terça-feira, 2 de abril de 2019

4ª Terça-feira da Grande Quaresma

02 de Abril de 2019 (CC) / 20 de Março (CE)
Santos Padres martirizados no Mosteiro de São Savas († 796);  
Fotini, a Samaritana e seus filhos Víctor, chamado Fotino, Josias, Anatólia, Foto, Fotida, Paraskeva, Kyriaki, Domnina e Sebastião; 
Eufrosino de Sinozersk; Alexandra, Cláudia, Eufrásia, 
Matrona, Juliana, Eutimia e Teodósia; 
Nikita, o Confesor, Arcebispo de Apoloniada; Mártir Myron de Creta; 
Cuthbert, o Taumaturgo, Bispo de Lindisfarne.
Tom 3



Os monges João, Sérgio, Patrício e outros que foram assassinados no mosteiro de São Sava: Durante o século VIII, os arredores de Jerusalém foram submetidos a frequentes incursões dos sarracenos. O mosteiro de São Chariton foi devastado e caiu em ruínas. Por duas vezes os sarracenos tentaram saquear o mosteiro da Lavra de São Sava, o Santificado; mas, a Divina Providência protegeu o mosteiro. Os monges da Lavra obtiveram êxito em escapar das incursões bárbaras fugindo para Jerusalém, mas, certa feita, decidiram não abandonar o local onde buscaram a salvação por tantos anos.

No final da Grande Quaresma, na semana anterior ao Domingo de Ramos, em 13 de março, os sarracenos invadiram o mosteiro e exigiram que todos os objetos de valor fossem dados a eles. Ao receber a resposta dos monges, que no mosteiro não havia nada além de um escasso suprimento de comida e roupas velhas, os sarracenos começaram a atirar flechas nos habitantes do mosteiro. Treze homens foram mortos e muitos feridos, e as celas do mosteiro foram incendiadas. Os sarracenos pretendiam também incendiar a igreja do mosteiro, mas vendo à distância uma multidão de pessoas, eles confundiram isso com uma força do exército enviada de Jerusalém. Os sarracenos conseguiram fugir, carregando o pouco que conseguiram saquear. Depois que o inimigo fugiu, o Padre Thomas, um médico experiente, começou a ajudar os sobreviventes.

Na grande quinta-feira, 20 de março, os sarracenos, com uma força ainda maior, voltaram a invadir a Lavra e começaram a agredir os monges. Os que ficaram vivos foram levados para a igreja, onde foram torturados para dizerem onde o tesouros estariam escondidos. O mosteiro estava cercado, para que ninguém pudesse se salvar fugindo. Os bárbaros apoderaram-se de São João, um monge ainda jovem que antes cuidara dos moradores das ruas. Eles o espancaram ferozmente, depois cortaram os nervos de suas mãos e pés e arrastaram-no pelos pés sobre pedras, com o lamentável efeito de rasgar a pele das costas do mártir.

O guardião dos vasos da igreja, o monge Sérgio, escondeu os utensílios da igreja e tentou fugir, mas, foi capturado e decapitado. Vários dos monges, no entanto, conseguiram se esconder do lado de fora do mosteiro em uma caverna, mas isso foi visto por uma sentinela em uma colina e ordenaram que todos saíssem. Dentro da caverna, o monge Patrício, num sussurro, disse aos irmãos que se amontoavam com ele: "Não tenham medo, só eu no lugar de vocês emergirei e encontrarei a minha morte; enquanto isso, sentem-se e ore". Os sarracenos questionaram se havia mais alguém na caverna e o monge respondeu que estava sozinho. Eles o levaram para a igreja da Lavra, onde aqueles que ainda viviam aguardavam seu destino. Os sarracenos exigiram deles um resgate de 4.000 peças de ouro e os vasos sagrados. Os monges não foram capazes de dar tal resgate. Em seguida, levaram-nos para a caverna do monge Sava, localizada no recinto do mosteiro, e em frente à entrada da caverna, montaram uma fogueira, sobre a qual empilharam esterco, de modo a sufocar os presos com o fogo e vapores venenosos. Na caverna pereceram dezoito homens, entre os quais os monges João e Patrícios. Os que continuavam vivos os sarracenos continuaram a torturar, mas não conseguindo nada deles, finalmente deixaram o mosteiro.

Mais tarde, na noite de sexta-feira, os monges escondidos nas colinas retornaram à Lavra, eles levaram os corpos dos padres monásticos assassinados para a igreja e em pesar os enterraram lá.

Os bárbaros que saquearam o mosteiro foram punidos por Deus, sendo vitimados por uma doença súbita, na qual pereceram todos eles, e seus corpos se tornaram o espólio de feras.



Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Gênesis 9:8-17

8 E falou Deus, ainda, com Noé e seus filhos que estavam com ele, dizendo-lhes:
9 Eis que estabeleci a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós,
10 e com todas as criaturas que estão convosco, dos pássaros e dos animais, e com todos os animais selvagens da terra que estão convosco, de todos os que saíram da arca.
11 Estabelecerei a minha aliança convosco, e não mais deverá acontecer de toda a carne perecer pelas águas do dilúvio; não haverá mais um dilúvio de águas para destruir toda a terra.
12 E o Senhor Deus disse mais, a Noé: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre mim e toda criatura vivente que está convosco, por gerações perpétuas:
13 Eis que coloco nas nuvens o meu arco, e será ele um sinal da aliança entre mim e a terra.
14 E virá a suceder, quando eu reunir as nuvens sobre a terra, que o meu arco será visto nas nuvens.
15 Lembrar-me-ei, então, do meu pacto, o qual existe entre mim e vós e entre mim e toda a alma vivente em toda a carne; e não haverá mais água para um dilúvio, de modo a exterminar toda a carne.
16 Meu arco estará nas nuvens e eu irei olhá-lo para lembrar-me da aliança eterna entre mim e a terra, entre mim e toda a alma vivente de toda a carne que está sobre a terra.
17 E Deus disse para Noé: Este é o sinal da aliança que tenho feito entre mim e toda a carne que está sobre a terra.

Provérbios 12:8-22

8 A boca de um homem de entendimento é louvada por um outro homem; aquele que é lerdo de coração, no entanto, é tido em escárnio.
9 Melhor é o homem em desonra servindo a si mesmo do que alguém que honra a si mesmo e tem falta de pão.
10 O justo se compadece pela vida de seu gado, mas as entranhas dos ímpios são impiedosas.
11 O que lavra a sua terra fartar-se-á de pão; porém, aqueles que perseguem vaidades são faltos de entendimento. O que se deleita em banquetes de vinho deverá semear desonra em suas próprias fortalezas.
12 Os desejos dos ímpios são maus, mas as raízes dos piedosos estão firmemente estabelecidas.
13 Pelo pecado de seus lábios um pecador cai na armadilha; o justo, todavia, escapa dela. Aquele cujo olhar é suave receberá compaixão; o que contende nas portas, porém, afligirá almas.
14 A alma de um homem será preenchida com o bem dos frutos da sua boca, e a recompensa dos seus lábios lhe será dada.
15 Os caminhos dos tolos são retos aos seus próprios olhos, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.
16 O idiota declara a sua ira no mesmo instante, todavia, o prudente oculta a própria desgraça.
17 O justo declara a verdade abertamente, mas uma testemunha injusta é enganosa.
18 Alguns há que ferem quando falam, como espadas; contudo, a língua dos sábios traz a cura.
19 Lábios verdadeiros estabelecem o testemunho; a testemunha mentirosa, entretanto, tem uma língua injusta.
20 Há fraude no coração daquele que imagina o mal, mas os que amam a paz se alegrarão.
21 Nenhuma injustiça agradará a um homem justo; os ímpios, por sua vez, serão cheios de males.
22 Os lábios mentirosos são uma abominação ao Senhor; todavia, aquele que lida com fidelidade é aceito por ele.

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HOMILIA

São Nikolai Velimirovich

Sobre A Fraqueza do Homem Diante da Majestade De Deus




"E quando o vi, caí a seus pés como morto" (Apocalipse 1:17).

Foi São João que caiu como morto quando viu o Senhor Jesus em glória. São João - o discípulo amado de Jesus, o evangelista, o casto, aquele que amava o Senhor, o zelote da santidade - não podia nem ficar de pé nem se recompor quando viu seu Mestre em Sua glória celestial e poder! Em vez disso, ele caiu, como se estivesse morto. 

Portanto, como é que os que pecam contra Ele, se levantam contra Ele, ridicularizar Seu Nome, desprezam o Seu amor e sacrifício, zombam de Sua cruz, desprezam os Seus mandamentos, perseguem Sua Igreja, envergonha Seus sacerdotes, e matam Seus fiéis, suportarão a presença do Senhor e os Seus olhos como chama de fogo? O que irá acontecer com eles diante da Face do Senhor, se o próprio São João caiu como morto, quando ele O avistou? 

O que acontecerá com os homens que ensinam os outros a serem corruptos? O que acontecerá com os professores que destruíram a fé nas jovens almas? O que vai acontecer aos céticos que, pela sua dúvida envenenaram as mentes dos homens? O que acontecerá com os ladrões e assaltantes, ao imoral e aos assassinos de crianças? O que acontecerá com os inimigos de Cristo, se o amigo de Jesus cai, como se estivesse morto, ante à Sua indescritível e refulgente (brilhante) glória?

Esta é a glória, poder, autoridade, beleza, senhorio, luz e majestade do Senhor Jesus, ressuscitado e assunto aos céus, que seus companheiros mais próximos, os quais durante três anos na terra contemplaram Seu rosto sem medo, agora caem como se estivessem mortos quando eles veem Seu rosto nos céus após Sua paixão, morte e vitória! 

Ó Senhor Todo-Glorioso e Todo-Poderoso, ilumina-nos e anima-nos com o Teu poder e glória.

A Ti seja a glória e louvor para sempre. Amém!


Fonte: Prólogo de Ohrid

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