terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

3ª Terça-feira do Triodion

25 de Fevereiro de 2020 (CC) - 12 de Fevereiro (CE)
Ícone Iveron (Moscou) da Santíssima Theotókos (9º c.).
São Melécio, Arcebispo de Antioquia († 381)
Tom 3

Durante o reinado do imperador Theophilus (829-842), o Império Bizantino foi tomado pela heresia da iconoclasma. De acordo com a ordem do Imperador, milhares de soldados pilharam o Império, procurando em todos os cantos, cidades e aldeias ícones ocultos. 
Perto da cidade de Nicéia, vivia certa viúva piedosa que havia escondido um ícone da Santíssima Theotókos. Logo os soldados o descobriram, e um deles enfiou a lança na imagem. Mas pela graça de Deus, seu terrível ato foi ofuscado por um milagre: Sangue fluiu da ferida no rosto da Mãe de Deus. Os soldados assustados fugiram rapidamente. 
A viúva passou a noite inteira em vigília, rezando diante do ícone da Santíssima Theotókos. De manhã, de acordo com a vontade de Deus, ela levou o ícone para o mar e o lançou sobre a água. O ícone sagrado ficou em pé sobre as ondas e começou a navegar para o oeste. O tempo passou, e uma noite os monges do monastério de Iveron, no Monte Athos, contemplaram um pilar de luz, brilhando sobre o mar como o sol. A imagem milagrosa durou vários dias, enquanto os pais da Montanha Sagrada se reuniram, maravilhados. Finalmente eles desceram para a beira do mar, onde viram a coluna de luz acima do ícone da Theotókos. Mas quando eles se aproximaram, o ícone se moveu mais para o mar. 
Naquela época, um monge georgiano chamado Gabriel, trabalhava no mosteiro de Iveron. A Theotókos apareceu aos pais da Montanha Sagrada e disse-lhes que só Gabriel era digno de recuperar o Ícone sagrado do mar. Ao mesmo tempo, ela apareceu para Gabriel e disse-lhe: 
"Entre no mar, e ande sobre as ondas com fé, e todos testemunharão o meu amor e misericórdia pelo seu mosteiro." 
Os monges do Monte Athos encontraram Gabriel no mosteiro georgiano e o levou até o mar, cantando hinos e incensando com incenso sagrado. Gabriel andou sobre a água como se em terra seca, pegou o Ícone em seus braços e obedientemente o levou de volta à terra. 
Este milagre ocorreu na terça-feira brilhante.
Enquanto os monges celebravam uma Paraklesis de ação de graças, uma primavera fria e doce jorrava milagrosamente do chão onde o ícone estava. Depois, levaram o ícone para uma igreja e o colocaram no santuário com grande reverência. Mas na manhã seguinte, um dos monges ao vir acender uma lâmpada, descobriu que o ícone não estava mais onde o haviam deixado; agora estava pendurado em uma parede perto do portão de entrada. Os monges, incrédulos, a levaram para o santuário, mas, no dia seguinte o ícone foi novamente encontrado no portão do mosteiro. Este milagre se repetiu várias vezes, até que a Santíssima Virgem apareceu a Gabriel, dizendo: 
“Anuncie aos irmãos que a partir de hoje eles não devem me levar embora. Pois o que desejo não é ser protegida por vocês; em vez disso, vou resplandecer para vós, tanto nesta vida como na era vindoura. Enquanto virdes meu ícone no mosteiro, a graça e a misericórdia do meu Filho nunca faltarão!”
Cheios de alegria, os monges ergueram uma pequena igreja perto do portão do mosteiro para glorificar a Santíssima Theotókos e depuseram o ícone de maravilha dentro dele. O Ícone sagrado passou a ser conhecido como a “Mãe  de Deus Iveron e, em grego, "Portaitissa". Pela graça do milagroso ícone Iveron da Theotókos, muitos milagres ocorreram e continuam acontecendo em todo o mundo. 
Comemoração de São Melécio 
São Melécio nasceu em Melitene, no ano 310, aproximadamente. Pertencia a uma das mais distintas famílias da Armênia Menor. Distinguia-se por sua inteligência e piedade. No ano 357, foi ordenado Bispo de Sebaste. Na cidade, encontrou violenta oposição ao cristianismo e decidiu retirar-se para o deserto e, mais tarde, para Beroa na Síria. Após o desterro de Eustásio em 331, a Igreja de Antioquia estava sob o domínio dos arianos, já que vários bispos fomentavam essa heresia. Eudóxio, ainda ariano, foi expulso  por um grupo que professava a mesma heresia, em uma revolta contra as autoridades. Pouco depois, usurpou o trono de Constantinopla. Os arianos, diante deste fato, junto com alguns cristãos ortodoxos, concordaram em eleger Melécio à sede de Antioquia, no ano 361. O imperador confirmou a eleição, ainda que outros ortodoxos se negassem a reconhecê-lo, dizendo que era uma escolha ilegal uma vez que alguns arianos haviam participado da eleição. Os arianos esperavam que Melécio se declarasse em favor da heresia, o que não se confirmou. Certa vez o imperador Constâncio, vindo de Antioquia, pediu a vários prelados que explicassem um texto do Livro dos Provérbios. Jorge de Laodicéia explicou o texto no sentido ariano; Acácio de Cesaréia explicou num sentido herético e Melécio deu uma explicação no sentido ortodoxo. A explicação de Melécio enfureceu os arianos e,  por causa disso Eudóxio, em Constantinopla, influenciou o imperador para que desterrasse Melécio para a Armênia Menor.  
Substituindo a sé vacante, os arianos elegeram Euzoius que anteriormente havia sido expulso da Igreja por Santo Alexandro, arcebispo de Alexandria. Este fato marcou o Cisma de Antioquia, ainda que o verdadeiro inicio do cisma tenha acontecido com o desterro de Eustásio, trinta anos antes. Em 381, reuniu-se em Constantinopla o Segundo Concilio Ecumênico, presidido por São Melécio. Durante a realização do Concilio, o bispo faleceu após suportar com paciência muitos sofrimentos. A notícia de sua morte foi recebida com grande dor pelos padres conciliares e pelo imperador Teodósio que lhe havia dado boas vindas à cidade, com demonstração de grande afeto: «te recebo como um filho que recebe o pai depois de muito tempo ausente». Sendo sempre muito humilde, Melécio conquistou a todos que o conheciam. São João Crisóstomo afirmava que seu nome era tão venerado que muitos habitantes de Antioquia escolhiam aquele nome para os filhos; gravavam suas imagens em selos e em vasilhas e esculpiam em suas casas. Todos os Padres do Concilio e os fiéis da cidade assistiram ao seu funeral em Constantinopla. Um dos prelados mais eminentes, São Gregório de Nissa, pronunciou a oração fúnebre que fazia referência ao doce e tranqüilo olhar, ao radiante sorriso e às bondosas mãos que acompanhavam sua aprazível voz. Terminou a oração dizendo: «Agora que vês a Deus face a face, roga a Ele por nós e pelo seu povo». Cinco anos depois, São João Crisóstomo, a quem São Melécio tinha ordenado diácono, compilou e pronunciou um panegírico no dia 12 de fevereiro, dia de sua morte e de sua trasladação para Antioquia. 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Judas 1:1-10

1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo: 2 Misericórdia, paz e amor vos sejam multiplicados. 3 Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos. 4 Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. 5 Ora, quero lembrar-vos, se bem que já de uma vez para sempre soubestes tudo isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; 6 aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, 7 assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 8 Contudo, semelhantemente também estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades. 9 Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda 10 Estes, porém, blasfemam de tudo o que não entendem; e, naquilo que compreendem de modo natural, como os seres irracionais, mesmo nisso se corrompem. 

Lucas 22:39-42, 45-23:1

39 Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam. 40 Quando chegou àquele lugar, disse-lhes: "Orai, para que não entreis em tentação." 41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, 42 dizendo: "Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua." 45 Depois, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza; 46 e disse-lhes: "Por que estais dormindo? Lenvantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação." 47 E estando ele ainda a falar, eis que surgiu uma multidão; e aquele que se chamava Judas, um dos doze, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar. 48 Jesus, porém, lhe disse: "Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" 49 Quando os que estavam com ele viram o que ia suceder, disseram: "Senhor, feri-los-emos a espada?" 50 Então um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. 51 Mas Jesus disse: "Deixei-os; basta." E tocando-lhe a orelha, o curou. 52 Então disse Jesus aos principais sacerdotes, oficiais do templo e anciãos, que tinham ido contra ele: "Saístes, como a um salteador, com espadas e varapaus? 53 Todos os dias estava eu convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e o poder das trevas."54 Então, prendendo-o, o levaram e o introduziram na casa do sumo sacerdote; e Pedro seguia-o de longe. 55 E tendo eles acendido fogo no meio do pátio e havendo-se sentado à roda, sentou-se Pedro entre eles. 56 Uma criada, vendo-o sentado ao lume, fixou os olhos nele e disse: "Esse também estava com ele." 57 Mas Pedro o negou, dizendo: "Mulher, não o conheço." 58 Daí a pouco, outro o viu, e disse: "Tu também és um deles."Mas Pedro disse: "Homem, não sou." 59 E, tendo passado quase uma hora, outro afirmava, dizendo: "Certamente este também estava com ele, pois é galileu." 60 Mas Pedro respondeu: "Homem, não sei o que dizes." E imediatamente estando ele ainda a falar, cantou o galo. 61 Virando-se o Senhor, olhou para Pedro; e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: "Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás." 62 E, havendo saído, chorou amargamente. 63 Os homens que detinham Jesus zombavam dele, e feriam-no; 64 e, vendando-lhe os olhos, perguntavam, dizendo: "Profetiza, quem foi que te bateu?" 65 E, blasfemando, diziam muitas outras coisas contra ele. 66 Logo que amanheceu reuniu-se a assembléia dos anciãos do povo, tanto os principais sacerdotes como os escribas, e o conduziam ao sinédrio deles, onde lhe disseram: 67 "Se tu és o Cristo, dize-no-lo." Replicou-lhes ele: "Se eu vo-lo disser, não o crereis; 68 e se eu vos interrogar, de modo algum me respondereis. 69 Mas desde agora estará assentado o Filho do homem à mão direita do poder de Deus." 70 Ao que perguntaram todos: "Logo, tu és o Filho de Deus?" Respondeu-lhes: "Vós dizeis que eu sou." 71 Então disseram: "Por que ainda temos necessidade de testemunho? pois nós mesmos o ouvimos da sua própria boca." 1 E levantando-se toda a multidão deles, conduziram Jesus a Pilatos. 

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