mosteiro, era para pregar na Igreja do Santo Sepulcro. Suas homilias, sempre repassadas em defesa da fé e da doutrina, eram depois distribuídas para outras dioceses.
Tornou-se muito respeitado entre o clero e o povo, e foi a convite do bispo de Jerusalém, João V que ele participou do Concilio Ecumênico de Nicéia. Foi durante o concilio, um defensor da posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. Escritor incansável, reconhecido por sua humildade e simplicidade, tornava-se um leão em defender a verdade, suas obras mais importantes são: “A Fonte da Ciência”, “A Fé Ortodoxa”, “Sacra Paralela”, e “Orações sobre as Imagens Sagradas”, onde defende o culto das imagens nas Igrejas, contra o conceito dos iconoclásticas.
Foi por causa deste último livro que João Damasceno foi perseguido e preso pelos hereges. Seus inimigos conseguiram lançar dúvidas no coração do Califa a respeito da lealdade de João para com ele.
O Califa de Damasco cheio de ódio, por achar-se traído, ordena que a mão de João Damasceno seja decepada e exposta ao público. Impedido de escrever, João Damasceno, em lagrimas e súplicas, implora a intercessão da Virgem Maria para que tenha sua mão restituída e assim continuar defendendo a Sã Doutrina, através de seus escritos.
João Damasceno adormece e no seu sono profundo é acordado por uma voz feminina a dizer-lhe:
“Meu filho tua mão está curada, faze dela o uso conforme prometestes”.
Quando olhou, encheu-se de espanto e entre hinos e louvores exaltava a misericórdia de Deus e a bondade da Ssma. Virgem Mãe de Deus.
Em reconhecimento e gratidão à Virgem Maria, João Damasceno comprou prata, com a qual mandou esculpir a mão em posição de súplica e agradecimento. Colocou-a na parte inferior de um ícone da Virgem Mãe, que passou a ser chamada de a "Virgem das Três Mãos". É a padroeira dos injustamente acusados e condenados e é uma devoção conhecia na Estônia.
Tão logo o Califa soube do acontecido, reconhecendo a intervenção divina na defesa de João Damasceno, pediu-lhe perdão e a paz voltou a reinar.Veronica justa
Santa Verônica
A Justa Verônica era, segundo a tradição, aquela mulher com fluxo de sangue, que recebeu cura ao tocar na orla da veste de Cristo (Mt. 9: 20-22).
Verônica deu ao Senhor um véu, com o qual o Senhor enxugou o rosto, por ocasião da crucificação. No véu ficou impressa a Imagem o Rosto do Senhor, por isto em seu ícone, ela aparece segurando um tecido no qual está a Face do Senhor.
A palavra «verônica» significa «verdadeira imagem» («vero» = verdadeira; «ícone» = imagem).
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
1 Coríntios 13:4-14:5
Mateus 20:1-16
1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha. 3 Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, 4 e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. 5 Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. 6 Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? 7 Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós para a vinha. 8 Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros. 9 Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um. 10 Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um. 11 E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: 12 Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor. 13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. 15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16 Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.
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COMENTÁRIOS
Estes homens queriam trabalhar, porém ninguém os contratou; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência, e lhes pagou tanto como aos demais.
Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido... Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde, e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é à hora undécima que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.
Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno dele, e o que ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da mesma forma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do Rei. Tudo isto significa o Pãoda vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.
No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade, mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?
Santo Efrém, (séc. IV) Diatessaron 15,15-17
O Denário é a Vida Eterna
Acabais de escutar a parábola evangélica dos trabalhadores da vinha, que encaixa perfeitamente com a presente estação. Pois agora nos encontramos na época da vindima material. E digo “material”, porque existe uma vindima “espiritual”, na qual Deus se alegra com os frutos de sua vinha. O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu para contratar trabalhadores para a sua vinha.
o que significa esse gesto de pagar a diária começando pelos últimos? Não lemos em outra passagem do Evangelho que todos receberão simultaneamente a recompensa? De fato, lemos em outro texto do Evangelho que o rei dirá àqueles que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de meu Pai; herdai o reino que está preparado para vós desde a criação do mundo. Portanto, se todos receberão o denário ao mesmo tempo, como entender o que aqui se diz sobre que primeiro receberão a diária os contratados ao entardecer, e, por último, os do amanhecer? Se consigo explicar-me de modo que consigais entendê-lo, louvado seja Deus. Pois a ele deveis agradecer pelo que vos concede pela minha mão: porque o que vos dou não o dou de minha colheita.
Se perguntas, por exemplo, quem dos dois trabalhadores recebeu o pagamento primeiro: o que o recebeu depois de uma hora de trabalho ou aquele que o recebeu depois de uma jornada laboral de doze horas, todos responderão que quem o recebeu ao final de somente uma hora, o recebeu antes daquele que o recebeu depois de doze horas. Assim, ainda que todos cobrassem ao mesmo tempo, contudo, como alguns receberam a diária ao final de uma hora e os outros depois de doze horas, diz-se que aqueles a receberam primeiro, posto que a receberam em breve espaço de tempo.
Os primeiros justos como Abel, Noé, que são os chamados na primeira hora, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Posteriormente, outros justos depois deles, tais como Abraão, Isaac, Jacó e seus contemporâneos, chamados ao meio da manhã, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Outros justos: Moisés, Aarão e aqueles que com eles foram chamados ao meio-dia, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Depois deles, os santos profetas, chamados como ao cair da tarde, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Ao final do mundo, todos os cristãos, como os chamados à hora undécima, receberão juntamente com eles a felicidade da ressurreição. Todos a receberão ao mesmo tempo, porém observai após quanto tempo os primeiros a receberão. Portanto, se os primeiros chamados recebem a felicidade depois de tanto tempo, ao passo que nós a recebemos depois de um breve intervalo, mesmo que todos a recebamos simultaneamente, parece como se nós a recebêssemos primeiro, porque nossa recompensa não se fará esperar.
No que se refere à retribuição, todos seremos iguais: os últimos como os primeiros, e os primeiros como os últimos, pois aquele denário é a vida eterna, e na vida eterna todos serão iguais. E apesar de que, conforme a diversidade de méritos, brilharão de forma diversa, no que se refere à vida eterna, ela será igual para todos. Não será mais longo para um e mais curto para outro o que em ambos os casos será sempiterno: o que não tem fim, não terá nem para ti nem para mim. Ali brilharão de forma diferente a castidade conjugal e a integridade virginal; um será o fruto das boas obras e a outra a coroa do martírio; porém, no que se refere a viver eternamente, nem este viverá mais que aquele, nem aquele mais do que este. Todos viverão uma vida sem fim, embora cada um com seu brilho e auréola peculiar. E aquele denário é a vida eterna.
Santo Agostinho (Séc. IV)
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