sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

37ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

19 de Fevereiro de 2021 (CC) - 06 de Fevereiro (CE)
São Bucólos, bispo de Esmirna († 100?); 
Fócios, Patriarca de Constantinopla († 891 dC);
 Juliano e Fausta; Evilásia e Máximo; Marta Maria e seu irmão Monge, Likárion; 
Barsanúfio , o Grande e João, o Profeta de Gaza; 
Mártires Dorotea, Cristina, Calista e Teófil; 
Monge Arsênio de Ikalti; Bispos Mel e Mun; Ilian de Eades.
Tom 3



São Bucólos é lembrado como o primeiro arcebispo de Esmirna, Igreja fundada por São João, o teólogo que, por mandato da Igreja, tinha sob sua direção, toda a Ásia Menor. Exerceu este ofício com senso de dever e muito zelo e, servindo abnegadamente a Igreja, enfrentou heroicamente seu martírio. Foi realmente um pai espiritual para todos os cristãos, o ensinando o evangelho em tempos de perseguição e perigo para os cristãos. Diante da multidão idólatra, ele se comportava com prudência e com um maravilhoso amor, tomando cuidado para não irritar as pessoas e, se possível, para atraí-los à fé cristã. Os hinos litúrgicos que recordam a memória deste santo ressaltam sua fé sincera, sua pureza de espírito e sua grande humildade.  
São Fócio, Patriarca de Constantinopla 
São Fócio representa para os povos eslavos do Sul, um papel importante na sua cristianização. Logo após a sua eleição, como Patriarca de Constantinopla, envia os santos Cirilo e Metódio como missionários para aquela região, e em 867 um bispo para a Ucrânia. Durante algum tempo rompe a comunhão com o papa Nicolau I de Roma de quem recebe anátema, devido a questões disciplinares, entre as quais relativas à sua eleição e devido à discordância acerca dogma do Filioqüe, reforçando o afastamento da Igreja Latina, concretizada durante o exercício do seu sucessor Cerulário em 1054.
São Fócio, para além da importância das suas funções, era um reconhecido teólogo do seu tempo que via nos padres da Igreja os grandes interpretadores do Evangelho.
Nas suas cartas acusa os latinos de se terem afastado da Tradição apostólica nos seguintes pontos: os ázimos, o jejum do sábado, a abstinência, o rito do batismo, o culto às imagens, o filioqüe e o primado romano.
Antes de ocupar o seu lugar de Patriarca já era conhecido como leigo sábio e conhecedor de filo e das ciências. 
A Santa Mártir Ainda Adolescente, Fausta  
Fausta foi martirizada por amor a Cristo durante o reinado do Imperador Maximiano (305-311 DC). Por seu heroísmo, Fausta afugentou seus perseguidores e conseguiu converter dois deles ao cristianismo: Evilasius, o sacerdote pagão de oitenta anos, e Eparch Maximus. Quando o juiz a ameaçou com torturas mais severas, pediu-lhe que fizesse uma foto retratando todas aquelas torturas com que ele a ameaçava. 
Quando a foto foi completada, foram mostra-la à Santa Fausta, esta lhes dissera:  
«Assim como esta imagem não sente dor, então meu corpo não sente a dor dos teus castigos, pois minha alma está segura no Senhor"».  
A juíza então a jogou em um tanque de água fervente, onde esta menina de 13 anos morreu com uma oração em seus lábios, e sua alma entrou no Paraíso. 
A Santa e Jovem Mártir, Ainda Adolescente, Dorotéia 
Dorotéia era uma donzela proeminente e bonita de Cesárea da Capadócia. Sapricius, o administrador da província, entregou Dorotéia para as duas irmãs pagãs, Christina e Kallista, a fim de persuadi-la a abandonar Cristo. Mas o oposto ocorreu: Dorotéia conseguiu converter as duas irmãs para a Fé Cristã. Furioso, Sapricius ordenou que as duas irmãs fossem amarradas a uma catapulta e incendiadas. Ele também condenou Dorotéia à morte. Esta, ao ouvir a sentença, exultou e gritou: 
«Dou graças a Ti, ó Cristo, Amante das almas, para que me conduzas a todas as tuas mansões!» 
Certo nobre, chamado Teófilo, que estava presente, riu-se dessas palavras e gritou para Dorotéia: 
«Escuta, ó noiva de Cristo, manda-me maçãs e flores da romã do paraíso do teu noivo». 
«Na verdade, farei isto» - respondeu a mártir. 
Quando Dorotéia estava no local da execução, de repente um belo jovem apareceu com três lindas maçãs e três flores vermelhas da romã. Este era um anjo de Deus, e era inverno. Dorotéia pediu ao anjo para levá-las a Teófilo e dizer-lhe: 
«Eis o que você desejou!» 
Quando Teófilo recebeu a mensagem e viu o presente, ficou completamente assustado. Isto deu um nó em sua cabeça, e ele, um pagão convicto, tornou-se cristão. Teófilo foi torturado e morto por amor a Cristo, e sua alma entrou no Paraíso do Senhor Jesus logo após à de Santa Dorotéia. 
Os Santos Veneráveis Barsanúfios e João 
Ambos, Barsanúfios e João eram grandes ascetas, clarividentes e operadores de milagres na região de Gaza.
  
Eles deixaram um famoso trabalho intitulado «O Livro das Respostas», que lida com muitas perguntas sobre a vida espiritual. Barsanúfios e João viveram no século VI.

As Santas Marta e Maria, e Seu Irmão Licarion  
A Santas Virgens Mártires, Marta e Maria eram irmãs, viviam na Ásia Menor e eram ardentes no desejo de sofrer pelo Senhor Jesus Cristo. Certa vez um comandante militar pagão passou por sua casa. As irmãs foram ao seu encontro e declararam em voz alta que eram cristãs. A princípio, o comandante não prestou atenção a elas, mas gritavam persistentemente atrás dele, repetindo sua confissão. Então ambos foram presas junto com seu irmão - o jovem Likarion. Todos os três foram colocados em cruzes e, durante a execução, sua mãe veio até eles, encorajando-os em seus sofrimentos por Cristo. As irmãs foram perfuradas com lanças e o jovem Likarion foi decapitado pela espada.


 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

2 Pedro 1:1-10

1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: 2 Graça e paz vos sejam multiplicadas no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor. 3 Visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo autêntico conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude; 4 pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo. 5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude; e à virtude o conhecimento; 6 e ao conhecimento, o domínio próprio; e ao domínio próprio a perseverança; e à perseverança a piedade; 7 e à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. 8 Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Pois, aquele em quem não há estas coisas é cego, míope, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. 10 Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, jamais tropeçareis.

Marcos 13:1-8

1 Quando saía do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que edifícios! 2 Ao que Jesus lhe disse: Vês estes grandes edifícios? Não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. 3 Depois estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram-lhe em particular: 4 Dize-nos, quando sucederão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir? 5 Então Jesus começou a dizer-lhes: Acautelai-vos; ninguém vos engane; 6 muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e a muitos enganarão. 7 Quando, porém, ouvirdes falar em guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis; forçoso é que assim aconteça: mas ainda não é o fim. 8 Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isso será o princípio das dores.

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A DEIFICAÇÃO

“Deificação” é uma antiga palavra teológica, usada para descrever o processo pelo qual um cristão vai se tornando cada vez mais semelhante a Deus. São Pedro fala desse processo quando escreve:

"Visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade... para que por elas vos torneis participantes da natureza divina..." (2 Pd. 1: 3, 4).

O que significa participar da natureza divina, e como experimentamos isso? Antes de darmos uma resposta, vamos primeiro abordar o que deificação não é, e depois descrever o que é.

O Que A Deificação Não É. 

Quando somos chamados a buscar a piedade, a nos assemelhar mais a Deus, isso não significa que os seres humanos se tornem iguais a Deus. Não nos tornamos como Deus em Sua Essência. Isto não seria apenas heresia, como, também, impossível; pois, desde nossas origens somos humanos e sempre o seremos. Não podemos assumir a natureza (essência) de Deus.

São João de Damasco faz uma observação notável. A palavra "Deus" nas Escrituras não se refere à natureza divina enquanto essência, pois Sua Essência é incognoscível. "Deus" refere-se às Energias divinas - o poder e a graça de Deus que podemos perceber neste mundo. O termo grego para “Deus” (theos), vem de um verbo que significa "correr", "ver" ou "queimar". Estas palavras sugerem, por assim dizer, uma energia (ação, força dinâmica), e não “essência”.

Em João 10:34, Jesus, citando o Salmo 81:6: "Vós sois deuses". Ele estava falando com um grupo de líderes religiosos hipócritas que O acusavam de blasfêmia, dando um claro sentido duplo à tal afirmação. Ora, Jesus não está usando "deus" para se referir à “Essência” de Deus. Somos deuses na medida em que nós carregamos a Sua imagem, não a Sua Essência.

O Que É Deificação?

Deificação significa que devemos nos tornar mais semelhantes a Deus através da Sua graça ou energias divinas. Na criação, os seres humanos foram feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26), de acordo com a natureza humana. Em outras palavras, a humanidade por é, por natureza, um ícone ou deidade. A imagem divina está em toda a humanidade. Por meio do pecado, porém, esta imagem de Deus foi borrada, e nós caímos.

Quando o Filho de Deus assumiu nossa humanidade no seio da bem-aventurada Virgem Maria, o processo de nosso ser, renovado à imagem e semelhança de Deus, foi reiniciado. Assim, aqueles que estão unidos a Cristo no Santo Batismo, através da fé, iniciam um processo de recriação, sendo renovados à imagem e semelhança de Deus. Nós nos tornamos, como escreve São Pedro, "participantes da natureza[1] divina" (1:4).

Por causa da Encarnação do Filho de Deus, e porque a plenitude de Deus habitou a carne humana, sendo unida a Cristo, significa que é novamente possível experimentar a deificação, a realização do nosso destino humano. Ou seja, através da união com Cristo, nos tornamos pela graça, o que Deus É por natureza (energia) - "nos tornamos filhos de Deus" (João 1:12). Sua divindade interpenetra nossa humanidade.

Historicamente, a deificação tem sido muitas vezes ilustrada pelo exemplo de uma espada no fogo. Uma espada em aço, que é submetida a um fogo quente até que a espada assuma um brilho vermelho. A energia do fogo interpenetra a espada. A espada nunca se torna fogo, mas pega as propriedades do fogo. Da mesma forma, as energias divinas interpenetram a natureza humana de Cristo. Quando estamos unidos a Cristo, nossa humanidade está interpenetrada com as energias de Deus através da Carne glorificada. Alimentados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo, participamos da graça de Deus: Sua força, Sua justiça, Seu amor, e nos tornamos capacitados a servi-Lo.

Artigo extraído da “Orthodox Study Bible,
Adaptado pelo Pe. Mateus (Antonio Eça)


[1] Natureza (energia)

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