quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

34ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

05 de Fevereiro de 2020 (CC) - 23 de Janeiro (CE)
Santo Mártir Clemente, Bispo de Ankara;
Santo Mártir Agatângelos Dionisio de
Monte AthosS; Genádios, Monge de Kostroma
Tom 8



O Hieromártir Clemente nasceu na cidade Galaciana de Ancira no ano 258, filho de um pai pagão e de uma mãe cristã. Na infância Clemente perdeu seu pai, e aos doze anos de idade também sua mãe, que previu para ele a morte de um mártir por crer em Cristo. Uma mulher que o adoptou, chamada Sofia, criou-o com medo de Deus. Durante o tempo de uma terrível fome na Galácia, vários pagãos expulsaram seus próprios filhos, não tendo os meios para alimentá-los, e Sofia reuniu também estes pobres, alimentou-os e vestiu-os, e São Clemente a ajudou nisso. Ele ensinou as crianças e as preparou para o Santo Batismo. Muitos deles morreram como mártires pela fé em Cristo.  
Por sua vida virtuosa, São Clemente foi feito Leitor, e mais tarde Diácono, e aos dezoito anos recebeu a dignidade de Presbítero, e aos vinte anos foi ordenado Bispo de Ancira. Logo depois, a perseguição aos cristãos começou sob Diocleciano (284-305). O bispo Clemente foi preso sob denúncia e também teve que responder por si mesmo. O Governador de Galácia, Dometian, tentou convencer o Santo a adorar os deuses pagãos, mas São Clemente confessou firmemente a sua fé e suportou corajosamente todas as torturas às quais o cruel oficial o sujeitou. Eles o suspenderam em uma árvore, e rasgaram seu corpo de modo que os ossos pudessem ser vistos; e também o golpearam ferozmente com paus e pedras, e o viraram sobre uma roda e queimaram-no com um fogo baixo. O Senhor preservou o seu sofredor e curou o seu corpo lacerado. Em seguida, Domécio enviou o Santo para Roma para o próprio imperador Diocleciano, com um relatório de que o Bispo Clemente tinha sido ferozmente torturado, mas tinha se mostrado inflexível. Diocleciano, vendo o mártir completamente saudável, não acreditou no relatório e sujeitou-o a torturas ainda mais cruéis, e, em seguida, trancou-o na prisão.  
Muitos dos pagãos, vendo a bravura do Santo e a milagrosa cura de suas feridas, creram em Cristo. As pessoas na prisão se reunião a São Clemente em busca de orientação, cura e batismo, de modo que a prisão foi literalmente transformada em uma igreja. Muitas dessas pessoas, quando denunciadas, foram executadas pelo Imperador. Diocleciano, impressionado com a incrível resistência de São Clemente, o enviou para Nicomédia para seu Co-Imperador Maximiano.  
No navio ao longo do caminho, o Santo foi acompanhado por seu discípulo Agatângelo, que tinha escapado ser executado com os outros confessores, e que agora queria sofrer e morrer por Cristo juntamente com o Bispo Clemente. 
O Imperador Maximiano, por sua vez, enviou São Clemente e Agatângelo para o Governador Agripina, que os sujeitou a tais tormentos desumanos, que mesmo entre os espectadores pagãos havia uma sensação de pena para com os mártires, que eles começaram a apedrejar os torturadores. 
Tendo sido libertados, os santos curaram um habitante da cidade com uma imposição de mãos e batizaram e instruíram as pessoas, unindo-se a eles em multidões. Preso novamente por ordem de Maximiano, foram enviados para casa para a cidade de Ancira, onde o Príncipe Ancira Cyrenius os mandou torturar, e então os despachou para a cidade de Amásia para o oficial Domécio, conhecido por sua crueldade especial. 
Santo Agatângelos  
Na Amásia, os mártires foram atirados em cal derretida, passaram um dia inteiro nela e permaneceram ilesos. Esfolaram a pele, espancaram-nos com varetas de ferro, puseram-nos em camas quentes e derramaram enxofre. Tudo isso falhou em prejudicar os santos, e eles foram enviados para Társis para novas torturas. No deserto, ao longo do caminho, São Clemente na oração teve a revelação de que sofreria ainda por mais 28 anos pelo nome de Cristo. E depois, tendo sofrido uma multidão de torturas, os santos foram encerrados na prisão. 
Após a morte de Maximiano, Santo Agatângelo foi decapitado com a espada. Os cristãos de Ancira libertaram São Clemente da prisão e levaram-no para uma igreja das cavernas. Ali, depois de celebrar a Liturgia, o Santo anunciou aos fiéis o fim iminente da perseguição e o seu próprio fim que se aproximava. O santo mártir logo foi morto por soldados da cidade, que invadiram a Igreja. Eles decapitaram o santo enquanto este ofertava a Deus a santa oblação, no ano 312. 
São Genádios 
São Genádios, da cidade de Kostroma, foi batizado com o nome de Gregório. Nasceu na cidade de Mogilev, na Lituânia em uma família russo-lituana muito rica. Desde sua juventude se distinguia por sua devoção. Gostava de ir à Igreja e cumpria rigorosamente os tempos de jejum; por isso seus amigos riam dele. 
Desejando dedicar sua vida exclusivamente a Deus, deixou secretamente a casa de seus pais e, vestido como um pobre foi para Rússia onde visitou Moscou e Novgorod, mas não encontrou um monastério de acordo com suas necessidades espirituais. Foi então para o rio Svir onde se encontrava o venerável Alexandre, o qual lhe recomendou que fosse ao bosque de Vologodsk onde vivia o venerável Cornélio de Comel. Lá, após algum tempo, recebeu o hábito monástico de Cornélio, adquirindo o nome de Genádios. 
Algum tempo depois, os veneráveis Cornélio e Genádios partiram para o lago Surskoe, próximo do rio Kostroma. Ali fundaram um monastério com duas igrejas. Mais tarde, este monastério passou a se chamar Monastério de Genádios. São Genádios trabalhava incansavelmente, fazendo os pães (Prósforas) para a Liturgia, cortando lenha, cavando lagos com a irmandade etc. Para crescer espiritualmente, sempre usava as correntes de asceta. Gostava muito de escrever ícones com os quais adornava as paredes das igrejas de seu monastério. Por sua vida devota, recebeu de Deus o dom da profecia e da cura. 
Estando em Moscou, profetizou que a filha de Boyardo Roman Zajarin, Anastácia Romanov, seria czarina. Tempos depois, Anastácia tornou-se esposa do czar João, o Terrível. O mesmo czar João, o Terrível pediu ao venerado Genádios que fosse padrinho de sua filha. Genádios também curou o Bispo Cipriano de Vologda de uma doença mortal. Faleceu no ano de 1565 e no a no de 1644 foram encontradas suas relíquias que foram trasladadas para a Igreja da Transfiguração de seu monastério. O Venerável Gennádios escreveu «Instruções de um pai espiritual a um monge recém ordenado» e «Testamento espiritual». 
O Sexto Concílio Ecumênico 
O sexto Concílio Ecumênico foi convocado pelo Imperador Constantino Pogonato (668-685) em Constantinopla no ano 681 para tratar da heresia Monotelita. Estavam presentes 171 Santos Padres, que afirmaram a confissão de fé a respeito das duas vontades em Jesus Cristo – a Divina e a humana. 
Dando continuidade ao trabalho deste Concílio um outro Concílio foi realizado no ano de 691, nos palácios imperiais, chamado de Concílio de Trullo. O Concílio também decretou 102 cânones sobre a ordem e a disciplina do clero. 



Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Pedro 4:1-11

1 Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; 2 para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus. 3 Porque é bastante que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias. 4 E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós; 5 os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. 6 Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito. 7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração; 8 tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados; 9 sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração; 10 servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém. 

Marcos 12:28-37

28 Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29 Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. 31 E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses. 32 Ao que lhe disse o escriba: Muito bem, Mestre; com verdade disseste que ele é um, e fora dele não há outro; 33 e que amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. 34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E ninguém ousava mais interrogá-lo. 35 Por sua vez, Jesus, enquanto ensinava no templo, perguntou: Como é que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi? 36 O próprio Davi falou, movido pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. 37 Davi mesmo lhe chama Senhor; como é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.

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O ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Dois preceitos de uma mesma caridade”

Tenhamos presente que... a caridade se fundamenta em dois preceitos, a saber: no amor de Deus e do próximo... Devemos observar que, ao tratar sobre o amor que devemos ter ao próximo, põe-se regra e medida, visto que se diz: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo; mas tratando-se do amor que se deve professar a Deus não se assinala limite algum, posto “que nos diz: Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças.

Com todo. Pois somente aquele que ama de verdade a Deus não se lembra de si mesmo... Por esta mesma razão se ordenou no Êxodo que se tingissem duas vezes de cor de escarlate as cortinas que se destinavam ao tabernáculo. Vós sois, irmãos, as cortinas do tabernáculo, que em razão da fé ocultais em vossos corações os mistérios celestiais. Porém as cortinas do tabernáculo deveriam ser tingidas duas vezes de cor escarlate...

Portanto, para que vossa caridade esteja duas vezes tingida, é preciso que esteja abrasada pelo amor de Deus e pelo do próximo, e de tal forma que não abandone a contemplação de Deus pela compaixão do próximo, ou por ocupar-se excessivamente na contemplação de Deus descuide a compaixão que deve ao próximo. Assim, todo homem que vive entre os homens busque aquele a quem ama, de modo que não abandone aquele com quem caminha, e preste-lhe auxílio de tal maneira, que, de modo algum, separe-se daquele a quem se conduz.

O amor que se deve ao próximo se subdivide em dois preceitos, pois lemos na Escritura: O que não queres para ti, não faça a ninguém. E o próprio Jesus Cristo disse: O que quiseres que os outros vos façam, fazei-o vós a eles. Portanto, se fazemos com o nosso próximo o que queremos que façam a nós, e evitamos fazer aos demais o que não queremos que nos façam, conservaremos incólumes os direitos da caridade.

Mas ninguém, pelo mero fato de amar o seu próximo, pense que já tem a caridade, mas primeiro examine a força de seu amor. Pois se alguém ama aos outros, mas não os ama por Deus, não tem a caridade, mesmo que pense o contrário. Existe a caridade verdadeira quando se ama ao amigo em Deus e ao inimigo por Deus. Ama por Deus aos seus próximos aquele que os ama, se sabe amar aos que não lhe amam. Pois a caridade costuma-se provar somente por ser contrária ao ódio. Por isso diz o Senhor: Amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam. Assim, pois, ama com segurança aquele que ama por Deus e aquele de quem sabe que não é amado.

São Gregório, o Grande, Papa de Roma (séc. VII) 
  
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