sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

1ª Sexta Feira do Triódion

PRÉ-FESTA DO ENCONTRO
14 de Fevereiro de 2020 (CC) - 01 de Fevereiro (CE)
São Tryfon de Nicéia, mártir (†251)
Tom 1



São Tryfon era natural de Lampsako, na Frígia (antiga região da Ásia Menor) e viveu na época em que reinava Giordiano (238-244), Philippos e Décio. São Tryfon era muito pobre e, desde pequeno se dedicava ao cuidado de animais do campo para poder viver. Enquanto realizava seu humilde trabalho, refletia sobre as Sagradas Escrituras e com muito zelo cumpria com seus deveres religiosos. 
Entre os versículos que sempre repetia, este se destacava: «A bênção do Senhor repousa sobre a habitação do justo. Se ele escarnece dos zombadores, concede a graça aos humildes»(Prov. 3, 33b.-34). 
Realmente, o humilde e piedoso Tryfon, com perseverança, não só conheceu as Sagradas Escrituras em profundidade como a ensinou. Estava tão pleno da graça divina que operava milagrosas curas. A notoriedade de Tryfon chegou aos ouvidos do rei Gordianos que mandou chamá-lo porque sua filha estava muito doente. De fato, Tryfon a curou; e o pai, agradecido, quis pagá-lo, porém Tryfon se negou aceitar qualquer valor e se retirou com a gratidão do rei. 
Contudo, na época de Decio (249-251), Tryfon foi preso por admitir sua fé em Jesus Cristo e fervorosamente expressar sua oposição à idolatria. Por causa disso, o prefeito oriental Aquilino, em Nikia, ordenou que o torturassem violentamente. Foi amarrado a um cavalo e arrastado pelas ruas. Em seguida, completamente nu, em pleno inverno, foi amarrado sobre pregos e queimado com tochas acesas. Finalmente, foi decapitado, mas antes disso, já havia entregue seu espírito nas mãos de Deus.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!


1 João 2:7-17

7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. 8 Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz. 9 Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. 10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço. 11 Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome. 13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. 14 Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno. 15 Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. 17 Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.

Marcos 14:3-9

3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo. 4 Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício do bálsamo?  5 Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela. 6 Jesus, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo. 7 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes. 8 ela fez o que pode; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. 9 Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.

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REFLEXÕES



"Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume."Eis o fato histórico; procuremos o simbólico. Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os pés do Senhor com perfume. Esse perfume é a retidão. […] Deita perfume sobre os pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa. Enxuga os seus pés com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás enxugado os pés do Senhor. […] Talvez os pés do Senhor na terra sejam os necessitados. Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?

"A casa encheu-se com a fragrância do perfume." Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o bom odor é como a boa reputação. Aqueles que associam o nome de cristãos a uma vida desonesta injuriam a Cristo […]; se o nome de Deus é blasfemado por esses maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: "somos em toda a parte o bom odor de Cristo" (2Cor 2,14-15). E diz também o Cântico dos Cânticos: "A tua fama é odor que se difunde" (1,3).

Bem-aventurado Agostinho, Bispo de Hypona (Séc, IV-V)



A esposa do Cântico dos Cânticos diz: "o meu nardo dá o seu perfume" (1,12) [...]; mas podemos ler também "o Seu perfume". [...] A esposa aproximou-se do Esposo, ungiu-O com os seus unguentos e, surpreendentemente, foi como se o nardo não tivesse dado perfume enquanto estava nas mãos da esposa, mas o desse ao entrar em contacto com o corpo do Esposo — de sorte que, segundo parece, não foi tanto Ele que recebeu o perfume do nardo mas foi antes o nardo que o recebeu, como se viesse d'Ele. [...]

Apresentamos aqui a esposa Igreja, na pessoa de Maria: diz-se que ela trazia uma libra de nardo de alto preço e que ungiu os pés de Jesus, enxugando-os depois com os cabelos e que, de certo modo, também ela recebeu, através dos cabelos, um perfume impregnado da qualidade e do poder do corpo de Jesus. [...] Ela impregnou a cabeça com um perfume requintado que vinha mais de Cristo que do nardo e disse [com a esposa]: «O meu nardo, derramado no corpo de Cristo, deu-me em troca o Seu aroma». [...]

"A casa encheu-se com a fragrância do perfume." Isso indica, seguramente, que a fragrância da doutrina que vem de Cristo e o agradável perfume do Espírito Santo encheram toda a casa deste mundo, ou a casa de toda a Igreja. Ou, pelo menos, encheram toda a casa através desta alma que recebeu a fragrância de Cristo, tendo-Lhe oferecido inicialmente o dom da sua fé como nardo puro, e recebendo, em retribuição, a graça do Espírito Santo e o agradável perfume da doutrina espiritual [...], para que também ela pudesse dizer: "Somos para Deus o bom odor de Cristo"(2Co 2,15). Ora, porque esse nardo foi cheio de fé e dum amor de grande valor, Jesus presta-lhe esta homenagem: "Praticou em Mim uma boa ação!" (Mc 14,6).

Orígenes, Presbítero de Alexandria (Séc II-III)

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