quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

1ª Quinta-feira do Triódion

13 de Fevereiro de 2020 (CC) - 31 de Janeiro (CE)
Ss. Ciro e João, Anárgiros († 312)
Tom 1



São Ciro era médico em Alexandria. O exercício de sua profissão lhe deu várias ocasiões para atrair muitos pagãos à fé em Jesus Cristo. São João, um árabe, ao saber que uma senhora chamada Anastácia, com suas três filhas, estavam sendo torturadas em Canopo, no Egito, por causa de sua fé em Cristo, acompanhado por Ciro, foi ao seu encontro para confortá-las em seus sofrimentos. Ambos foram presos e torturados. Os carrascos, na presença de Anastácia e suas filhas, queimaram suas costas com tochas acesas colocando depois sal sobre as feridas. Elas foram também torturadas e depois decapitadas. Os santos Ciro e João, foram decapitados no dia 31 de janeiro, data em que as igrejas Síria, egípcia, grega e latina comemoram a memória destes mártires. 
Estes santos, como São Cosme e São Damião, foram venerados na Grécia como médicos que não cobravam seus honorários pelo serviço que prestavam, sobretudo aos mais necessitados. Sobre este assunto existe muita literatura. Destacam-se três breves discursos de São Cirilo de Alexandria e um panegírico de São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém (638), nos quais encontram-se registros sobre práticas semelhantes à incubadora, comuns na época de Esculápio. Os escritos de São Sofrônio, que havia sido curado em um santuário dedicado aos Santos Ciro e João, remetem às citações dos documentos do Concilio de Nicéia, em 787. 
São Cirilo narra um fato interessante: para acabar com muitos ritos supersticiosos acerca de Isis, em Menuthi do Egito, no início de século V, decidiu-se trasladar as relíquias dos Santos Ciro e João para a cidade. O grande santuário construído em Menuthi se transformou em um famoso lugar de peregrinação. O nome atual da cidade é Abukir, nome este derivado de Ciro, um dos primeiros mártires do cristianismo. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 João 1:8-2:6

8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. 9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. 2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 3 E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; 5 mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; 6 aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.  

Marcos 13:31-14:2

31 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. 32 Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai. 33 Olhai! vigiai! porque não sabeis quando chegará o tempo. 34 É como se um homem, devendo viajar, ao deixar a sua casa, desse autoridade aos seus servos, a cada um o seu trabalho, e ordenasse também ao porteiro que vigiasse. 35 Vigiai, pois; porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; 36 para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo. 37 O que vos digo a vós, a todos o digo: Vigiai. 1 Ora, dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães ázimos; e os principais sacerdotes e os escribas andavam buscando como prender Jesus a traição, para o matarem. 2 Pois eles diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.

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COMENTÁRIO

A palavra de ordem para os servos de Deus é sempre esta: vigiai! Os sinais preditos pelo Senhor não foram dados para serem especulados ou como enigmas que devem ser decifrados. Estão envoltos em mistério inacessível: nem os anjos, nem mesmo o Filho, mas, tão somente o Pai tem as chaves destes mistérios. Estes sinais servem para o reforço da vigilância. Muitos se entregam a investigar e tentar decifrar os tempos e as épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade.
  
A vigilância é uma atitude de preservar diligentemente o depósito da fé́, o ensino que o Filho recebeu do Pai e o transmitiu para seus Apóstolos a fim de que eles também o transmitissem a todas as nações. Esta palavra não sofre limites espaciais ou temporais. Não se deteriora com o tempo e não pode ser sufocada pelas heresias ou qualquer sistema filosófico por mais bem elaborado que seja à luz da razão humana. Por isto, o Apóstolo João na visão apocalíptica, vê̂ um anjo voando sobre as ruínas da civilização trazendo consigo o Evangelho eterno para ser pregado a toda nação, tribo e língua (Ap. 14:6). Estejamos atentos, pois, não sabemos a que hora virá o nosso Senhor.

A narrativa de São Marcos nos mostra como a falta de vigilância levou os principais sacerdotes e escribas a não perceberem o dia da visitação d’Aquele a quem diziam servir. Faltavam dois dias para a Páscoa, a data mais solene e sagrada do calendário judaico e, os homens aos quais foram confiados os rebanhos do Pai, ao invés de santificarem os seus corações, antes o envenenavam com imaginações perversas, articulando entre si uma estratégia para matar o Santo de Deus, em nome de Deus.

Quando a Igreja estabelece um santo jejum todas as quartas e sextas-feiras, visa trabalhar a vigilância em nosso coração. O jejum da quarta-feira nos lembra a traição de Judas e nos convida a combater em nós as sombras que tomaram conta deste infeliz Apóstolo; e o jejum da sexta-feira nos lembra a crucificação de nosso Senhor e nos encoraja a assumir o nosso Calvário o qual redundará em nosso triunfo e glória que provêm do Pai, por meio do Filho e comunicados pelo Santo e Vivificante Espírito, Deus bendito, agora e sempre, e pelos séculos sem fim. Amém. 

Padre Mateus (Antonio Eça) 

ORAÇÃO 

Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente. Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua verdade. Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores. Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do teu altar, para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas. Ó Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória. Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida com a dos homens sanguinolentos, em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos. Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixãode mim. O meu pé́ está firme em terreno plano; nas congregações bendirei ao Senhor. 

Salmo 6 
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